Editorial
Editorial
O balanço que no último número deste ano é possível fazer acerca da actividade
editorial da revista Sociologia, Problemas e Práticasremete para a
concretização de dois princípios basilares que pautaram a orientação imprimida
a esta revista.
Em primeiro lugar, a publicação de textos de qualidade e interesse científicos,
para o que se conta com a avaliação criteriosa, independente e em regime de
anonimato, de especialistas nas temáticas dos artigos candidatos a publicação.
Em segundo lugar e a vários títulos, a pluralidade: pluralidade nos assuntos
analisados pelos autores dos artigos publicados; pluralidade nas abordagens
teóricas e metodológicas por aqueles privilegiadas - desde que em consonância
com parâmetros de cientificidade adequados -, sem fazer a apologia dogmática de
modelos rígidos de análise e de escrita; pluralidade nas pertenças
institucionais, com o objectivo de promover a abertura e o intercâmbio de
conhecimento no interior da comunidade sociológica.
No que respeita especificamente ao conteúdo deste volume, ele concretiza tais
princípios orientadores. Desde logo a nível da proveniência institucional
diversificada dos autores. Depois, no largo espectro dos assuntos abordados
pelos sete artigos que compõem este número.
No primeiro artigo Sérgio Grácio apresenta os resultados de uma interessante
pesquisa que analisa as ofertas de emprego a diplomados de nível superior e
secundário, e as competências exigidas por parte de empresas com diferentes
posicionamentos no mercado.
Segue-se-lhe o texto de Almerindo Janela Afonso, onde o autor desenvolve uma
reflexão em torno do papel do estado nas políticas educativas e das suas
condicionantes em contexto de globalização.
É também sobre educação o artigo em que Rui Machado Gomes analisa os processos
de legitimação do sistema educativo e o que ele designa por tecnologias
políticas e pedagógicas relacionadas com o desenvolvimento cognitivo e
sociomoral.
Um segundo conjunto de artigos debruça-se sobre problemas de índole política.
Num deles Ivan Nunes centra-se na problemática da globalização e da soberania
dos estados, discutindo, de forma estimulante, os dois modelos através dos
quais é actualmente entendida essa soberania.
O contributo de Stefano Bartolini, por sua vez, aborda a questão do
desenvolvimento da integração europeia e das interacções que estabelece com as
clivagens eleitorais a nível dos diferentes estados-nações, propondo possíveis
cenarizações para o modo de europeização dos sistemas partidários nacionais.
André Freire e Michael Baum analisam as últimas eleições legislativas
portuguesas, comparando-as com as anteriores, procurando algumas linhas de
interpretação dos comportamentos eleitorais que nelas ocorrem.
Por fim, Noémia Mendes Lopes escreve sobre automedicação, problematizando
sociologicamente no seu texto as estratégias de poder de diferentes grupos
profissionais envolvidos neste fenómeno.
O Conselho de Redacção