Tratamento da disforia pré-menstrual com antidepressivos: revisão dos ensaios
clínicos controlados
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Introdução
A síndrome pré-menstrual (SPM) constitui um distúrbio altamente prevalente
entre as mulheres em idade fértil. Em estudos brasileiros, foram encontradas
taxas de 35% (Diegoli et al., 1994) e de 43,3% (Nogueira e Silva, 2000) entre
pacientes ambulatoriais, e de 25,2% num estudo populacional recente (Silva et
al., 2006). Entre os sinais e sintomas mais comuns estão irritabilidade, ganho
de peso, edema (principalmente de abdome e mamas), mastalgia, tristeza, fadiga,
cefaléia, labilidade afetiva, episódios de choro, ansiedade, tensão e
alterações do apetite (particularmente avidez por alimentos ricos em
carboidratos, como chocolate). A presença de uma única manifestação clínica
durante a fase lútea do ciclo menstrual é suficiente para a caracterização de
um quadro de SPM (Ling, 2000). Sua etiopatogenia é desconhecida (Steiner e
Pearlstein, 2000).
Na década de 1980, a SPM foi pela primeira vez incorporada à nosografia
psiquiátrica, tendo sido incluída na terceira edição revisada do sistema
classificatório da Associação Psiquiátrica Americana, o Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-III-R), sob a designação de transtorno
disfórico da fase lútea tardia(TDFLT), depois rebatizada como transtorno
disfórico pré-menstrual(TDPM) na quarta edição, o DSM-IV (Endicott, 2000). A
disforia pré-menstrual (DPM), conceito que engloba tanto o TDFLT como o TDPM '
já que os critérios diagnósticos para ambos são praticamente idênticos nas duas
versões da classificação americana ', acomete entre 3% e 8% das mulheres
durante seus anos reprodutivos, segundo estimativas internacionais. Ela
representa um subtipo de SPM no qual as manifestações são mais graves e mais
numerosas e em que predominam as alterações do humor e do comportamento. Para a
formulação de um diagnóstico de DPM é necessário que ocorra pela menos uma
alteração do humor ' irritabilidade, tristeza, ansiedade ou labilidade afetiva
', num total de, no mínimo, cinco sintomas; que o quadro clínico cause um grave
prejuízo nas atividades ocupacionais, conflitos nos relacionamentos
interpessoais ou isolamento social; e que a maioria dos ciclos dos últimos 12
meses tenha sido sintomática. Além disso, esse diagnóstico precisa ser
confirmado prospectivamente por pelo menos dois ciclos (Endicott, 2000).
Inicialmente diversas opções terapêuticas, como progesterona, vitamina B6,
diuréticos, contraceptivos orais, etc., pareciam eficazes na SPM ou na DPM.
Todavia a observação de bons resultados se limitava a estudos abertos e não se
repetiu quando se realizaram ensaios clínicos com metodologia mais sofisticada
(Pearlstein e Steiner, 2000).
Nas últimas décadas, vários psicotrópicos, especialmente antidepressivos, têm
sido testados na DPM, o que se apóia num conjunto de evidências clínicas e
epidemiológicas que indicam a existência de uma relação bastante próxima entre
os transtornos do humor, particularmente a depressão, e a DPM. A depressão é
mais prevalente no sexo feminino. Na mulher, os episódios depressivos são mais
comuns durante os anos reprodutivos e muito freqüentemente se iniciam ou se
tornam mais intensos em períodos pré-menstruais. Além disso, há muitos sintomas
em comum entre a DPM e a depressão, sendo bastante alta a taxa de co-morbidade
entre esses dois transtornos mentais (Yonkers, 1997). Por outro lado, sugere-se
que, como na depressão, diversas alterações clínicas observadas na DPM, como a
avidez pela ingestão de carboidratos, estejam relacionadas com uma hipofunção
serotoninérgica. De fato, há ensaios clínicos que demonstram que uma dieta rica
em carboidratos, essenciais para a síntese do triptofano (precursor da
serotonina) no organismo, leva à redução dos sintomas na DPM (Wurtman et al.,
1989). Além disso, outros estudos apontam uma boa resposta da DPM ao uso do L-
triptofano e da buspirona, medicamentos que afetam a atividade serotoninérgica
(Pearlstein e Steiner, 2000). Com relação a exames laboratoriais, foram
encontradas algumas anormalidades no sistema nervoso central (SNC) em mulheres
com DPM, envolvendo especialmente o sistema serotoninérgico. Elas estão
relacionadas, por exemplo, à recaptação plaquetária da serotonina, à
sensibilidade dos receptores 5-HT1A, etc. (Steiner e Pearlstein, 2000).
Métodos
Foi realizada uma revisão sobre o tratamento da DPM com antidepressivos.
Pesquisou-se todo o conteúdo das bases de dados Medline, Literatura Latino-
Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), psycINFO e Biblioteca
Cochrane até o ano de 2005. Utilizaram-se os seguintes termos de busca:
premenstrual syndrome, premenstrual dysphoria, premenstrual dysphoric disordere
late luteal phase dysphoric disorder. Não se utilizou nenhum termo de busca
relacionado a antidepressivos. Na busca foram empregados os seguintes filtros:
clinical trialno Medline, ensaio clínicona LILACS, treatment outcome clinical
trialno psycINFO e ensaios controladosna Biblioteca Cochrane.
Seguindo os procedimentos anteriores, os resumos de todas as referências
obtidas foram avaliados, um a um, somente por este autor. Foram selecionados
apenas os ensaios clínicos controlados que avaliaram a eficácia de
antidepressivos na DPM, aleatorizados (randomizados) ou não, nos quais a
comparação tivesse sido feita com placebo ou com outra substância ativa. Só
foram incluídos os estudos cujas amostras eram constituídas unicamente por
pacientes que preenchiam os critérios do DSM-III-R para o diagnóstico de TDPLT
ou os do DSM-IV para o de TDPM. Não se estipulou número mínimo de pacientes
para a amostra estudada. A avaliação da qualidade dos estudos primários não foi
considerada na seleção. Não foram incluídos artigos de revisão ou metanálise,
cartas, editoriais, resumos em anais de congressos científicos, ou ensaios
clínicos abertos. Não houve busca por trabalhos não-publicados. De forma
complementar, os artigos selecionados também serviram como fontes de novas
referências. Foram contactados, via correio eletrônico, dois autores, Mikael
Landen e Cláudio Novaes Soares, para a obtenção de informações sobre artigos
que estavam prestes a ser publicados.
Resultados
A busca inicial nas bases de dados, antes da análise dos resumos, produziu os
seguintes resultados: 394 referências foram obtidas no Medline, nenhuma na
LILACS, 42 no psycINFO e 454 na Biblioteca Cochrane. Numa primeira avaliação
dos resumos, 33 referências foram selecionadas. Os motivos mais comuns de
exclusão em relação à metodologia dos ensaios clínicos foram a ausência de um
grupo-controle e a utilização de critérios diagnósticos para a SPM diferentes
dos encontrados no DSM-III-R ou no DSM-IV. Os textos na íntegra dos 33 artigos
selecionados foram obtidos, e, após sua análise, sete foram excluídos. Portanto
26 referências preencheram todos os critérios de seleção. Todas as 26 foram
encontradas no Medline, 25 também na Biblioteca Cochrane, 12 no psycINFO e
nenhuma na LILACS. Nenhuma referência que se adequasse aos critérios de
inclusão foi encontrada nos artigos obtidos além daquelas selecionadas através
das bases de dados.
Vários antidepressivos foram testados em ensaios clínicos controlados no
tratamento da DPM. Na maioria dos estudos, a substância foi administrada por
todo o ciclo menstrual (uso contínuo), mas em outros, apenas durante a fase
lútea, em geral nos 14 dias que precediam o dia previsto para o início da
menstruação (uso intermitente). Em todos os ensaios clínicos, a avaliação da
eficácia do antidepressivo na DPM era o objetivo primário; e o antidepressivo
foi comparado com placebo, sendo que em apenas três deles houve ainda,
paralelamente, uma comparação com outra substância ativa: bupropiona
(Pearlstein et al., 1997), maprotilina (Eriksson et al.,1995) e buspirona
(Landen et al., 2001). Todos os ensaios clínicos foram aleatorizados, e apenas
um (Pealstein et al., 1997) não foi duplo-cego. Treze deles (Stone et al.,
1991; Steiner et al., 1995, 2001, 2003; Su et al., 1997; Pearlstein et al.,
1997; Yonkers et al., 1997; Pearlstein et al., 2000; Freeman et al., 2001;
Cohen et al., 2002; Miner et al., 2002; Young et al., 1998; Halbreich et al.,
2002) tiveram uma etapa prévia de washoutcom placebo, e seis (Wood et al.,
1992; Menkes et al., 1993; Su et al., 1997; Halbreich e Smoller, 1997; Young et
al., 1998; Jermain et al., 1999), uma etapa de cruzamento (crossover) (Tabelas
1e 2).
A clomipramina é um antidepressivo tricíclico que age bloqueando a recaptação
de serotonina e de noradrenalina, principalmente da primeira, aumentando assim
as atividades serotoninérgica e noradrenérgica no SNC. Ela foi o primeiro
antidepressivo testado para a DPM em ensaios clínicos controlados. Foram dois
estudos: num o medicamento foi empregado de forma contínua (Sundblad et al.,
1992), e, no outro, de forma intermitente (Sundblad et al., 1993). Em ambos, a
clomipramina, em doses que variaram entre 25 e 75mg ao dia, foi superior ao
placebo.
Todavia os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), como a
fluoxetina, a sertralina, o citalopram e a paroxetina, foram a classe de
antidepressivos mais estudada.
A fluoxetina foi comparada com placebo em nove ensaios clínicos: uso contínuo
em sete (Menkes et al., 1993; Ozeren et al., 1997; Pearlstein et al., 1997;
Steiner et al., 1995; Stone et al., 1991; Su et al., 1997; Wood et al., 1992) e
uso intermitente em dois (Cohen et al., 2002; Miner et al., 2002). Em todos
eles ela foi superior. Na maioria, a dose diária de 20mg foi a única utilizada.
No estudo de Steiner et al.(1995), as doses de 20mg e 60mg foram igualmente
eficazes, e no de Cohen et al.(2002), a de 10mg foi inferior à de 20mg. Miner
et al.(2002) realizaram o único estudo com a fluoxetina de liberação prolongada
(90mg), que é ingerida uma vez a cada sete dias, e observaram maior eficácia
quando a substância foi usada nas duas semanas da fase lútea do que quando em
apenas uma semana. No estudo de Pearlstein et al.(1997), a fluoxetina foi
superior não somente ao placebo, mas também à bupropiona, um antidepressivo que
atua nas vias noradrenérgica e dopaminérgica. Observou-se que, além das
alterações do humor e do comportamento, também os sintomas físicos (Steiner et
al., 2001) e a capacidade para o trabalho (Steiner et al., 2003) poderiam
melhorar com a fluoxetina.
Há cinco ensaios clínicos controlados com a sertralina (50-150mg/dia), que em
todos eles se mostrou mais eficaz que o placebo. Em quatro deles (Halbreich et
al., 2002; Halbreich e Smoller, 1997; Jermain et al.,1999; Young et al., 1998),
a substância foi empregada apenas na fase lútea e em um deles (Yonkers et al.,
1997), durante todo o ciclo. Nesse mesmo estudo, cujos resultados foram
publicados mais tarde por Pearlstein et al.(2000), observou-se efeito benéfico
da sertralina também sobre o desempenho psicossocial nas mulheres tratadas.
A paroxetina, por sua vez, foi testada em quatro ensaios clínicos controlados.
No estudo de Eriksson et al.(1995), essa substância, usada de forma contínua
numa dose de 10 a 20mg/dia, foi superior ao placebo e à maprotilina, um
antidepressivo noradrenérgico. Os outros três ensaios clínicos utilizaram a
paroxetina de liberação controlada (paroxetina CR): dois de forma contínua
(Cohen et al., 2004; Pearlstein et al., 2005) e um de forma intermitente
(Steiner et al., 2005). Nesses três estudos as doses diárias de 12,5mg e 25mg
se equivaleram, e ambas foram superiores ao placebo.
Apenas Wikander et al.(1998) estudaram o citalopram na DPM. As pacientes que
fizeram uso desse antidepressivo durante a fase lútea melhoraram
significativamente mais do que aquelas que tomaram placebo; todavia as que
fizeram uso do citalopram durante todo o ciclo não se diferenciaram das que
tomaram placebo quanto à resposta terapêutica. As doses do citalopram variaram
entre 10 e 30mg ao dia.
Por via de regra, nesses ensaios clínicos os antidepressivos serotoninérgicos
foram bem tolerados pelas pacientes.
A nefazodona é um antidepressivo que também bloqueia a recaptação de
serotonina, mas sua ação mais importante é como antagonista do receptor
serotoninérgico 5-HT2. No único ensaio clínico com essa substância na DPM
(Landen et al., 2001), a nefazonona, usada tanto de forma contínua como
intermitente, não foi melhor do que o placebo ou a buspirona.
O mecanismo de ação da venlafaxina é o bloqueio da recaptação da serotonina, da
noradrenalina e, em menor grau, da dopamina. Freeman et al.(2001) observaram
que esse antidepressivo, em doses de 50mg a 200mg ao dia, foi
significativamente mais eficaz que o placebo no tratamento da DPM.
Discussão
Até o momento, apenas três substâncias foram aprovadas pela Food and Drug
Administration (FDA) ' órgão do governo norte-americano que regula alimentos e
medicamentos ' para o tratamento do TDPM: a fluoxetina, a sertralina e a
paroxetina CR. Esses medicamentos, todos ISRS, foram os que demonstraram
eficácia em um número maior de ensaios clínicos. O citalopram só foi comparado
com placebo uma vez, tendo apresentado resultado ambíguo: favorável em uso
intermitente, mas não em uso contínuo. Em dois estudos (Eriksson et al., 1995;
Pearlstein et al., 1997) os ISRS foram superiores não apenas em relação ao
placebo, mas também aos antidepressivos de outras classes, de ação
predominantemente noradrenérgica ou dopaminérgica.
Os efeitos favoráveis da clomipramina e da venlafaxina na DPM também podem
estar relacionados a uma ação na transmissão serotoninérgica, pois a
clomipramina é um dos mais fortes antagonistas da recaptação de serotonina, e a
venlafaxina, quando administrada em doses menores, tem uma ação mais
serotoninérgica do que noradrenérgica ou dopaminérgica. A desvantagem da
clomipramina, por ser um tricíclico, estaria em sua menor tolerabilidade,
quando comparada com os ISRS e outros antidepressivos mais modernos. A
nefazodona, que não é um ISRS, parece ser a exceção entre os antidepressivos de
ação predominantemente serotoninérgica, pois não se mostrou eficaz no
tratamento da DPM.
Alguns ensaios clínicos controlados, mas não todos, apontam boa resposta da SPM
ao alprazolam, o qual, porém, como benzodiazepínico, tem grande potencial de
causar dependência. Há bons resultados na SPM também com agonistas do hormônio
de liberação da gonadotrofina (GnRH), mas esses são menos eficazes nas
alterações do humor do que nas físicas, têm o inconveniente de inibir a
ovulação e estão associados a risco de cardiotoxicidade e osteoporose. Todavia,
nesses estudos não foram utilizados os critérios diagnósticos do DSM-III-R ou
do DSM-IV para a DPM (Pearlstein e Steiner, 2000).
Em função dos resultados positivos nos estudos controlados com placebo, o que
por enquanto não se observou com outras substâncias, os ISRS são considerados
medicamentos de primeira linha no tratamento da DPM. Entretanto faltam
comparações diretas entre os antidepressivos e outros tipos de medicamento.
Uma questão que se expõe é a de qual deve ser a duração do tratamento da DPM.
Parece razoável mantê-lo por pelo menos um ano, que é o prazo mínimo de
avaliação para a formulação do diagnóstico. Diz o bom senso que, uma vez
retirado o medicamento, havendo recidiva da sintomatologia, ele deve ser
reintroduzido. Em todos os ensaios clínicos estudados, os antidepressivos foram
empregados por um período curto, no máximo durante seis ciclos menstruais.
Assim, nada é possível dizer quanto a seus resultados num prazo mais longo.
Em nove estudos (Tabela_2), o uso de antidepressivos apenas na fase lútea do
ciclo menstrual mostrou-se superior ao de placebo na DPM. Além disso, diversos
ensaios clínicos apontam que, na DPM, o uso intermitente de fluoxetina (Steiner
et al., 1997), sertralina (Halbreich e Smoller, 1997) e citalopram (Flores-
Ramos et al., 2003) não se distingue da utilização contínua da mesma substância
quanto à resposta terapêutica. No estudo de Wikander et al.(1998), o citalopram
foi mais eficaz quando usado apenas no período pré-menstrual do que quando
durante todo o ciclo. Dessa forma, parece vantajoso, considerando-se a
possibilidade de efeitos colaterais e também os custos financeiros para a
paciente, restringir a prescrição do antidepressivo aos dias anteriores à
menstruação. No entanto Alpay e Turhan (2001), de forma surpreendente,
observaram que o uso intermitente da sertralina no tratamento da DPM estava
relacionado a efeitos adversos significativamente mais intensos do que o uso
contínuo da substância.
Os resultados encontrados nos ensaios clínicos com antidepressivos na DPM não
podem ser extrapolados para a SPM, na qual as alterações do humor podem estar
ausentes. A experiência clínica mostra que, na SPM, sintomas físicos
específicos ' não o quadro como um todo ' podem responder a tratamentos
sintomáticos, como o uso de analgésicos para a cefaléia ou de diuréticos para o
edema. Além disso, casos mais leves de SPM não necessariamente precisam ser
medicados, poupando assim as pacientes do inevitável risco de efeitos
colaterais.
As limitações dessa revisão se referem, primeiramente, à não-utilização de
outras bases de dados, como o Embase, por exemplo. Além disso, com relação aos
ensaios clínicos, foram raros os que realizaram comparações entre duas ou mais
substâncias ativas: a quase totalidade deles utilizou como controle apenas o
placebo. Por fim, praticamente todos os estudos foram patrocinados pela
indústria farmacêutica, o que pode ter gerado um viés: não sabemos se as
publicações representam todas as pesquisas realizadas com antidepressivos na
DPM, ou se algumas delas, em que os resultados foram insatisfatórios, jamais
foram submetidas a periódicos.
Conclusão
De acordo com os ensaios clínicos encontrados, os antidepressivos,
especialmente os ISRS, parecem ser eficazes na DPM. Todavia restam diversas
incertezas quanto à superioridade dessas substâncias sobre psicofármacos ou
medicamentos não-psiquiátricos, à duração do tratamento, ao seu efeito a longo
prazo e a se o tratamento pode ser feito apenas de forma intermitente.
A boa resposta aos ISRS na DPM pode estar relacionada a uma disfunção
serotoninérgica que existiria nas mulheres portadoras desse distúrbio. Há uma
relação bastante estreita entre os transtornos do humor e a DPM. Uma hipótese
que pode ser levantada é a de que os quadros disfóricos pré-menstruais
representam uma seqüela de um episódio depressivo anterior ou,
alternativamente, uma forma precursora de um episódio depressivo que mais tarde
irá se desenvolver.