Cuidado em Heidegger: uma possibilidade ontológica para a enfermagem
INTRODUÇÃO
Cada vez mais as ações e relações humanas estão impregnadas pela razão onde a
natureza não mais se harmoniza com o homem, onde o cuidado humano vem ao
encontro de uma realidade de vida acelerada, complexa e transitória que o mundo
moderno vivencia.
Sobre essas relações que vivemos, podemos chamá-las de efemeridade moderna que
formam dessa maneira o mundo do que está disponível(1). E é revelado que
Heidegger tenta salvar o mundo do disponível para o pensar, porque em geral ele
é visto com excessiva pressa pelo conhecimento filosófico(2). As coisas são
organizadas de maneira apressada de modo que só existam de maneira indiferente.
E mais tarde isso vai ocasionar no que se chama de esquecimento-do-ser(1).
No meio dessa celeridade demasiada a saúde, o cuidado, as pessoas que são
cuidadas como também as que cuidam sofrem as conseqüências da indiferença. O
conhecimento entra no mundo das especializações e o pensamento nos parece
fracionado o que nos leva a compreender os acontecimentos da vida
limitadamente.
Deste modo, o que nos parece é que estamos no meio de múltiplas visões de mundo
tentando explicar como fazer e assim "há uma tendência de afirmar que nossa
realidade carece de unidade de sentido que possa ser abarcada por alguma
reflexão. Insiste-se na fragmentação que torna ininteligíveis as pretensões
universais. Além da falta de sentido, está o não-sentido. A sociedade
contemporânea, em acelerado processo de mudança, está dispersa e desprovida de
referenciais. Há um vácuo racional e ontológico fundamental"(3).
Logo, sustentamos dizer que vivemos numa atmosfera de desconforto com os
imediatismos da vida moderna que nos remete para a falta de compromisso moral
com o outro, o determinismo pela tecnologia e pela técnica e ainda a fluidez
nas relações de cuidado. Enfim, o mundo está aí, posto entre os vários
fenômenos que se apresentam para nós enquanto seres humanos.
Assim, entendemos que essa conseqüência também se estende ao fenômeno do
cuidado, pois se pensarmos nele como a essência da enfermagem, devemos nos
perguntar: Qual o sentido desse cuidado no mundo de hoje? Qual o sentido das
práticas de saúde em enfermagem? Qual a dimensão que o cuidado de enfermagem
ocupa?
Se pararmos para fazer essas reflexões, talvez possamos compreender que aquilo
que diz respeito às nossas atitudes enquanto cuidadores precisa estar sendo
diariamente pensada e avaliada na rotina da prática de enfermagem. Pois, o
cuidado enquanto ato, está presente todos os dias quando realizamos
procedimentos, quando cumprimos tarefas, quando realizamos diagnósticos, quando
manipulamos um equipamento ou quando administramos um medicamento, mas é este
mesmo cuidado que precisa ser reconhecido na perspectiva ontológica de sua
existência.
Assim se solicita a criação de uma atmosfera de benquerença, de cuidado, de
amizade, e de amor tal que transforma os conflitos em tensões dinâmicas, a
competição em emulação saudável e as divergências em oportunidade para
convergências na adversidade(4).
Por tudo isso é preciso estar atento, é importante correr o risco de errar e
entrar no que se chama de "jogo", ou seja, lançar-se no mundo e ir ao encontro
das inúmeras possibilidades que ele oferece. Mas para que esse encontro
aconteça é preciso observar cuidadosamente o mundo-em torno(2).
Olhar o que está em torno é visualizar o que não está visível ou palpável, é
também admitir que os fenômenos em saúde revelam a capacidade de abrangência
das experiências humanas, o que de fato dá sentido à nossa vivência.
Sobre essa atenção traz-se um exemplo em Heidegger "Não percebo como uma tábua
laqueada a que eu habitualmente abro. Quando estou familiarizado com ela, nem a
percebo. Eu a abro para ir ao meu escritório. Ela tem seu 'lugar' no meu espaço
vital, mas também no meu tempo vital: ela desempenha determinado papel no
ritual de meu cotidiano. Seu ranger faz parte dele, os rastros de seu uso, as
lembranças que se prendem nela, etc. Essa porta segundo a expressão de
Heidegger está disponível (zuhanden). Se caso alguma vez, surpreendentemente,
ela estiver trancada e eu bater com a cabeça nela, perceberei doloridamente a
porta como tábua dura que ela realmente é. Então a porta disponível (zuhanden)
se tornará uma porta simplesmente existente (vorhanden)"(2).
Esse talvez seja um dos espaços para acontecimentos importantes no mundo do
cuidado de enfermagem. Nossas relações de cuidado vivenciadas todos os dias
adquirem um caráter de familiaridade que passamos a conviver em espaços e com
os outros sem perceber os detalhes que ali acontecem. Precisamos pensar
cuidadosamente sobre esse cuidado.
Portanto, na perspectiva de contribuir para a construção ontológica do cuidado
de enfermagem, fomos buscar em Heidegger algumas de suas idéias sobre cuidado
presentes no § 41 de Ser e Tempo intitulado: O ser da presença como cura, que
para Heidegger é o dispositivo fundamental desse lidar com o mundo; é o que ele
chama de preocupação, onde fala da apreensão ontológica do todo estrutural. Mas
antes é preciso conhecer um pouco da trajetória deste pensador.
A VIDA E O PENSAMENTO DE HEIDEGGER
Com o objetivo de refletir teoricamente sobre o cuidado de enfermagem enquanto
possibilidade ontológica buscamos fundamentação em alguns conceitos centrais
acerca da ontologia heideggeriana.
Martin Heidegger (1889-1976) foi um filósofo que representou o pensamento
alemão do Século XX, numa linha de pensamento que podemos chamar de "corrente
ontologista", que se propõe à descentralização da hegemonia da filosofia
européia. Foi um dos mais influentes pensadores deste século.
Heidegger teve toda sua formação universitária num contexto de "agitação
intelectual", em um momento de reação contra o difuso pensamento positivista,
Alemanha de 1870. Este momento histórico, vivenciado por ele, retrata um
momento da crítica da racionalidade científica, crítica da defensiva da
experiência vital e psíquica do ser humano reconhecendo o conhecimento como via
extra-racional da realidade. O fundo teológico foi o início de sua formação
acadêmica profissional. Teve uma sólida educação religiosa, realizou estudos
humanísticos e em 1909 iniciou a carreira eclesiástica, matriculando-se na
Faculdade de Teologia na cidade de Friburgo(5).
Porém, Heidegger não dá continuidade à carreira religiosa e em 1919 rompe com o
sistema do catolicismo e em 1920 já é assistente de Husserl em Freiburg. E,
filosoficamente traz de longe seus embasamentos teóricos por meio de Heráclito,
Aristóteles, Platão, Kant, tratando-os "como se fossem seus contemporâneos,
chegou tão perto deles que escutou o que não chegaram a dizer e colocou isso em
linguagem"(6).
O cenário descrito é importante para entendermos a formação intelectual e o
posicionamento do filósofo enquanto forma de ver o mundo, pois apesar de ter a
teologia como fundamento de seus estudos, fixou-se na filosofia.
Na Universidade de Freiburg, Heidegger convive num ambiente liberal cultivando
os estudos históricos. Durante a guerra de 1914 ele inicia sua carreira de
professor e dezenove anos depois ele assume a reitoria desta mesma
universidade. Hoje é um dos ícones de referência à filosofia moderna, onde sua
obra Ser e Tempo se desponta dentre um dos seus mais marcantes registros na
busca do sentido do ser, pois nesta obra Heidegger "pretende representar a
recolocação dos problemas fundamentais da filosofia que é a questão do Ser"(5).
O filosofar heideggeriano é uma constante interrogação a este respeito. Através
de sua obra Ser e Tempo, Heidegger aborda a questão do Ser através do método
fenomenológico, fazendo da reflexão acerca do Ser seu ponto de partida. Este
autor aponta o fato de que, através do próprio homem, é que se dá o caminho
para se conhecer o Ser. O homem em sua solidão interroga-se sobre si mesmo,
colocando-se em questão e refletindo sobre ele mesmo, e neste momento o Ser dá-
se a conhecer. O objetivo da reflexão filosófica encontra-se no fato de que o
filósofo, partindo da existência humana (Dasein - ser-aí), procura desvendar o
ser em si-mesmo"(5).
Desta forma, com o destaque da obra Ser e Tempo no mundo da filosofia moderna,
Heidegger desenvolveu uma maneira particular de pensar as coisas do mundo. E
indagar, não responder era a paixão de Heidegger. A isso, sobre o que indagava
e por que procurava ele chamou-o de ser. Durante toda sua vida filosófica
sempre indagou pelo ser. O sentido dessa indagação é apenas devolver à vida o
mistério que ameaça desaparecer da modernidade(2).
CONCEITOS EM HEIDEGGER
O estilo de pensamento e a linguagem deste filósofo é algo peculiar e em seus
escritos, Heidegger cria um modo único de se expressar e definir situações no
mundo. Neste sentido, é necessário apresentar alguns conceitos importantes que
constroem a base do pensamento do autor. Na obra Ser e Tempo, estes conceitos
permeiam o fundamento de seu pensamento e trazem consigo um grande teor de
significados imbricados.
Neste momento, trazemos a conhecimento apenas alguns desses conceitos em
Heidegger, os quais consideramos ser importantes para a reflexão que nos
propomos a fazer sobre o cuidado. São eles:
Dasein:é ser-aí, é presença, é a maneira de dizer que o ser só é alguma coisa a
partir dos modos como ele se manifesta. Para Heidegger esse conceito representa
a ênfase à idéia de que o ser não é sem suas formas de manifestação.
Presença: a presença é o homem e sua relação com o mundo, ela é determinada na
cotidianidade pelo seu modo de ser, é ela que enuncia o que o mundo é. Em Ser e
Tempo, a presença ocupa um significado de estar lançado, jogado no tempo, se
relacionar com o mundo segundo um modo de ser.
Existência:é a dimensão do existente enquanto se reconhece jogado na
temporalidade e necessariamente tendo que agir para fora de si mesmo. Esse
caráter de lançar-se para fora é que dá ao humano a condição de existente.
Ser-no-mundo:é a condição do existente enquanto consciente de sua presença no
tempo e no mundo. Significa que o homem nunca é uma subjetividade em si mesmo,
senão na inter-relação com os outros e com as coisas.
Estar-no-mundo: significa o ente lançado na temporalidade, submetido a todas as
nuances e todas as limitações desta condição.
Autenticidade:está relacionado com o ser- próprio. É o ser que assume
propriamente a sua existência, levando-a a um grau de responsabilidade por
todos os modos de realização de sua presença na temporalidade.
Inautenticidade: é o impessoal dentro das dimensões da temporalidade e da
historicidade. Heidegger fala que nas ocupações com o mundo circundante, os
outros nos vêm ao encontro naquilo que são. É o ser existente que ainda não
chama para si a responsabilidade de assumir por si mesmo a sua presença no
mundo.
Cura: refere-se a uma das características ontológicas do ser-aí e diz respeito
à condição do ser-aí cuidar, zelar, por suas possibilidades de poder-ser. Do
ponto de vista ôntico, todos os comportamentos e atitudes do homem são dotados
de cura e guiados por uma "dedicação".
Cuidado:o cuidado pode ser entendido como ato, o qual ocupa um sentido ôntico,
ou como possibilidades, um sentido que vai além do ato, além do que se pode
perceber, ocupando um sentido ontológico. Para Heidegger o cuidado contempla o
modo positivo de cuidar dos entes, não é sinônimo de bondade, é entender
autenticamente o que é importante.
Ôntico:é tudo que é percebido, entendido, conhecido de imediato. É a
compreensão cotidiana do ser em que nos movemos. É a dimensão do ser-aí
envolvido na cotidianidade.
Ontológico:a dimensão ontológica diz respeito aquilo que antecede
originariamente toda manifestação ôntica e lhe garante um sentido. Diz respeito
às diferentes possibilidades de ação do ser-aí junto às coisas e aos outros,
não no sentido daquilo que é manifesto, mas daquilo que possibilita toda
manifestação.
Propriedade:caracteriza-se pelo modo de ser autêntico da existência, referindo-
se contrariamente àquilo que diz respeito à impropriedade.
Impropriedade:é o modo de ser comum do homem, é o impessoal, o impróprio. É
existir naquilo que já está estabelecido, é viver cotidianamente no modo de ser
não si mesmo, é o lugar onde nós estamos. Mas não podemos descartar essa
condição, pois Heidegger ressalta que sob essas condições também o ser-aí se
organiza no seu co-existir junto aos outros e às coisas.
A originalidade denota o que é próprio em Heidegger e no sentido de considerar
essa autenticidade que repensamos a cada dia sobre o cuidado de enfermagem não
como um cuidado que se aprenda por meio de manuais e rotinas estáticas, mas um
cuidado reflexivo que considere o outro, as coisas presentes e ausentes no
cotidiano, que pense no agora já modificado, ou seja, um cuidado próprio,
dinâmico e inacabado.
REFLEXÕES SOBRE A ONTOLOGIA DO CUIDADO EM HEIDEGGER
Por convivermos com desafios diários junto às estruturas de saúde como também
por aquilo que impele nossas ações como ser racional que cuida de gente existem
situações que não podem deixar de ser consideradas quando falamos em cuidado de
enfermagem. Assim, em seus constructos, Heidegger demonstra uma relação do
homem consigo mesmo, aquilo que constitui o núcleo da existência humana como
uma única realidade. É o homem como sujeito de sua própria realização.
A presença é um ente que, sendo, já está em jogo seu próprio ser. Na
constituição ontológica da compreensão, o "estar em jogo" evidenciou-se como o
ser que se projeta para o poder-ser mais próprio(1). Desta forma, entendemos
que o homem também se relaciona, se lança, estabelece relações, sendo na
maioria das vezes absorvido, toma a forma do seu mundo, da realidade que está
vivendo.
No sentido unificador e em sua densa manifestação diante da vida, Heidegger
cita a concepção de cuidado quando fala da confirmação da interpretação
existencial da presença como cura a partir da própria interpretação pré-
ontológica da presença: "o cuidado encerra o 'si-mesmo' na unidade de uma
estrutura, que tanto possibilita a conquista do Dasein ao ganhar-se, quanto a
sua perda, envolvido pelos entes intra-mundanos entre os quais se encontra
[...]. A condição existencial de possibilidade de 'cuidado com a vida' e
'dedicação' deve ser concebida como cura num sentido originário, ou seja,
ontológico"(2).
Aqui compreendemos que não é possível pensar o cuidado como apenas teorização
sobre a ação, como também não se pode defini-lo como uma simples e única
estrutura em si mesma, pois sua condição mostra uma articulação estrutural que
se exprime de forma imanente. Neste sentido "nos chamam atenção para um mundo
de constantes mudanças onde o exercício do cuidar deve considerar o estado
permanente de desenvolvimento pessoal, de transformações e de vir-a-ser, uma
auto-compreensão ontológica pré-reflexiva para facilitar a compreensão/reflexão
epistemológica [...]. No exercício do cuidar em enfermagem, seja individual ou
coletivo, permeiam eventos de relações entre modos de ser no mundo, nas quais
seres que cuidam e seres cuidados se entrelaçam numa dinâmica intersubjetiva
recíproca e até imperceptiva. Nesse ir e vir do cuidado, pessoas (entes que
cuidam) emprestam percepções, emoções, sentimentos, valores e saberes ao
fenômeno (o que aparece, pessoa que está sendo cuidada) para fazer ver a partir
de si mesmo o que se é em si mesmo"(7).
Em sua essência, o ser-no-mundo é cura, que aqui é utilizado do ponto de vista
puramente ontológico-existencial. Sendo que a cura não indica, portanto,
primordial ou exclusivamente, uma estrutura isolada do eu consigo mesmo. Cura
ocupa o espaço de um duplo sentido em que ele não significa apenas um "esforço
angustiado", mas também o "cuidado" e a "dedicação"(1).
O ser que para aquilo que, em sua liberdade, pode ser para suas possibilidades
mais próprias (para o projeto), é um "desempenho" da "cura". De modo igualmente
originário, ela determina, porém, o modo fundamental deste ente, segundo o qual
ele está entregue ao mundo da ocupação (estar-lançado). O "duplo sentido" de
"cura" significa uma constituição fundamental em sua dupla estrutura essencial
de projeto lançado(1).
Cabe compreender que a cura é parte constitutiva da natureza humana, mas quem
vai decidir é o tempo, o homem não será nada se não for o tempo/o mundo. O ser
do homem só existe enquanto ser no tempo. Então, o duplo sentido de cura fala
da dinâmica do cuidado, de sua relação originária onde o cuidado ocupa amplos
espaços estando fortemente implicado ao sentido de ser, no co-existir.
Neste mesmo sentido, o movimento constante do cuidado como ato (sentido ôntico)
se manifesta na prática diária com todas as normas e rotinas estabelecidas.
Porém, não se esgota aí, o cuidado também ocupa um espaço de abertura para
possibilidades, como algo que ainda pode ser desvelado. E o que de fato faz
parte da existência humana, do cuidado, só podemos conhecer na história, no
modo de ser em que predomina seu percurso temporal no mundo, naquilo que diz
respeito a sua natureza.
REFLEXÕES FINAIS
As reflexões feitas até o momento mostraram a complexidade que envolve o
cuidado humano e por meio do pensamento de Heidegger compreendemos que conviver
no cotidiano de ações da enfermagem é um desafio que nos remete a um novo olhar
para a magnitude do cuidado. No entanto, essa reordenação de olhares não quer
dizer unidirecionar as ações de cuidado somente para o prisma deste filósofo,
mas sim conviver com esse pensamento buscando reflexão, e encontro,
perscrutando tudo aquilo que possa contribuir para um cuidado de enfermagem
compromissado com o bem, com a ética, com o respeito ao outro.
Entendemos que as abstrações são necessárias e podem contribuir para as
concretudes do cuidado em nossos espaços de atenção à saúde. Mas, as
concretudes precisam ser diariamente pensadas, refletidas, dialogadas,
fundamentadas e que se efetivem diante da complexa existência humana. Neste
sentido, considerando o cuidado como algo motriz para a enfermagem, é
incoerente e inconcebível permanecer realizando repetidas vezes ações que
podemos considerar "robotizadas".
"O ser do ser-aí como cuidado"(1), é a abertura de mundo que só ocorre como
resultado dos existenciais conjuntamente. É o resultado desta relação, deste
entrelaçamento, deste permitir que o outro se mostre e ainda de permitir que a
angústia se manifeste de maneira autêntica e inautêntica nos diferentes
momentos da vida no mundo.
É esse envolvimento voluntário, sem a condição de obrigatoriedade ou modismo
que precisamos exercitar enquanto cuidadores em saúde e enfermagem. Não podemos
cuidar ou se utilizar desta palavra de forma imposta, mas procurando exercitar
um modo de ser autêntico capaz de revelar nossa existência.
Nesse sentido, o cuidado é entendido como ação que vai além de procedimentos
técnicos, engloba envolvimento e compromisso com o outro, tornando-se,
portanto, uma ação humanizada(8).
Entendemos que assim, essas reflexões nos ajudarão a pensar em um cuidado com
liberdade e responsabilidade, que contribua para o comprometimento com o ser
humano de modo harmonioso com a natureza.