O pesadelo de Pandora: a Guerra Fria e o mundo pós-colonial
O pesadelo de Pandora: a Guerra Fria e o mundo pós-colonial
Rui Aballe Vieira*
ODD ARNE WESTAD
The Global Cold War: Third World Interventions and the Making of Our Times
Cambridge,
Cambridge University Press,
2007, 484 páginas
Odd Arne Westad lecciona História Internacional na prestigiada lse (London
School of Economics and Political Science), onde também dirige o Cold War
Studies Programme. Se bem que a história da Guerra Fria constitua o seu
território intelectual, Westad tem dedicado especial atenção a temas
geograficamente localizados, entre os quais se destaca a China dos anos que
medeiam entre os tempos da guerra civil e a fase em que Pequim passa a
reivindicar um novo papel no contexto global, sem esquecer a cisão sino-
soviética1.
A sua produção bibliográfica abriu novas perspectivas no campo dos estudos da
Guerra Fria graças à sábia utilização de recursos documentais colhidos em
arquivos de países do antigo bloco socialista, previamente inacessíveis aos
investigadores ocidentais. Westad é também um dos editores da revista Cold War
History, estando neste momento a coordenar, com Melvyn P. Leffler, a obra The
Cambridge History of Cold War. Este currículo, associado ao facto de estarmos
em presença de um poliglota, explica em parte a enorme força transversal e
abrangência do objecto da presente recensão, construído a partir de um
vastíssimo corpus de fontes primárias.
The Global Cold War: Third World Interventions and the Making of Our Times
representa o resultado de anos de investigação. O meio académico recebeu a obra
com grande entusiasmo, saudando-a como exemplo especialmente bem conseguido da
nova historiografia da Guerra Fria que aos poucos tem vindo a relativizar as
teses triunfalistas e atlântico-cêntricas de alguns autores conservadores
2
. No espaço de apenas um ano após a primeira edição foi triplamente premiada,
conquistando o Bancroft Prize, o APSA Michael Harrington Award e o Akira Iriye
International History Book Award. O número comparativamente elevado de edições
estrangeiras atesta o êxito do livro. Vertido em nove línguas até 2008, cremos
poder afirmar que The Global Cold War está a caminho de se converter num
trabalho de referência sobre o meio século que deu forma ao mundo em que
vivemos.
ESCLARECIMENTOS E REDEFINIÇÕES
O livro desiludirá quem nele espere encontrar ecos de uma ideia preconcebida,
segundo a qual muitos dos líderes e elites locais do Terceiro Mundo não teriam
sido mais do que meros joguetes das duas superpotências, no conflito travado
entre ambas à escala global. O autor apresenta argumentos convincentes a favor
de uma perspectiva distinta, em que as ambições das elites locais desempenharam
um papel nada negligenciável na gestão do relacionamento interessado dos seus
governos com os Estados Unidos ou a URSS.
Em termos de estrutura e apresentação, o aspecto mais desconcertante prende-se
com a ausência de bibliografia organizada, omissão incompreensível numa obra
publicada pela prestigiada cup. Tentar encontrar uma referência converte-se num
exercício fastidioso, que exige passar a pente fino o dédalo das numerosas
notas aos capítulos.
A primeira parte, de natureza introdutória, é constituída por três capítulos em
que o autor se entrega à tarefa de descodificar vários conceitos essenciais
para a continuidade da narrativa. Segundo uma acepção corrente no hemisfério
norte, a expressão "Terceiro Mundo" sintetiza uma visão
estereotipada do Sul, de vincada carga pejorativa, à qual são associados males
crónicos como o subdesenvolvimento e a incapacidade de autogoverno. Westad
discute alguns significados alternativos da expressão e usa-a constantemente ao
longo do livro, talvez em reacção contra o lugar-comum atrás mencionado, mas
igualmente por afinidade com as raízes francófonas da mesma e a implícita
analogia com a locução "Tiers État", empregue durante o Ancien
Régime para designar o estamento mais numeroso da sociedade. À sua semelhança,
os países do Terceiro Mundo pretendiam fazer ouvir a sua voz, guiados por
ideais generosos de justiça, paz e cooperação, entre povos irmanados por um
património comum de resistência anticolonial. Este internacionalismo pós-
colonial constituiu um dos princípios ideológicos subjacentes ao nascimento do
Movimento dos Não-Alinhados, na esteira de Bandung e do grande optimismo que
rodeou a conferência afro-asiática. Outro aspecto importante deste
posicionamento passava pelo desejo de equidistância face aos dois grandes
blocos capitaneados pelas superpotências.
Em sentido estrito, Westad define o Terceiro Mundo como o conjunto de países
que, em África, na Ásia e na América Latina, viveram sob dominação colonial,
formal ou informal (não apenas europeia ocidental, mas também russa e
americana), experiência que condicionou todos os aspectos da vida das
respectivas sociedades, nas suas vertentes económica, política e cultural (p.
3).
Por "intervenção", o autor entende todo o esforço intencional
empreendido por um Estado no sentido de condicionar ou influenciar directamente
a trajectória política, económica ou militar de outras nações.
A autoria da expressão "Guerra Fria" pertence a George Orwell, que
a usou para descrever o estado de hostilidade crescente entre os Estados Unidos
e a União Soviética após a vitória dos Aliados na Europa, em 1945. Contudo, e à
semelhança de outros autores, entre os quais se contam alguns representantes da
nova historiografia da Guerra Fria3, Westad faz recuar as suas origens a 1917 e
à introdução, com a vitória da revolução bolchevique, de um novo elemento de
instabilidade no sistema mundial, que desafiava directamente o conceito de
modernidade representado pelos Estados Unidos, num processo que remeteu as
velhas potências europeias para segundo plano, descredibilizadas pela hecatombe
da Grande Guerra.
O foco habitual da atenção dos estudos sobre a Guerra Fria (na duração que lhe
é habitualmente atribuída, dos anos de 1940 a 1991) centra-se no hemisfério
norte. Neste trabalho, esta leitura é invertida, sendo-lhe contraposta uma
transferência do eixo da narrativa para os países pós-coloniais em vias de
desenvolvimento. Em resposta às críticas de alguns colegas, que vislumbram em
The Global Cold War um eurocentrismo às avessas
4
, Westad replicou nunca ter sido sua intenção desmerecer as questões europeias,
mas sim alertar a comunidade de estudiosos da Guerra Fria para a necessidade de
reequacionar a análise do problema em termos verdadeiramente globais5.
Consciente de que nem todos os conflitos ocorridos no Terceiro Mundo entre a
primeira vaga da descolonização e o fim da Guerra Fria são mensuráveis pela
mesma bitola, Westad concentra-se naqueles em que o intervencionismo externo
desempenhou um papel central. Assim, os casos em que as especificidades
regionais exerceram uma influência mais significativa (são apontados os
exemplos das guerras israelo-árabes e indo-paquistanesas), merecem um
tratamento menos aprofundado.
SEMENTES IDEOLÓGICAS DOS INTERVENCIONISMOS
Os dois primeiros capítulos da obra são consagrados às origens e evolução
histórica das doutrinas intervencionistas que condicionaram a política pós-
colonial americana e soviética no Terceiro Mundo, nos anos de 1970-1980.
No primeiro ("The empire of liberty: American ideology and foreign
interventions", pp. 8-38), o autor faz recuar as origens do
intervencionismo americano à infância da República e aos tempos da
independência e dos founding fathers. A eles remonta também um conjunto de
ideias – liberdade, progresso, cidadania – que contribuíram de forma
significativa para a construção do discurso nacional. Todavia, este quadro
ideológico será completado pela reacção às alternativas de modernização, de
inspiração marxista, que ganham consistência a partir de 1917. O anticomunismo
constituirá um dos esteios inamovíveis da -política externa americana nas
décadas seguintes, a ponto de se sobrepor, para Westad – e este tem sido um dos
aspectos mais contestados da sua argumentação – a considerações de cariz
estritamente económico. Neste sentido, o peso relativo das motivações
ideológicas na conduta de sucessivas administrações americanas adquire uma
importância comparável à que moverá os responsáveis soviéticos durante toda a
Guerra Fria.
O capitalismo e o comércio livre, por parte dos Estado Unidos, e a mensagem
messiânica do comunismo soviético, são apresentados como os principais motores
da acção das superpotências e do seu intervencionismo à escala global, embora
relativizados face a imperativos geoestratégicos e às respectivas políticas de
alianças. Paralelamente, são fornecidos argumentos convincentes sobre um
aspecto comum à natureza de ambos os estados, próximo do proselitismo
religioso, que implicava a crença na validade – e infalibilidade – universal de
uma série de princípios ideológicos, a que muitas elites do hemisfério sul
demonstrariam ser permeáveis.
A génese do intervencionismo soviético e, com ele, do próprio Estado nascido da
revolução e da vitória sobre os exércitos brancos na guerra civil russa, é
explorada em profundidade no segundo capítulo ("The empire of justice:
Soviet ideology and foreign interventions", pp. 39-72), onde Westad
argumenta de modo convincente a favor da existência de uma linha de
continuidade entre a política externa adoptada pelos bolcheviques e o projecto
imperial czarista, pan-eslavo e messiânico, que percorre todo o século XIX,
validado por uma lógica de expansão contínua e conquista territorial que
entrará em colapso com a derrota humilhante frente ao Japão em 1904-1905 e os
sérios reveses sofridos na I Guerra Mundial, que ditarão o fim da monarquia
russa e do ensaio de democracia parlamentar que dele emerge. Westad não se
deixa seduzir, no entanto, por analogias com a Roma antiga, apesar da
existência de paralelos curiosos, como a crença das elites russas (fossem elas
"ocidentalizantes" ou "eslavófilas") na missão
civilizadora do império junto dos povos recém-conquistados da Ásia Central ou
do Cáucaso. O que muda, na óptica do autor, é a abordagem ao
"atraso" dos povos asiáticos, que passa a ser norteada por imagens
de modernização e ruptura com um passado feudal e teocrático.
O declínio da influência da Comintern no Terceiro Mundo entre 1928 e a sua
dissolução em 1943, num acto de complacência táctica de Estaline perante os
anglo-americanos, seria compensado pela influência crescente da teoria marxista
no seio dos movimentos de resistência antiocidental, pois muitos dos seus
líderes tinham militado nas fileiras daquela.
Por outro lado, a perspectiva de um mundo capitalista em que as velhas
rivalidades imperiais seriam substituídas por uma realidade unipolar dominada
pelos Estados Unidos, é descrita como algo que inquietou seriamente os
decisores soviéticos à medida que a II Guerra Mundial se aproximava do fim.
Para Westad, este receio estava intimamente ligado à obsessão com a segurança
territorial, que, aliás, terá levado Estaline a afiançar que a implantação de
regimes comunistas na Europa Oriental obedecia à necessidade de criar um cordão
sanitário ao longo das fronteiras ocidentais da urss, e não a um intuito
deliberado de desencadear processos revolucionários nesses países.
DO ANTICOLONIALISMO AO MUNDO PÓS-COLONIAL
O terceiro capítulo ("The Revolutionaries: anti-colonial politics and
transformations", pp. 73-109), é essencial para a compreensão das
análises monográficas realizadas nos seis seguintes. Nele são dissecados a
génese dos primeiros movimentos eficazes de resistência contra o colonialismo,
a partir da I Guerra Mundial, e os anos de consolidação que se lhe seguem até à
primeira grande onda de independências após 1945, bem como o seu posicionamento
no quadro de reordenamento estratégico dos primeiros tempos da Guerra Fria.
Um momento importante no despertar das consciências no Terceiro Mundo, tal como
Westad faz questão de frisar, ocorre por ocasião da carnificina de 1914-1918,
que arruína o capital de superioridade moral reivindicado pelas potências
coloniais (p. 79). As elites indígenas deixarão de alimentar ilusões a respeito
dos europeus e da sua suposta legitimidade para administrar os vastos
territórios que se encontravam sob a sua tutela. Em consequência disso, além de
questionar de modo cada vez mais veemente a autoridade das metrópoles, avançam
para o passo seguinte, que consistirá em planear o derrube dos poderes
imperiais e a sua substituição por alternativas locais.
Nas suas fases iniciais, os movimentos de libertação seguiram uma política de
alianças pragmática, que os levou a procurar auxílio junto de quem combatia as
potências coloniais (por vezes outras potências coloniais), inaugurando um
padrão que se repetiria durante a II Guerra Mundial e nas décadas seguintes.
Entre 1914 e o início dos anos de 1920, a atenção dos nacionalistas dos países
coloniais dirige-se primeiro para a Alemanha, e depois, por esta ordem, para os
Estados Unidos do Presidente Wilson e, por fim, para os bolcheviques. A
aproximação a Moscovo acentuar-se-á a partir de 1918, ao verificar-se que os
vencedores não tencionavam cumprir as promessas ventiladas nas conferências de
paz de Paris
6
. Um dos apóstolos da independência indiana, Mahabhendra Nath Roy,
contemporâneo de Nehru, que mais tarde viria a ocupar um papel proeminente no
seio da Comintern, é apontado por Westad como exemplo do pragmatismo atrás
referido, por ter começado a carreira ao serviço da causa tentando obter apoio
alemão durante a I Guerra Mundial.
As figuras de Roy e Nehru são particularmente relevantes porque sintetizam os
dois grandes caminhos seguidos pela resistência anticolonial nas décadas
seguintes, dividida entre aqueles que preferiam a via marxista e os nativistas.
Se os primeiros optaram por um corte resoluto com o passado, associado ao
atraso secular, a formas de produção primitivas e à incapacidade de sacudir o
jugo europeu, preferindo direccionar todos os esforços para os tempos
vindouros, mediante um processo de modernização à imagem e semelhança do que
fora feito na Rússia pelos bolcheviques, os segundos consideravam que as
tradições religiosas e culturais – compreendidas à luz de um passado idealizado
– constituíam um antídoto vigoroso contra os processos de assimilação e
aculturação impostos pelos europeus, e um catalisador da acção dos
nacionalistas rumo à autodeterminação total, num futuro livre de qualquer
sujeição à influência estrangeira.
As duas tendências ambicionavam conquistar a modernidade, embora com uma
diferença substancial: a primeira encarava o Estado como um produto da própria
revolução socialista, sem a qual qualquer processo de emancipação nacional
estaria incompleto, ao passo que na segunda, o Estado devia reintegrar as
tradições locais, para proceder à reconstrução da sociedade, da economia e da
capacidade militar.
Contudo, a evolução política dos movimentos revolucionários anticoloniais,
fossem eles de inspiração comunista ou nativista, não sucedeu em ambiente
estanque. Assim, do final dos anos de 1940 até meados da década seguinte, ela
acompanha e informa o nascimento de novos estados no Terceiro Mundo, em plena
fase de internacionalização da Guerra Fria e do conflito bipolar, no qual os
países pós-coloniais participarão de modo crescente dos anos de 1960 em diante.
Por outro lado, para Westad, os nacionalismos que emergem nos países
colonizados são indissociáveis do contexto local, enquanto consequência do
próprio domínio colonial. Os conceitos de Nação e Estado moderno são, por assim
dizer, importações, que os nacionalistas procurarão ajustar às suas
necessidades. Esta constatação reflecte-se, por exemplo, no entusiasmo com que
os regimes sucessores retomaram elementos herdados dos últimos tempos da
presença europeia, entre os quais se incluíam a crença em projectos grandiosos,
a ideia de que o desenvolvimento económico incessante constitui uma meta
imperiosa, e a mobilização de massas.
UMA HERANÇA SOMBRIA
Países como a Argélia nos anos que se seguem à independência, o Egipto de
Nasser, a Indonésia de Sukarno ou a Zâmbia de Kaunda, eram governados por
estadistas que viam na experiência soviética um modelo, fascinados pela pujança
tecnológica e científica de um país onde uma parte considerável da população
estivera submetida a um regime de servidão quase medieval à distância de apenas
algumas gerações. A prática de modernização a grande velocidade seguida na urss
fornecerá também o mote para os principais objectivos imediatos perseguidos por
muitas das primeiras nações pós-coloniais. Entre estes, o autor salienta a
construção de um tecido industrial, a reforma agrária (de que cita vários
exemplos, com efeitos desastrosos a curto prazo) e uma política das
nacionalidades, considerada fundamental para acomodar complexas tramas étnicas
e religiosas dentro das fronteiras herdadas da era colonial.
Alguns capítulos de The Global Cold War são devedores de obras que entretanto
alcançaram o estatuto de referência sobre os respectivos temas. O caso mais
óbvio é talvez o do livro de Piero Gleijeses sobre a intervenção cubana na
guerra civil em Angola e o seu papel decisivo na sobrevivência do mpla à frente
dos destinos do país, que Westad cita com a devida vénia ("The crisis of
decolonization: Southern Africa", pp. 207-249)7.
Westad é implacável nas suas conclusões. As intervenções das superpotências
jamais ocorreram de modo desinteressado, arrastando consigo toda a sorte de
presentes envenenados para os países receptores. No seu entender, correspondem
a um prolongamento do colonialismo europeu, redefinido num quadro de rivalidade
imperial estritamente bipolar. Neste sentido, defende existir um paralelismo
entre o chamado novo imperialismo de finais do século XIX e inícios do século
XX, e as políticas intervencionistas levadas a cabo durante a Guerra Fria, a
ponto de descrever esta como "uma continuação do colonialismo através de
meios muito pouco diferentes" (p. 396). Os seis últimos capítulos,
redigidos em jeito de case studies com uma minúcia de alta relojoaria, seguem-
lhes o rasto ao longo de um eixo Norte-Sul, em Cuba, no Vietname, na América
Central, na África Austral, no Corno de África, no Irão e no Afeganistão. De um
modo geral, a luta pela supremacia entre os Estados Unidos e a urss, disputada
em campos de batalha onde cruzaram armas por procuração, mas também – aqui
permitimo-nos tomar de empréstimo a feliz expressão de Melvyn P. Leffler – nas
almas dos povos das nações pós-coloniais, através de programas de modernização
impostos a sociedades tradicionais que haviam emergido há pouquíssimo tempo do
torpor colonial, produziu um nefasto cortejo de devastações, catástrofes
humanitárias e profundo ressentimento, cujos efeitos perdurarão ainda por
muitos anos na forma como o Terceiro Mundo percepciona o hemisfério norte.
NOTAS
1 Cf., nomeadamente, Cold War and Revolution: Soviet-American Rivalry and the
Origins of the Chinese Civil War, 1944-46 (Nova York: Columbia University
Press, 1993); Decisive Encounters: The Chinese Civil War, 1946-50 (Palo Alto:
Stanford University Press, 2003); e ainda, coordenado por Westad, Brothers in
Arms: The Rise and Fall of the Sino-Soviet Alliance, 1945-1963 (Palo Alto/
Washington, Stanford U.P./Woodrow Wilson Center, 1998) A esta listagem podemos
ainda acrescentar os seguintes títulos: Reviewing the Cold War: Approaches,
Interpretations (dir. de Westad), Theory. Londres: Routledge, 2000; The Cold
War: A History in Documents and Eyewitness’ Accounts. Oxford: Oxford U. P.,
2003 (com Jussi Hanhimåki).
2 Um bom exemplo da historiografia de registo mais tradicional, concentrada na
experiência americana da Guerra Fria e devedora de um modelo explicativo da
vitória de Washington sobre os soviéticos baseado na superior eficiência do
mercado e na difusão da democracia liberal por todo o mundo, encontra-se na
obra de John Lewis Gaddis, professor em Yale (e historiador dilecto da
Administração Bush), quase uma antítese do livro de Odd Arne Westad (The Cold
War: A New History. Nova York: Penguin Press, 2005).
3 Melvyn P. Leffler, Sergei Radchenko (colega de Westad na lse) ou Michael
Jabara Carley, entre outros.
4 Nomeadamente de Natalia Yegorova, directora do Centro de Estudos da Guerra
Fria do Instituto de História da Academia Russa das Ciências, e William
Hitchcock, professor na Temple University e especialista no papel desempenhado
pela França durante o período em apreço:. [Disponível em: http://www.h-net.org/
%7Ediplo/roundtables/PDF/GlobalColdWar-Roundtable.pdf, pp. 22-28 e pp. 13-16.]
5 Ibidem, p. 30.
6 A subsequente redefinição do xadrez geopolítico apenas consagrou a
autodeterminação de povos europeus, previamente administrados pelos extintos
impérios centrais, no Centro e Leste do continente, com especial incidência nas
regiões danubianas.
7 Gleijeses, Piero – Conflicting Missions: Havana, Washington and Africa, 1959-
76. Chapel Hill: University of North Carolina Press, 2002
* Licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto,
mestrando em História pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da
Universidade Nova de Lisboa.
Rua Dona Estefânia, 195, 5 D
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