Página dos editores
Página dos editores
Jorge Penedo
Editor Chefe
Em Março de 1993 é publicado o número 1 da Revista Portuguesa de Cirurgia. Em
2007 depois de alguns anos de intervalo volta a ser publicada a Revista
Portuguesa de Cirurgia , enquanto órgão oficial da Sociedade Portuguesa de
Cirurgia. Um esforço da Sociedade no sentido de poder contar com uma revista
cientifica na qual todos os seus sócios se pudessem rever e que se pudesse
constituir como um instrumento de divulgação e diálogo no que se refere à
produção cientifica dos cirurgiões portugueses.
Esta II série foi um projeto que se iniciou com o número 0 em Março de 2007. Um
projecto que nasceu sustentado no entusiasmo e saber de José Manuel Schiappa.
Que o soube desenvolver e amadurecer. Numa perspetiva de exigência e rigor
científico. Sabendo constituir e dinamizar uma equipa coesa e una em torno de
um estatuto editorial assumido desde início. Durante 21 números vários foram os
editores que fizeram parte da equipa editorial. Durante mais de 5 anos as
várias Direcções da SPC acreditaram e apoiaram o projecto da Revista. A todos
eles uma palavra de agradecimento porque foi graças a eles que posso hoje
assumir o lugar de Editor Chefe de uma revista científica que, sem falsas
modéstias, conseguiu ganhar um lugar de respeito no panorama das revistas
médicas nacionais.
É fruto desse trabalho de mais de 5 anos que foi possível conseguir a indexação
no sistema SciELO (Scientific Electronic Library Online). Uma indexação que se
encontra em período de observação e consolidação de forma a possibilitar uma
indexação definitiva.
Conseguir uma indexação de uma revista é um comprovativo da qualidade da mesma
e resultante de um complexo e moroso processo de avaliação. A nossa ambição é
consolidar a nossa indexação no SciELO e avançar para outros sistemas de
indexação. É nesse sentido que já foram iniciados contactos com o sistema
LATINDEX e com o Index das Revistas Médicas Portuguesas. E iniciamos desde já a
avaliação das condições para os sistemas Scopus e Pubmed. Processos lentos e
complexos mas nos quais haverá todo o empenho da presente equipa editorial.
Mas ao falarmos do processo de indexação importa referir e relembrar que este
não é um simples processo burocrático ou administrativo. Os processos de
indexação a que agora nos propomos aderir implicam a existência de uma revista
com um conteúdo científico de elevado valor, de forma permanente e continua.
Significa isto que conseguir a indexação nestes sistemas depende essencialmente
da nossa produção científica e da nossa capacidade de verter em escrita toda
aquela que é nossa imensa experiência. A existência de artigos originais de
qualidade constitui a pedra de toque essencial em todo este processo. Sem ele
não haverá indexação. E sem indexação dificilmente uma revista cientifica
sobreviverá nos dias de hoje.
Este é um desafio para todos os cirurgiões portugueses. Dos internos mais novos
aos chefes de serviço mais experientes. Dos mais simples casos clínicos aos
mais relevantes artigos originais. Do mundo hospitalar e do mundo académico. Um
papel importante caberá a todos os Directores de Serviços de Cirurgia ao
assumir um papel de dinamização e estímulo à elaboração de artigos originais.
Contrariando as actuais exigências em torno de uma actividade médica
eminentemente assistencial. Importa que a actividade médica se volte a
distribuir em torno dos seus três eixos principais e que de todos são
conhecidos: o assistencial, o de investigação e o de ensino.
Assumindo que um médico e em especial um cirurgião é muito mais do que um
operário altamente diferenciado em que alguns nos pretendem transformar. Ser
cirurgião é muito do que um operador contratado para operar em pacotes ou para
garantir simples ratios administrativos Ser cirurgião é saber operar, é pensar
e reflectir sobre o doente e sobre o acto cirúrgico mas é também ensinar e
inovar. E no mundo global em que vivemos o peso da publicação assume um papel
importante naquilo que é a diferenciação dos serviços. Como alguém recentemente
afirmava: " Quem não publica não existe"
Com o avanço do processo de indexação esperamos igualmente poder captar artigos
de outros países e ganhar o espaço de publicação nacional que até à data tem de
procurar revistas estrangeiras para uma publicação mais reconhecida.
É também nossa intenção avançar a médio prazo com o processo de informatização
da revista assumindo no entanto que ainda se deve manter a versão papel durante
mais algum tempo. As mudanças que actualmente decorrem no site permitirão a
curto prazo poder consultar a nossa revista com muita facilidade seja em casa
ou no hospital, em computador ou em iPad.
A partir deste número publicamos uma versão mais actualizada de instruções para
autores que encerra já algumas das exigências para o processo de indexação.
Tambêm a partir deste número, e em nome da transparência passam a ser referidos
em todos os artigos a data em que o mesmo nos foi enviado e a data de aceitação
para publicação. Passamos também a limitar o tempo disponível aos revisores
para efectuarem as revisões solicitadas de forma a evitar processos de revisão
demasiado longos.
Reforçamos a possibilidade de publicar artigos em inglês, francês ou espanhol
que pensamos poder constituir um aliciante a par com o facto da indexação da
revista.
Igualmente importante é a disponibilidade da revista para divulgar iniciativas
locais, regionais ou nacionais pelo que agradecemos o envio da informação
respeitante em tempo oportuno.
Colegas, esta é a vossa revista. Esperamos, de todos, os vossos contributos que
servirão certamente para fortalecer e consolidar aquela que é a força da
cirurgia portuguesa.