Conhecimento de mães quanto a importância do teste do pezinho
PESQUISA/RESEARCH/INVESTIGACIÓN
Conhecimento de mães quanto a importância do teste do pezinho
Understanding of mothers as to the importance of the pku test
Qué saben las madres sobre el test del pie
Altamira Pereira da Silva ReichertI; Valquíria de Carvalho PacíficoII
IDocente da disciplina Enfermagem em Clínica pediátrica do Curso de Graduação
em Enfermagem da UFPB, Mestre em Enfermagem em Saúde Pública, Coordenadora do
Curso de Especialização em Saúde Coletiva da UFPB, E-mail:
altreichert@uol.com.br
IIDiscente do Curso de Graduação em Enfermagem da UFPB
1 Introdução
Distúrbios metabólicos e genéticos como o hipotireoidismo congênito e a
fenilcetonúria são doenças consideradas problemas de saúde pública por
causarem, na criança, deficiência mental, se não forem detectadas precocemente.
Com isso, autoridades em saúde resolveram implantar um exame que diagnostica
essas doenças. Daí surgiu o Screening Neonatal, ou popularmente como é chamado,
"Teste do Pezinho", que é um exame laboratorial realizado em amostras de sangue
coletadas em papel filtro especial, de algumas gotas de sangue obtidas de uma
leve punção do calcanhar da criança, com a finalidade de detectar precocemente
erros inatos do metabolismo e infecções congênitas.
No Brasil, a Triagem Neonatal possui um prazo ideal de 2 a 7 dias após o
nascimento da criança, podendo estender-se até 30 dias, sendo o diagnóstico
realizado através do teste do pezinho(1).
O teste do pezinho adquiriu caráter obrigatório a partir de 1992, com a
Portaria GM/MS n. 22 de 15 de janeiro de 1992, que torna obrigatória a inclusão
no Planejamento das Ações de Saúde dos Estados, Municípios e Distrito Federal,
públicos e particulares contratados em caráter complementar, do Programa de
Diagnóstico Precoce do hipotireoidismo congênito e fenilcetonúria. Em 2001, a
Portaria GM/MS n° 822 de 06 de junho de 2001, vem acrescentar a necessidade de
ampliar o acesso a Triagem Neonatal no país e buscar a cobertura de 100% dos
recém-nascidos vivos, cumprindo, assim, os princípios de equidade,
universalidade e integralidade que devem pautar as ações de saúde(1,2).
Há três tipos de teste do pezinho: Básico, Ampliado e o Plus. No teste do
pezinho básico, são pesquisadas as seguintes doenças: hipotireoidismo
congênito, fenilcetonúria e outras aminoacidopatias (citrulinemia,
hiperglicemias, doença do xarope de bordo, hiperinsulinemia, hipermetioninemia,
histinemia, hiperornitinemia, hidroxiprolinemia, hiperprolinemia,
hiperargininemia, hipervalinemia, hiperfenilalaninemias, homocistinúria e
tirosinemias)(3,4).
O teste ampliado detecta todas as doenças do teste Básico, mais hiperplasia
adrenal congênita e fibrose cística. O plus identifica todas as doenças do
teste ampliado, e ainda, galactosemia, deficiência de biotinidase e
toxoplasmose congênita(3).
Há exames complementares que poderão ser agregados aos testes, Básico, Ampliado
e Plus, ou mesmo solicitados individualmente ou em conjunto, que são: anemia
falciforme, deficiência da G6PD (glicose-6 fosfato dehidrogenase), AIDS,
deficiência da MCAD (ACIL-CoA desidrogenases de cadeia média) e doenças
infecciosas(3). O teste do pezinho completo, juntamente com os exames
complementares, são realizados em laboratórios particulares.
Nesta pesquisa destacaremos as patologias detectadas pelo teste do pezinho do
tipo Básico, por este ser utilizado no serviço público de saúde.
1.1 Hipotireoidismo congênito
O hipotireoidismo congênito (HC) consiste em um distúrbio metabólico sistêmico,
caracterizado por uma secreção inadequada de hormônios tireoidianos -
tetraiodotironina-T4 e triiodotironina - T3, provocada por ausência da
tireóide, bócios não funcionantes, tireóide ectópica, insuficiência
hipofisária, e, mais raramente, por uma resistência periférica(5,6).
Os hormônios T4 e T3 produzidos na tireóide são fundamentais para a síntese
protéica, metabolismo dos carboidratos e lipídios, crescimento físico,
desenvolvimento do sistema nervoso central, força e integridade muscular,
estando sob controle do TSH (hormônio estimulante de tiroxina), que por sua vez
é estimulado pelo TRH (hormônio liberador de TSH), secretado pelo hipotálamo, e
inibido pelos hormônios tireoidianos(7,8).
O hipotireoidismo congênito poderá apresentar-se desde a forma assintomática,
na criança, até o quadro clínico clássico evidente. Apenas 1 em cada 5 recém-
nascidos com hipotireoidismo congênito apresentará sintomas que inicialmente se
manifestam como hipoatividade com movimentos lentos, letargia, tranqüilidade
anormal, a criança dorme muito, possui dificuldade para alimentar-se e mama
pouco, no entanto, engorda muito, há demora na queda do coto umbilical,
icterícia fisiológica prolongada, vômitos e eliminação retardada de mecônio
(7,9).
O tratamento é por toda a vida e deve ser iniciado o mais rápido possível, pois
se instituído precocemente e adequadamente controlado, é a única esperança de
se minimizar ou evitar as seqüelas neurológicas. Caso o diagnóstico ocorra,
mesmo sem a confirmação laboratorial, é indicado que seja iniciado o
tratamento, devendo suspendê-lo se o diagnóstico laboratorial não for
confirmado. Devido maior estabilidade dos níveis séricos permitir uma dose
diária, a medicação utilizada é a Levotiroxina ( Tiroxina sintética - T4). As
doses são: 1° semestre de vida 6 a 10 mcg/Kg; 2º semestre de vida 5 a 8 mcg/Kg
e acima de 5 anos, 3 a 5 mcg/Kg(7).
1.1 Fenilcetonúria
Dentre as 300 doenças hereditárias causadas por desordens nos processos
bioquímicos celulares, a fenilcetonúria (PKU) é uma delas, onde dentro do grupo
de doenças envolvendo erros congênitos no metabolismo de aminoácidos
(aminoacidopatia), é a mais encontrada clinicamente. É de transmissão
autossômica recessiva, causada pela deficiência da enzima fenilalanina
hidroxilase (PAH), que converte a fenilalanina (Phe) em tirosina, no fígado. A
deficiência da atividade dessa enzima restringe a síntese dos
neurotransmissores Adrenalina e Noradrenalina a concentrações mínimas,
resultando em efeitos observados no sistema nervoso central. As crianças que
apresentam deficiência desse aminoácido nascem aparentemente normais, porém se
não forem tratadas desde a mais tenra infância, progridem rapidamente para um
quadro de retardo mental, sendo esta a manifestação clínica mais severa da
doença, porque a fenilalanina não pode se converter em tirosina (10,11).
As manifestações clínicas e humorais surgem na criança por volta do terceiro ao
sexto mês, caso o erro metabólico não tenha sido identificado precocemente. O
sinal inicial pode ser uma crise convulsiva, comumente eczema de pele e um odor
típico na urina pela presença do fenilacetato. A criança com fenilcetonúria tem
a pele e os cabelos mais claros que seus irmãos normais. A doença apresenta,
ainda, outros sintomas tais como vômitos em jato, irritabilidade, falhas no
andar ou falar, hiperatividade, tremor, microcefalia, falhas no crescimento,
crises generalizadas de epilepsia e retardo mental. Catarata e calcificações
cerebrais também podem ser encontradas na PKU não tratada(10,12).
A medida em que o recém-nascido fenilcetonúrico, como portador da deficiência
enzimática fenilalanina-hidroxilase hepática, passa a ser alimentado com leite
materno ou artificial, as manifestações clínicas e humorais surgem
gradativamente, pelo fato da fenilalanina ser um dos principais aminoácidos que
compõem a proteína láctea(13).
A fenilcetonúria é a primeira doença genética tratada por meios nutricionais,
com a finalidade de manter os níveis plasmáticos de fenilalanina na criança
fenilcetonúrica, através de uma dieta especial com teores mínimos desse
aminoácido. A dieta balanceada é determinante para que o desenvolvimento
emocional, social e o rendimento escolar da criança portadora de PKU, sejam
normais. Os alimentos que devem ser retirados da dieta são: os ricos em
proteínas (ave, boi, peixe etc.), leite e derivados (queijos iogurtes etc.),
ovos, leguminosas (feijão, lentilha, soja etc.), determinados cereais (trigo,
milho etc.), alimentos industrializados que tenha composição desconhecida ou
com ingredientes não permitidos, e produtos dietéticos que contenham aspartame
(12,14).
Mediante o exposto, uma confirmação do diagnóstico causa à família transtornos,
problemas psicossociais e econômicos, tornando importante para as mães o
conhecimento quanto aos danos que podem ocorrer com a criança, caso o teste do
pezinho não seja realizado no prazo ideal.
Partimos da premissa que não há conhecimento suficiente das mães quanto à
importância do teste do pezinho para a prevenção de doenças na criança, sobre o
tempo ideal para a realização do teste, o local, o procedimento no momento do
exame, enfim, informações que são básicas, porém desconhecidas para elas.
Assim, optamos por realizar esta pesquisa com o objetivo de investigar o
conhecimento de mães quanto à realização do teste do pezinho.
Vale salientar que como a pesquisa foi realizada com mães que utilizam o
Serviço Único de Saúde (SUS), o qual oferece exame para a detecção do
hipotireoidismo congênito e da fenilcetonúria, nos detivemos no teste do
pezinho básico.
2 Trajetória metodológica
Trata-se de um estudo de natureza exploratória com abordagem quanti-
qualitativa, realizado na Clínica Obstétrica e no setor de pré-natal da
Maternidade Frei Damião, localizada na cidade de João Pessoa-PB. O estudo foi
constituído de 110 mulheres que estavam internadas e/ou que freqüentaram o
serviço de pré-natal do referido hospital no período da coleta de dados.
Para seleção da amostra foram considerados os seguintes aspectos: que as
mulheres estivessem internadas na Clínica Obstétrica da Maternidade Frei Damião
ou freqüentassem o serviço de pré-natal daquela instituição; que essas mulheres
fossem puérperas ou estivessem no terceiro trimestre de gravidez; que tivessem
interesse e disponibilidade para participar do estudo.
Como instrumento para a coleta de dados, foi utilizado um roteiro estruturado
de entrevistas, contendo questões objetivas e subjetivas, pertinentes ao
objetivo proposto neste estudo, sendo realizada nos meses de março, abril e
maio de 2002, no turno da manhã.
Vale salientar que esses dados só foram coletados após aprovação do projeto de
pesquisa, pelo comitê de ética do Centro de Ciências da Saúde da UFPB, como
também mediante consentimento livre e esclarecido das mulheres, tendo como base
a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, que trata dos aspectos éticos
na pesquisa que envolve seres humanos.
Os dados quantitativos foram analisados e apresentados em gráficos e tabelas e
descritos em números absolutos e percentuais, enquanto que os dados
qualitativos foram analisados conforme os discursos das mães e posteriormente
discutidos de acordo com a literatura pertinente ao tema, permitindo uma visão
do nível de conhecimento das mulheres pesquisadas sobre o teste do pezinho.
3 Análise e discussão dos resultados
Com relação ao grau de escolaridade, (66%) das mães entrevistadas possuem o
ensino fundamental incompleto, (7%) o ensino fundamental completo, (11%) o
ensino médio incompleto, (11%) o ensino médio completo, (1%) o ensino superior
e (4%) são analfabetas.
Com relação ao número de filhos, (51%) das mães são primigestas, (26%) das mães
possuem 2 filhos, (15%) possuem 3 filhos e (8%) das mães possuem de 4-6 filhos.
Os resultados apontam que a maioria das mulheres não tem vivência de ser mãe, o
que as torna inexperientes quanto aos cuidados e procedimentos adequados para a
promoção da saúde e bem estar da criança.
Em relação ao pré-natal (6%) não fizeram pré-natal, (5%) realizaram de 1 a 2
consultas, (8%) 3 consultas, (31%) de 4-5 consultas e (50%) realizaram 6 ou
mais consultas.
A partir desses resultados, se formos somar as mães que realizaram menos de 6
consultas, vemos que metade da amostra não realizou um número de consultas
considerado suficiente para o acompanhamento da gestação, visto que toda
gestante deve realizar pelo menos 6 consultas de pré-natal durante toda a
gravidez(15).
Esta realidade é preocupante, uma vez que o pré-natal é fundamental para uma
gestação saudável e um parto seguro, pelo fato de que nas consultas pré-natais
a gestante recebe informações e cuidados indispensáveis, não só para a sua
saúde como também para a do bebê que irá nascer.
Quanto à divulgação (97%) das mães pesquisadas já ouviram falar sobre o teste
do pezinho e (3%) dessas mães nunca ouviram falar. Estes resultados revelam o
sucesso da divulgação do teste, que é feita através de veículos de comunicação
como a mídia escrita, falada e televisiva.
Quanto ao recebimento de informações sobre o teste do pezinho (48%) já
receberam alguma informação e (52%) nunca receberam informações.
Quando abordadas sobre as informações recebidas, as mães relataram que a
psicóloga orientava a voltarem a instituição no 8º dia de vida da criança, a
fim de ser realizado o teste do pezinho em seus filhos, alegando ser importante
para a saúde dos mesmos, e outras informações que as mães não lembravam, sem,
no entanto, explicitar a importância do teste. Algumas mães relataram ainda,
que no pré-natal a médica falou sobre o teste, mas não explicou bem.
Com relação à finalidade do teste do pezinho, as respostas das mães
entrevistadas foram bastante diversificadas, como vemos a seguir:
3.1 Finalidade do teste do pezinho
Para saber se a criança tem alguma doença e saber seu tipo de sangue;
Para dar informações sobre doenças genéticas, diabetes e Síndrome de Down; Para
prevenir doenças no desenvolvimento da criança;
Para saber se a criança tem algum problema no sangue, que mais tarde possa
causar algo;
Para saber se a criança tem 2 tipos de doença;
Para saber se a criança vai ter alguma doença no futuro; Para saber se a
criança vai crescer;
Para saber se a criança tem algum problema no pé;
Para saber se a criança tem alguma doença como Sífilis e HIV;
Para saber se a criança está saudável;
Para não ficar aleijado;
Para saber se a criança vai ter desenvolvimento do cérebro e do corpo;
Para evitar contaminação na criança;
Não sabe a finalidade do teste.
Apesar de 107 (97%) mães já terem ouvido falar sobre o teste do pezinho, as
mesmas não sabem para que serve este exame. Então, faz-se necessário o
conhecimento da finalidade desse teste, pois com estas informações, as mães
terão interesse em procurar um posto de coleta para realizar o Teste do Pezinho
nos seus próximos filhos, por saberem que é fundamental para o desenvolvimento
da criança.
A esse respeito(10) enfatizamos que, se os malefícios causados pelo
hipotireoidismo congênito e pela fenilcetonúria fossem percebidos
antecipadamente pelas gestantes, as mesmas buscariam mais freqüentemente as
informações básicas disponíveis para que seja evitado o desenvolvimento da
deficiência mental e conseqüentemente exigiriam, em tempo hábil, a realização
do teste do pezinho.
Vale destacar algumas respostas apresentadas acima, as quais consideramos
relevantes para o estudo, tais como:
O teste do pezinho serve para saber se a criança tem algum problema no pé;
Não sabe a finalidade do teste.
Como podemos apreender nestas duas falas, nenhuma dessas mulheres tem
conhecimento sobre o teste do pezinho, sendo que a primeira tenta associar o
nome do teste a problemas no pé da criança, enquanto que a segunda é mais
direta, negando algum tipo de conhecimento sobre a finalidade deste exame.
A partir daí, percebe-se o quanto essas mães desconhecem um exame simples, mas
de extrema importância para a saúde da criança. Esses relatos evidenciam também
a falha no serviço de pré-natal, no qual toda gestante deveria receber
informações completas sobre o teste do pezinho desde a primeira consulta, sendo
reforçadas nas consultas subseqüentes.
A tabela_1 revela a opinião das mães quanto à importância do teste do pezinho,
onde (99%) acham que é importante a realização do mesmo na criança, mesmo sem
saberem sua utilidade, exatamente.
3.2 Importância do teste do pezinho
Porque é para o bem da criança; Porque realizando de imediato, previne doenças
futuramente;
Porque sendo feito o exame, se descobre o que a criança poderá ter no futuro;
Porque descobre doenças como Diabetes, Hepatite ou outra doença grave;
Porque muitas pessoas fazem; Porque as pessoas dizem que é importante;
Porque sabe sobre o desenvolvimento mental da criança;
Porque se a criança estiver com alguma doença, fica logo sabendo, e aí inicia-
se o tratamento, ficando mais fácil;
Porque descobre se a criança tem alguma doença que prejudique seu crescimento;
Porque é obrigatório;
Porque descobre o tipo de sangue da criança e se tem algum problema;
Porque é um direito que toda mãe tem, de ser feito o teste em seu filho;
Porque descobre se a criança tem deficiência física;
Porque evita doenças, como problema no cérebro e no desenvolvimento da criança;
Porque se não realizar o exame, a criança poderá ficar paralítica;
Não sabe a importância do teste.
Pode-se considerar que praticamente (100%) das mães relataram que o teste do
pezinho é importante, sendo esperado pelo fato de saberem que é um exame,
conseqüentemente, só tem benefícios a oferecer.
Quanto às justificativas, foram bem diversificadas e algumas até bem coerentes
com a realidade. Foram consideradas as seguintes:
Porque se a criança estiver com alguma doença, fica logo sabendo e aí se inicia
o tratamento, ficando mais fácil;
Porque descobre doenças como Diabetes, Hepatite ou outra doença grave.
Com isso, observa-se que a primeira resposta citada foi significativa, onde a
idéia estava correta. Já a segunda, revela um desconhecimento quanto às doenças
que o teste detecta, apesar de saber que as mesmas são graves.
As outras respostas destacadas foram:
Porque é obrigatório;
Porque é um direito que toda mãe tem, de ser feito o teste em seu filho;
Não sabe a importância do teste.
Com relação as duas primeiras respostas, sabe-se que o teste realmente é
obrigatório por lei, gratuito, com acompanhamento e tratamento, portanto exige
que todos os recém-nascidos sejam testados, mesmo que não apresentem nenhum
sintoma clínico anormal. Mas, o que é prioritário para o conhecimento das mães
é a informação completa sobre este exame, pois caso uma mãe venha parir em uma
maternidade em que esse exame não seja realizado, sabendo ela da importância, a
mesma irá procurar um local de coleta, para assegurar a saúde de seu filho. A
última resposta revela um desconhecimento total sobre o assunto.
A prevenção de um caso de retardo mental representa benefícios incalculáveis
para o indivíduo e sua família, onde a mesma deixará de arcar com uma pessoa
improdutiva, pois por toda a vida, necessitaria de cuidados especiais(16).
4 Considerações finais
Os resultados obtidos através da amostra representada por 110 mães, confirmam
que as mesmas apesar de já terem ouvido falar sobre o teste do pezinho, não
sabiam da finalidade nem de sua importância para a saúde mental da criança.
Este resultado é preocupante, pois se descobriu falhas no acompanhamento pré-
natal, nos postos de coleta e na maternidade pesquisada, uma vez que não basta
informar da necessidade de realização do teste, e sim, que se explique seus
benefícios quando realizado precocemente.
Diante do exposto, percebe-se a necessidade de se trabalhar esse tema com as
gestantes, em cada consulta pré-natal, para que fique bem esclarecido o
significado e importância do teste do pezinho, pois elas irão se preocupar em
levar seus bebês para que seja feito o teste, não porque é obrigatório, e sim,
por ser necessário para o desenvolvimento físico e mental da criança.
Sensibilizar pessoas não é tarefa fácil, mas é importante que se faça. Então, o
enfermeiro como educador e prestador de uma assistência humanizada e
individualizada deve orientar as mães, seja em um atendimento pré-natal ou após
o parto, quanto à importância e finalidade do teste do pezinho nos primeiros
dias de vida da criança, esclarecendo as dúvidas das mães e enfatizando que
este exame é um procedimento importante para a saúde do bebê, por permitir
descobrir doenças que poderão levar à deficiência mental.