Produção científica brasileira fundamentada na Teoria de Enfermagem de Orem:
revisão integrativa
INTRODUÇÃO
A Enfermagem durante muitos anos teve uma orientação dirigida para enfrentar
apenas as circunstâncias técnicas imediatas de modo intuitivo. Todavia, a
influência de diversos fatores como os científicos, sociais, culturais,
políticos e econômicos remeteram a Enfermagem a um processo de reflexão acerca
do ser e do fazer profissional.
Na década de 1950, surgiram muitos questionamentos em torno do agir
tecnicamente orientado, quando então os enfermeiros passaram a enfatizar a
aplicação de princípios científicos nos seus procedimentos. Nessa mesma época,
surge a necessidade de desenvolver um corpo de conhecimento específico que
pudesse conferir identidade e autonomia à profissão. É neste contexto que se
passou a elaborar os princípios que norteariam teoricamente o agir profissional
(1).
Em sua história, a Enfermagem mostrou-se dependente de outras ciências sem que
houvesse um corpo de conhecimento próprio, o que fomentou o desejo nos
enfermeiros de conhecer sua verdadeira natureza e construir sua identidade(2).
Destarte, em função de sua consolidação como uma ciência focada no cuidado ao
ser humano, a Enfermagem necessita compreender a filosofia do cuidar e sua
utilização nas ações que requerem situações terapêuticas(3).
O advento das teorias é compreendido como uma preocupação dos profissionais de
enfermagem em imprimir orientação teórica que possibilite a sistematização da
prática e o desenvolvimento de atividades apoiadas em processos científicos,
que lhe permita refletir e avaliar suas ações, de modo a aprimorar sua prática.
Observa-se que a elaboração de teorias reflete a necessidade dos profissionais
comporem um corpo de conhecimentos específicos da profissão, a fim de que possa
ser reconhecida como ciência(4).
A necessidade de conhecer e produzir seu próprio conhecimento levou a
Enfermagem especialmente, a norte-americana, a investir tempo e esforços no
desenvolvimento de teorias, modelos e marcos conceituais próprios da profissão,
utilizados como instrumental para direcionar sua prática profissional e
estabelecer as bases de seu conhecimento(4).
As teorias podem ser entendidas como formas de representação da realidade e
definidas como um conjunto de proposições utilizadas para descrever, explicar e
predizer parte de uma realidade. Elas consistem na organização de algum
fenômeno por meio da qual se evidenciam os componentes e as características que
lhes conferem identidade(2), e têm sido um passo fundamental em direção à
compreensão da Enfermagem como práxis, como ação aprofundada pela reflexão,
carregada de sentido, projetada, consciente e transformadora da natureza, do
homem e da sociedade(5).
Apesar de toda evolução da ciência, percebe-se ainda certa dificuldade por
parte do enfermeiro em apoiar seu fazer nas teorias, seja no âmbito da
assistência, ensino ou pesquisa. Nesse sentido, destaca-se a importância da
aplicação de marcos teóricos para construção do conhecimento(6). A visão
caridosa que ainda permeia o cuidar da Enfermagem deve dar lugar a uma visão
reflexiva de natureza filosófica, pautada nos princípios éticos,
epistemológicos e ontológicos da profissão como ciência do cuidado(3), capaz de
produzir conhecimentos que subsidiem sua prática profissional.
O termo teoria refere-se a uma generalização abstrata que apresenta uma
explicação sistemática de como os fenômenos estão inter-relacionados. Seus
principais objetivos são: dar significado aos resultados científicos; resumir o
conhecimento existente em sistemas coerentes; estimular novas pesquisas;
fornecer direção ao estudo, bem como, explicar a natureza das relações entre as
variáveis. Sua utilização proporciona ao enfermeiro o conhecimento necessário
para aperfeiçoar sua prática(7).
Uma das teorias consideradas como marco teórico de referência para a prática
profissional do enfermeiro é a Teoria Geral de Enfermagem proposta por Orem.
Essa teórica apresentou suas concepções de Enfermagem, em 1959, quando publicou
pela primeira vez seu conceito de enfermagem como provimento do autocuidado. Em
1971, publicou Nursing: Concepts of Practice, onde centralizou seu foco no
indivíduo, e em 1980, publicou a segunda edição reformulada, de modo a incluir
unidades multipessoais como família, grupos e comunidade(8).
Em 1985, foi lançada a terceira edição apresentando então a Teoria Geral de
Enfermagem de Orem, formada por três construtos teóricos relacionados, sendo
eles: o autocuidado, as deficiências do autocuidado e os sistemas de
enfermagem. Em 1991, apresentou sua quarta edição incorporando aos seus
escritos maior ênfase na criança, nos grupos e na sociedade(8).
Orem enfatiza a importância do engajamento do cliente para o autocuidado, para
possibilitar que indivíduos, família e comunidade tomem iniciativas e assumam
responsabilidades no desenvolvimento efetivo de seu próprio cuidado em direção
à melhoria da qualidade de vida, saúde e bem-estar(9).
Percebe-se ser inegável e amplo o avanço da Enfermagem no que diz respeito à
prestação de cuidados fundamentados em princípios teóricos científicos, porém,
apesar de sua importância, tem havido por parte dos enfermeiros,
questionamentos quanto à aplicabilidade das teorias na prática e,
frequentemente, ouvem-se referências às dificuldades de operacionalização, no
âmbito de sua atuação profissional(2).
Diante desta problemática em torno da utilização das teorias de Enfermagem,
torna-se relevante analisá-las, a fim de que se possa compreender sua
aplicabilidade na prática da Enfermagem. Neste sentido, faz-se o seguinte
questionamento: A Teoria de Enfermagem de Orem é utilizada na pesquisa
brasileira? A partir disso, desenvolveu-se uma pesquisa do tipo revisão
integrativa, com o objetivo de sumarizar as produções científicas fundamentadas
na Teoria de Enfermagem de Orem no desenvolvimento do cuidado.
MÉTODO
Para a consecução do objetivo proposto, realizou-se uma revisão integrativa da
literatura, visto que possibilita sumarizar as pesquisas já publicadas e obter
conclusões a partir de um tema de interesse(10).
As etapas que possibilitaram a operacionalização da revisão foram as seguintes:
seleção dos termos utilizados, estabelecimento dos critérios para a composição
da amostra, triagem dos artigos, leitura e coleta dos dados, análise e
interpretação dos resultados(11).
O levantamento bibliográfico foi realizado nas bases de dados LILACS, SciELO e
BDENF, com três descritores controlados junto à base da BIREME (DeCS):
"enfermagem", "teoria de enfermagem", "autocuidado", e dois não controlados:
"Teoria do autocuidado" e "Teoria do autocuidado de Orem". A combinação dos
termos foi uma estratégia de busca utilizada nas bases de dados.
Os critérios utilizados para a seleção da amostra foram: artigos publicados em
periódicos nacionais, indexados nas bases de dados LILACS, SciELO e BDENF, e
que abordassem a Teoria de Enfermagem de Orem. A pesquisa possui como corte
temporal o período de janeiro de 2005 a maio de 2009, momento em que finalizou-
se a disciplina do Programa de Pós-Graduação para a qual este estudo foi
desenvolvido.
Ao final da busca, 23 artigos correspondiam ao objetivo proposto, os quais
foram analisados quanto às variáveis: ano de publicação; sujeitos da pesquisa;
objetivos da pesquisa; a aplicação da teoria na prática e as considerações dos
autores acerca de sua utilização. Os dados de cada estudo foram extraídos
através de um formulário elaborado para esta finalidade e, posteriormente,
analisados por meio da estatística descritiva simples.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Considerando o período pesquisado, foram selecionados 39 artigos publicados.
Destes, 16 foram excluídos porque se repetiam nas diferentes bases de dados,
restando, portanto, 23 artigos científicos que compuseram o corpusde análise da
pesquisa. Observa-se no gráfico_1 a distribuição destas publicações.
![](/img/revistas/reben/v65n3/a20gra01.jpg)
O ano de 2005 concentrou 21,74% do total de artigos; 2006 com 26,09% das
produções; em 2007 publicou-se 30,43%, sendo o ano com maior número de
trabalhos; em 2008 registrou-se uma ligeira queda, com 17,39%. O ano de 2009
concentrou apenas 4, 35% das publicações dos últimos cinco anos, o que pode ser
atribuído ao fato de que se considerou no estudo os artigos publicados apenas
nos primeiros cinco meses deste ano.
Na atual pesquisa, constatou-se que a Teoria de Orem tem norteado o fazer da
Enfermagem brasileira, considerando-se que em todos os anos pesquisados foi
identificado publicações sobre a temática. O ano de 2007 concentrou o maior
número de artigos, porém, chama-nos atenção que nos cinco primeiros meses do
ano de 2009 somente foi encontrado um estudo utilizando esta teoria. Estes
achados convergem com os encontrados em um estudo desenvolvido em 2008, onde
revela uma frequência relativamente baixa de publicações que utilizam as
teorias de enfermagem, que representam apenas 4,6% do total de publicações
gerais de enfermagem em periódicos brasileiros. O referido estudo denota ainda
que a Teoria do Autocuidado de Orem, assim como a Teoria de Enfermagem
Humanística de Paterson e Zderad, e a Teoria do Cuidado Cultural de Leininger
configuram os modelos conceituais mais pesquisados no Brasil(12).
Compreende-se, desta forma, que a Enfermagem necessita incrementar a produção
de conhecimentos por meio da pesquisa para maior visibilidade, reconhecimento e
consolidação da profissão como ciência, tecnologia e inovação. A competência
investigativa é necessária para o desenvolvimento sócio-político e tecnológico
em saúde, e primordial na formação, na prática e nos centros de investigação da
área(13). Embora já existam várias teorias que podem nortear o fazer da
Enfermagem, a prática do cuidar ainda é um desafio para a profissão, pois cada
pessoa possui valores e princípios próprios, formação acadêmica diferenciada
que acabam por influenciar o processo de cuidar(3).
O presente estudo evidenciou que, em 100% das publicações, o cuidado baseado na
Teoria de Orem voltou-se para pessoas adultas. Em 65,22% eram portadores de
patologias crônicas ou permanentes; 13,04% pacientes/clientes com necessidades
de cuidados transitórios ou temporários, e 21,74% destinaram-se a pessoas com
necessidades de cuidado-educação, conforme exposto no gráfico_2.
[/img/revistas/reben/v65n3/a20gra02.jpg]
Dentre os pacientes com necessidades crônicas de cuidado, destaca-se que 13,05%
eram portadores de paraplegia em função de lesão medular; 13,05% doentes renais
crônicos; 8,69% diabéticos; 8,69% ostomizados; 8,69% hipertensos; 4,35%
cardiopatas; 4,35% portadores de necessidades especiais, e 4,35% portadores de
HIV. Já, em relação às necessidades transitórias, 4,35% voltavam-se às mulheres
grávidas; 4,35% dependentes de álcool, e 4,35% estudantes com cefaleia. As
ações de educação e prevenção em saúde (21,74%) destinavam-se a idosos
saudáveis e famílias.
Os dados desta pesquisa revelam que a Teoria de Orem foi utilizada para atender
uma gama de sujeitos portadores de patologias manifestas, todavia, com
capacidade para participar ou até mesmo para desenvolver seu próprio cuidado.
Fato, que condiz com o proposto pela teórica, vez que para ela, a condição que
resulta na existência de uma necessidade de ações de enfermagem para um adulto
é a ausência da habilidade para manter continuamente o autocuidado, que é
terapêutico, na sustentação da vida e da saúde, na recuperação da doença ou da
lesão, ou no enfrentamento dos seus efeitos(14).
Na perspectiva de Orem, os sujeitos são agentes de autocuidado que se
diferenciam dos outros seres vivos, porque têm a capacidade de refletir sobre
si mesmos, bem como, de desenvolverem ou participarem de seu próprio cuidar.
Sob esta ótica, os indivíduos devem ser autossuficientes e também responsáveis
pelas suas próprias necessidades de cuidados, ou satisfazer as necessidades de
outras pessoas na família que não são capazes de cuidarem de si próprios(9).
Do total de estudos publicados, no que concerne aos objetivos apresentados
pelos pesquisadores, 91,30% visavam à construção e implantação de uma prática
de cuidar estruturada e teoricamente fundamentada, como demonstrado no gráfico
3.
[/img/revistas/reben/v65n3/a20gra03.jpg]
Na maioria dos estudos (56,50%), o objetivo proposto foi a elaboração e
implantação do Processo de Enfermagem a pacientes com necessidades de cuidado
de enfermagem, com vistas a preparar o paciente para o autocuidado; 17,40%
tiveram por objetivo a estruturação da Consulta de Enfermagem; 13,05%
utilizaram partes da teoria como apoio para elaboração de Diagnósticos de
Enfermagem; 8,70% tinham a finalidade de analisar e aprofundar conhecimentos
acerca da Teoria de Orem, como reflexões e revisões de literatura, contudo, sem
aplicação prática; 4,35% visaram à construção de um roteiro de entrevista a ser
aplicada em momentos diversificados do processo de cuidar.
A prática diária de cuidado de enfermagem deve ser teoricamente embasada e
construída na intersecção entre o campo da filosofia, da ciência e técnologia e
da ética, em uma abordagem epistemológica comprometida com a sociedade(3), com
o que alcançará o almejado reconhecimento profissional.
As teorias de Enfermagem podem ser consideradas aportes epistemológicos
fundamentais para a construção do saber e da prática profissional, vez que
auxiliam na orientação dos modelos clínicos e possibilitam que os profissionais
descrevam e expliquem aspectos da realidade assistencial, auxiliando no
desenvolvimento da tríade: teoria, pesquisa e prática na área(12).
Acredita-se que a escolha pela Teoria de Orem pelos enfermeiros se deva ao fato
de que este referencial possibilita, a partir de uma ação também educativa do
enfermeiro, o desenvolvimento de atitudes que facultem aos indivíduos e/ou
grupos populacionais o autocuidado, bem como ao avanço das condições crônicas
das doenças que exigem dos indivíduos o uso de tratamentos, tecnologias no
domicílio e a reestruturação de estilos de vida, como formas de cuidado(12).
Ao que tange à forma de aplicação da teoria em foco à prática do cuidado, esta
pesquisa revela que os enfermeiros lançam não da teoria completa ou apenas
partes da mesma para fundamentar o cuidado, como pode ser observado no gráfico
4.
[/img/revistas/reben/v65n3/a20gra04.jpg]
Em relação à forma como a teoria foi utilizada nas pesquisas, constatou-se que
39,15% dos artigos analisados aplicaram a teoria na íntegra. Em 34,80% das
publicações, os autores usaram um dos construtos, prevalecendo a Teoria do
Autocuidado. Em 21,75% das pesquisas apenas foram utilizados conceitos para
fundamentar algumas atividades de cuidado de enfermagem, e em 4,35% a teoria
foi apenas citada na pesquisa.
De maneira geral, as teorias se estruturam a partir de quatro conceitos
centrais: ser humano, saúde, meio ambiente e enfermagem, o que torna relevante
considerar que o conhecimento produzido precisa levar em conta o compromisso
social da profissão(15). A Teoria Geral de Enfermagem de Orem é formada por
três construtos teóricos inter-relacionados: a Teoria do Autocuidado, a Teoria
do Déficit de Autocuidado e a Teoria dos Sistemas. Assim, pode ser utilizada na
íntegra, pondo-se em prática os três construtos concomitantes, ou em partes,
optando-se pelo construto que melhor atenda as necessidades no planejamento do
cuidado de enfermagem(9).
A Teoria do Autocuidado: caracterizada pela prática das ações de cuidado
executadas pelos pacientes por si mesmos para manter, promover, recuperar ou
conviver com os efeitos e limitações das alterações de saúde. A Teoria do
Déficit de Autocuidado: momento em que o enfermeiro atua como provedor de
autocuidado, face às habilidades insuficientes do paciente para satisfazer as
suas demandas terapêuticas. A Teoria dos Sistemas de Enfermagem: Neste momento,
Orem classifica três sistemas de enfermagem para os requisitos de autocuidado:
Sistema Totalmente Compensatório, no qual o paciente, em função de suas ações
estarem limitadas, é incapaz de realizar o autocuidado; Sistema Parcialmente
Compensatório, onde o enfermeiro e o paciente realizam medidas de cuidado;
Sistema Apoio-educação, no qual o paciente realiza e regula suas atividades de
autocuidado e o enfermeiro auxilia para que este seja um agente de autocuidado
(9).
As suposições empregadas na teoria de Orem são aceitas pela comunidade de
enfermagem, uma vez que seus conceitos são aplicáveis e úteis para explicitar a
importância do paciente e as relações entre este e a Enfermagem(16).
Um ponto importante a ser levado em consideração, é que a Teoria de Orem é
contemporânea com o conceito de promoção e manutenção de saúde da população,
vez que prevê ações de promoção e educação em saúde. Quando empregada no
cuidado, ela tem a capacidade de definir quando a Enfermagem se faz necessária
e quando o paciente pode desenvolver seu próprio cuidado(17). Nesta
perspectiva, considera-se que as teorias foram elaboradas para explicitarem a
complexidade e multiplicidade dos fenômenos presentes no campo da saúde e,
também, para servirem como referencial teórico/metodológico/prático aos
enfermeiros que se dedicam à construção de conhecimentos, ao desenvolvimento de
investigações e à assistência no âmbito da profissão(15).
Esta revisão buscou levantar as considerações expressas pelos autores acerca da
utilização desta teoria na prática profissional. Observou-se que 86,96% dos
pesquisadores fizeram referência à importância, contribuições e as
possibilidades do uso da teoria, das quais se destaca a visibilidade do
Processo de Trabalho da Enfermagem, o respaldo à prática independente do
enfermeiro, e a transformação do paciente em agente do cuidado.
O uso de teorias reflete um movimento da profissão em busca da autonomia para
desenvolver o cuidado. Representa um dos elementos que compõem a linguagem
específica elaborada pelos atores profissionais, objetivando consolidar a
Enfermagem como ciência e arte na área da saúde(12).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa analisou a produção de conhecimento da Enfermagem brasileira em
relação à utilização da Teoria de Enfermagem de Orem no período de 2005 a 2009.
Concluiu-se que esta teoria, na íntegra ou em partes, vem sendo utilizada como
base teórico-filosófica para fundamentar a práxis da Enfermagem em uma
multiplicidade de situações, de modo a salientar o papel do enfermeiro no
cuidado individual e coletivamente, uma vez que no período estudado foram
identificadas publicações sobre a temática.
Os resultados evidenciaram que o ano de 2007 concentrou o maior número de
artigos, porém, chama-nos atenção que, nos cinco primeiros meses do ano de
2009, somente foi encontrado um estudo utilizando esta teoria. Os estudos
publicados voltaram-se predominantemente para a população adulta, sendo que
65,22% eram portadores de patologias crônicas ou permanentes; 13,04% com
necessidades de cuidados transitórios ou temporários, e 21,74% destinaram-se a
pessoas com necessidades de cuidado-educação. O objetivo principal dos estudos
foi à construção e implantação de uma prática de cuidar estruturada e
teoricamente fundamentada.
Na percepção dos pesquisadores, nos artigos analisados, a teoria proporciona
visibilidade ao processo de trabalho da Enfermagem, respalda cientificamente a
prática e possibilita a participação direta do paciente em seu próprio cuidado.
Neste sentido, sugere-se que outros estudos possam ser desenvolvidos para
avaliar as situações já testadas, com o que se poderá confirmar a
aplicabilidade da mesma, vez que este é um importante caminho para que a
Enfermagem utilize e sustente suas teorias.