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EuPTCVHe0870-71032011000200014

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variedadeEu
ano2011
fonteScielo

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Revisão sistemática da eficácia da terapêutica farmacológica na perturbação da ansiedade generalizada Revisão sistemática da eficácia da terapêutica farmacológica na perturbação da ansiedade generalizada

André Tomé UCSP São Mamede/Santa Isabel ACES Lisboa Central

Referência: Baldwin D, Woods R, Lawson R, Taylor D. Efficacy of drug treatments for generalised anxiety disorder: systematic review and meta-analysis. BMJ 2011 Mar 11; 342: d1199. doi: 10.1136/bmj.d1199.

Questão clínica Qual o fármaco mais eficaz para o tratamento dos doentes com perturbação da ansiedade generalizada?

Comentário A perturbação da ansiedade generalizada é um dos problemas com que o médico de família se pode deparar na sua actividade diária, cabendo-lhe muitas vezes a detecção inicial do quadro clínico e o início de tratamento.

Este estudo procura encontrar a melhor evidência sobre a terapêutica adequada nesta patologia, recorrendo à comparação das diferentes opções farmacológicas por vários métodos estatísticos. Os resultados indicam que os ISRS são a melhor opção, o que vai de encontro às actuais normas clínicas internacionais.

As observações deste estudo revelam que algumas das substâncias mais conhecidas e estudadas dentro do grupo dos ISRS, inclusive mais acessíveis economicamente, podem ser as mais indicadas para a PAG. Relativamente aos resultados, a fluoxetina é apontada como o tratamento mais eficaz (com maior probabilidade de resposta e remissão) e a sertralina como tendo a melhor tolerância (Nível de Evidência 1a). Estes dados são semelhantes aos de outros estudos recentes.1-2 No entanto, estes resultados podem ser pouco fiáveis pela falta dados (foi utilizado somente um estudo com fluoxetina) e pela ausência de estudos com uma comparação directa entre as várias substâncias. Por outro lado, várias reflexões são levantadas pelo facto de a resposta da perturbação da ansiedade generalizada ao placebo ser muito variável nos vários estudos, pondo em causa a força dos resultados bem como a falta de significância em algumas das comparações de tratamentos. Também a exclusão dos doentes com comorbilidades pode afastar a amostra estudada da população observada diariamente.

Não obstante as falhas apresentadas, estes dados podem ser relevantes na prática clínica diária, pela dificuldade que os clínicos apresentam na escolha de um fármaco por entre o imenso manancial disponível para este problema de saúde. A aposta nos ISRS para a perturbação da ansiedade generalizada parece assim ser a melhor opção terapêutica, sujeita contudo à avaliação clínica pelo médico de família para cada doente.

Pelo exposto, surgem vários pontos-chave a esclarecer que podem motivar novos estudos, idealmente em larga escala, com comparações directas entre opções de tratamento. Dos vários pontos a investigar, destaca-se a necessidade de obter evidência clara de superioridade de qualquer um dos tratamentos sobre os restantes, incorporando outras alternativas terapêuticas em investigação, como os antipsicóticos;1 a duração da remissão além das 6-8 semanas; e a capacidade dos mesmos de evitar a recidiva a longo prazo, dado tratar-se de uma patologia crónica e recidivante.


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