Validação da Escala de Auto-estima de Rosenberg com adolescentes Portugueses em
contexto forense e escolar
A Escala de Auto-Estima de Rosenberg (Rosenberg Self-Esteem Scale ' RSES;
Rosenberg, 1989; Corcoran & Fischer, 2000) é uma medida breve constituída
por dez itens que avalia a autoestima em adolescentes e adultos. Será
provavelmente a mais difundida de todas as medidas de auto-estima a nível
internacional.
Rosenberg (1989) define auto-estima como a orientação positiva ou negativa de
cada individuo relativamente a si mesmo e refere-se a ela como um dos
componentes do auto-conceito, que é por sua vez conceptualizado como a
totalidade dos pensamentos e sentimentos do individuo com referência a si
próprio enquanto objecto. A relação entre a auto-estima e o sexo dos indivíduos
foi tida por Rosenberg (1989) como não sendo homogénea, mas sim superior no
sexo masculino especialmente no período da adolescência. tal relação tem sido
empiricamente evidenciada por autores como Simmons e Rosenberg (1975) em
adolescentes americanos e Santos e Maia (2003) em adolescentes portugueses
provenientes da população geral.
A RSES foi desenvolvida a partir das pontuações de 5024 participantes de ambos
os sexos, incluindo estudantes universitários e pessoas adultas provenientes de
meios sociais diferentes e grupos étnicos diversificados. originalmente
concebida como escala Guttman, o RSES também pode ser cotada simplesmente
somando os itens tipo Likertde 4 pontos (discordo fortemente = 0, discordo = 1,
Concordo = 2, Concordo fortemente = 3), após se ter feito a reversão dos itens
indicados (nomeadamente os itens 2, 5, 6, 8, 9). A pontuação na escala varia
entre 0 e 30, sendo que pontuações elevadas na escala indicam auto-estima
elevada e vice-versa. Alguns autores têm utilizado a RSES com escalas tipo
likert de 5 ou 7 pontos para fins de investigação.
Os estudos efectuados revelam que esta escala tem demonstrado possuir adequadas
propriedades psicométricas. A nível de estabilidade temporal obtiveram-se
correlações de .82 a .88 (Blascovich & Tomaka, 1993; Rosenberg, 1986). A
nível de consistência interna por alfa de Cronbach obtiveram-se valores de .77
a .88 (Blascovich & Tomaka, 1993; Rosenberg, 1986). A RSES demonstra ter
boa validade de constructo ao correlacionar-se de forma forte e significativa
com outras medidas de auto-estima (e.g., Coopersmith Self-Esteem Inventory) e
ao não se correlacionar com medidas que envolvem outros constructos diferentes
não sobreponíveis (Corcoran & Fischer, 2000).
Em Portugal existe uma enorme necessidade de proceder à adaptação e validação
de instrumentos psicométricos aplicáveis ao campo da delinquência juvenil em
particular e da adolescência em geral. O objectivo do presente artigo consiste
em traduzir, adaptar e estudar as características psicométricas de uma versão
portuguesa da RSES de forma a fundamentar empiricamente a sua utilização a
nível prático e teórico na realidade nacional, especialmente no que diz
respeito ao contexto forense.
Método
Participantes
A amostra total final ficou constituída por 760 participantes de ambos os sexos
(leque etário = 12-20; média = 15.92 anos; desvio-padrão = 1.48 anos), sendo
que desse total 250 participantes (leque etário = 13-20; média = 15.81 anos;
desvio-padrão = 1.32 anos) foram provenientes dos Centros Educativos do
ministério da Justiça e constituíram a amostra forense, e 510 participantes
(leque etário = 12-20; média = 15.95 anos; desvio-padrão = 1.55 anos) foram
provenientes de estabelecimentos públicos de ensino da grande lisboa e
constituíram a amostra escolar.
Na tabela_1 podem observar-se dados relativos ao sexo, frequência e percentagem
de participantes segundo a proveniência. Os participantes do sexo masculinos
foram mais numerosos (71.4%) que os do sexo feminino (28.6%).
Relativamente à etnicidade, 59.6% eram brancos, 24.2% eram negros, 13.4% eram
mulatos e 1.8% eram ciganos e 0.9% pertenciam a outras etnias. Relativamente à
nacionalidade, 79.9% eram portugueses, 16.2% eram nacionais de países
africanos, 1.2% eram nacionais de países europeus e 2.8% tinham outras
nacionalidades (e.g., Brasil). No que diz respeito à proveniência Rural
versusurbano, a grande maioria (98.8%) eram provenientes de zonas urbanas/semi-
urbanas.
Medidas
A Escala de Auto-Estima de Rosenberg (Rosenberg Self-Esteem Scale ' RSES;
Rosenberg, 1979; 1989; Corcoran & Fischer, 2000), conforme já foi referido,
é uma medida breve que avalia a auto-estima em adolescentes e adultos. A escala
foi desenvolvida a partir das pontuações de 5024 participantes de ambos os
sexos provenientes de níveis sócio-económicos diversos e profissões
diversificadas. A RSES pode ser cotada simplesmente somando os dez itens
ordinais tipo Likert de 4 pontos (discordo fortemente = 0, discordo = 1,
Concordo = 2, Concordo fortemente = 3), após se ter efectuado a reversão dos
itens apropriados (nomeadamente os itens 2, 5, 6, 8 e 9).
A Escala de desejabilidade Social de Marlowe-Crowne (Marlowe-Crowne Social
desirability Scale ' MCSDS; Crowne & Marlowe, 1960) foi concebida para
avaliar a tendência que certas pessoas têm em apresentar as suas qualidades de
forma inflacionada ou exagerada. Ballard (1992), tomando uma amostra de 399
estudantes universitários, construiu várias versões curtas, sendo que a mais
difundida em termos de utilização, constituída por treze itens cotados como 0
(não) ou Sim (1), ficou conhecida como sub escala compósita (MCSDS-SF).
Pontuações mais elevadas nesta escala reflectem a tendência de dar respostas
socialmente mais desejáveis. Esta escala curta foi utilizada na presente
investigação para efectuar a validade divergente. A consistência interna,
calculada pelo coeficiente Kuder-Richardson, no presente estudo foi de .60.
Adicionalmente foi construído um questionário sócio-demográfico para descrever
as características sócio-demográficas da amostra utilizada e analisar o efeito
moderador dessas variáveis. Este questionário incluiu questões como a idade dos
participantes, a sua nacionalidade, grupo étnico, o sexo, a proveniência rural
versus urbana, os anos de escolaridade completados, o nível sócio-económico dos
pais e o estado civil dos pais.
Procedimentos
Como princípio do processo de validação procurouse obter autorização para
utilizar a escala. No site http://www.bsos.umd.edu/socy/research/rosenberg.htm
é possível encontrar uma versão integral da escala disponibilizada
gratuitamente e documentação relacionada.
Para proceder à tradução dos instrumentos seguiram-se guidelines estabelecidas
internacionalmente (Hambleton, 2001; Van de Vijver & Hambleton, 1996).
Contou-se com a colaboração de duas tradutoras independentes bilingues
licenciadas em Português-inglês e professoras do ensino secundário. Uma
tradutora fez a tradução para português, tendo a outra feito a respectiva
retroversão para inglês, que foi então comparada com o instrumento original.
Quando o resultado da tradução foi considerado como estando num estado
suficientemente avançado foram feitas algumas aplicações experimentais no
terreno que permitiram aperfeiçoar a linguagem utilizada de forma a torná-la
mais directa e facilmente entendível pelos jovens.
O leque etário para participação dos jovens na investigação foi previamente
fixado entre os 12 anos e os 20 anos dado ser esse o intervalo etário abrangido
pela lei tutelar-Educativa no sistema judicial português. Cada questionário
aplicado era precedido por um termo de consentimento informado, em que era dado
conhecimento do carácter voluntário e confidencial de participação no estudo. A
recolha dos questionários propriamente dita decorreu durante um período de
aproximadamente um ano e meio.
A recolha dos questionários em meio forense decorreu individualmente após se
ter obtido autorização por parte da direcção-Geral de Reinserção Social (DGRS),
ministério da Justiça. Foram feitas aplicações em todos os Centros Educativos
existentes a nível nacional. Nem todos os jovens concordaram ou puderam
participar, sendo que a não participação incluiu motivos como recusa em
participar, impossibilidade de participar devido a não entendimento da língua
portuguesa e impossibilidade de participar devido a questões de segurança. A
taxa de participação foi de cerca de 90%. Todos os questionários dos jovens que
participaram foram considerados válidos. Cada questionário foi devidamente
identificado para facilitar a eventual recolha de dados processuais e o teste-
reteste.
A recolha dos questionários em meio escolar decorreu após se ter obtido
autorização por parte da direcção-Geral de inovação e de desenvolvimento
Curricular (DGIDC), ministério da Educação. Foram aleatoriamente seleccionadas
doze escolas básicas/secundárias da região da grande lisboa, das quais quatro
concordaram em participar. Os motivos da não participação incluíram ausência
sistemática de resposta ao pedido de colaboração efectuado pelo investigador,
alegadas questões relativas à organização interna das escolas que
impossibilitaram a colaboração, além de recusa em colaborar devido ao conteúdo
forense do questionário. As escolas que aceitaram participar solicitaram que a
participação de cada aluno fosse previamente autorizada através de um termo de
consentimento assinado pelo encarregado de educação. No final, foram excluídos
cerca de 13% dos participantes devido a estarem fora do intervalo etário
estabelecido ou a motivos como terem entregado questionários não preenchidos,
incompletos ou ilegíveis.
Os dados relativos aos questionários considerados válidos foram inseridos em
SPSS v18 e posteriormente tratados em SPSS v19 (IBM SPSS, 2010). Após a
inserção dos dados ter sido feita foram aleatoriamente seleccionados 10% dos
questionários inseridos, de forma a avaliar a qualidade de inserção dos mesmos.
Foram excluídos cerca de 13% dos participantes (predominantemente da amostra
escolar) devido a estarem fora do intervalo etário estabelecido ou a motivos
como terem entregado questionários não preenchidos, incompletos ou ilegíveis.
No tratamento de dados estatísticos propriamente dito pretendeu-se recorrer a
uma ampla variedade de técnicas estatísticas, incluindo estatísticas
descritivas, testes paramétricos e não-paramétricos de comparação de grupos,
correlações paramétricas e não paramétricas, análise de componentes principais,
análise de consistência interna, análise discriminante, potência de teste e
dimensão de efeito, entre outras.
Resultados
Na fase inicial do tratamento de dados foram analisadas as variáveis
moderadoras incluídas no questionário sócio-demográfico. Os resultados
demonstraram que a amostra forense continha menos participantes do sexo
feminino (X2= 5.484, p ≤ .001), menos participantes de etnia/ raça branca (X2=
38.776, p ≤ .001), menos participantes de proveniência urbana (X2= 18.580, p ≤
.001), menos anos de escolaridade completos (F = 1194.506, p ≤ .001), mais
progenitores com baixo nível sócio-económico (U = 33514, p ≤ .001) e mais
progenitores divorciados ou falecidos (X2= 127.898, p ≤ .001). Não foram
encontradas diferenças estatisticamente significativas entre a amostra forense
e a amostra escolar relativamente à idade dos participantes ou à sua
nacionalidade.
Seguidamente analisaram-se as estatísticas descritivas da pontuação total da
RSES relativas à totalidade do leque etário por amostras forense e escolar e
por sexo dos participantes (tabela_2).
Foram também analisadas as estatísticas descritivas da pontuação total da RSES
por classes etárias e por amostras (tabela_3).
O primeiro passo na validação do RSES foi a análise dos itens de forma a
verificar a existência de eventuais desvios grosseiros da normalidade tomando
os valores da assimetria e da curtose que se encontrassem fora do intervalo -
2 a 2 (tabela_4). A utilização da assimetria e da curtose para avaliar a
normalidade das variáveis é uma prática frequentemente utilizada e recomendada
(IBM SPSS, 2010).
Seguidamente procedeu-se à análise factorial exploratória da escala em que foi
efectuada uma Análise de Componentes Principais (ACP) que revelou a existência
de um factor por amostra, com variâncias entre 30.44% e 38.33%. Para a amostra
total o teste Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) indicou um valor de .86, na amostra
forense indicou valor de .79 e na amostra escolar indicou valor .86. Os testes
de Bartlett foram sempre estatisticamente significativos a p ≤ .001. Todos os
itens saturaram pelo menos .30 em todas as amostras (tabela_5).
O passo seguinte consistiu em calcular nas três amostras a consistência
interna, as correlações médias inter-itens e o leque de correlações item-total
corrigidas (tabela_6).
Relativamente à validade divergente com a Escala de desejabilidade Social de
Marlowe-Crowne versão curta (MCSDS-SF; Ballard, 1992) obteve-se uma correlação
fraca (r = .10). No caso da validade discriminante entre a amostra forense e a
amostra escolar obteve-se um valor estatisticamente significativo ( Λ Wilks =
.961; X2 = 29.806; p = .001). No que diz respeito à estabilidade temporal a
três meses efectuada na amostra forense obteve-se uma correlação forte
estatisticamente significativa (rho = .86; p ≤ .01). De salientar que apenas 88
participantes completaram o reteste do questionário, sendo que os principais
motivos se deveram aos jovens terem sido transferidos de Centro Educativo, a
terem concluído as suas medidas tutelares educativas ou a terem recusado uma
segunda aplicação do questionário. na comparação dos grupos escolares masculino
e feminino por ANOVA relativamente às pontuações totais na RSES foram
encontradas diferenças estatisticamente significativas (F= 16.605; p ≤ .001;
ηp2 = .032; potência = .982) favoráveis ao grupo masculino. Finalmente, na
comparação dos grupos forenses masculino e feminino por ANOVA relativamente às
pontuações totais na RSES não foram encontradas diferenças estatisticamente
significativas (F = .154; p = .695; ηp2 = .001; potência = .068).
Discussão
O ponto de partida para a presente investigação foi a validação para a
realidade linguística e cultural portuguesa da que é considerada a mais
difundida de todas as medidas de auto-estima a nível internacional (Corcoran
& Fischer, 2000), avaliando-se nesse processo se o constructo é
generalizável à população adolescente em contexto forense. Adicionalmente
pretendeu-se também testar a heterogeneidade entre a auto-estima e o sexo dos
indivíduos durante o período da adolescência, defendida por Rosenberg (1989).
O primeiro passo na validação do RSES foi a análise dos itens de forma a
verificar a existência de eventuais desvios grosseiros da normalidade. Não
foram encontrados desvios dado que tanto a assimetria como a curtose se
mantiveram no intervalo aceitável de -2 a 2 (IBM SPSS, 2010).
Seguidamente procedeu-se à análise factorial exploratória da escala. Foi
efectuada uma Análise de Componentes Principais (ACP) em que se extraiu um
único factor. Os testes de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO), que são indicadores de
recomendação relativamente à análise factorial, indicaram valores de médios a
bons, além de que os testes de Bartlett foram sempre estatisticamente
significativos a p ≤ .001. Na ACP propriamente dita, relativamente a todas as
amostras, os itens saturaram pelo menos adequadamente no factor unidimensional
devido a apresentarem pesos factoriais superiores a .30 (Nunnally &
Bernstein, 1994).
Relativamente a consistência interna, a correlações médias inter-item e ao
leque de correlações item-total corrigidas de uma forma geral os resultados
encontrados foram de satisfatórios a bons nas três amostras. Os alfas obtiveram
valores sempre superiores a .70 (Cortina, 1993), tendo na amostra escolar
inclusivamente atingido .81, o que está sensivelmente em linha com os
resultados obtidos por Rosenberg (1986) e por Blascovich e tomaka (1993). As
correlações médias inter-item mantiveram-se dentro dos limites adequados de .15
a .50 (Clark & Watson, 1995), evidenciado que os itens que constituem a
RSES não são nem demasiado heterogéneos nem demasiado homogéneos. o leque de
correlações item-total corrigidas foi superior a .20 nas amostras total e
escolar, todavia na amostra forense ficou ligeiramente abaixo (nunnally &
Bernstein, 1994).
Relativamente à validade divergente efectuada para a amostra total o resultado
evidenciou a fraca correlação (.10) esperada com a Escala de desejabilidade
Social de Marlowe-Crowne versão curta (MCSDS-SF) devido aos constructos medidos
serem conceptualmente diferentes e não sobreponíveis (Kline, 2000). No caso da
validade discriminante constatou-se que a RSES consegue discriminar
significativamente entre a amostra forense e a amostra escolar (Nunnally &
Bernstein, 1994), tidas como mutuamente exclusivas e estruturalmente diferentes
(Marôco, 2010).
No que diz respeito à estabilidade temporal a três meses obteve-se uma
correlação de .86 estatisticamente significativa, considerando-se tal um
resultado bastante bom (Kline, 2000) e ao mesmo nível do que foi obtido por
Rosenberg (1986) e por Blascovich e Tomaka (1993).
Na comparação dos grupos escolares masculino e feminino quanto à pontuação na
RSES foi possível encontrar diferenças estatisticamente significativas
favoráveis ao sexo masculino, o que vai no sentido do que foi defendido por
Rosenberg (1989) e encontrado por diversos autores na população geral de
adolescentes (Simmons & Rosenberg, 1975; Santos & Maia, 2003). O mesmo
não se passou relativamente aos grupos forenses masculino e feminino dado que
não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas. Neste último
caso é possível que tal seja um artefacto, evidenciado pelos baixos valores da
dimensão do efeito e da potência do teste, causado pelo pequeno tamanho da
amostra forense feminina (n = 29).
Em termos de limitações da presente investigação devemos salientar algumas
questões. A amostra forense pode ser considerada como sendo representativa e
possuindo abrangência a nível nacional dado ter incluído a quase totalidade dos
jovens internados em todos os Centros Educativos existentes a nível nacional
num dado momento, mas o mesmo não pode ser dito da amostra escolar dado que
esta se limitou a quatro escolas públicas da região da grande lisboa.
Relativamente aos procedimentos técnicos de validação do instrumento,
futuramente será necessário continuar o processo através de outros
procedimentos complementares (e.g., validade convergente, validação cruzada com
outras amostras). Tal como referiram nunnally e Bernstein (1994), a validação
de um instrumento é um processo sempre inacabado.
Podemos concluir que de uma forma geral foi possível demonstrar adequadas
propriedades psicométricas tanto na amostra forense como na amostra escolar que
justificam a utilização da RSES na realidade nacional, tendo-se confirmado que
o constructo de auto-estima medido é generalizável à população adolescente em
contexto forense. Os técnicos portugueses passam a ter à sua disposição um
instrumento breve de auto-resposta que podem utilizar para avaliar a auto-
estima em adolescentes.