Terapia da Fala: Como intervir?
Terapia da Fala: Como intervir?
Maria Dulce Gouveia1, Maria da Paz Cunha1
1Terapeutas da Fala, CH Porto, Unidade Hospital Maria Pia
A Terapêutica da Fala ou a Terapia a Fala consiste no desenvolvimento de
actividades de prevenção, avaliação, diagnóstico, tratamento e estudo
científico da comunicação humana, linguagem, fala, bem como alterações
relacionadas com as funções auditiva, visual, cognitiva, oro-muscular,
respiração, sucção/deglutição e voz.
Os processos típicos de desenvolvimento bio-psico-sociais determinam a
qualidade de vida da pessoa. No entanto, há factores negativos que os impedem
ou dificultam. Frequentemente, as alterações da comunicação e funções
relacionadas manifestam-se num conjunto de características e necessidades que
tornam cada criança/família como única. Esta situação constitui um dos maiores
desafios na actividade profissional do terapeuta da fala.
Transversalmente a todas as metodologias de avaliação/intervenção, pressupõe-se
sempre o enquadramento do terapeuta da fala numa equipa pluridisciplinar, bem
como a articulação com a família e com os diferentes contextos de vida.
A detecção e a intervenção precoce são extremamente importantes para que se
possa eliminar ou minimizar as eventuais consequências resultantes da
patologia, particularmente nas primeiras etapas de desenvolvimento.
No âmbito da Terapia da Fala, proceder-se-á a uma avaliação em conformidade com
as limitações e condicionamentos que justificaram o encaminhamento.
Ainda que habitualmente se realize uma avaliação formal, utilizando-se para o
efeito, testes e protocolos aferidos ou adaptados para a Língua Portuguesa, por
vezes torna-se necessário recorrer a alguma informalidade com o intuito de
contornar especificidades de cada criança / família. Todo este processo tem
como finalidade principal reconhecer e compreender eventuais alterações de
linguagem/comunicação e funções relacionadas.
Concluída a observação inicial e estando devidamente assinaladas as principais
dificuldades e necessidades da criança / família, é estabelecido um Diagnóstico
Diferencial e elaborado o correspondente Plano Terapêutico.
Este é apresentado à família e restantes educadores para eventuais
ajustamentos, estabelecendo-se uma calendarização para o seu desenvolvimento.
Periodicamente são feitas reavaliações com todos os envolvidos possíveis, a
fim de ser avaliada a eficácia do plano e identificadas necessidades de
reformulação, podendo também ser decidida a alta, nestes momentos.