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BrBRCVHe0034-71672005000600015

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variedadeBr
ano2005
fonteScielo

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Construção de escalas de figuras à luz da filosofia REFLEXÃO

Construção de escalas de figuras à luz da filosofia

Construction of optometric scales in the light of philosophy

Construcción de escalas de figuras según la filosofia

Rosane Arruda DantasI; Lorita Marlena Freitag PagliucaII; Rui Verlaine Oliveira MoreiraIII IEnfermeira. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. Professora Substituta. Universidade Federal do Ceará. rosane_dantas@yahoo.com IIEnfermeira. Professora Doutora Titular. Universidade Federal do Ceará.

Coordenadora do Projeto Saúde Ocular/CNPq. pagliuca@ufc.br IIIFilósofo. Professor Pós-Doutor Titular. Universidade Federal do Ceará.

ruiverlaine@yahoo.com.br

1. INTRODUÇÃO A verdadeira noção de método provoca a destruição do paradigma dominante da ciência, e traz a idéia de estratégia para o conhecimento e para as ações no caminho pretendido; estratégia é diferente de programa, que é o determinado e deve ser seguido. O método da enfermagem tem de surgir dela mesma; constrói-se por si, não vem de cima para baixo para ser aplicado.

Tradicionalmente, no desenvolvimento de estudos científicos, o pesquisador parte de algo predefinido em busca de respostas. Pode partir tendo em mente o resultado previsto ou descobrir as respostas durante a investigação. Mas a realidade muda e se transforma; por isso, a idéia de um método rígido e predefinido, chamado de programa, embora necessário, é insuficiente. O método é simultaneamente programa e estratégia e, por retroação de seus resultados, pode modificar o programa; portanto o método aprende(1).

Como estratégia, o método não descarta a necessidade de se fazer um projeto; no entanto, não é preciso segui-lo à risca, é aberto e aceita a experiência como um ponto imprescindível na construção do caminho. O método como caminho se dissolve no caminhar e pode nascer durante a pesquisa; tem início a partir de algo e prefigura um fim, utilizando-se da iniciativa, da invenção, da estratégia e da arte para alcançá-lo(1).

É por meio desse caminhar que surge o novo, o inesperado. Isto pode exigir a reformulação de todo o caminho, para justificá-lo, explicá-lo e fundamentá-lo, a exemplo do ocorrido nos estudos com a escala de figuras, a qual é utilizada em exame clínico oftalmológico e em triagens e, é um dos métodos usados para a determinação da acuidade visual de crianças de 4 a 6 anos. A acuidade visual é determinada pela menor imagem formada na retina, cuja forma pode ser percebida (2).

A escala optométrica, caracteriza-se por um quadro branco onde estão dispostas figuras de vários diâmetros e cor preta, chamadas de optótipos. A organização dos optótipos é em ordem decrescente; os de igual tamanho apresentam-se na mesma linha horizontal, correspondendo cada um à coeficiente de visão que varia de 0,1 (10%) a 1,0 (100%).

Na estruturação das fileiras deste instrumento, existem princípios científicos baseados na óptica fisiológica, tais como: ângulo visual, contraste, distância entre os optótipos na escala, espessura dos optótipos, distância da escala ao examinado, entre outros. Tais princípios determinam como e onde a figura deverá estar para ser capaz de estabelecer um coeficiente visual; a aplicação destes transforma a figura em um optótipo. Este constitui o principal fator a diferenciar as escalas que utilizam o mesmo ângulo de visão e o expoente na identificação da acuidade visual, pois é pela capacidade de enxergá-lo que ela é determinada.

No grupo das escalas de figuras, é possível incluir os hielogrifos de Carlevaro, os optótipos geométricos de Casanovas, as figuras de Fooks, os optótipos de Rossano, as figuras de Casanovas e Corominas, entre outras. A partir da idade escolar, estas podem variar em relação à direção do símbolo, como o Anillo de Landolt, a Mira de Foucalt, o optótipo de Márquez, o Anillo de Palomar Collado e a letra E de Snellen. Existem, porém, outros, formados por letras e números para indivíduos alfabetizados(3) .

Na construção destas escalas, entretanto, o maior enfoque é atribuído exatamente aos princípios ópticos, e muitas vezes não se questiona a percepção da criança diante deste instrumento. Isto pode levar um examinador inexperiente ou inabilitado para lidar com a clientela a obter falsos resultados.

Durante o uso da escala de figura algo novo surgiu: a necessidade de questionar a percepção da criança diante deste instrumento. Quando se tem como cliente a criança, é imprescindível lembrar suas peculiaridades no crescimento e desenvolvimento quanto ao sistema visual.

Ao nascer, a visão da criança é rudimentar e no decorrer do seu crescimento e desenvolvimento, evolui, recebendo influência dos fatores ambientais e psicobiológicos. A criança adquire experiência visual no que a rodeia, num processo de estimulação visual. O período sensório-motor, que se encontra entre zero e 2 anos, embasa o desenvolvimento cognitivo, dando suporte a integração de pessoas e objetos com o meio ambiente(4).

Como os pré-escolares encontram-se em uma fase de crescimento e desenvolvimento, este resultado da acuidade visual depende, da seleção de figuras adequadas. Referidas figuras devem ser encontradas no seu cotidiano. A importância de cada optótipo, para propiciar um resultado fiel do exame, é perceptível. Por isso, para identificar o optótipo, a criança precisa conhecer a figura em análise.

Ademais sem a correta compreensão da figura, o teste torna-se inviável, pois o fator cognitivo sobressairá em relação à capacidade visual. Por este motivo, a percepção dos optótipos torna-se tão importante quanto os cálculos necessários para transformar uma figura em optótipo e oferecer um resultado para acuidade visual.

O método de construção das escalas parte da lei da refração, de conhecimentos anatomo-fisiológicos das estruturas oculares e dos princípios ópticos que determinam a acuidade visual. No entanto, após o processo de formação da imagem, com a passagem do raio de luz pela estruturas ópticas, a transformação do estímulo luminoso em elétrico e sua chegada ao córtex occipital do cérebro, inicia-se o processo de percepção da imagem que envolve o aprendizado visual.

Existe a necessidade de fundamentar o novo, embasar o método de construção das escalas por meio da forma e do conteúdo. A forma permanece a mesma dentro da perspectiva da lei da refração para justificar a identificação da acuidade visual; o que se modifica é o conteúdo ante a percepção da criança. Isso surgiu da experiência com o uso da escala e da necessidade de fundamentação científica e filosófica, por meio da forma e conteúdo, justificando a presença e a importância desse novo aspecto inserido no estudo das escalas optométricas.

A relevância deste estudo encontra-se direcionamento para novos aspectos, quebrando o paradigma de método rígido e predefinido, e na valorização da experiência como ponto de partida para descobertas.

As descobertas advêm de novos conhecimentos, tanto do empírico como do científico. Conhecimento empírico é aquele sentido individualmente pelas diversas pessoas; é acentuadamente subjetivo e desorganizado. Conhecimento científico é a organização do conhecimento empírico; é o conhecimento das coisas pelas causas; é objetivo, tem uma uniformidade; o que era unicamente qualitativo passa nesse momento a ser predominantemente quantitativo. Neste caso, o conhecimento empírico direciona o científico. Existe conhecimento abstrato quando se extrai de singulares o geral; o que é igual a todos são as leis e/ou teorias, fórmulas quantitativas elaboradas pela razão. o concreto: qualitativo, particular, subjetivo e surgido da experiência, é o novo.

A questão da gênese diz respeito à busca do conhecimento, pois muito se tem discutido sobre a existência de fontes ideais de conhecimento. Deveria a experiência ser privilegiada, ou a razão? Como determinada concepção de método científico se apóia numa filosofia da ciência e esta numa teoria do conhecimento. Essa discussão tem dado origem a intermináveis polêmicas que se espraiam da teoria do conhecimento para a filosofia da ciência (5). Desse modo, tenta-se agora fundamentar os novos aspectos encontrados na construção das escalas optométricas de figuras conforme sua forma e conteúdo.

2. PERCURSO METODOLÓGICO Trata-se de uma reflexão (bibliográfico-analítica), tendo como base a dissertação intitulada "Validação de figuras e seleção de optótipos para uma escala Optométrica"(6). Tenciona-se nesta seção embasar filosoficamente a forma e o conteúdo do método descrito pela autora para a construção de escalas optométricas de figuras.

Pode-se dizer que a forma reconhecida para o estudo conserva a idéia de Aristóteles na qual é a causa ou razão de ser da coisa, razão pela qual uma coisa é o que ela é; é o ato ou a atualidade da coisa mesma, isto é, o começo e o fim do seu devir. No entanto, deve-se incluir no contexto a referência de Bacon quando fala da forma como objeto próprio da ciência natural, como ato e causa eficiente, justamente como a forma aristotélica, e que se diferencia desta somente porque não se deixa agarrar, como julgava Aristóteles, pelo procedimento dedutivo ou pelo intelecto intuitivo mas pela indução experimental. Deste conceito de forma aproxima-se o sentido com o qual a palavra é usada por Hegel; a forma nesse sentido é a maneira de manifestar a essência ou a substância de uma coisa(7).

Para tal argumentação, é importante incluir a definição de matéria e diferenciá-la da forma. Segundo Kant(7), "a matéria do conceito é o objetivo e a forma dele é a universalidade". Entretanto, a matéria também é vista como aquilo que permanece por via das mudanças opostas, das mudanças quantitativas ou nas mudanças qualitativas. Para facilitar o entendimento, tem-se respectivamente, como exemplo, o movimento de um móvel que permanece o mesmo, embora esteja ora aqui, ora , mude de tamanho, ou se encontre em bom estado de conservação ou não.

O conceito da matéria como potência se entrelaça em Platão e Aristóteles com aquele da matéria como sujeito. Platão diz que a matéria não perde a própria potência. Aristóteles identifica a matéria com a potência, refere que todas as coisas produzidas seja pela natureza, seja pela arte, possuem matéria, que a possibilidade que cada uma tem de ser ou não ser é para cada uma delas a sua matéria. Mas a potência não é, conforme Aristóteles, somente a possibilidade pura de ser ou não ser; é uma potência operativa e ativa: uma casa, por exemplo, existe potencialmente se não houver coisa alguma em seu material que a impeça de tornar-se uma casa. E as coisas que tem em si próprias o princípio de sua gênese existirão per se quando nada de externo o impeça(7).

No referente ao novo aspecto desenvolvido durante o processo de construção das escalas de figuras representa um conteúdo a mais inserido na forma que são as escalas optométricas. O conteúdo é determinado pela forma; esta última, porém, é permanente; o que varia é o conteúdo. Assim, forma e conteúdo trabalham permanentemente juntos, cada um com sua característica.

Conforme o quadro_1, existe o aspecto formal e o aspecto material. O objeto formal é o aspecto sob o qual a coisa é estudada; por exemplo, o aspecto sob o qual cada ciência estuda a escala optométrica de figuras. O objeto material vai receber a forma; é o conteúdo que é estudado, no caso, a enfermagem quando estuda a percepção da criança em face da escala de figuras. A matéria é o conteúdo e a forma. A forma (variante e invariante) deve acompanhar o conteúdo que muda com o tempo. A escala, que é a forma, deve acompanhar as mudanças do conteúdo. Na forma, existem aspectos invariáveis e variáveis; estes últimos devem representar o conteúdo, desenvolvido de acordo com o conhecimento.

Nesta questão, o método de construção das escalas optométricas de figuras foi fundamentado na filosofia da ciência e no ato do conhecimento. Este último é uma atividade do intelecto, um motor contínuo e efetivo que interliga o homem ao mundo, visando a explicação e compreensão de tudo que o cerca. Sendo assim, a epistemologia busca a objetividade e validade universais; por meio de duas vertentes distintas: a analítica e a histórica(8).

Como se viu, o estudo até então abrangeu uma revisão bibliográfica sobre as escalas optométricas, associada a estudos reflexivos sobre sua utilização e pertinentes a leituras sobre a filosofia, a estrutura do conhecimento e a epistemologia. Para a continuação do enfoque referenciado, a base será o resumo do ensaio de mestrado e a argumentação de sua validade segundo os aspectos que envolvem sua forma e conteúdo.

4. O MÉTODO DE CONSTRUÇÃO COM A FORMA E O CONTEÚDO DAS ESCALAS OPTOMÉTRICAS Ante a constatação da necessidade de respeitar os aspectos culturais de determinada região, foi elaborada uma escala de figuras obedecendo um método para a seleção dos optótipos. Foram identificadas e validadas figuras conhecidas no cotidiano de crianças de 4 a 6 anos. Tais figuras, depois de enquadradas nos princípios ópticos para transformar figuras, tornaram-se optótipos(6).

A experiência revelou-se fundamental na construção do caminho, pois segundo o uso das escalas optométricas em triagens no Projeto Saúde Ocular, permitiu constatar, as tabelas existentes possuíam fatores que dificultavam esta tarefa.

Por isso, integrantes do projeto afirmam que, sem a correta compreensão da figura, o teste torna-se inviável, porque o fator cognitivo sobressairá em relação à capacidade visual(9).

"O exercício de abstrair os fenômenos da prática, no processo de refletir, conceituar e definir os elementos que compõem a assistência, estimula e impulsiona a reflexão científica a respeito do fazer. É necessário realizar revisões teóricas, buscar experiências na área, criar, imaginar, refletir sobre a sua própria visão de mundo, reformulando ou propondo novos caminhos"(10).

Por este motivo, considerou-se que uma figura adequada torna-se tão importante quanto os cálculos exigidos para transformar uma figura em optótipo e oferecer um resultado para acuidade visual(6). O método descrito na elaboração do trabalho para fundamentar o crescimento e o desenvolvimento da criança no processo de construção das escalas de figuras reflete os novos aspectos abordados sobre o tema.

"A construção do saber profissional, voltado à intervenção, escolhe um olhar crítico, no exercício de trazer a prática para a teoria, aplicando-lhe o choque da crítica. Isto faz com que a prática se renove através de retroalimentação teórica, voltando à pratica com um novo dimensionamento"(10).

Reformulando a idéia inicial observa-se que a matéria no caso das escalas é o material do qual esta se constitui, ou seja, madeira, papel ou figura projetada. Observa-se que a matéria inicial é modificada com base em uma forma que reflete a escala.

A matéria-prima é pura potência, quer dizer, é capaz de converter-se em qualquer corpo, graças a sua absoluta indeterminação original. Por sua vez, a forma substancial é ato. Porquanto é por ela que a matéria se torna corpo. E por isto se diz que a forma é ato da matéria. Ao contrário, recebendo a forma, a matéria, por estar dotada de quantidade, quer dizer, de dimensões e, por conseguinte, de finitude, limita e restringe a forma, determina-a, e portanto, a individualiza(11) .

Vê-se, pois, que o termo de matéria reflete ao sentido amplo da linguagem corrente, para alguns filósofos, a matéria é a substância transcendental porque se reporta ao ser, superando qualquer categoria. Aristóteles inventou a teoria hilemórfica da matéria prima e forma, para resolver a antimonia grega da mudança ou devir cósmico. Ao sujeito preexistente da mudança substancial, Aristóteles chama-lhe também substrato e natureza subjacente(12).

Assim, a matéria como sujeito do devir não é ainda o ente (ser atual), mas um princípio ou componente de ser. É ser apenas potencialmente, porque está indeterminada. Não pode existir sem a forma determinante. O conceito de matéria-prima é, pois, abstrato e correlato do conceito de forma(13).

É por isso que Aristóteles ao introduzir a noção de forma, em muitas passagens de suas obras, especialmente na física e na metafísica, a considera como a causa material. Afirma que a matéria é aquilo com o qual se faz algo, enquanto a forma é aquilo que determina a matéria para ser algo, isto é, aquilo pelo qual algo é o que é. Assim, em uma mesa de madeira, a madeira é a matéria constituinte da mesa, e o modelo que seguiu o carpinteiro é sua forma(12).

Deste ponto de vista, a relação entre matéria e forma pode ser comparada com a relação entre potência e ato. Efetivamente, sendo a forma aquilo que é, a forma será a atualidade do que era potencialmente. Ainda que a relação matéria-forma se aplique a realidade em um sentido muito geral e, por assim dizer, estático, a relação potência-ato se aplica a realidade que está em movimento. A relação potência-ato nos faz compreender como cabem (ontologicamente) as coisas; a relação matéria-forma nos permite entender como estão compostas as coisas(14).

Embasando-se nas noções de matéria e forma, como mostra o quadro_2, observa-se que a matéria é a escala optométrica em si, ou seja, depois de construída e pronta para uso. a forma é o que foi desenvolvido até gerar a matéria e que pode ser modificado conforme os novos conhecimentos adquiridos. Envolve os cálculos ópticos e a lei da refração, além da anatomia e fisiologia ocular.

Durante o uso da escala de figuras, a forma poderá ser modificada para adequar- se à realidade encontrada. Alguns aspectos do método que define a forma permanecem invariáveis, tais como as leis da refração que embasam os cálculos ópticos; entretanto, a adequação regional dos optótipos de acordo com o aspecto cultural é um aspecto da forma variável.

O conteúdo que neste caso determina a forma da nova escala é a cultura que o conteúdo de um conceito é a sua compreensão. No caso da percepção da criança diante das figuras da escala optométrica, está relacionada ao seu contexto ambiental, visão de mundo e estrutura social. Duas pessoas podem ler uma mesma realidade e chegar a conclusões bem diferentes, pois o que o sujeito apreende em relação ao objeto depende dos instrumentos de registro, das estruturas mentais, das estruturas orgânicas específicas para o ato de conhecer, disponíveis naquele momento.

"Os corpos aparecem ao mesmo tempo como ativos e passivos. Estão sujeitos ao que a ciência chama inércia, quer dizer, a uma impotência para modificar por si mesmo seu estado, e ao mesmo tempo manifestam, sob a provocação de agentes físicos, atividades determinadas: estes dois aspectos contrários das realidades corporais se explicam pelo duplo princípio que os constitui: a matéria é, assim, princípio de passividade e de inércia, enquanto que a forma é princípio de atividade"(15) .

O conteúdo ora apresentado é atual no referente a escala, no entanto, não pode ser visto como finito, deve ser trabalhado e embasado, permanecendo aberto a novas concepções.

Assim, a complexidade existente no processo de mediação entre a construção teórica e a intervenção na prática, entre o pensamento e a ação, explica que o contato com a realidade profissional requer se analisar o que acontece, além do que, é preciso lançar um olhar crítico, tomar uma posição e decidir por um caminho para intervir. A maneira como este processo é conduzido é que define a relação que os profissionais estabelecem, entre o pensar e o fazer Por outro lado o estimulo à revisão, ampliação e inovação das formas tradicionais de assistir, alarga os horizontes e, muitas vezes, abre novos espaços de atuação para os profissionais e, principalmente, para assumir a responsabilidade pela prática profissional(10).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A questão filosófica direcionada para a matéria, a forma e o conteúdo demonstra a infinitude do conhecimento e revela que a visão de determinada pesquisa em um momento pode ser redimensionada em outro. A percepção do homem de determinada matéria é limitada e à medida que o indivíduo encontra-se aberto a questionar ou aceitar mudanças, a matéria pode ser modificada pela forma por meio de vários conteúdos, conforme a visão do pesquisador.

O estudo empírico foi importante para mostrar que a experiência é sim ponto crucial para questionamentos e direcionamento da prática, que pode envolver a enfermagem ou diversas ciências(6).

No entanto, nos desenhos dos escolares, sempre haverá uma parte desconhecida que poderá contribuir para um resultado diferente; além disso, a realidade é dinâmica e pode levar a uma mudança nos desenhos infantis. Por isso, é necessário explicar que a nova escala poderá ser aplicada para o grupo de pré- escolares de Fortaleza, desde que estes permaneçam com as mesmas características; se o grupo não apresentar as mesmas características não se pode deformá-lo para encaixá-lo na teoria. Se servir para alguns, é preciso considerar aqueles que fogem à regra.

É importante lembrar que, apesar das fases do crescimento e do desenvolvimento infantil determinarem características comuns nos desenhos a serem encontrados segundo a idade, até os desenhos de uma casa feitos por uma criança de 4 anos, por exemplo, terão características peculiares conforme a sua cultura e o seu aprendizado visual; por isso, o método de construção da escala permanece válido, desde que se tenha a clientela definida. E, não é necessário seguir todo esse método, apenas validar a escala, observando as características da clientela a ser examinada e a adequação desta tabela; caso contrário, o ideal é modificar, redimensionar a forma da mesma.

Algo considerado verdade hoje pode em outro momento ser desvelado e desacreditado, isso instiga o pesquisador a estar aberto para receber o novo, mesmo de forma inesperada, devendo permanecer sempre atento para percebê-lo.

Além disso, é importante diferenciar matéria, forma e conteúdo no intuito de aprimorar os estudos geradores de fatos novos para a ciência.


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