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EuPTCVHe1646-107X2010000300002

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variedadeEu
ano2010
fonteScielo

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A força explosiva, velocidade e capacidades motoras específicas em futebolistas juniores amadores: Um estudo correlacional

O Futebol é uma modalidade desportiva intermitente que, do ponto de vista fisiológico, é extremamente complexa, com acções específicas que evidenciam uma tipologia de esforço de grande diversidade e que metabolicamente apela a diferentes sistemas energéticos (Rebelo & Oliveira, 2006). A necessidade de desencadear esforços curtos e intensos parece ser um imperativo lógico para que o jogador de futebol realize com sucesso um conjunto de acções críticas como a corrida rápida (sprint) executada com mudanças de sentido ou direcção, variações de velocidade, travagens ou arranques bruscos, pontapés de baliza, cantos, livres, saltos, tackles, remates e outros gestos que façam um apelo específico à capacidade de produzir força (Bangsbo, 1997).

Embora alguns autores considerem a força como uma variável determinante para elevar o rendimento específico do futebolista (e.g., Marques, 2004), parece-nos ser necessário mais estudos sobre esta temática. Por outro lado, apesar de vários estudos (e.g., de Proft, Cabri, Duffour, & Clarys, 1988) tivessem demonstrado que a aplicação de programas de desenvolvimento da força explosiva têm uma implicação directa na melhoria de acções próprias do futebol (remate, sprint...), parece estar longe o consenso acerca do grau de associação, que existem vários estudos com resultados algo diferenciados, recorrendo aos mesmos princípios metodológicos, tal como referem Seabra, Maia e Garganta (2001).

A manifestação da força explosiva é fundamental durante as múltiplas acelerações, mudanças bruscas de direcção com e sem bola, e crucial para uma melhor impulsão vertical para cabecear com maior eficácia. Esta capacidade motora é igualmente decisiva para o desenvolvimento de um conjunto de execuções técnicas da modalidade e para uma eficiente inclusão de acções tácticas (Rebelo & Oliveira, 2006). De facto, a força explosiva está fortemente associada a uma panóplia de acções de carácter veloz. Porém, sobretudo nas acções de elevada intensidade e de curta duração, perduram questões controversas quando se refere a relação entre a força explosiva e a velocidade, e destas com a performance em habilidades como o remate ou o drible.

Segundo Sousa, Garganta, e Garganta (2003), vários autores têm-se debruçado sobre a relação entre a força explosiva dos membros inferiores e a velocidade máxima imprimida à bola durante o remate, ainda que este tema tenha sido medianamente estudado e, como tal, ainda controverso. Sobre esta temática, alguns autores encontraram uma associação positiva, mas não significativa, entre a força e estes gestos técnicos, enquanto outros estudos reportaram resultados antagónicos (Sousa et al., 2003). Martínez, Salgado, Lago, e Peñas (2004) examinaram a relação entre a força explosiva dos membros inferiores e a capacidade de aceleração linear com as mudanças de direcção. Os autores puderam observar uma correlação positiva e significativa, sendo esta maior quando as distancias eram menores e em percursos com mudanças sucessivas de direcção. Em contrapartida, Gonzalez e Aguiar (2001) não constataram qualquer associação entre a corrida linear de curta duração (30 metros) e a força explosiva dos membros inferiores.

Para além das divergências salientadas, subsistem ainda na literatura lacunas relevantes sobretudo no que diz respeito à avaliação destas habilidades motoras em jogadores de futebol dos escalões de Juniores. Na última década, têm sido publicados estudos no âmbito da caracterização cineantro-pométrica e condicional dos futebolistas, mas quase todos se referem ao modelo de rendimento em futebolistas profissionais (Martínez et al., 2004). Neste sentido, parece-nos relevante a avaliação das capacidades condicionais em jogadores não do escalão Sénior, mas procurando a caracterização dos jogadores de Futebol em escalões etários mais jovens, especificamente no escalão Júnior. Atendendo a este enquadramento, objectiva-se no presente estudo: i) Avaliar os níveis de força explosiva dos membros inferiores, os índices de velocidade de curta duração, e mensurar acções motoras específicas, em futebolistas Juniores enquadrados em estruturas desportivas de estatuto não profissional; e, ii) Identificar o grau de associação entre os níveis de força explosiva dos membros inferiores com sprint, mudanças de direcção, drible e o remate.

MÉTODO Amostra A amostra foi constituída por trinta e sete praticantes de Futebol (n = 37), do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 16 e os 19 anos de idade, saudáveis e abrangendo todas as posições específicas. Os indivíduos pertenciam a 3 equipas do escalão Júnior (sub-19). Na Tabela 1 pode ver-se com detalhe a caracterização da amostra.

Tabela 1 Características dos indivíduos (n= 37) pertencentes à amostra em estudo

Instrumentos e Procedimentos Para avaliar a força explosiva das extremidades inferiores, a velocidade e a capacidade de realizar acções motoras específicas do Futebol, foram seleccionados os seguintes testes: Sargent e salto horizontal, sprint de 30 m, deslocamento com mudança de direcção, drible test e velocidade de remate.

Todos os protocolos de avaliação foram aplicados durante a fase final do período competitivo compreendido entre Março e Abril. Antes da execução dos diferentes testes, todos os jogadores realizaram o habitual aquecimento, orientado pelo respectivo treinador. Todos os sujeitos foram previamente familiarizados com os procedimentos de cada um dos testes. A ordem de realização dos testes correspondeu à sequência de apresentação dos respectivos procedimentos que são descritos nos próximos parágrafos.

Indicadores de força explosiva Para avaliar a força explosiva foram seleccionados e aplicados os seguintes protocolos de avaliação: teste de Sargent (SAR) e o salto horizontal (SH).

Sargent (SAR). Na execução deste teste foram adoptados os seguintes procedimentos: a) o executante de de frente para uma parede; b) com os braços ao lado do corpo e as plantas dos pés totalmente apoiadas no solo; c) e inicialmente com a ponta dos pés a tocarem a parede. O executante estendia ambos os braços acima da sua cabeça marcando a parede com a ponta dos dedos de modo a registar a altura inicial. Para tal, a ponta dos dedos de uma das mãos foi impregnada com colorido e humedecida em água. Em seguida, mantendo os braços para cima, afastava-se cerca de 30cm da parede colocando-se lateralmente à mesma. Tomava impulso por meio de uma semi-flexão dos joelhos (até ao momento em que realiza um ângulo de 90º ao nível das articulações dos joelhos). Para potenciar o salto podia utilizar os braços para alcançar a altura máxima. No momento em que o executante alcançava a altura máxima deveria tocar a parede com os dedos de forma a registar o incremento na altura face à posição inicial (afixou-se na parede uma escala métrica). A altura vertical do salto foi determinada pelo cálculo da diferença entre a altura da marca no salto e a marca da altura inicial. Cada indivíduo executou 2 tentativas, com intervalo de 2 minutos, tendo-se registado ambas as tentativas e calculado a sua média.

Salto horizontal (SH).Durante a realização deste teste seguimos os seguintes passos: a) cada indivíduo encontrava-se de com os apoios colocados paralelamente a uma marca (zero) de uma escala métrica fixada no chão; b) em seguida cada indivíduo realizava o movimento de semi-flexão dos joelhos, podendo auxiliar este gesto com os braços para saltar o mais distante possível, procurando, na fase final, manter o equilíbrio e os apoios sempre paralelos; c) mediu-se a distância da marca zero até ao ponto mais próximo alcançado pelo calcanhar do apoio durante a queda. Todos os participantes realizaram 2 tentativas, com 2 minutos de intervalo, registando-se a sua média.

Indicadores de velocidade De forma a avaliar a velocidade de deslocamento foram seleccionados e aplicados o teste de corrida linear, Sprint 30 m (S30), e um teste de deslocamento com mudança de direcção (MD). Para a realização destes testes, os jogadores utilizaram o seu calçado de competição, pois estes foram realizados em relva sintética. Utilizaram-se dois cronómetros digitais manuais, sendo o valor final de cada tentativa igual à média dos dois valores registados em cada tentativa.

Sprint30 m (S30). A corrida iniciava-se com o indivíduo assumindo uma posição vertical em situação estática e com um dos apoios mais adiantado. Todos os segmentos corporais encontravam-se atrás da linha inicial do percurso (30m). O sinal de partida foi dado de forma sonora. Cada indivíduo executou 2 tentativas, com um intervalo de 5 minutos, tendo-se registado ambas as tentativas e calculado a sua média.

Deslocamento com mudança de direcção (MD). A fase inicial deste teste foi idêntica ao S30. Após o sinal sonoro, cada participante teve de percorrer à máxima velocidade possível num espaço total de 15m, com mudanças de direcção (com um ângulo de 90º) a cada 5m, para a direita e para a esquerda, respectivamente. Cada indivíduo executou 2 tentativas, com um intervalo de 5 minutos, registando-se ambas as tentativas e calculada a sua média.

Indicadores das habilidades motoras específicas Neste âmbito, os testes pretenderam descrever o nível de aptidão nas habilidades de dribling, através do drible test (DT) e velocidade de remate (VR). Para a realização destes testes foi utilizada uma bola oficial de Futebol Adidas Roteiro™, cuja circunferência e peso estavam compreendidas entre os 68 e 70 cm, e as 410 e 450 g, respectivamente, conforme o estipulado na Lei 2 do quadro das leis de jogo de Futebol de 11, publicadas pela FIFA. Os indivíduos calçaram o seu calçado de competição e o tipo de terreno foi constituído pelo mesmo piso mencionado. Para a realização destes testes os jogadores utilizaram uma vez mais o calçado de competição pela razão supracitada.

Drible test (DT). Neste teste, os jogadores tiveram de driblar a bola em redor de quatro cones, distantes entre si de 3.5 metros, descrevendo uma trajectória em forma de oito, o mais rápido possível. Foi medido o tempo gasto na execução da tarefa. O sinal de partida foi constituído por sinal sonoro. A medição foi a mesma que se utilizou para o S30. Cada indivíduo executou 2 tentativas, com um intervalo de 5 minutos, tendo-se registado ambas as tentativas e calculado a sua média.

Velocidade de remate (VR).O remate foi efectuado com a bola parada, encontrando-se esta a uma distância de 11 metros da linha de baliza e na perpendicular do ponto que separava esta linha em duas metades iguais (marca da grande penalidade). Cada executante foi encorajado a realizar o remate à máxima velocidade (objectivo) com eficácia (a bola entrar na baliza era condição para validação da situação). A velocidade de saída da bola foi medida através de um radar (Stalker ' Profissional Sports Radar), calibrado da seguinte forma: Setup menu: Ball Lo 16; Range: Low. O radar foi colocado atrás da posição inicial da bola, no mesmo plano de deslocamento da bola em relação à baliza (), diminuindo o erro associado (erro de .013 m/s). Os jogadores dispuseram de 2 tentativas, com intervalo de repouso de 2 minutos entre tentativas, tendo-se registado ambas as tentativas e calculado a sua média.

Fiabilidade dos testes Os resultados deste estudo podem ser observados na Tabela 2. Destaca-se a elevada fiabilidade dos testes para as variáveis de interesse aqui analisadas.

Tabela 2 Resultados sobre o estudo de fiabilidade dos testes

Análise estatística Para o tratamento dos dados foram utilizados procedimentos estatísticos descritivos, como a média aritmética e o desvio-padrão, e preditivos, como o coeficiente de correlação de Pearson. O programa estatístico utilizado foi o SPSS 15.0, tendo-se aceite um nível de confiança de 95% (p < .05).

RESULTADOS A Tabela 3 apresenta os valores médios e respectivos desvios-padrão dos indicadores da força explosiva (SAR e SH), dos indicadores de velocidade (capacidade de arranque) (S30 e MD) e ainda dos indicadores de capacidade de realizar acções motoras específicas (DT e VR).

Tabela_3 Resultados sobre todos os testes realizados

Os coeficientes de correlação de Pearson são apresentados na Tabela 4. O teste de SAR evidenciou correlações significativas com o SH, com o teste de MD e com o S30 (r= .823, p<.01; r=−.423,p<.01; e, r=−.408, p<.05, respectivamente). Por sua vez, o teste do SH demonstrou uma correlação significativa com o teste de mudança de direcção (r=−.423, p<.01) e o sprint com a mudança de direcção (r= .347, p<.05).

Tabela_4 Resultados sobre coeficientes de correlação de Pearson

DISCUSSÃO Este estudo teve como principais objectivos examinar os níveis de força explosiva em jovens jogadores de Futebol e verificar o grau de associação entre os mesmos. Neste capítulo, a literatura é escassa especialmente no nosso País.

Todavia, destacamos as correlações significativas, ainda que preferencialmente moderadas, entre o salto horizontal e a impulsão vertical, bem como entre esta última com o sprint. De referir ainda a inexistência de qualquer relação entre a impulsão vertical e o remate.

Relativamente ao teste de Sargent, os resultados encontrados no presente estudo foram semelhantes aos valores percebidos noutros trabalhos com populações semelhantes (Martínez et al., 2004; Resende, Fornaziero, Cunha, & Osiecki, 2007). Em relação ao salto horizontal, os valores registados foram inferiores aos observados por Resende et al. (2007), Seabra et al. (2001) e Toledo (2005), mas similares aos encontrados por , Bojikian, Teixeira, e Böhme (2005), todavia em desportistas mais jovens (15.8 ± .6 anos). No que diz respeito ao teste S30, os resultados verificados neste estudo (4.50 ± .13 s) apresentam níveis inferiores aos encontrados noutras investigações (Martínez et al., 2004; Resende et al., 2007). No entanto, Toledo (2005) e et al. (2005) registaram valores mais baixos comparativamente ao nosso estudo, mas em jogadores ligeiramente mais jovens. Em suma, parece-nos que não existe uma uniformidade nos valores de força explosiva, quer em testes específicos, quer não específicos, em jovens jogadores de Futebol.

Para os testes MD e DT, apesar da literatura os considerar válidos para o objectivo e âmbito deste estudo, os protocolos publicados variam em termos de distâncias utilizadas. Por outro lado, nos estudos descritos, as amostras não são coincidentes com a considerada neste estudo. Para a variável velocidade de remate (VR), foram apurados, no presente estudo, os seguintes valores médios: 26.30 ± 1.63 m/s (Tabela_3). Estes valores são inferiores aos encontrados por diferentes estudos realizados em populações idênticas (Sousa et al., 2003), bem como em jogadores Seniores (Cometti, Maffiuletti, Pousson, Chatard, & Maffulli, 2001). Segundo Luhtanen (1994), as velocidades de remate estão compreendidas entre os 17 e 28 m/s, onde jogadores Seniores de elite podem atingir valores entre os 32 e os 35 m/s. Assim, verifica-se que as velocidades de remate observadas neste estudo são similares a outros previamente publicados.

Podemos sugerir que a discrepância dos valores percebidos no nosso estudo pode ser parcialmente explicada através das diferenças entre as metodologias de avaliação adoptadas em cada um dos estudos, nos tipos de população utilizadas, e nos diferentes níveis de treino dos participantes.

Ainda que os estudos em Futebol sejam escassos quando se trata de abordar associações entre variáveis de performance com características explosivas, o presente trabalho revelou importantes relações a considerar. Destacamos a relação entre o SH e o SAR, entre o sprint e o mesmo salto vertical, assim como com as mudanças rápidas de direcção. Em todos estes movimentos está presente o ciclo do alongamento e encurtamento, o que pode explicar o elevado grau de dependência entre estas variáveis (Marques, 2004). Estes dados são determinantes aquando da planificação de programas de condição física em jovens futebolistas. Todavia, estas relações apenas nos indicam o grau de associação entre variáveis de rendimento e nunca poderão ser entendidas como a única fonte de explicação para as alterações de performance. Tal como foi observado (ver Tabela_4), o teste de SAR mostrou uma associação significativa mas moderada com o sprint (S30) (r=−.408, p<.05) e uma forte correlação com o salto horizontal (SH) (r= .823, p<.01), bem como uma relação significativa, ainda que moderada, com o teste de mudança de direcção (MD) (r=−.423, p<.01). O SH evidenciou, ainda, uma associação com o MD (r=−.474, p<.01). Gonzalez e Aguiar (2001) verificaram uma associação positiva (r= .377) entre o S30 e o MD em jogadores de futebol com idades ligeiramente inferiores (15.5 ± .5 anos) às do nosso estudo. Por outro lado, Rebelo e Oliveira (2006) observaram uma relação superior entre os testes de corrida linear e de corrida com fortes mudanças de direcção, em jogadores profissionais. No que se refere à associação entre o SH e o teste S30, Toledo (2005) verificou um coeficiente de correlação semelhante ao encontrado neste estudo (r=−.299,p<.01).

De salientar o facto de o drible test não ter demonstrado nenhuma correlação significativa com o desempenho nos restantes testes. Isto parece sugerir que o desempenho na execução da condução da bola num percurso não linear, não está apenas dependente das capacidades condicionais, mas sobretudo de aspectos relacionados com a capacidade perceptivo-motora dos indivíduos (Soares, 2005).

No presente estudo não se detectou qualquer correlação entre o salto vertical e a velocidade de remate, corroborando o estudo de Sousa et al. (2003). Assim, apesar de o remate ser um movimento de natureza explosiva, o nível de controlo coordenativo parece assumir-se como o factor preponderante na performance do mesmo, relativamente ao parâmetro velocidade imprimida à bola. Sousa et al.

(2003) acrescentam que a relação entre salto vertical e a velocidade do remate tende a aumentar com o número de anos de prática desportiva. Esse facto poderá ser explicado por um efeito de aprendizagem do controlo do movimento, o que induz um melhor aproveitamento dos recursos biomecânicos.

O período pubertário masculino é caracterizado por um aumento percentual da massa muscular dos indivíduos, acompanhado de um desenvolvimento superior da capacidade anaeróbica (Seabra et al., 2001). Segundo Marques (2004), nesta fase dá-se o aperfeiçoamento final do padrão físico do indivíduo ao nível da coordenação motora, da flexibilidade, da velocidade e da força muscular. Deste modo, podemos afirmar que na idade Júnior, os indivíduos possuem um biótipo mais definido, encontrando-se numa fase de especialização da modalidade.

Contudo, neste escalão, enquadram-se frequentemente jogadores do escalão inferior (Juvenis), os quais se encontram em estados de maturação diferentes face à individualidade biológica. Assim, é necessário uma correcta avaliação da capacidade de cada indivíduo para que possamos definir e quantificar o sinal de entrada e desenhar um sistema de controlo que permita aferir a relação entre a carga real e a carga proposta, atendendo ao défice de adaptação de cada desportista.

Através deste estudo ficou patente a necessidade de implementar um maior número de testes para avaliar a capacidade motora específica, sobretudo aqueles que sejam capazes de mensurar diferentes indicadores de performance no Futebol e que contribuam para uma melhor caracterização da modalidade. Por exemplo, a velocidade máxima de remate observada neste estudo é inferior a outras investigações semelhantes, mas os valores aqui percebidos encontram-se dentro da amplitude de velocidades aceitáveis para esta faixa etária (Luhtanen, 1994).

Fica ainda em aberto a discussão da relação entre a capacidade de manifestação de força explosiva dos membros inferiores e a velocidade de remate. Sugerimos que em estudos posteriores se procure a aplicação de protocolos de avaliação de salto que empreguem instrumentos mais sofisticados, como por exemplo, o uso de plataformas de força que ofereçam mais informação nos parâmetros derivados da curva força-tempo resultante.

Para finalizar, realce-se ainda a necessidade de uma melhor compreensão da relação entre força e velocidade e os aspectos relacionados com as capacidades perceptivo-motoras. Como verificámos, o drible test não obteve qualquer correlação com os restantes parâmetros avaliados. Sendo esta capacidade um factor determinante nesta modalidade, torna-se necessário a validação de testes que associem os factores condicionais observados com os factores perceptivo- motores associados ao jogo.


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