Motivação da equipe e estratégias motivacionais adotadas pelo enfermeiro
INTRODUÇÃO
Grande parcela das instituições, incluindo aquelas voltadas para a prestação de
serviços na área da saúde, tem por objetivo oferecer um atendimento de
qualidade e ao mesmo tempo eficiente aos seus clientes e para tal, não poupam
investimentos em equipamentos sofisticados, reforma na estrutura física dos
prédios e até mesmo adotam políticas de aumento salarial. No entanto, os
administradores acabam esquecendo um elemento relevante para o sucesso de suas
empresas, seu funcionário, e é nesse contexto que a motivação se torna uma
questão a ser estudada.
A motivação humana é caracterizada por um conjunto de fatores dinâmicos
existentes na personalidade, que determinam a conduta de cada um. Esses fatores
dinâmicos, ao entrarem em ação, envolvem a personalidade como um todo; dessa
forma ao exibir um comportamento motivacional o indivíduo utiliza-se de sua
inteligência, emoções, instintos e experiências vividas para alcançar os seus
objetivos(1).
Muitos administradores acreditam que estejam aplicando políticas motivacionais
na sua empresa ao melhorarem as condições físicas no trabalho, salários,
políticas organizacionais, processos administrativos, benefícios e segurança no
trabalho, mas na verdade estão apenas garantindo a satisfação do funcionário no
ambiente de trabalho.
A enfermagem é uma ciência humana, de pessoas e de experiências com campo de
conhecimento, fundamentações e práticas do cuidar dos seres humanos que
abrangem do estado de saúde aos estados de doença, mediadas por transações
pessoais, profissionais, científicas, estéticas e políticas. O enfermeiro, além
de executar e garantir uma assistência de enfermagem otimizada aos seus
clientes, é também um líder de sua equipe de enfermagem, como também acumula a
função de administrador do setor no qual está inserido(2).
Várias teorias tentam explicar a motivação, porém a Teoria dos dois fatores
proposta por Frederick Herzberg é a que aborda a questão da satisfação e da
motivação no trabalho como sendo dois fenômenos distintos. Para ele a
satisfação no trabalho não é capaz por si só de influenciar de forma permanente
o comportamento do empregado; já a motivação quando presente torna-o mais
equilibrado, mais produtivo com vontade de fazer mais e cada vez melhor(3).
No contexto organizacional atual, têm-se considerado a motivação como um dos
principais fatores relacionados com a produtividade e a qualidade no trabalho,
especialmente agora que as instituições passaram a perceber que o diferencial
competitivo decorre principalmente das pessoas que trabalham nela. No entanto,
uma percepção equivocada acerca de como a motivação deve ser fomentada no
ambiente de trabalho faz com que os gestores adotem programas motivacionais que
têm por objetivo somente moldar o comportamento do trabalhador e garantir que
seus subordinados adotem as condutas esperadas pela organização(4).
Grande parte das pessoas entende de forma errada a motivação, visto que muitas
delas acreditam que possa ser um traço pessoal, ou seja, alguns indivíduos a
possuem, outros não. Assim, a partir desta concepção acerca da motivação é
comum rotularem os funcionários desmotivados como sendo preguiçosos, quando na
verdade sabe-se que a motivação é fruto da interação do indivíduo com a
situação e que por isso cada indivíduo terá um determinado nível de motivação
em uma dada situação(5).
É sabido que a motivação nasce somente das necessidades humanas e não daquelas
coisas que satisfazem estas necessidades. Por isso, a instituição deve levar em
conta as expectativas do indivíduo e o valor que ele atribui à recompensa em um
determinado momento para que assim se instituam programas motivacionais
voltados para a realidade e as necessidades dos trabalhadores(4).
Existem diversas correntes teóricas que tentam explicar o fenômeno da motivação
no indivíduo, dentre elas podemos citar o hedonismo que postula que o fator
motivador nas pessoas é a busca pelo prazer; os behavioristas acreditam que a
motivação do indivíduo advêm do seu comportamento e que este por sua vez pode
ser modificado através dos mecanismos de recompensa e punição. Apesar da grande
variedade de teorias, a Teoria dos dois fatores desenvolvida por Frederick
Herzberg foi a teoria base para o desenvolvimento do presente estudo.
Frederick Herzberg, psicólogo e consultor americano elaborou sua teoria na
década de 60. Em seus estudos procurou conhecer o comportamento humano no
ambiente de trabalho analisando os fatores relacionados à satisfação e à
insatisfação dos trabalhadores; para ele haveria uma diferença entre satisfação
e motivação no trabalho. A satisfação no trabalho garante uma maior
estabilidade na organização, ajuda a diminuir a rotatividade e atua na
manutenção de uma produtividade estável, porém baixa, além de permitir criar
atitudes positivas para o desenvolvimento da motivação; no trabalho por sua
vez, a motivação faz com que o indivíduo torne-se mais responsável com seu
trabalho repercutindo consequentemente em um aumento da produtividade e da
qualidade do trabalho(6).
Ainda de acordo com esta teoria, os fatores que levam a satisfação no trabalho
são chamados de fatores higiênicos e referemse às condições que rodeiam o
empregado: são as condições físicas no trabalho, salário, benefícios, segurança
no trabalho, dentre outros. Em contrapartida, os fatores que fomentam a
motivação são denominados de fatores motivacionais e são aqueles que se referem
à tarefa e a sua execução: a liberdade de criar, de inovar, de procurar formas
próprias e únicas de atingir os resultados de uma tarefa, envolvem ainda
sentimentos de crescimento individual ou até mesmo de reconhecimento
profissional. São fatores que estão focalizados na auto-realização do
indivíduo. Acredita-se dessa forma, que é na realização da tarefa que o
indivíduo será motivado(6).
Para Herzberg a motivação do empregado reside no exercício de tarefas e
atividades que ofereçam suficientes desafios e significados para o trabalhador,
no entanto, o que foi percebido acerca dos conceitos de enfermagem como
profissão e da própria prática de enfermagem é que muitas vezes o trabalho do
enfermeiro e de sua equipe é cercado por tarefas rotineiras, mecanicistas,
permeadas por várias regras e normas de conduta. Talvez seja por causa desse
quadro apresentado que a motivação da equipe de enfermagem seja uma tarefa
particularmente desafiadora para o enfermeiro que deseje fomentá-la em seu
grupo(3).
Outro empecilho para o incremento da motivação na equipe de enfermagem reside
no fato de grande parte dos enfermeiros ainda adotarem princípios da Escola
Científica e Clássica da Administração como modelos de gerenciamento de seus
trabalhos, sem falar também que as raízes da liderança na enfermagem advêm de
um modelo Nightingaliano que preconiza uma liderança diretiva, autocrática e
centralizadora(7). Estes profissionais adotam um modo de gerenciar baseado na
fragmentação de atividades, na impessoalidade, na centralização do poder e em
uma rígida hierarquia, demonstrando assim uma postura totalmente
tradicionalista quanto ao modo de gerenciar(8).
Diante do exposto o presente estudo teve como objetivos conhecer a percepção
dos enfermeiros acerca do que seja uma equipe de enfermagem motivada,
identificar as possíveis políticas motivacionais utilizadas pelo enfermeiro na
sua equipe de enfermagem e verificar se tais políticas atendiam aos fatores
descritos por Frederick Herzberg em sua teoria.
Considerando a motivação como uma ferramenta importante para o desenvolvimento
das potencialidades dos funcionários e diante da necessidade de estudos sobre
esta temática, espera-se discutir a questão do ponto de vista dos enfermeiros,
sejam estes gestores ou assistenciais, quanto à importância da utilização de
políticas motivacionais, visando melhores relacionamentos interpessoais na
equipe culminando em uma assistência de qualidade aos seus clientes.
METODOLOGIA
Estudo de abordagem qualitativa, tendo como universo a cidade de Aracaju, e um
hospital de urgência do como ambiente da pesquisa. A referida instituição
constitui-se como hospital de referência e de grande porte no atendimento de
pacientes no Estado.
A amostra foi compreendida pelos enfermeiros que atuam neste hospital e teve
como critérios de inclusão: aceitação voluntária e disponibilidade para
participar da pesquisa.
A coleta dos dados ocorreu no mês de abril de 2008 após autorização do Comitê
de Ética de Pesquisa em Seres Humanos da Universidade Federal de Sergipe (UFS)
conforme Resolução do CONEP 196/1996 e foi feita por meio da aplicação de um
questionário composto por cinco questões abertas e três fechadas relacionadas à
motivação na equipe de enfermagem sob a ótica da teoria dos dois fatores de
Frederick Herzberg, sendo aplicado somente após a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido.
Para o tratamento dos resultados obtidos foi utilizada a análise de conteúdo na
modalidade categorial. As falas dos pesquisados foram transcritas e codificadas
colocando-se a letra E (Enfermeiro) seguida do número de ordem correspondente a
entrega do questionário.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A amostra constou de 20 enfermeiros, representando 18,34% dos enfermeiros
lotados na instituição estudada exercendo suas atividades nos seguintes
setores: seis enfermeiros atuam no setor de Pronto Socorro, oito no Setor de
Internação (Clínica Médica e Cirúrgica), um na Unidade Semi Intensiva, um na
Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ), um na UTI Pediátrica, dois na
Pediatria e um no Centro Cirúrgico. Destes, 18 são do sexo feminino e dois do
sexo masculino. A média do tempo de formação dos profissionais participantes da
pesquisa foi de 9, 7 anos.
Para uma melhor compreensão da análise dos dados coletados faz-se necessário
discutir a percepção que os enfermeiros pesquisados têm a respeito da
motivação. O significado de motivação foi atribuído por 17 enfermeiros como
sendo um conjunto de técnicas que quando implementadas promovem a motivação dos
indivíduos. Pode-se verificar por meio das falas:
Motivação é um conjunto de técnicas utilizadas pelo profissional para
se ter um bom desempenho dos funcionários (E13).
É um conjunto de práticas que estimulam os profissionais a realizarem
suas atividades com maior desempenho e entusiasmo (E12).
São técnicas ou ações praticadas a fim de obter ânimo para a execução
de práticas (E01).
De acordo com este grupo, as técnicas mencionadas como sendo a fonte de
motivação dos indivíduos foram: ambiente de trabalho organizado, bons salários,
carga horária de trabalho reduzida, cursos de capacitação. Todas essas técnicas
referem-se aos fatores higiênicos da teoria proposta por Herzberg que, segundo
ele não são capazes de gerar motivação, apenas têm o poder de tornar o trabalho
tolerável.
Apenas três enfermeiros perceberam a motivação como algo intrínseco do
indivíduo associando-a diretamente ao entusiasmo, necessidade de realização
profissional e de reconhecimento do trabalho como pode ser observado nas
respostas:
Para mim motivação é entusiasmo e gostar do que se faz (E16).
É quando você lança mão de recursos para fazer com que o profissional
goste do que faz. O reconhecimento do esforço é a melhor maneira de
motivar alguém (E08).
Ao analisar as respostas dos enfermeiros percebe-se que eles possuem ainda uma
percepção distorcida acerca do que seja a motivação, visto que a maioria a
percebeu como um conjunto de técnicas que pode vir a moldar o comportamento do
indivíduo no trabalho. Além disso, os pesquisados associaram a motivação a
fatores extrínsecos. Esses fatores não contribuem de fato para a motivação dos
indivíduos, no máximo evitam a insatisfação no trabalho(7).
Ainda de acordo com os autores(7), a motivação não pode ser confundida com
satisfação, visto que a satisfação refere-se ao estado em que o trabalhador se
sente satisfeito no contexto do trabalho, enquanto a motivação corresponde ao
estado em que o trabalhador sente-se com disposição ou vontade para trabalhar
produtivamente. Dessa forma, o predomínio de um elevado grau de motivação na
organização resultará em trabalhadores mais equilibrados e produtivos.
A visão dos enfermeiros quanto à motivação como algo que depende de fatores
externos e não do interior dos indivíduos pode ser entendida pela falta de
conhecimento sobre o assunto bem como pela própria história das políticas
motivacionais nas organizações. Os fatores extrínsecos ou higiênicos como
definia Herzberg, eram os únicos levados em consideração para obtenção da
motivação dos empregados; para tornar o trabalho então "aceitável" lançava-se
mão de certos recursos como incrementos salariais para que os empregados
trabalhassem em detrimento de recompensas(5).
Dessa forma, não é de se estranhar que um enfermeiro inserido em uma estrutura
organizacional na qual as poucas políticas motivacionais existentes são
estruturadas em fatores extrínsecos, que evitam apenas a insatisfação no
trabalho, tenha uma percepção de que a motivação da sua equipe só é conseguida
por meio dos fatores higiênicos.
Os pesquisados também foram questionados quanto à motivação da sua equipe de
enfermagem, se eles a consideravam motivada. Para 12 enfermeiros suas equipes
não são motivadas e apontaram os seguintes fatores como causadores da
desmotivação: sobrecarga de trabalho, falta de reconhecimento dos gestores,
ausência de bom relacionamento entre gerência de enfermagem e equipe
assistencial. Conforme pode-se notar a seguir:
No momento a equipe não está motivada devido a situação
organizacional atual: poucos funcionários,salários baixos e falta de
apoio da coordenação (E15).
Minha equipe não é motivada devido à sobrecarga de trabalho que é
imposta, associada à falta de apoio por parte da coordenação de
enfermagem (E10).
Ao analisar as respostas dos participantes percebe-se que os fatores apontados
como causadores de desmotivação na sua equipe nada mais são do que fatores que
estão intimamente ligados com a questão da auto realização do indivíduo e do
tipo de tarefa que ele exerce, correspondendo, portanto, aos fatores
motivacionais que Herzberg cita em sua teoria. Até mesmo o componente salarial
assume uma conotação diferente; se dentro da teoria dos dois fatores ele é
apenas um recurso utilizado para garantir a satisfação no ambiente de trabalho,
neste contexto o salário possuí também um significado de forma de
reconhecimento do trabalho. Como foi sugerido por um dos sujeitos:
Se não elogiam o trabalho da gente diretamente, poderia fazêlo por
meio de uma remuneração melhor para equipe (E 09).
Para muitos enfermeiros a remuneração pode ser vista como um fator de motivação
no trabalho, não sendo, no entanto, o principal motivador.Estes referem outros
fatores motivacionais no seu trabalho como gostar do que faz, relacionamento
satisfatório com a equipe multiprofissional e a possibilidade de obter
crescimento profissional(9).
Em contrapartida, 08 enfermeiros (40%) consideraram suas equipes motivadas e
apontaram nelas as seguintes características: trabalho em equipe, realização
das tarefas com agilidade e sem questionamentos, não questionamento das escalas
diárias de atribuições. Ao analisar tais dados observa-se que os pontos que os
enfermeiros assinalaram como sendo características de uma equipe motivada em
nada se aproximam dos fatores motivacionais e tampouco assemelham-se aos
fatores higiênicos. O que se percebe neste grupo é que a motivação da equipe
está associada à realização da tarefa de forma rápida e sem questionamentos do
que na forma como essa tarefa é realizada
Foi questionado também se os enfermeiros se consideravam motivadores de sua
equipe e em caso de resposta afirmativa como isso era feito. Dos pesquisados,
13 se consideravam motivadores de suas equipes e pontuaram as seguintes
políticas motivacionais utilizadas por eles: participação de toda equipe na
elaboração de planos assistenciais, estabelecimento de liderança democrática,
cultivo de bom relacionamento entre os membros da equipe e reconhecimento de um
bom trabalho executado.
Diante das respostas dadas observou-se um fenômeno contraditório: grande parte
dos enfermeiros pesquisados possuí uma percepção equivocada sobre a motivação
associando-a a fatores extrínsecos, no entanto ao relatarem os tipos de
políticas motivacionais que costumam aplicar em suas equipes percebeu-se que
estas políticas correspondiam na verdade aos fatores intrínsecos da teoria dos
dois fatores que visam a auto valorização e auto realização dos indivíduos nas
tarefas que executam.
A valorização e o reconhecimento do trabalho executado são de grande
importância para o estímulo da motivação, visto que uma vez implementados o
indivíduo sente vontade de realizar bem o seu trabalho; esta vontade de
trabalhar produtivamente é de grande importância para a enfermagem, uma vez que
se trata de uma profissão cujas ações estão voltadas para o cuidado com o
paciente; se o funcionário está desmotivado com o seu trabalho isto se
refletirá na forma como cuida do paciente(10).
Uma parcela significativa de entrevistados respondeu que não se considerava
motivadora da sua equipe, atribuindo a ausência de fomento à motivação em sua
equipe à falta de tempo para colocá-la em prática e até mesmo à ausência de
motivação própria. Segundo relato:
A motivação na equipe deveria ser implementada pelos enfermeiros
gerentes que estão aqui para isso mesmo. Os enfermeiros assistenciais
não têm tempo, muitas vezes ficamos com até 3 alas em um único
plantão (E03).
É difícil motivar uma equipe de enfermagem quando você mesmo não está
motivado para o trabalho (E07).
O enfermeiro deve tomar consciência de que estamos vivenciando um período de
mudanças no âmbito da administração. Observa-se atualmente que os ensinamentos
da Escola Científica e da Escola Clássica da Administração já não fornecem as
respostas adequadas para o cenário atual; a liderança deve ser vista sob uma
nova abordagem estruturada na delegação de poderes, alianças, equipes,
envolvimento, parcerias e negociações, todos esses aspectos visando não só uma
melhor qualidade da assistência prestada como também promover a exploração ao
máximo da motivação humana(8).
Faz-se necessário pontuar que três respondentes afirmaram que não se consideram
motivadores da sua equipe simplesmente pelo fato de não possuírem uma equipe
fixa dada a rotatividade dos enfermeiros (principalmente os dos setores da
clínica médica e cirúrgica). Isto pode ser comprovado pelos seguintes
depoimentos:
Não sou uma motivadora até mesmo porque não tenho uma equipe que eu
possa chamar de minha (E02);
É difícil motivar uma equipe que você tem pouco contato. Grande parte
dos enfermeiros do internamento não tem uma equipe fixa, daí é
difícil estabelecer qualquer tipo de vínculo(E12).
A figura do líder é de grande importância para o desenvolvimento da motivação
da equipe de enfermagem, pois é ele quem irá valorizar a sua equipe de
enfermagem considerando-os indivíduos competentes, criativos e acima de tudo
capazes de desenvolver um trabalho com qualidade. Assim, o líder deve ser
aquele que auxilia os seus colaboradores a desenvolverem as suas
potencialidades(8).
Da mesma forma o enfermeiro que cria com sucesso inovações no serviço de
enfermagem propicia a sua equipe oportunidades de liderança, envolvendo-a no
processo de tomada de decisão do sistema de cuidados de saúde. A motivação
voltada para esses aspectos traz como conseqüência não somente um aumento da
produtividade e da eficiência, mas também promove um maior realce dos valores
humanos daqueles que estão inseridos na organização(11).
Diante das informações obtidas, torna-se relevante que as instituições busquem
alternativas junto à equipe assistencial para que se possam minimizar os
fatores que contribuem para torná-la desmotivada, pois esta pode influir
negativamente tanto na qualidade da assistência prestada ao cliente, quanto na
qualidade de vida do indivíduo que necessita submeter-se diariamente a um
ambiente insalubre e desmotivador. É importante também que o enfermeiro busque
obter informações acerca da motivação, pois quando bem utilizada torna-se
ferramenta fundamental para instigar o desenvolvimento das potencialidades da
sua equipe, independentemente da instituição e da gerência de enfermagem.
CONCLUSÃO
Com a realização desta pesquisa percebeu-se que a maioria dos enfermeiros
entrevistados conceituou a motivação como sendo um conjunto de técnicas que,
quando bem articuladas possuem a capacidade de desenvolver a motivação no
indivíduo sendo necessário para a promoção da mesma a implantação de fatores
favoráveis como ambiente de trabalho organizado, bons salários, carga horária
de trabalho reduzida e cursos de capacitação.
Em relação à motivação de suas equipes de enfermagem 60% dos pesquisados
consideraram-nas desmotivadas, sendo citados como principais fatores da
desmotivação a sobrecarga de trabalho, a falta de reconhecimento dos gestores e
a falta de um bom relacionamento entre a gerência de enfermagem e a equipe
assistencial.
Apesar de considerar sua equipe desmotivada, 65% dos enfermeiros
caracterizaram-se como motivadores da sua equipe e apontaram dentre as
principais políticas motivacionais utilizadas por eles a participação de toda
equipe na elaboração de planos assistenciais, o estabelecimento de liderança
democrática, o cultivo de um bom relacionamento entre a equipe e o
reconhecimento de um bom trabalho executado.