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EuPTCVHe0871-34132010000400005

EuPTCVHe0871-34132010000400005

variedadeEu
Country of publicationPT
colégioLife Sciences
Great areaHealth Sciences
ISSN0871-3413
ano2010
Issue0004
Article number00005

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O Mecenato Científico, a Salvar, Humanizar e Inovar, no Centro de Simulação Biomédica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto COMENTÁRIO O Mecenato Científico, a Salvar, Humanizar e Inovar, no Centro de Simulação Biomédica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto João Bernardes*

*Centro de Simulação Biomédica, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

Correspondência

Pouco ou nada se publica sobre mecenato científico, nomeadamente em língua portuguesa. Pouco ou nada se encontra nas bases de dados bibliográficas electrónicas disponíveis, quando se pesquisa mecenato científico ou [scientific and (maecenate or patronage or sponsorship or altruism or philantropy or fund raising)] , sendo necessário recorrer a motores de pesquisa da Web, como o Google, ou a outras fontes, como a wikipedia, (1) para se encontrar um pouco mais sobre o assunto, que não múltiplas referências ao Estatuto do Mecenato Científico, publicado, em Portugal, em 2004 (2).

No entanto, o mecenato existe e faz sentido.

O mecenato científico existe, com uma designação genérica que nasce na Roma antiga, com Caio Mecenas, conhecido protector das artes, conselheiro de Octávio Augusto, e sobrevive ao desafio dos tempos, onde avultam personalidades e famílias como os Barmakidas, no século IX, protectores da célebre Escola de Bagdade, onde pontificaram Avicenas e Rahzes, e no século XX, os Rockfeller, os Carnegie e Alfred Nobel, sem esquecer, entre nós, Calouste Gulbenkian, Ilídio Pinho e a família Champalimaud.

O mecenato científico existe e tem feito parte da vida do ensino médico, no Porto, nomeadamente, desde a fundação da Régia Escola de Cirurgia do Porto, impulsonada por Teodoro Ferreira d Aguiar, em 1825, até aos nossos dias (3).

O mecenato científico faz sentido, porque persistem (e continuarão certamente a persistir) actividades não consideradas lucrativas ou prioritárias, que poderão nascer e sobreviver com o impulso da generosidade de pessoas que lhes sejam sensíveis.

Como aceder, então, ao mecenato científico, nomeadamente em Portugal? O mais importante para aceder ao mecenato científico será, porventura, ter a arte e o engenho de encontrar e convencer pessoas generosas e sensíveis às causas científicas que desejamos promover (2,4).

Depois, ajudarão, certamente, outros factores, do tipo dos contemplados no referido Estatuto do Mecenato Científico, previsto na legislação Portuguesa, tais como, benefícios fiscais e possibilidades de considerável reconhecimento público (2).

Não tendo tido sucesso na procura de um enquadramento que lhe proporcionasse a concessão de um financiamento, pelas instituições da área da Ciência, mais vocacionadas para esse fim, como a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o Centro de Simulação Biomédica (CSB) da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), criado em 2003, durante a direcção de José Amarante, arrancou num ambiente de parceria com o Instituto de Engenharia Biomédica (INEB), Porto e o Hospital de S. João (HSJ), Porto (5,6).

Valeram-lhe alguns patrocínios, dos quais se destaca o da Medical Technology, Inc. (METI), Florida, EUA, facilitado por Willem van Meurs, (7) mas era necessário um outro impulso. O CSB não desistiu e com o apoio do director da FMUP, Agostinho Marques, e o mote salvar, humanizar, inovar, exposto num breve documento, em boa hora conseguiu sensibilizar, em 2007, Álvaro Costa Leite, fundador do Finibanco, (8) falecido em 2009, a doar um simulador humano de alta fidelidade iSTAN®(METI, Florida, EUA) e um equipamento pedagógico de video-gravação (Figura_1). Salvar, com a simulação aplicada à Medicina, ao conseguir melhores resultados no tratamento dos doentes, em situações críticas, com o treino com simuladores (9).

Humanizar, com a simulação aplicada à Medicina, ao poupar os doentes ao desconforto e aos riscos do treino médico repetido, com maior satisfação, confiança e segurança dos envolvidos no treino (10). Inovar, com a simulação aplicada à Medicina, ao criar o ambiente interdisciplinar propício ao desenvolvimento de novos conhecimentos e de novas tecnologias (11). Graças ao mecenato científico, o CSB está mais forte, tendo passado a conseguir gerar fundos próprios para a sua sobrevivência, no âmbito dos múltiplos serviços institucionais e sociais que disponibiliza, incluindo o apoio ao nascimento e desenvolvimento de novos centros de simulação médica (6).

Aqui fica esta nota para sensibilizar os potenciais interessados no mecenato científico.

Aqui fica o nosso tributo a Álvaro Costa Leite e ao Finibanco, pelo contributo para ajudar o CSB a salvar, humanizar e inovar.


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