Prestação de Portugal nos jogos olímpicos de Pequim 2008
INTRODUÇÃO
O valor desporto de rendimento de cada nação é aferido, entre outros
acontecimentos, no maior evento desportivo do mundo, os Jogos Olímpicos.
Os Jogos Olímpicos são quadrienalmente um assunto dimensionado à escala mundial
e objecto de avaliação pelos mais diferentes intervenientes e pelas mais
distintas perspectivas.
Pela razão dos tempos que vivemos é um assunto de natureza prioritária em
vários planos, onde a comunicação social assume o seu papel, mediante análises
e comentários, nem sempre com a profundidade desejável, induz muitas vezes a
reacções intempestivas por parte, quer dos organismos desportivos, quer dos
governos.
O número de medalhas que os países obtêm, há-de sempre manifestar o valor do
desporto de rendimento desses países e posiciona-os na globalizada escala da
competitividade do desporto mundial.
O artigo tem por objectivo avaliar a prestação de Portugal nos Jogos Olímpicos
de Pequim 2008 e comparar com a prestação obtida nos Jogos Olímpicos de Atenas
2004. A avaliação dos resultados obtidos e dos objectivos fixados, abrangerá o
plano desportivo e financeiro e incluirá a comparação dos 27 países da União
Europeia.
A preocupação principal consiste em avaliar o desempenho dos praticantes
desportivos e das federações desportivas nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008,
confrontando os resultados alcançados com os objectivos que se encontravam
estabelecidos e com os financiamentos que foram concedidos.
METODOLOGIA
A metodologia adoptada no estudo consistiu na recolha e registo de informação
de várias fontes documentais: do relatório dos Jogos Olímpicos de Atenas 2004
elaborado pelo Instituto do Desporto de Portugal em 2004, dos elementos
fornecidos pelo Instituto do Desporto de Portugal, relativamente aos
financiamentos concedidos para os Jogos Olímpicos de Pequim 2008, no período de
2005 a 2008, dos relatórios dos anos de 2005, 2006 e 2007 do programa de
preparação olímpica do Comité Olímpico de Portugal e dos resultados desportivos
obtidos por Portugal nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, que decorreram de 8 a
24 de Agosto de 2008 em Pequim.
RESULTADOS
Praticantes desportivos e federações desportivas que participaram nos Jogos
Olímpicos Pequim 2008
Das 29 federações desportivas que integram disciplinas incluídas no programa
oficial dos Jogos Olímpicos de Verão 2008, 17 estiveram representadas nos Jogos
Olímpicos de Pequim 2008, o que corresponde a 58% das federações desportivas.
Doze federações desportivas (42%) não estiveram representadas nos Jogos
Olímpicos.
Os praticantes desportivos que integraram a missão de Portugal aos Jogos
Olímpicos foram em número de 77. A federação desportiva que maior número de
praticantes desportivos levou aos Jogos Olímpicos foi a de Atletismo com 27
praticantes, que corresponde a mais de 1/3 dos praticantes na missão (35%).
Relativamente ao género, 51 dos 77 praticantes desportivos eram do sexo
masculino, valor que corresponde a 66%.
As 17 modalidades participantes eram todas de desportos individuais. Não houve
participação de modalidades de desportos colectivos.
O nível desportivo dos praticantes desportivos que participaram nos Jogos
Olímpicos de Pequim 2008 era bastante diversificado. Dos 77 praticantes que
participaram nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, 56 (73%) estavam integrados no
Projecto Pequim 2008
(4)
, beneficiaram de especiais apoios e foram sujeitos ao programa de preparação
desportiva Pequim 2008, com vista a assegurar a obtenção de resultados
relevantes.
Nove praticantes integravam o nível I de desempenho, que corresponde à
categoria de medalhado em Jogos Olímpicos. 15 praticantes estavam integrados no
nível II, correspondente à categoria de finalista ou diploma (4.º a 8.º lugar)
em Jogos Olímpicos.
Um grupo mais extenso de 21 praticantes pertencia ao nível III que corresponde
à categoria de semi-finalista (9.º a 16.º lugar) em Jogos Olímpicos. E ainda os
níveis de desempenho IV e Qualificado (Q) com 32 praticantes desportivos (41%),
que correspondem às categorias inferiores de desempenho desportivo.
Resultados obtidos pelos praticantes desportivos, federações desportivas e
mérito das classificações
Em termos de resultados obtidos pelos praticantes desportivos verificamos que o
desempenho de Portugal em Pequim 2008 ao nível das classificações dos 3 lugares
de pódio foi de 2 medalhas o que corresponde a 2,5%, das 79 classificações
teoricamente possíveis de obter. Dos 9 praticantes desportivos que integravam o
nível I, 2 (22%) concretizaram o objectivo ao terem conquistado classificações
correspondentes ao seu nível.
Quadro 1. Praticantes desportivos, federações desportivas e participação nos
Jogos Olímpicos
Na categoria dos diplomas (do 4.º ao 8.º lugar) foram obtidos 7 lugares que
correspondem a 8,8% dos resultados. Dos 15 praticantes desportivos que
integravam o nível II, 6 praticantes (40%) atingiram o objectivo. Ou seja,
verificamos que 60% dos praticantes do nível II não obteve classificações
correspondentes ao seu nível.
Na categoria do 9.º ao 16.º lugar foram obtidas 15 classificações que
correspondem a 19% dos resultados. Dos 21 praticantes desportivos que
integravam o nível III de desempenho, 4 (19%) conseguiram esse objectivo e
conquistaram classificações correspondentes ao seu nível, enquanto 81% não
conseguiram esse objectivo.
As 55 classificações acima do 16.º lugar ou desistências correspondem a 70% dos
resultados. Verificamos que 23 praticantes dos níveis desportivos superiores -
I, II e III - obtiveram classificações neste segmento não correspondendo a um
desempenho compatível com o seu desportivo.
Dos 24 praticantes que integraram os níveis I e II, apenas 9 (38%) conseguiram
obter classificações até ao 8.º lugar. Neste 2 níveis, 62% dos praticantes
desportivos não conseguiu concretizar o seu objectivo, mediante a obtenção de
uma classificação correspondente ao seu nível desportivo.
Quadro 2. Classificações dos praticantes desportivos por nível desportivo
Quadro 3. Mérito desportivo e classificações obtidas nos Jogos Olímpicos Pequim
2008
Nos níveis I, II e III, verificou-se uma situação ainda mais desfavorável, na
qual 80% dos praticantes desportivos não teve uma prestação desportiva
compatível com o seu nível desportivo.
Para apreciação do mérito desportivo das classificações obtidas foi adoptado o
quadro de pontuação, que vem sendo utilizado desde os Jogos de Atlanta 1996,
que permite avaliar, quer a prestação de Portugal e dos países, quer das várias
federações desportivas participantes, em função das classificações obtidas
pelos praticantes desportivos nas respectivas competições.
A pontuação de mérito desportivo obtida por Portugal foi de 28 pontos,
resultante de 2 medalhas e de 7 diplomas. Saliente-se que na categoria do 9.º
ao 16.º lugar foram obtidas 15 classificações.
As federações desportivas que obtiveram melhores resultados de mérito
desportivo foram a de Atletismo, a de Vela e a de Triatlo. Um segundo grupo de
federações integra a de Judo e a de Taekwondo, ao qual sucede a federação de
Remo.
Das 17 federações desportivas presentes nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, 6
(35%) conseguiram obter classificações até ao 8.º lugar. Pelo contrário 11
federações desportivas (65%) não obtiveram qualquer classificação até ao 8.º
lugar. Mais de metade (53%) das federações desportivas presentes
(6)
não conseguiu obter qualquer classificação até ao 16.º lugar.
Quadro 4. Quadro do mérito desportivo por federação desportiva
Objectivos de Portugal para os Jogos Olímpicos de Pequim 2008
Os objectivos desportivos de Portugal para os Jogos Olímpicos de Pequim 2008,
foram fixados no contrato-programa de desenvolvimento desportivo n.º 48/2005
(2)
, celebrado em 27 de Janeiro de 2005, entre o Comité Olímpico de Portugal e o
Estado Português, através do Instituto do Desporto de Portugal. Esse contrato
foi publicado no Diário da República N.º 70, de 11 de Abril de 2005, 2.ª série,
e era seu objecto a execução do Programa de Preparação Olímpica para os Jogos
Olímpicos de Pequim 2008. A execução desse programa de actividades tinha os
seguintes objectivos desportivos:
1) Obter cinco classificações de pódio (medalhas);
2) Obter doze classificações correspondentes a diplomas (do 4.º ao 8.º lugar);
e
3) Estar representado com dezoito modalidades desportivas.
As metas dos objectivos formulados, considerando o anterior desempenho de
Portugal nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004 manifestam incrementos na ordem de
2 medalhas, (67%), 2 diplomas (20%) e uma modalidade desportiva presente (6%).
Terminados os Jogos Olímpicos e antes de apreciar o grau de cumprimento dos
objectivos desportivos, interessa referir que o Estado Português, através do
Instituto do Desporto de Portugal cumpriu as suas obrigações no âmbito do
contrato. Ou seja, transferiu para o Comité Olímpico de Portugal todos os meios
financeiros que o contrato lhe fixava
(3)
.
No que respeita à apreciação do grau de concretização dos objectivos
desportivos de Portugal nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, importa destacar o
seguinte:
O primeiro objectivo de Portugal que era obter cinco classificações de pódio
(medalhas) não foi alcançado. Foram obtidas duas medalhas.
Quadro 5. Classificações das federações desportivas por categoria de resultado
Quadro 6. Comparação dos objectivos fixados para Pequim 2008 e resultados
obtidos em Atenas 2004
O segundo objectivo de Portugal que era obter doze classificações
correspondentes a diplomas (do 4.º ao 8.º lugar) não foi alcançado, na medida
em que foram obtidas sete classificações.
O terceiro objectivo de Portugal que era estar representado com 18 modalidades
desportivas não foi atingido, na medida em que esteve representado por 17
modalidades.
Quadro 7. Objectivos e resultados alcançados por Portugal
(a) A pontuação obtida não era um objectivo
fixado no contrato programa. Foi anunciado pelo
Comité Olímpico de Portugal, no sítio na Internet
do jornal Expresso, em www.expresso.pt, em 13-08-
2008.
Quadro 8. Apoios financeiros concedidos ao Comité Olímpico de Portugal por
projecto, Pequim 2008
Quadro 9. Custos da missão olímpica
Quadro 10. Custo por medalha e por diploma
Esta é a verdade factual da participação de Portugal. Dos três objectivos
fixados, Portugal não teve capacidades para alcançar qualquer deles.
Custos do Projecto Pequim 2008
O Projecto Pequim 2008 teve início em Janeiro de 2005 e a sua conclusão em
Agosto de 2008. Durante 44 meses foram asseguradas especiais condições de
preparação aos praticantes desportivos e selecções nacionais que reuniam
condição desportiva para obterem classificações susceptíveis de concretizarem
os objectivos fixados para os Jogos Olímpicos de Pequim 2008.
Para assegurar a concretização dos objectivos do Projecto Pequim 2008, o Estado
Português através do Instituto do Desporto de Portugal(2) disponibilizou do
Orçamento de Estado, Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da
Administração Central (PIDDAC), os meios financeiros, que ascenderam a
11.442.876€. A este montante acresce um financiamento suplementar de 700.000€
destinado a custear as despesas com a missão a Pequim 2008, o que totaliza um
valor global de 12.142.876 €.
Do montante total despendido, o valor efectivamente destinado à preparação dos
praticantes desportivos e às bolsas olímpicas foi de 10.812.876 €, montante
correspondente a 89% do total concedido(3).
Para realizar a gestão do Projecto Pequim 2008 foram atribuídos ao Comité
Olímpico de Portugal 630.000€, que corresponde a 5,2% do montante total
despendido e a uma despesa mensal de 14.318€(3).
Relativamente aos custos da missão de Portugal o apoio concedido de 700.000€,
para um total de 77 praticantes desportivos, corresponde a um montante de
9.090€ por praticante.
Custos por medalha e por diploma
Tendo em conta as 2 medalhas alcançadas e o custo do Projecto Pequim 2008, o
valor necessário despender para ser obtida uma medalha foi de 6.071.438€.
Considerando as 7 classificações obtidas até ao 8.º lugar, o custo de cada
classificação foi de 1.734.697€.
Apoios financeiros concedidos às federações desportivas e classificações
obtidas
As 3 federações desportivas que maiores apoios financeiros receberam no âmbito
do Projecto Pequim 2008, até final do ano de 2007 (b) foram, de forma
destacada, a de Atletismo, Vela e Judo, cujo somatório ascendeu a 3.755.931,20€
(3). Estas federações correspondem a (18%) e receberam 61% dos financiamentos
atribuídos até 2007 às federações desportivas que participaram nos Jogos
Olímpicos. Por outro lado, releva-se também, que estas 3 federações obtiveram
64% da pontuação de mérito desportivo de Portugal.
As federações desportivas que menores apoios tiveram foram as de Badminton,
Ténis de Mesa, Tiro com Arco e Taekwondo que em conjunto receberam 82.674,09 €
(3), representam 24% das federações e receberam 1,3% dos financiamentos
atribuídos até 2007 às federações desportivas que participaram nos Jogos
Olímpicos.
Quadro 11. Valor dos apoios concedidos de 2005 a 2007 às federações desportivas
e resultados obtidos
(b) - Nesta data, o valor dos
apoios concedidos em 2008 às
federações não está
disponível
As federações desportivas que não obtiveram classificações até ao 16.º lugar
foram 9, e representam 53% das federações, contudo receberam financiamentos no
valor de 1.264.370,81€, que representa 21% dos financiamentos atribuídos até
2007 às federações desportivas que participaram nos Jogos Olímpicos.
Quadro 12. Número de habitantes por medalha - taxa de “medalhamento"
Quadro 13. Grau de concretização dos objectivos e resultados obtidos por
Portugal em Pequim 2008 e Atenas 2004
(a) A pontuação obtida não
era um objectivo fixado no
contrato programa. Foi
anunciado pelo Comité
Olímpico de Portugal, no
sítio na Internet do jornal
Expresso, em www.expresso.pt,
em 13-08-2008.
Quadro 14. Mérito desportivo e classificações obtidas por Portugal nos últimos
4 Jogos Olímpicos
Procurámos estabelecer uma relação entre o valor dos apoios totais concedidos
até 2007 às federações desportivas e as classificações por elas obtidas. Nas 2
federações que receberam maior volume de apoios parece verificar-se a
existência de uma relação directa entre o financiamento concedido e o número de
classificações obtidas. O Atletismo e a Vela foram as federações desportivas
que receberam maiores apoios, mas também as que obtiveram melhores resultados,
através de maior número de classificações até ao 8.º lugar e maior número de
pontos.
Encontramos uma relação inversa nas federações de Canoagem, Natação, Tiro com
Armas de Caça, Trampolins e Ciclismo, cada uma recebeu apoios superiores a
200.000€ e não obteve qualquer resultado até ao 8.º lugar.
Número de habitantes por medalha - taxa de “medalhamento”
O indicador número de habitantes de um país por medalha fornece informação
sobre a base de recrutamento de praticantes desportivos que poderá revelar a
capacidade do sistema desportivo de um dado país produzir resultados. Este
indicador é usualmente designado por taxa de “medalhamento” de cada país.
Tendo em conta que a população residente em Portugal, em 2008
(5)
é de 10.617.575 habitantes, a taxa de “medalhamento” de Portugal, nos Jogos
Olímpicos de Pequim 2008 foi de 1 medalha por 5.308.788 milhões de habitantes.
DISCUSSÃO
Resultados obtidos pelos praticantes desportivos e federações desportivas
O desempenho de Portugal nos Jogos Olímpicos em Pequim 2008 teve um nível
inferior ao de Atenas 2004 em todas as categorias dos objectivos. 3 medalhas
obtidas em Atenas, 2 em Pequim. 10 diplomas em Atenas, 7 em Pequim. 44 pontos
obtidos em Atenas, 28 em Pequim
(1)
.
No período de 12 anos e 4 Jogos Olímpicos o número de medalhas que Portugal
arrecadou nunca ultrapassou o valor de 3, máximo atingido em Atenas 2004. Nos
outros 3 Jogos Olímpicos o número de medalhas obtido foi sempre de 2, apesar de
diferentes no seu valor(1).
O número de diplomas (classificações do 4.º ao 8.º lugar) obtido em Pequim 2008
foi igual ao obtido em Atlanta 1996 e superior em 1 a Sydney 2000. Ficou
contudo, 3 abaixo da melhor classificação obtida em Atenas 2004, com 10
diplomas(1).
O desempenho desportivo de Portugal nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008
relativamente aos Jogos Olímpicos de Atlanta 1996, manifestou uma manutenção do
número de medalhas em 2 e do número de classificações do 4.º ao 8.º lugar em 7.
Ou seja, decorridos 12 anos, apesar de Portugal dispor, ao nível do desporto
olímpico, de melhores condições financeiras e materiais, verificou-se um
desempenho idêntico ao de Atlanta 1996.
Relativamente a Sydney 2000(1), em Pequim 2008 o número de medalhas manteve-se
em 2 e o número de classificações do 4.º ao 8.º lugar aumentou de 6 para 7. Ou
seja, em Pequim 2008 verificou-se um desempenho ligeiramente superior ao de
Sydney 2000.
Relativamente a Atenas 2004(1), em Pequim 2008 o número de medalhas sofreu uma
redução de 1 e o número de classificações do 4.º ao 8.º lugar foi também menor
em 3, de 10 em Atenas 2004, para 7 em Pequim 2008.
Apesar da estabilidade financeira conseguida para a execução do projecto de
preparação olímpica, da contratualização quadrienal dos apoios e da condução em
exclusivo, pelo Comité Olímpico de Portugal, da preparação olímpica o
desempenho desportivo de Portugal teve um nível inferior em Pequim 2008 do que
em Atenas 2004.
A competitividade das federações desportivas pode ser aferida pelo critério do
número de classificações obtidas, método que possibilita distinguir as
federações desportivas em 3 grupos, consoante a sua competitividade nos últimos
4 Jogos Olímpicos:
1 – Modalidades que obtiveram medalha;
2 - Modalidades que obtiveram classificação correspondente a diploma (4.º - 8.º
lugar)
3- Modalidades que nunca obtiveram classificação correspondente a diploma.
As federações mais competitivas e com um melhor desempenho nos últimos 4 Jogos
Olímpicos são as integradas no grupo I, Atletismo, Vela, Judo, Triatlo e o
Ciclismo, as demais manifestam um nível de desempenho inferior e integram-se
nos grupos II e III.
Custos do Projecto Pequim 2008
No Projecto Pequim 2008 o montante afectado às federações desportivas destinado
à preparação dos praticantes desportivos e às bolsas, foi inferior em 154.241€,
ao correspondente no Projecto Atenas 2004. Donde se conclui que os custos da
preparação dos praticantes desportivos para os Jogos Olímpicos de Pequim 2008
foram inferiores aos custos do Projecto Atenas 2004.
Quadro 15. Grupos de federações desportivas segundo a competitividade nos 4
Jogos Olímpicos
Quadro 16. Apoios concedidos ao Comité Olímpico de Portugal, Projectos Pequim
2008 e Atenas 2004
Quadro 17. Apoios financeiros concedidos ao Comité Olímpico de Portugal do
Projecto Atlanta 1996 a Pequim 2008
(a) inclui um montante 80.000€
destinado aos praticantes qualificados
Quadro 18. Financiamento da Missão aos últimos 4 Jogos Olímpicos e custo por
praticante da missão
Quadro 19. Custo por medalha e por diploma em Pequim 2008 e Atenas 2004
Quadro 20. Número de habitantes por medalha - taxa de “medalhamento”, Pequim
2008 e Atenas 2004
Quadro 21. Número de habitantes por medalha – taxa de “medalhamento” por país
da União Europeia 27
Quadro 22. Comparação do indicador, n.º de medalhas e n.º habitantes por
medalha Pequim 2008 e Atenas 2004
Um projecto que manifestou um aumento de custos foi a gestão do Projecto que
passou a ser efectuada em exclusivo pelo Comité Olímpico de Portugal, teve uma
despesa quadrienal de 630.000€, o que corresponde a um encargo mensal de
14.318€.
O valor dos apoios concedidos ao Comité Olímpico de Portugal representou 11%
dos apoios concedidos às federações desportivas, mais 2% do que no Projecto
Atenas 2004.
Relacionando o desempenho desportivo de Portugal e os meios financeiros
afectados à preparação olímpica, conclui-se que no período de 12 anos (Atlanta
1996 – Pequim 2008) os meios financeiros aplicados aumentaram em 100%, não
tendo os resultados desportivos acompanhado com qualquer crescimento.
Especificamente para a missão aos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, relativamente
ao apoio concedido para a missão a Atenas 2004 verificou-se um aumento de 7,7%.
Ou seja, teve um custo de 9.090 € por praticante, enquanto para Atenas foi de
7.927€.
Custo por medalha e por diploma
Comprando a prestação desportiva em Pequim 2008 com a de Atenas 2004, tendo em
conta as 3 medalhas alcançadas e o custo dos projectos olímpicos, o valor
necessário despender para ser obtida uma medalha em Pequim 2008 foi de
6.071.438 € e em Atenas 2004 foi de 3.977.304 €. Para obter uma classificação
até ao 8.º lugar, o custo em Atenas 2004 foi de 917.839€, enquanto em Pequim
2008 foi de 1.734.697 €.
Número de habitantes por medalha - taxa de “medalhamento”
No indicador número de habitantes por medalha o desempenho de Portugal nos
Jogos Olímpicos de Pequim 2008 foi inferior ao dos Jogos Olímpicos de Atenas
2004, manifestou uma relação de 1 medalha por 5.308.788 habitantes em Pequim
2008, para uma medalha por 3.452.039 habitantes em Atenas 2004.
No âmbito dos 27 países da União Europeia (UE) a prestação de Portugal ao nível
do número de medalhas obtidas permitiu posicionar Portugal no 21.º lugar, com a
mesma prestação que a Bélgica e a Estónia. Atrás de Portugal ficaram apenas
pequenos países que não obtiveram qualquer medalha, Chipre, Luxemburgo e Malta
e cuja população não ultrapassa os 800.000 habitantes.
Ao nível da taxa de “medalhamento” medida pelo número de habitantes por
medalha, a posição de Portugal no âmbito dos 27 países da União Europeia ainda
é mais desfavorável, ocupando o 23.º lugar, com 5.308.788 habitantes por
medalha, ficando posicionados atrás de Portugal a Bélgica, Chipre, Luxemburgo e
Malta.
Comparando o desempenho de Portugal nos Jogos olímpicos de Pequim 2008 com o de
Atenas 2004 verificamos que não se registaram alterações significativas. Os 2
indicadores registaram em Pequim 2008 níveis inferiores de desempenho. Por um
lado, Portugal obteve menos 1 medalha e, por outro, a posição, no que respeita
ao número de habitantes por medalha desceu 2 lugares.
Em síntese as grandes conclusões são as seguintes: dos três objectivos
desportivos fixados para Portugal nos Jogos Olímpico de Pequim 2008, não foi
atingido nenhum.
Apesar da estabilidade financeira conseguida para a execução do projecto de
preparação olímpica, da contratualização quadrienal dos apoios e da condução em
exclusivo, pelo Comité Olímpico de Portugal, da preparação olímpica, o
desempenho desportivo de Portugal teve um nível inferior em Pequim 2008 do que
em Atenas 2004.
Para a execução do Projecto Pequim 2008 foi concedida ao Comité Olímpico de
Portugal uma verba 12.142.876€, mas o montante afectado às federações
desportivas destinado à preparação dos praticantes desportivos e às bolsas, foi
inferior em 154.241€, ao correspondente no Projecto Atenas 2004.
No período de 12 anos (Atlanta 1996 – Pequim 2008) os meios financeiros
aplicados na preparação olímpica aumentaram em 100%, não tendo os resultados
desportivos acompanhado com qualquer crescimento.
No âmbito dos 27 países da União Europeia a prestação de Portugal ao nível do
número de medalhas obtidas permitiu posicionar Portugal no 21.º lugar, com a
mesma prestação que a Bélgica e a Estónia. Atrás de Portugal ficaram apenas
pequenos países que não obtiveram qualquer medalha.