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EuPTCVHe1646-69182014000400001

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variedadeEu
Country of publicationPT
colégioLife Sciences
Great areaHealth Sciences
ISSN1646-6918
ano2014
Issue0004
Article number00001

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Formação em Cirurgia PÁGINA DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE CIRURGIA

Formação em Cirurgia Formation in Surgery

Jorge Maciel Presidente da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Correspondência

Pelo peso dos anos na especialidade de Cirurgia Geral, pelas responsabilidades de gestão e formação que temos assumido e pelas preocupações estruturantes, organizacionais e de ensino que nos invadem e porque claramente não comungamos com alguns rumos a que vimos assistindo, mais uma vez sentimos o dever de fazer algumas reflexões, sobre o que no nosso entendimento deve ser a formação de um cirurgião nos tempos em que vivemos.

Ao contrário de outros, não antevemos o fim de uma especialidade que foi a mãe de todas as outras áreas cirúrgicas que se individualizaram, que são hoje reconhecidas como especialidades autónomas, mas que na cirurgia geral continuam e terão que continuar a buscar os princípios básicos da sua formação, por muito que algumas teimem em não o reconhecer.

Preconizamos a urgente criação de um tronco comum em Cirurgia Geral, obrigatório na formação de todos os candidatos a especialistas em qualquer área cirúrgica, com uma duração de três anos, findos os quais os candidatos, ou continuarão por outros tantos na especialidade mãe, ou poderão optar por subespecialidades. Essa opção, não deve ser realizada no início do tronco comum, mas apenas quando obtida a aprovação nessa fase de aprendizagem.

Embora no até aqui designado "Ano Comum", os médicos frequentem os serviços de Cirurgia Geral, fazem-no num período muito curto e dada a presença de internos de especialidade e especialista novos, todos ávidos de formação, raramente lhes é dada possibilidade de se iniciarem nos verdadeiros actos cirúrgicos.

A maioria das vezes, limitam-se a passar visita nas enfermarias, a assistir às reuniões, a cozer uma ou outra cabeça no SU (frequentemente em auto aprendizagem ou apoiados por alguém com tanta falta de conhecimentos como eles próprios) e ocasionalmente, serão ou ajudante nalgumas cirurgias. Ou seja, quando fazem a sua opção de especialidade, têm muito pouca noção real da que escolheram e onde mais tarde se poderão vir a sentir como verdadeiros "peixes fora de água",como não raras vezes, temos vezes constatado.

Frequentemente, junto dos alunos e internos do "Ano Comum", faço a analogia da escolha da especialidade, com o indivíduo que uma moradia por fora, acha-a atraente, conhece-lhe a tipologia, mas mesmo nunca a tendo visto por dentro, ou tendo-o feito de relance, mesmo assim, decide adquiri-la. mais tarde, quando a vai habitar, é que constata que, não é adequada às suas necessidades ou gostos.

São também bem conhecidos pelos cirurgiões gerais e até são do domínio público, problemas decorrentes da falta de conhecimentos e experiência cirúrgica, evidenciada por profissionais de algumas subespecialidades, que não efectuaram formação básica em serviços de Cirurgia Geral.

Mas apesar disso, ainda não se inverteu o rumo, alargando a sua obrigatoriedade a todas as especialidades cirúrgicas e repensando o seu tempo mínimo.

Três anos de treino em Cirurgia Geral, permitiriam dar ao candidato, formação básica sólida em Cirurgia e seguramente, que lhe permitiriam ainda obter uma visão realista, do que são as várias áreas da cirurgia e ajudariam a evitar, que optasse por aquilo para o qual não tem perfil.

Quem tiver sólidos conhecimentos de Cirurgia Geral e desenvolvido destreza manual nessa área, em poucos anos, adquire treino nas técnicas específicas de qualquer subespecilalidade cirúrgica, não sendo pois necessário, alargar o tempo total de formação em cada especialidade.

Trata-se apenas de consolidar os conhecimentos básicos e dar oportunidade e tempo aos candidatos, para conhecerem as suas verdadeiras afinidades cirúrgicas e melhor poderem fazer as suas opções de vida profissional. Em suma, trata-se de melhor organizar e aproveitar recursos humanos, contribuíndo também, para a sua realização profissional.

Saudações cordiais Presidente da Sociedade Portuguesa de Cirurgia

Correspondência JORGE MACIEL e-mail: jmacielbarbosa@netcabo.pt


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