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variedadeEu
ano2010
fonteScielo

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Editorial Editorial

Cumprindo o objectivo de abertura a espaços transnacionais Sociologia, Problemas e Práticasinicia este volume com uma análise das políticas de família em França e na Alemanha, da autoria de Jeanne Fagnani e Antoine Math. Neste artigo os autores comparam as políticas de ambos os países e pretendem compreender em que medida as diferenças encontradas tendem a esbater-se, no quadro das reformas operadas desde os anos de 1990, e que vectores contribuem para a permanência de especificidades.

Américo Freire centra-se no estudo do exílio das elites brasileiras de esquerda em Portugal, após o 25 de Abril de 1974 e durante o regime militar do Brasil, na mesma época. O autor examina o modo como o Estado português lidou com esses exilados, focando-se na aplicação da legislação internacional sobre refugiados e nas relações diplomáticas estabelecidas entre os governos de ambos os países.

O artigo de Marco Lisi apresenta um estudo comparativo sobre a evolução dos partidos socialistas e social-democratas dos países da Europa do Sul, procurando identificar permanências e continuidades, factores de sucesso e insucesso, no modo como estes partidos se adaptaram às alterações das respectivas bases de apoio bem como à competição interpartidária.

José Manuel Mendes e Pedro Araújo apresentam uma reflexão sobre as acções reivindicativas dos antigos mineiros da Urgeiriça pelo reconhecimento da contaminação radioactiva e avançam o conceito de cidadania biológica como tradutor de tais acções de reivindicação, baseadas no conhecimento dos potenciais "danos biológicos" inerentes à exposição a materiais radioactivos.

É também de protestos sociais e de acções reivindicativas que trata o texto de Mário Guilherme Pinheiro Koury. O autor aborda a reestruturação do movimento sindical rural brasileiro na segunda metade da década de 1960 e procura evidenciar o papel mediador destas organizações na atenuação de pressões colectivas, através da negociação com o Estado de reformas sociais e medidas de protecção social das populações.

Num outro quadrante, e sobre outras formas de protesto, o artigo de Otávio Raposo a conhecer os estilos de sociabilidade de um grupo juvenil da periferia de Lisboa. Nele se destaca a centralidade da música rap no quotidiano dos jovens bem como o seu contributo para a redefinição de significados e de identidades, pondo em causa classificações estigmatizantes.

O texto de Pedro Rodrigues examina o tratamento conferido pela imprensa tablóide à criminalidade. O seu estudo abarca os primeiros anos do presente milénio e a partir de uma simultaneamente extensa e detalhada análise categorial mostra como a percepção pública sobre a violência e o sentimento de insegurança são influenciados pelo processo de construção das notícias e pelas designadas vagas mediáticas.

Deste número constam ainda as recensões aos livrosInstitutions and Politics, de José Manuel Leite Viegas, Helena Carreiras e Andres Malamud, e A Escola Pública Pode Fazer a Diferença, de Maria de Lurdes Rodrigues.

Maria das Dores Guerreiro


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