Resposta de mudas de goiabeira a doses e modos deaplicação de fertilizante
fosfatado
INTRODUÇÃO
Originária da América tropical, a goiabeira (Psidium guajava L., família:
Myrtaceae) apresenta grande importância socioeconômica para o Brasil, que
figura entre os três maiores produtores de goiaba do mundo, juntamente com a
Índia e o Paquistão.
No Brasil, há pomares distribuídos por todas as regiões do País, os quais,
juntos, totalizaram uma produção de 240 mil t da fruta fresca em 1999, numa
área colhida de 12,6 mil ha (AGRIANUAL, 2002). No Estado de São Paulo,
responsável por quase 70% da produção nacional nos últimos anos (Agrianual,
2002), em 2000, contabilizava-se ao redor de 630.000 e 802.000 árvores em
produção para mesa e para indústria, respectivamente, e 124.000 e 131.000 novas
plantas, respectivamente, na mesma ordem (Anuário..., 2001). Esses números
demonstram uma sensível expansão e/ou renovação da cultura, cujo sucesso
depende da formação de mudas vigorosas, potencialmente produtivas e com frutos
de boa qualidade.
As mudas de goiabeira têm sido desenvolvidas, preferencialmente, de forma
vegetativa (estaquia), utilizando-se de cultivares melhoradas, altamente
produtivas e exigentes em termos nutricionais (Natale et al., 1996; Natale et
al., 2000), o que demanda a adoção de técnicas apropriadas, desde a fase de
formação das mudas.
Nesse contexto, o substrato utilizado para o desenvolvimento radicular e
suporte da planta, durante a formação das mudas, interfere no sucesso dessa
etapa e das seguintes, após o estabelecimento do pomar no campo. Para tanto,
tem-se utilizado o subsolo como substrato para o desenvolvimento inicial das
plantas (Picheth, 1987) que, embora apresentem, baixa fertilidade, têm a
vantagem de reduzir os riscos de introdução de plantas invasoras e patógenos,
bem como a redução da expansão de áreas degradadas pela extração de solo.
Os solos e subsolos das regiões tropicais apresentam, normalmente, pequena
disponibilidade de fósforo às plantas e elevado poder de adsorção/fixação deste
nutriente (Novais & Smyth, 1999). Por outro lado, este é um elemento
indispensável para o completo ciclo das plantas, influenciando de modo
particular o crescimento de raízes (Marschner, 1995). Além disso, as exigências
das plantas quanto ao P são maiores no período inicial de seu desenvolvimento
(Novais et al., 1982; Römer & Schilling, 1986); o satisfatório suprimento
de P nessa fase é decisivo para a formação de mudas vigorosas (Natale et al.,
2000) e, conseqüentemente, para o rápido estabelecimento de pomares de
frutíferas perenes, como a goiabeira. Há registros na literatura da necessidade
de doses desde 100 até 280 mg de P dm-3 de solo para a boa formação de mudas de
goiabeira (Natale et al., 2000; Salvador et al., 2000).
A imobilidade do P no solo, devido ao elevado poder de adsorção/fixação em
solos brasileiros, torna premente estudos sobre o modo de aplicação do
fertilizante, buscando-se atender às exigências da planta, sem esquecer o
aspecto operacional e econômico.
A aplicação localizada do adubo fosfatado restringe o acesso das raízes das
plantas, ou seja, apenas parte do sistema radicular entrará em contato com o
fertilizante, absorvendo-o efetivamente (Novais & Smyth, 1999). Portanto,
embora a aplicação de fósforo em volumes restritos de solo reduza sua adsorção
e precipitação, tornando-o mais disponível às plantas (Anghinoni, 1992; Model
& Anghinoni, 1992; Prado et al., 2001), a aplicação localizada do P não
acarretará, necessariamente, num suprimento satisfatório desse nutriente às
mesmas; tal comportamento estará relacionado à planta em questão.
Estudos têm mostrado diferenças de resposta entre espécies vegetais quanto à
localização do P em relação ao sistema radicular. Para soja, a absorção de
fósforo e a produção das plantas independem da quantidade de raízes em contato
com o adubo, desde que o mesmo seja fornecido em doses adequadas (Machado et
al., 1983a, b; Dedecek et al., 1986); no caso do milho, para alguns autores, o
adequado suprimento de P, crescimento das plantas e produção dependem do máximo
volume de raízes em contato com o P (Anghinoni & Barber, 1980; Novais et
al., 1985; Klepker e Anghinoni, 1995), embora Silva et al. (1993) tenham
verificado crescimento do milho independentemente do método de localização do
fosfato solúvel.
Para a goiabeira, o fósforo tem sido aplicado, preferencialmente, em todo o
volume disponível de solo, quando se trata da produção de mudas e, no campo, de
forma localizada, na cova de plantio e/ou na superfície do solo sob pomares
instalados. Todavia, são quase inexistentes pesquisas acerca desse
procedimento. Assim, no presente trabalho, avaliou-se o desenvolvimento de
mudas de goiabeira, em resposta a doses e modos de aplicação de fertilizante
fosfatado.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi desenvolvido em um viveiro comercial de mudas, localizado na
Rodovia Washington Luiz, km 333,8 no município de Taquaritinga - SP (21o24' de
latitude Sul, 48o29' de longitude Oeste e altitude de 521 m), entre outubro de
2000 e março de 2001.
Foi utilizado um substrato constituído de um Argissolo Vermelho-Amarelo,
coletado em área do próprio viveiro, na profundidade de 0,3 a 4,0 m. A análise
química do solo revelou as seguintes propriedades: pH CaCl2 = 4,3; M.O. = 6 g
dm-3; P resina = 1 mg dm-3; K = 0,7; Ca = 6; Mg = 3; H+Al = 25 mmolc dm-3; V =
28 %. Além disso, o Argissolo usado apresentou 260; 458; 25 e 157 g kg-1 de
areia grossa, areia fina, silte e argila, respectivamente.
Sessenta e oito dias antes da instalação do experimento, realizou-se a calagem
do solo (substrato) com um calcário calcinado, objetivando-se atingir 70% de
saturação por bases, considerada ideal para a cultura (Santos & Quaggio,
1996).
Mudas, com aproximadamente 180 dias de idade, obtidas de estacas herbáceas de
matrizes de goiabeiras (Psidium guajava L.) cv. Paluma, foram retiradas dos
recipientes plásticos e tiveram suas raízes aparadas e a parte aérea podada, a
cerca de 15-20 cm de comprimento, a fim de torná-las o mais uniforme possível
quanto à massa vegetal. Em seguida, foram transplantadas em "vasos" (sacos
plásticos pretos com dimensão de 18 x 28 cm) geminados, contendo em cada lado
2,8 dm3 de substrato, de modo que a metade do sistema radicular ficasse em cada
vaso. Adaptado de Machado et al. (1983b) e Novais et al. (1985).
Adotou-se um delineamento experimental em blocos casualizados, com 5
repetições, em esquema fatorial 2 x 3 x 2 (dois modos de aplicação do adubo
fosfatado em relação ao solo x três doses de fósforo x dois modos de aplicação
do adubo fosfatado em relação às raízes), mais um tratamento adicional
(testemunha, sem fósforo), totalizando 65 parcelas compostas por uma planta e
um conjunto de vasos (dois sacos plásticos geminados).
As doses de fósforo aplicadas em cada conjunto de vasos foram de 70; 140 e 280
mg de P dm-3 de solo, na forma de superfosfato triplo (41% de P2O5). A
aplicação do adubo fosfatado foi realizada de dois modos diferentes com relação
ao solo: distribuído em todo o volume de solo disponível (100% do volume de
solo do vaso) e localizado a 1/3 de profundidade (10% do volume de solo), e
dois modos diferentes com relação às raízes: dividindo-se a dose igualmente
entre os dois vasos do conjunto, ou aplicando-se a dose total em um único vaso.
Por ocasião do transplantio, cada parcela recebeu 75 mg de Ndm-3 na forma de
sulfato de amônio (20% de N); 45,2 mg de K2O dm-3 na forma de cloreto de
potássio (60% de K2O); 5 mg de Zn dm-3 na forma de sulfato de zinco (22% de Zn)
e 0,5 mg de B dm-3 na forma de ácido bórico (17% de B). Os fertilizantes foram
misturados em todo o volume do substrato.
As plantas foram mantidas por 40 dias sob telado (50% de sombreamento) e mais
60 dias a pleno sol. Aos 30; 45 e 60 dias após o transplantio, receberam
adubação de cobertura, cada uma com 75 mg de N dm-3 na forma de uréia (45% de
N) e 60 mg de K2O dm-3 (cloreto de potássio). Os tratos culturais (irrigação,
controle de ervas invasoras, pragas e doenças), no período de condução do
experimento, foram os normalmente utilizados pelo viveirista.
Cem dias após o transplante, quando as mudas estavam prontas para o plantio no
campo, foram coletados plantas e solo para análises em laboratório. As mudas
tiveram a parte aérea cortada rente ao solo, e as raízes separadas do mesmo e
lavadas em água corrente e água destilada. Na parte aérea e nas raízes, foram
determinados a massa da matéria seca (~65ºC), gravimetricamente, e o conteúdo
de P (digestão nítrico-perclórica). Além disso, determinou-se o comprimento
total de ramos, contou-se o número total de folhas e estimou-se a área foliar
total por planta com auxílio de um aparelho integrador de áreas portátil LI-COR
modelo LI-3000A. No solo, foi determinada a concentração de P (Raij et al.,
1987). De posse dos resultados, procedeu-se à análise de variância e à
comparação de médias pelo teste de Tukey ou análise de regressão. Antes das
análises estatísticas, os dados de número de folhas foram transformados em raiz
quadrada, com a finalidade de obter-se uma distribuição normal.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Verificou-se que a adubação fosfatada induziu maior "disponibilidade" de
fósforo no solo e, conseqüentemente, maior acúmulo de P nas plantas (raízes e
parte aérea), refletindo positivamente na produção de massa seca (raízes e
parte aérea), área foliar, número de folhas e comprimento total dos ramos das
mudas de goiabeira, comparado à testemunha (dose zero de P).
Efeito dos tratamentos no solo
Como era esperado, a localização do fertilizante a 1/3 de profundidade
proporcionou maior concentração de "P-disponível" no solo, independentemente da
dose, comparada à aplicação realizada em todo o volume de solo (Tabela_1).
Analogamente, a aplicação em um vaso permitiu maior "disponibilização" do
nutriente para as plantas do que em dois vasos. Isso se deve à menor adsorção
do fósforo pelo solo nos tratamentos em que o contato adubo-solo foi mais
restrito.
Com o incremento nas doses do fertilizante, o "P-disponível" no solo aumentou
de forma linear nos tratamentos em que a aplicação foi feita em um só vaso e,
de forma quadrática, quando aplicado nos dois vasos (Figura_1).
No caso em que o P foi aplicado em um vaso, a taxa de crescimento do "P-
disponível" no solo em função das doses de P aplicadas foi constante e igual a
0,162 (relação "P-disponível" no solo/dose de P aplicada; y=0,162x). Com a
aplicação de P em dois vasos, a taxa de "disponibilização" de fósforo é
inicialmente baixa, variando de 0,011 (dose zero) a 0,095 (140 mg dm-3), e
atingindo o valor de 0,179 na maior dose testada (280 mg dm-3). Esse fato
indica a possível saturação dos sítios de adsorção de P, nas doses mais
elevadas, independentemente da forma de aplicação, ou com a aplicação de doses
mais baixas em volume de solo menor.
Efeito dos tratamentos sobre o acúmulo de P e desenvolvimento das mudas de
goiabeira
Na planta, a aplicação localizada do fertilizante a 1/3 de profundidade
permitiu maior acúmulo de P e maior produção de matéria seca da parte aérea.
Nas raízes, não houve efeito sobre o acúmulo de P, e a produção de matéria seca
sofreu efeito inverso ao observado na parte aérea, ou seja, a distribuição do
adubo em todo o volume de solo proporcionou maior massa de raízes (Tabela_1).
Dessa forma, pode-se inferir que a concentração de fósforo "disponível" no solo
constituiu-se em fator limitante ao desenvolvimento da parte aérea das mudas
nos tratamentos em que a fonte de fosfato solúvel foi distribuída em todo o
volume de solo; por outro lado, favoreceu o crescimento de raízes. Resultados
semelhantes foram observados por Machado et al. (1983b), em plantas de soja, e
por Silva et al. (1993), em milho.
O menor crescimento de raízes, causado pela localização do adubo no solo, é
atribuído à ausência de P externo em boa parte do sistema de raízes, pois,
segundo Robertson et al. (1966), a presença de "P-disponível" no solo é
essencial para o aumento da força do dreno e da capacidade de utilização de
fotoassimilados pelas regiões meristemáticas das raízes.
Assim, entende-se que o estímulo ao crescimento radicular, ocorrido numa região
restrita do solo (correspondente aos 10% do volume total de solo onde P foi
aplicado localizadamente), não foi suficiente para promover um crescimento de
raízes equivalente ao obtido quando todo o sistema radicular foi estimulado
(aplicação de P distribuída em 100% do volume de solo disponível). Entretanto,
o conteúdo de P e o crescimento da parte aérea indicam que, com a restrição do
volume de raízes em contato com o adubo fosfatado, a fração do sistema
radicular efetivamente ativa no processo de absorção de P passou a absorvê-lo
em maior quantidade por unidade de raiz, compensando o restante das raízes
privadas do contato com o nutriente. Esse fato é evidenciado pela elevação das
constantes cinéticas de absorção do fósforo pelas raízes nas regiões do solo
com maior concentração do elemento (Anghinoni & Barber, 1980).
O modo de aplicação de fósforo com relação às raízes, em um vaso (50% do
sistema radicular tem algum contato com o adubo fosfatado) ou nos dois vasos
(100% do sistema radicular tem algum contato com o adubo fosfatado) foi
indiferente para o desenvolvimento da parte aérea das mudas de goiabeira, não
afetando as características avaliadas. Nas raízes, os efeitos relacionados a
esse fator foram discretos, verificados apenas nos tratamentos em que o P foi
distribuído em todo o volume de solo do vaso (Tabela_2). Nestes, a aplicação de
P nos dois vasos (100% das raízes) permitiu maior acúmulo do nutriente e
produção de matéria seca nas raízes das mudas, comparado à adição em um vaso.
Isso é explicado pelo aumento considerável da quantidade de raízes que passaram
a receber o estímulo ao crescimento ocasionado pelo P-externo. A fração do
sistema radicular estimulada passou de 50% (P em 1 vaso) para 100% (P em 2
vasos).
Com a aplicação localizada de P a 1/3 de profundidade, a fração do sistema
radicular estimulada pelo P-externo não foi mensurada, mas deve variar de
aproximadamente 5% (P em 1 vaso) para cerca de 10% (P em 2 vasos) das raízes
das plantas, o que, pelos resultados obtidos, não foi suficiente para afetar o
desenvolvimento radicular total.
Esses resultados indicam que a mobilidade interna do fósforo em goiabeira é
satisfatória, e que o adequado suprimento desse nutriente e bom crescimento das
plantas independem da fração do sistema radicular em contato com o "P-
disponível" do solo. Comportamento semelhante foi observado por Machado et al.
(1983b) para a soja. Ao contrário, para o milho, é necessário que o maior
volume de raízes esteja em contato com o P do solo para obter-se suprimento
satisfatório e boa produção (Anghinoni & Barber, 1980; Novais et al., 1985;
Vasconcelos et al., 1986; Klepker & Anghinoni, 1995).
Como já comentado, a adubação fosfatada afetou positivamente o desenvolvimento
das mudas de goiabeira formadas em solo deficiente em P. De modo geral, o
incremento nas doses de fósforo promoveu a elevação do conteúdo de P e da
produção de matéria seca pelas raízes e parte aérea das mudas (Figuras_2 e 3),
bem como induziu maior comprimento total de ramos, maior número de folhas e
maior área foliar total por planta (Figuras_4 e 5). Todos os ajustes obtidos
foram de ordem quadrática, apresentando um ponto de máximo e redução do efeito
benéfico da adubação à medida que o valor da dose se aproximou de 280 mg dm-3,
indicando eventual efeito depressivo. Contudo, o incremento de 70 para 280 mg
de P dm-3 de solo afetou diferentemente as características biológicas
avaliadas. Nas raízes, a partir de 70 mg de P dm-3, não houve alteração no
conteúdo de P e massa seca produzida (Figura_2), não obstante a sensível
elevação desses valores na parte aérea das mudas (Figura_3).
A adubação fosfatada que proporcionou a máxima produção de matéria seca da
parte aérea (25,93 g) e das raízes (5,47 g) das plantas, esteve associada às
doses de 212 e 176 mg de P dm-3, respectivamente, e noventa por cento das
máximas produções foram relacionadas às doses de 132 e 77 mg de P dm-3 de solo,
respectivamente. Com respeito às demais características da parte aérea
avaliadas, noventa por cento do máximo "número de folhas", "comprimento total
de ramos" e "área foliar total" por planta estiveram relacionados às doses de
113; 117 e cerca de 133 mg de P dm-3, respectivamente.
Nota-se que doses entre 110 e 135 mg de P dm-3 de solo foram suficientes para a
obtenção de bom desenvolvimento da parte aérea das mudas, e doses próximas de
70 mg dm-3 bastaram para o máximo crescimento do sistema radicular. Tais
valores estão próximos da dose considerada adequada por Natale et al. (2000)
para o desenvolvimento de mudas de goiabeira (100 mg dm-3). Outrossim, estão
bem abaixo dos 200 mg dm-3 recomendados por Malavolta (1980) para ensaios em
vasos em geral.
Aparentemente, a eficiência na absorção e aproveitamento do fósforo do solo
pela goiabeira reflete sua adaptação a solos de baixa fertilidade, naturais da
sua região de origem (tropical), que em parte pode estar relacionada com uma
bem-sucedida associação simbiótica com fungos micorrízicos arbusculares,
relatada por vários autores (Chacón & Cuenca, 1998; Samarão & Martins,
1999).
O efeito depressivo ocorrido com o uso das maiores doses do adubo fosfatado
deve-se, possivelmente, à deficiência de Zn induzida pelo fósforo, apesar da
aplicação de zinco no plantio das mudas. Safaya (1976) relatou que o P pode
inibir a absorção de Zn pela redução da translocação do micronutriente através
da endoderme e epiderme da raiz. Lambert et al. (1979), por sua vez, afirmaram
que doses maiores de P podem inibir a ação das micorrizas, prejudicando a
absorção do Zn. Entretanto, os efeitos da interação P x Zn na absorção desses
nutrientes pelas plantas ainda não estão bem explicados.
Desdobrando-se as interações entre doses e formas de aplicação de fósforo para
acúmulo de P e massa seca de raiz e parte aérea, verifica-se comportamento
semelhante ao já comentado para os efeitos principais (Figuras_2, 3, 6 e 7).
Entretanto, observa-se que, nos tratamentos em que o adubo foi aplicado de
forma mais localizada, a 1/3 de profundidade e/ou em um só vaso, o efeito
depressivo da maior dose de P nas características estudadas foi menos
expressivo, provavelmente porque parte do sistema radicular estava crescendo em
locais livres de P, onde a absorção de Zn possivelmente não tenha sido afetada.
CONCLUSÕES
1) As mudas de goiabeira responderam positivamente à adubação fosfatada, sendo
a dose em torno 100 mg de P dm-3 de solo suficiente para o bom desenvolvimento
das plantas.
2) Doses acima de 200 mg de P dm-3 promoveram redução do desenvolvimento das
mudas de goiabeira.
3) A aplicação de fósforo à metade ou a todo o sistema radicular da goiabeira
não afetou o suprimento desse nutriente às mudas e tampouco o seu
desenvolvimento em substrato deficiente em fósforo.
4) A aplicação do adubo fosfatado, distribuído em todo o volume de solo
disponível no vaso, proporcionou maior desenvolvimento do sistema radicular e
menor da parte aérea das mudas de goiabeira, comparado à aplicação localizada
do adubo a 1/3 de profundidade.