Distribuição geográfica e diversidade varietal de frutíferas e nozes de clima
temperado no Estado de São Paulo
COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA
Distribuição geográfica e diversidade varietal de frutíferas e nozes de clima
temperado no Estado de São Paulo1
Geographic distribution and varietal diversity of temperate fruits and nuts in
São Paulo State, Brazil
Wilson BarbosaI,VI; Celso Valdevino PommerII,VI; Mariângela Drugovick
RibeiroIII; Renato Ferraz de Arruda VeigaIV; Antonio Alberto CostaV
IBiológo, MSc., Pesquisador Científico (PqC), do Centro Experimental Central
(CEC), do Instituto Agronômico (IAC). Caixa Postal 28, 13001-970, Campinas, SP.
Fone: 19 3241-5188 E-mail: wbarbosa@iac.sp.gov.br
IIEng. Agr., Dr., PqC, Capta-Frutas, IAC. Fone: 19 3241-9910 E-mail:
pommer@iac.br
IIIAn. Sist., BS., CATI. Caixa Postal 960, 13073-001 Campinas, SP. Fone: 19
3743-3700
IVEng. Agr., Dr., PqC, CEC, IAC. Fone: 19 3241-5188 E-mail: veiga@iac.br
VEng. Agr., Dr., PqC, CEC, IAC. Fone: 19 3241-5188 E-mail: costa@iac.br
VIBolsista do CNPq
A fruticultura de clima temperado paulista tem-se caracterizado, nas últimas
décadas, por significativa ampliação regional e renovação estrutural e
varietal. Em moldes comerciais, essa fruticultura deixou de ser praticada
somente em áreas serranas e em municípios próximos da capital, deslocando-se
para outras regiões subtropicais e tropicais do interior, muitas vezes
desprovidas de temperaturas hibernais baixas (Pedro Junior et al., 1979;
Barbosa et al., 1990b).
O cultivo comercial de frutíferas temperadas distribui-se por diversas regiões
paulistas, graças às ações de programas locais de pesquisas, principalmente de
melhoramento genético, de introdução e avaliação de cultivares e de sistemas de
cultivo (Santos Neto, 1955; Rigitano, 1968; Programa Integrado de Pesquisa,
1985; Campo Dall'Orto et al. 1986; Ojima et al., 1988; Pommer, 1993; Barbosa et
al., 1997b). Os resultados alcançados têm estimulado os fruticultores a
investirem nesse mercado, popularizando culturas como videira, frutíferas de
caroço e nogueira-macadâmia. Com isso, muitos pomares de frutas de clima
temperado foram instalados em regiões novas, pouco pesquisadas quanto à
adaptação climática e cultural.
Assim sendo, é oportuno realizar um mapeamento desses novos locais incomuns às
culturas, bem como identificar as cultivares mais usuais nas diversas regiões
frutícolas. De posse desses dados, novas pesquisas locais podem ser
programadas, fornecendo desta forma maiores subsídios técnico-científicos e
econômicos à fruticultura regional paulista.
Objetivando verificar a atual distribuição geográfica e caracterizar a
quantidade e diversidade de espécies e cultivares comerciais de frutíferas e
nozes de clima temperado existentes no Estado de São Paulo, realizou-se o
presente trabalho.
Efetuou-se o levantamento da distribuição geográfica e da quantidade e
diversidade de frutíferas e nozes de clima temperado através de consultas aos
dados do último censo agropecuário do Estado de São Paulo, denominado Projeto
LUPA (Pino et al., 1997). O referido censo foi realizado em 1995/96 e
atualizado parcialmente em 1998. Para cada tipo de frutífera temperada
pesquisaram-se neste trabalho: regiões e municípios produtores, área de
cultivo, quantidade de plantas, bem como o número de propriedades rurais
envolvidas.
Para o conhecimento das principais cultivares e espécies presentes na
fruticultura de clima temperado, realizou-se, de 1998 a 2002, um levantamento
entre os fruticultores das principais regiões frutícolas paulistas. Para tanto,
foram enviados 165 questionários com informações sobre as principais cultivares
de frutíferas e nozes de clima temperado mais plantadas na propriedade com fins
comerciais. Foram enviados de 12 a 20 questionários para cada tipo de
fruticultor ou especialidade frutífera. Optou-se em classificar, por frutífera,
somente as cultivares que foram citadas em mais de 50% dos questionários. As
demais cultivares, no entanto, foram registradas e apresentadas no trabalho,
objetivando o conhecimento da diversidade varietal, bem como as possíveis
tendências do mercado frutícola do Estado de São Paulo. Nesta pesquisa, mesmo
que relatadas pelos fruticultores, não foram consideradas a quantidade de
plantas por cultivar, nem o material existente em coleções particulares.
Pela análise dos dados do LUPA, verificou-se a existência de 6 famílias
botânicas, 11 gêneros e 12 principais espécies de frutíferas e uma de noz de
clima temperado sendo cultivadas no Estado de São Paulo. São elas: videira
rústica (Vitis labrusca L. e híbridos naturais V. vinifera x V. labrusca),
videira fina (Vitis vinifera L.), pessegueiro (Prunus persica L. Batch),
incluindo a nectarineira (P. persica L. Batch, variedade nucipersica), figueira
(Ficus carica L.), caquizeiro (Diospyrus kaki L. f.), macieira (Malus
domesticaBorkh), ameixeira (Prunus salicina Lindl.), pereira européia (Pyrus
communis L.), pereira asiática (P. serotina Reidher), quivizeiro (Actinidia
deliciosa [A. Chev. ] C.F. Liang & A. R. Fergunson), marmeleiro (Cydonia
oblonga Mill.), além da nogueira-macadâmia (Macadamia integrifoliaMaid. &
Bet.).
Por considerar os dados inconsistentes, não serão apresentados resultados
obtidos com as seguintes frutíferas: abricoteiro (Prunus armeniaca L.),
amoreira (Rubus sp.), cerejeira (P. avium L.), framboezeira (Rubus sp.),
nogueira-pecã (Carya illinoensis L.) e umezeiro (Prunus mume Sieb. &
Zucc.). Nas Tabelas_1 e 2, também não foram incluídos dados do quivizeiro e do
marmeleiro, devido ao baixo número de informações obtidas com os fruticultores
regionais.
Verificou-se que, no Estado de São Paulo, as frutíferas lenhosas de clima
temperado estão sendo cultivadas comercialmente em 9.510 propriedades e em 65%
dos 642 municípios pesquisados. Essa fruticultura foi detectada em 100% das 40
regionais agrícolas existentes no Estado de São Paulo, demonstrando a grande
expansão territorial ocorrida, principalmente durante as últimas duas décadas
(Figura_1).
Observou-se que cada espécie frutífera possui um pólo geográfico principal,
porém não necessariamente único. Isso ficou mais evidente em nível de cultivar,
pela grande diversidade genética e adaptação climática, sendo o pessegueiro
exemplo bem marcante. Encontram-se expressivos cultivos de pessegueiro desde
locais ao norte, centro-leste até o sudoeste do Estado. Na Figura_1 estão
indicados os principais pólos de frutíferas temperadas do Estado de São Paulo.
Foram recebidos 127 questionários, ou seja, 77% do total enviado, dos quais foi
possível classificar até dez principais cultivares comerciais por frutífera, ou
seja, aquelas citadas em mais de 50% das consultas. Ao todo, foram consideradas
53 principais cultivares sendo exploradas economicamente nas 127 propriedades
pesquisadas, exceto para quivi e marmelo (Tabela_2). No texto, porém, são
apresentadas algumas outras cultivares citadas entre 30 e 50% dos
questionários.
Pelos dados do LUPA, evidenciou-se que a videira é, significativamente, a
frutífera de clima temperado mais cultivada no Estado de São Paulo. Registrou-
se a existência de 41,2 milhões de videiras cultivadas em 11,9 mil hectares de
38 regionais agrícolas, constituindo-se numa das frutíferas mais cosmopolitas
do Estado (Tabela_1). Para a uva rústica, Jundiaí, Indaiatuba e Itupeva são os
municípios que lideram, com 9,9; 5,4 e 4,7 milhões de plantas respectivamente.
Para uvas finas, São Miguel Arcanjo e Pilar do Sul são os municípios com o
maior número de plantas cultivadas. Palmeira D'Oeste, Jales e Urânia cultivam
entre 100 e 200 mil plantas do tipo uva fina. Ao todo, verificou-se a presença
de 4,3 e 36,9 mil videiras finas e rústicas de mesa, respectivamente, mostrando
aumento de cerca de 10% em relação ao número de plantas existentes no início da
década de 80 (Programa Paulista de Fruticultura de Clima Temperado, 1983).
Entre as uvas rústicas, as principais cultivares-copa mais citadas foram:
'Niagara Rosada' (mutação somática de Niagara branca, original), híbrido
natural entre as espécies Vitis labruscaL. e V. viniferaL., 'Niagara Branca' e
'Isabel', da espécie americana Vitis labruscaL., sendo as mais cultivadas na
região de Campinas, cujas colheitas ocorrem desde dezembro até março (Pommer et
al., 1998). Entre as uvas finas, as mais citadas foram: 'Itália', 'Rubi',
'Benitaka', 'Redglobe', 'Red Meire', 'Centennial Seedless', 'Brasil';
'Patrícia' e 'Máximo'. Tratam-se das cultivares mais plantadas na região de
Jales, no noroeste, e em São Miguel Arcanjo, no sudoeste, pertencentes
originalmente à espécie européia V. viniferaL. ou simples mutações somáticas
('Rubi', 'Benitaka', 'Brasil') ou ainda híbridos complexos ('Patrícia' e
'Máximo'). Evidenciou-se o caráter familiar na exploração vitícola, devido ao
elevado número de pequenas áreas cultivadas. Respectivamente, para uvas finas e
rústicas, foram encontrados cultivos de até 2 ha em 105 e 110 municípios e de 2
a 5 ha em 54 e 34 municípios; em contrapartida, apenas 32 e 23 municípios
apresentaram cultivos em áreas maiores de 20 ha.
Verificou-se pela pesquisa de campo, que a videira e a pereira são as únicas
frutíferas que apresentam mais de uma espécie botânica sendo cultivada
comercialmente.
Em pessegueiro, verificou-se a presença de 1,9 milhão de plantas jovens e
adultas, constituindo-se na segunda frutífera temperada mais plantada no Estado
de São Paulo. Neste dado, incluiu-se a nectarineira, que equivale a 12% da
persicultura paulista em número de plantas. De todas as fruteiras temperadas, o
pessegueiro foi a cultura que mais evoluiu em termos de plantas cultivadas;
comparando os dados disponibilizados em 1982, verifica-se crescimento de cerca
de 420% (Programa Integrado de Pesquisa, 1985). Em Guapiara, na região de
Itapeva, se encontra o principal polo de cultivo do pessegueiro. Já para
nectarineira, Paranapanema é o principal município produtor, seguido por
Guapiara. Cultivares pouco mais exigentes em frio foram bastante citadas no
Sudoeste, região de Itapeva. Tratam-se de introduções do Rio Grande do Sul
(Embrapa - Clima Temperado), como: 'Coral', 'Marli', 'Diamante', 'Premier',
'Chimarrita', 'Eldorado', 'Maciel' e 'Granada' e da Universidade da Flórida
(UFL): 'Sunripe','Rubro-sol', 'Colombina', 'Sunblaze', Fla 84-16N e Fla 84-13N.
As cultivares lançadas pelo Instituto Agronômico (IAC), de baixa exigência em
frio, foram mencionadas principalmente pelos persicultores das regiões de
Itapetininga, Avaré, Itapeva, Campinas e Bragança Paulista. São elas: séries
Aurora, Dourado, Ouromel, Doçura e Jóia, além de 'Biuti', 'Douradão' e da
nectarina 'Centenária'. Na cultura, as cultivares com fenótipos assemelhados
são geralmente agrupadas por tipos como, por exemplo: 'Aurora-1 e 2', 'Jóia-1,
2, 3, 4 e 5' e outras. Segundo Maia et al. (1996), as cultivares 'Flordaprince'
e as dos tipos Aurora e Dourado eram as responsáveis, na década passada, por
15%, 30% e 20% da persicultura paulista. 'Flordaprince', pêssego introduzido da
UFL, foi citado em todas as regiões persícolas. Ressaltou-se na pesquisa o
município de Barretos, ao norte do Estado, que se apresentou como a sexta maior
área persícola paulista, com 19,5 mil plantas em 93 ha. Para as cultivares
citadas na pesquisa, verificam-se safras entre agosto e janeiro, com ciclo de
desenvolvimento dos frutos desde 80 até 180 dias (Barbosa et al., 1990a).
A figueira é a terceira frutífera mais cultivada, sendo 'Roxo de Valinhos' a
única cultivar comercial; seus frutos amadurecem, normalmente, desde dezembro
até abril (Ojima et al, 1998). Com 835 mil plantas, em área de 642 ha, a
ficicultura está presente em 70 municípios paulistas, distribuídos em 25
regionais agrícolas (Tabela_1). A figueira, nos moldes da videira e macieira,
comporta um maior número de indivíduos por área devido à adoção de pequenos
espaçamentos de plantio. Em Valinhos, na região de Campinas, encontra-se o
principal pólo, embora haja tendência de migração da cultura mais para o
interior do Estado. Devido a problemas diversos, a cultura da figueira foi
reduzida em cerca de 60%, quanto ao número de plantas cultivadas. Na década de
80 havia cerca de 2.200 mil plantas, produzindo 31 mil toneladas de figos
(Programa Paulista de Fruticultura de Clima Temperado, 1983).
O caquizeiro constituiu-se na quarta frutífera temperada mais plantada, com 740
mil plantas em 4.372 ha de 1.559 propriedades rurais (Tabela_1). Comparando os
dados estatísticos das décadas de 70, 80 e 90, verifica-se que o caqui foi uma
das culturas que se manteve mais estável quanto ao número total de plantas
cultivadas no Estado (Programa Paulista de Fruticultura de Clima Temperado,
1983; Programa Integrado de Pesquisa, 1985). As cultivares mais citadas foram:
'Rama Forte' e 'Giombô' (variáveis), 'Taubaté' (taninosa) e 'Fuyu' e 'Fuyuhana'
(doces). Em menor escala, verificou-se o cultivo de 'Jirô', 'Kioto' e
'Tokyogosho'. A colheita dessas cultivares ocorre desde janeiro até maio,
dependendo da região de cultivo (Ojima et al., 1998).
Na cultura da macieira, verificou-se a existência de 391 mil plantas cultivadas
em 450 ha, representando a quinta frutífera temperada em quantidade de
indivíduos. Paranapanema, na região de Avaré, é o maior município produtor,
seguido de Taquarivaí (Tabela_1). As principais cultivares citadas foram:
'Anna', 'Brasil', 'Dorset Golden', 'Malus 4', 'Princesa' e 'Rainha', cujas
safras ocorrem entre dezembro e março (Campo Dall'Orto et al., 1998). Em menor
quantidade foram observados cultivos de 'Gala' e 'Fuji', mais exigentes em frio
para quebra-da-endodormência das gemas. Acredita-se que, atualmente, a
quantidade de macieiras tenha sido bastante reduzida, devido à eliminação de
inúmeros pomares velhos e a pouca renovação varietal. A carência de cultivares
mais rústicas e bem adaptadas ao clima, vêm desestimulando os pomicultores
paulistas a investirem na cultura da macieira em larga escala comercial, além,
é claro, da competição com a região sul do Brasil. Em 1983, estimava-se uma
área de 3.250 ha sendo cultivada com macieira, representando 15% do total
nacional (Penteado, 1986). Analizando os dados estatísticos, apresentados há 20
anos (Programa Integrado de Pesquisa, 1985), constata-se que a macieira foi a
cultura de clima temperado que mais sofreu redução de área e de número de
plantas cultivadas, em cerca de 90%.
Com 291 mil indivíduos plantados em 886 ha, a ameixeira é a sexta frutífera
mais cultivada (Tabela_1). Em termos regionais, Itapetininga é o seu maior polo
de cultivo, onde há mais de 50% do total de plantas cultivadas no Estado.
'Reubennel', 'Harry Pickstone' e 'Gulfblaze' introduzidos, respectivamente, da
África do Sul e da UFL (Barbosa et al., 1997a), além de 'Gema-de-Ouro', foram
as cultivares mais citadas na pesquisa de campo. Afora estas quatro, outras
ameixeiras foram relatadas: 'Carmesim', 'Grancuore' e 'Januária', do IAC, além
de 'Roxa de Itaquera' e 'Irati', cultivares de seleção local e introduzidos do
Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), respectivamente. 'Kelsey Paulista', uma
das principais cultivares responsáveis pela expansão da cultura no planalto
paulista (Franco et al., 1986), não foi citada em nenhum cultivo comercial. O
pico de colheita das ameixas citadas se dá em dezembro e janeiro (Ojima et al.,
1998), embora haja cultivares que conseguem produzir frutos em épocas
extemporâneas.
A pereira representou a sétima frutífera de clima temperado mais cultivada no
território paulista. Com 164 mil plantas cultivadas em 411 ha, a cultura está
presente em 43 municípios de 31 regionais agrícolas. O município com maior
concentração de plantas cultivadas é Narandiba, região de Presidente Prudente
(Tabela_1). As principais cultivares relatadas foram: européias - 'Pêra
D'Água', 'Schmidt' ('Smith') e 'Packham's Triumph' (P. communis L.); asiáticas
-'Okusankichi', 'Kosui', 'Hosui' e 'Atago' (P. serotina Rehder), estas últimas
nas regiões de Presidente Prudente e Sorocaba. Ainda foram registradas
'Kieffer' (P. communis L. x P. serotina Reidher) e as cultivares do IAC, como:
'Primorosa', 'Centenária', 'Seleta', 'Tenra' e 'Triunfo' (P. communis L.), que
mesmo sendo de boa qualidade organoléptica, estão presentes apenas em pequenos
cultivos. Outras espécies botânicas encontradas foram: P. calleryana Decne.
(cv. Taiwan Nashi-C), P. betulaefolia Bunge (cv. Manshu Mamenahi), como porta-
enxertos e P. bretschneideriReidher (cv. Ya-li), como copa. A colheita da pêra
inicia-se em dezembro e persiste até abril, quando amadurecem as cultivares de
origem asiática (Barbosa et al., 1998).
A nespereira constituiu-se na oitava frutífera mais plantada, sendo Mogi das
Cruzes o principal polo de cultivo, com 66 mil indivíduos em 204 ha. Esta
frutífera foi encontrada em 27 municípios, de 11 regiões paulistas, com 147 mil
plantas cultivadas em 381 ha (Tabela_1). Nos últimos 20 anos, o número de
plantas cultivadas diminuiu em cerca de 35% (Programa Integrado de Pesquisa,
1985). Seus principais cultivares são: 'Mizuho', 'Precoce de Itaquera'
(Fukuhara) e 'Precoce de Campinas'. Também foram relatados cultivos de
'Centenária', 'Mizumo', 'Mizauto', 'Parmogi' e 'Nectar de Cristal', porém em
menor quantidade. O período de safra da nêspera é bastante extenso, normalmente
de abril a outubro (Ojima et al., 1998).
O quivizeiro, com 60,4 mil plantas cultivadas em 426 ha, representou a nona
frutífera mais cultivada em termos de número de indivíduos. As principais
cultivares: Bruno, Monty e Abbott, cujas colheitas ocorrem em abril e maio
(Nucci & Trani, 1998), são encontradas em 28 municípios de 16 regiões. Os
dados do LUPA indicam Borborema, região de Jaboticabal, com 22,5 mil plantas,
como o principal município de cultivo.
O marmeleiro, com somente 1.140 plantas cultivadas em 4,3 ha, tem como
principal cultivar o tipo 'Portugal'. Tietê e Vargem Grande do Sul são os
principais municípios produtores de marmelo. Mesmo com as diversas pesquisas
desenvolvidas, a cultura do marmeleiro não avançou no Estado de São Paulo. Isso
provavelmente tenha ocorrido devido a problemas fitossanitários que impedem o
desenvolvimento normal da planta e a produção de frutos de alta qualidade
(Campo Dall'Orto et al., 1986).
A macadâmia, por sua vez, contituiu-se na principal nogueira de clima
temperado-subtropical cultivada no Estado de São Paulo. Em área de 2.166 ha são
cultivadas 587 mil plantas, num total de 199 propriedades. Dois Córregos,
região de Jaú, é o principal município produtor (Tabela_1). Em seguida estão
classificados os municípios de Bauru, Avaré e São Sebastião da Grama que,
juntos, correspondem a 45% da área cultivada com essa nogueira no Estado.
Segundo a Associação dos Produtores de Macadâmia de São Paulo (1993), havia no
início da década de 90, cerca de 370 mil nogueiras-macadâmia sendo cultivadas
em 2.065 ha, representando 38% da área nacional. As cultivares mais citadas e
que são colhidas de março a maio (Ojima et al., 1998) foram: 'Keauhou',
'Keaau', 'Kau' e 'Mauka', introduzidas do Havaí, 'Keaumi', 'Keaudo' e
'Campinas-B', desenvolvidas pelo IAC e 'Aloha', obtida pela Dierberger
Agrícola.