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EuPTHUAp0430-50272010000200001

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variedadeEu
ano2010
fonteScielo

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Nota Editorial Nota Editorial

Em 1994, o Volume XXIX, Número 57, da Finisterradebruçava-se sobre a investigação produzida por um conjunto de geógrafos portugueses e espanhóis acerca do sector terciário, na sua relação com a evolução do urbanismo de Barcelona e de Lisboa.

No quadro do planeamento estratégico, no qual Barcelona foi pioneira no conjunto de cidades europeias, parece relevante uma reflexão sobre as trajectórias desta cidade no decurso de 16 anos, nesta revista portuguesa de Geografia.

A pertinência e actualidade do tema conduziram à organização de um número temático da Finisterra,dedicado ao tema BARCELONA(S) influenciada pela crónica sentimental intitulada Barcelonas, da autoria de Manuel Vázquez Montalbán, publicado em 1990. Para ele, como toda a obra de criação, Barcelona no es Barcelona, sino Barcelonas, por encerrar todas as cidades possíveis, por ser uma cidade pluridimensional. Em sintonia com esta visão, este foi o mote para a tarefa que nos propusemos: organizar um número da Finisterraque, sem a pretensão de esgotar o tema, abordasse algumas das facetas das transformações que o modelo Barcelona induziu no desenvolvimento urbano, durante e depois das intervenções ligadas ao projecto olímpico de 1992.

Desta vez, os artigos apresentados na revista são um reflexo da investigação desenvolvida quase exclusivamente por colegas espanhóis. Os sub-temas estruturantes do volume constituem reflexões críticas em torno das políticas e estratégias económicas e sociais, de urbanismo, transportes, patrimoniais e territoriais, despoletadas pelo planeamento estratégico de Barcelona, com implicações para a cidade e a sua área metropolitana.

O planeamento estratégico a que nos referimos caracteriza-se por procurar um maior desenvolvimento económico, social e territorial da cidade (através de um plano integrador, assente em projectos estruturantes, facilitador da coerência das intervenções), e dispor de uma liderança representativa dos interesses dos actores económicos e dos cidadãos. Esta modalidade de plano estratégico, muito centrada nos compromissos e na colaboração entre parceiros, surge em Barcelona em 1988 e é um referencial de antecipação de um novo modelo de gestão urbana, constituindo uma fonte inspiradora para muitas cidades em todo o mundo.

A pesquisa teórica e empírica a que Barcelona tem dado origem é muito extensa.

Entendemos, por isso, que apesar das variadas e riquíssimas abordagens incluídas neste número, não poderíamos abarcar todas as perspectivas; a colecção de textos que agora apresentamos representa porém um tributo aos estudos urbanos e territoriais. Os temas abordados reflectem criticamente sobre intervenções ocorridas nas esferas económica, social e urbanística, em Barcelona e na área metropolitana desde os anos 1980. Por isso, os artigos e recensões contidos neste número são um incentivo valioso para qualquer estudante, profissional ou académico que se interesse pelo tema das cidades.

Aos autores (e revisores científicos), a Finisterraagradece este contributo, porque cada um deles aborda de ângulos muito pertinentes a forma como se pode analisar o desenvolvimento de uma cidade do Sul da Europa, constituindo um estímulo para o aprofundamento dos estudos urbanos.

Margarida Queirós e Maria João Alcoforado


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