Página do presidente
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João Albuquerque e Castro*
*Presidente Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular
Sendo este número da nossa revista o de dezembro de 2014, aproveito para
desejar a todos os angiologistas e cirurgiões vasculares de Portugal um
excelente ano de 2015, quer a nível profissional quer pessoal.
Para a Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular (SPACV) será
seguramente um ano de relevo. Completaremos 15 anos de existência que serão
condignamente comemorados. A Direção tudo fará nesse sentido. Para além do
Congresso, a realizar em junho, no Algarve, que esperamos que seja, como é
hábito, um evento de elevado nível científico e local de confraternização entre
todos os sócios, teremos atividades programadas por todos os núcleos. Prevemos
ainda algumas pequenas acções, carregadas de simbolismo, que a seu tempo serão
publicitadas.
Falemos agora de um problema que é de todos e constitui fator de grande
preocupação: refiro-me à muito elevada prevalência da isquemia crítica. Se por
um lado somos os únicos com formação sólida para tratar estas situações e o
fazemos de um modo científica e tecnicamente irrepreensível, por outro,
sozinhos, somos impotentes na procura de soluções que previnam a situação. É
necessário organizar uma «task force» com todas as áreas do saber médico
relevantes na prevenção da isquemia crítica. Sem hegemonias, temos que, em
conjunto com todos os que possam e queiram colaborar, encontrar estratégias de
ação que levem os poderes públicos constituídos a promover soluções eficazes
para este problema. Penso ser urgente e inadiável passar à ação. A SPACV será,
com toda a certeza, parceiro interessado e ativo.
Em 2015 vai realizar-se no Porto o Congresso Anual da European Society for
Vascular Surgery. Este acontecimento tem enorme relevância no panorama da
cirurgia vascular portuguesa e é um fator muito prestigiante para todos nós.
Apelo aos sócios da SPACV no sentido de participarem massivamente neste evento
para que o sucesso, que certamente terá, seja também um pouco nosso.
Finalmente uma palavra sobre a nossa revista. Todos já verificaram a
significativa melhoria que a revista sofreu, obra do enorme esforço do editor
em colaboração com a anterior Direção da SPACV. Para que este esforço seja
compensado é necessária a colaboração de todos os sócios. Temos de enviar
artigos para publicação, casos clínicos, sim, mas também artigos de revisão,
casuísticas, artigos de investigação; é fundamental que a revista seja o
espelho do elevado nível da cirurgia vascular que se pratica em Portugal.
Publicar é obviamente fundamental e penso ser desnecessário elencar todas as
razões desta afirmação, embora ser lido seja o principal motivo. A língua
portuguesa é muito falada no mundo, mas a ciência exprime-se em inglês. Para
sermos cada vez mais lidos temos de começar por utilizar a língua universal da
ciência. Este é mais um desafio que se coloca aos cirurgiões vasculares
portugueses. Seria ótimo que, em 2015, o número de artigos presentes para
publicação na revista pelo menos duplicasse, mas seria excecional que o inglês
começasse a ser o veículo utilizado.