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BrBRCVAg0100-29452001000200033

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variedadeBr
ano2001
fonteScielo

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CLONAGEM DO JAMBEIRO-ROSA (Syzygium malacensis) POR ESTAQUIA DE RAMOS ENFOLHADOS CLONAGEM DO JAMBEIRO-ROSA (Syzygium malacensis)POR ESTAQUIA DE RAMOS ENFOLHADOS 1

INTRODUÇÃO O jambeiro-rosa (Syzygium malacensis) é das Índias Orientais. Foi classificado como planta pertencente ao gênero Eugenia por Popenoe (1974), porém uma outra classificação foi sugerida por Calabrese (1978), citando-o como pertencente ao gênero Syzygium, sendo melhor denominado Syzygium malacensis.

A planta pode atingir até 20 metros de altura, possuindo ramificação densa, com flores de cor verde-esbranquiçada e com numerosos estames. Os frutos são quase esféricos, de coloração amarela ou rosada, com polpa delgada, branca, doce e aromática, um pouco acidulada, contendo ou não uma única semente (Benza, 1993).

No jambeiro-rosa, é comum encontrar frutos em que não ocorreu a formação de sementes; assim sendo, torna-se necessário que a propagação comercial seja por processos vegetativos.

A propagação do jambeiro-rosa através de sementes é muito utilizada (Gomes, 1984). Porém, esse é um método inviável, devido a problemas de segregação genética, e ao longo período que as plantas levam para atingir a idade de produção e a pouca ou nenhuma disponibilidade de sementes.

Os processos vegetativos podem ser utilizados com grande vantagem, e um dos métodos possíveis de utilização para a produção de mudas é a estaquia. Este método permite a obtenção de plantas idênticas à planta matriz e com um período de tempo curto para atingir a idade de produção (Hartmann e Kester, 1978; Donadio et al., 1992).

A procura pela diversificação de culturas propiciou um aumento do interesse pelo cultivo de fruteiras exóticas. O Brasil possui características edafoclimáticas que lhe conferem grande potencial para o cultivo de diversas espécies de fruteiras exóticas, pois contém uma diversidade muito grande de tipos de solos e temperaturas que favorecem o cultivo de espécies frutíferas tropicais, subtropicais e temperadas (Simão, 1998).

O presente trabalho teve como objetivo avaliar a capacidade de enraizamento de estacas com folhas apicais e subapicais de jambeiro-rosa tratadas com diferentes concentrações de ácido indolbutírico (AIB).

MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na área experimental de fruticultura da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias ¾ UNESP, Câmpus de Jaboticabal. A área está localizada a 21º15'22" de latitude Sul e 48º15'58" de longitude Oeste, com altitude média de 590 m. O clima da região, segundo a classificação de Köppen (1948), é o Cwa, caracterizado como subtropical temperado, com precipitação média anual de 1400 mm, com estiagem no inverno e temperatura média anual de 20 ºC, com médias máximas e mínimas de 24 ºC e 18,5 ºC, respectivamente.

A planta matriz encontrava-se com 15 anos de idade, desenvolvendo-se em Latossolo Vermelho-Escuro, de textura média.

Foram utilizadas estacas com folhas apicais e subapicais da planta, com aproximadamente 15 cm de comprimento, as quais foram cortadas em bisel na parte inferior, logo abaixo da última gema basal e um corte reto logo acima da última gema apical da estaca, mantendo-se um par de folhas por estaca. O preparo das estacas foi realizado no período da tarde do dia 14 de outubro de 1998.

As soluções foram preparadas através da dissolução de ácido indolbutírico (AIB) em álcool 50 % para a obtenção das concentrações de AIB.

Após o preparo das soluções, as estacas foram separadas em apicais e subapicais em feixes com 10 estacas, colocadas com a base na solução-tratamento (0; 100; 200 e 400 mg.L-1) e deixadas em imersão lenta por um período de 14 horas, sendo mantidas no escuro.

As estacas foram colocadas em caixa de madeira com dimensões de 45 cm x 24 cm x 10 cm, sendo o fundo forrado com papel jornal e preenchido com vermiculita de textura média, que foi posteriormente umedecida. Colocaram-se as estacas no substrato, sendo enterrados dois terços do seu comprimento.

As caixas com as estacas foram mantidas em câmara de nebulização intermitente com intervalos regulados por "timer" em 30 segundos, com nebulização, e 90 segundos, sem nebulização, sob ripado com 50 % de luz natural.

As observações para a avaliação do enraizamento foram realizadas 60 dias após o preparo das estacas.

No momento da avaliação, foram observadas todas as estacas quanto a : porcentagem de sobrevivência e enraizamento, número médio de raiz por estaca e comprimento médio das raízes (cm).

As estacas enraizadas foram transplantadas para saco plástico com substrato de solo + areia + EC (esterco de curral bem curtido) na proporção 3:1:1, sendo avaliadas após 90 dias do transplante quanto ao: comprimento (cm) e número médio dos brotos por estaca.

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com 4 repetições, sendo cada parcela constituída por 10 estacas. A análise do experimento foi em um esquema fatorial 2 x 4 (2 tipos de ramos e 4 números de concentrações de AIB).

RESULTADOS E DISCUSSÃO As estacas apicais apresentaram maior porcentagem de sobrevivência, diferindo significativamente das estacas subapicais, com médias de 72,96 % e de 39,91 %, respectivamente (FIGURA_1).

As concentrações de AIB utilizadas influenciaram significativamente na porcentagem de sobrevivência. Os melhores resultados foram obtidos quando não se trataram as estacas com o regulador de crescimento, e a média encontrada para o tratamento foi de 75,36 %; observa-se, ainda, um decréscimo na porcentagem de sobrevivência à medida que aumentou a concentração de AIB.

A interação entre o tipo de estaca e concentração de AIB utilizada não foi significativa a 5% de probabilidade na porcentagem de sobrevivência das estacas.

Verificou-se, através da análise estatística, que o tipo de estaca diferiu significativamente, e a estaca apical apresentou maior porcentagem de enraizamento - 63% (FIGURA_2).

O tratamento que apresentou os melhores resultados foi à testemunha, com uma porcentagem de enraizamento superior (55,18%), diferindo somente do tratamento em que se utilizou AIB na concentração de 400 mg.L-1 e não apresentando diferença significativa em relação às concentrações de 100 e 200 mg.L-1de AIB (FIGURA_2).

Realizou-se o desdobramento dos graus de liberdade dos tratamentos por ter havido interação entre as variáveis. Nota-se que não houve interação de doses com as estacas apicais; contudo, quando se trata das subapicais, tem-se uma queda na taxa de enraizamento quando se faz o tratamento das estacas com o regulador testado.

O teste de médias, referente ao estudo do efeito dos tipos de estacas dentro de cada dose, mostra um efeito positivo do uso de regulador em estacas herbáceas quando comparado às subapicais. Resultado semelhante foi observado por Nunes (1981), que verificou que a aplicação de AIB não apresentou efeitos positivos na porcentagem de enraizamento de estacas semilenhosas de figueira (Fícus carica), supondo que estas possuíam os fatores necessários ao enraizamento.

Em relação ao número médio de raízes por estaca, não observou-se diferença significativa. Contudo, a aplicação de AIB aumentou o número de raízes por estaca em todas as concentrações utilizadas, conforme pode ser observado na Figura_3. Efeito semelhante foi encontrado por Silva et al.(1986) que, trabalhando com enraizamento de estacas de diversas cultivares de videira (Vitis vinifera), verificou que, naqueles de fácil enraizamento, o AIB age principalmente no aumento do número de raízes. Este aspecto foi observado por Kersten (1990) que, estudando o enraizamento de estacas de ameixeira (Prunus domestica L.), também notou o efeito de AIB no número de raízes. O mesmo foi verificado em alporques de jambeiro-rosa (Antunes, 1999).

Observou-se também que não houve qualquer diferença com relação ao comprimento médio de raiz nos diferentes tipos de estacas e concentrações de AIB utilizadas. Efeito semelhante foi observado por Ferreira (1994) em trabalhos com estacas de aceroleira (Malpighia glabra L.), constatando que não houve efeito significativo de qualquer tratamento utilizando AIB no comprimento médio das raízes e De Vries e Dubois (1988), trabalhando com estacas de roseira 'Amanda', verificaram que as concentrações de AIB não tiveram efeito significativo no tamanho das raízes.

Sobre o comprimento médio dos brotos, o tipo de estaca diferiu significativamente, ou seja, as estacas apicais apresentaram comprimento médio dos brotos (24,22%) maior que as subapicais (15,91%), conforme a Figura_4.

Observa-se um aumento do comprimento médio dos brotos até a concentração de 200 mg.L-1 de AIB e um decréscimo do comprimento na concentração de 400 mg.L-1.

Também não houve diferença com relação ao número médio de brotos por estaca nos diferentes tipos de estacas e concentrações de AIB (FIGURA_5).

CONCLUSÃO O jambeiro-rosa pode ser propagado por estacas com folhas apicais, com sucesso, sem a utilização de AIB.


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