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EuPTCVHe2341-45452014000600007

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variedadeEu
ano2014
fonteScielo

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Hiperplasia nodular focal múltipla: desafio diagnóstico INSTANTÂNEO ENDOSCÓPICO

Hiperplasia nodular focal múltipla - desafio diagnóstico Multiple nodular focal hyperplasia - diagnosis challenge

Margarida Eulálio∗, Arsénio Santos e Rui Santos Serviço de Medicina Interna A, Hospitais da Universidade de Coimbra, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal * Autor para correspondência

A hiperplasia nodular focal (HNF) é o tumor benigno hepático não vascular mais comum1. Ocorre em ambos os sexos, sendo mais frequente no sexo feminino dos 20 aos 50 anos de idade1. A maioria dos casos é assintomática, sendo identificada de forma acidental em exames de imagem2. A apresentação múltipla é extremamente rara e põe problemas de diagnóstico, pela dificuldade em caracterizar cada uma das lesões3. Habitualmente, as lesões permanecem estáveis em número e dimensão, mas em raros casos verifica-se progressão da doença3.

Os autores apresentam o caso de uma mulher de 40 anos, com evidência de múltiplos nódulos hepáticos em ecografia de rotina. Antecedentes de toma de contracetivos orais nos últimos 15 anos e sem hábitos alcoólicos. Apresentava- se assintomática e sem alterações ao exame objetivo. Analiticamente, evidenciava GGT - 87 U/L (valor de referência: < 38 U/L), aminotransferases, fosfatase alcalina, bilirrubinemia, albumina e tempo de protrombina normais, serologias do VHB e VHC e estudo da autoimunidade negativos, assim como CEA e alfa-fetoproteína normais. Realizou TC que revelou hepatomegalia com múltiplas formações nodulares hipervasculares dispersas pelos 2 lobos, as 2 de maiores dimensões (6,7 e 6 cm) com uma pequena área hipodensa central (fig._1). Para melhor caracterização dos vários nódulos realizou RM, que mostrou lesões com comportamento sugestivo de HNF, e cintigrafia com Tc99m, na qual todas as lesões tiveram comportamento sugestivo de HNF com exceção de uma (segmento VI/ VII) (fig._2). Contudo, a biopsia deste nódulo mostrando uma lesão constituída por hepatócitos morfologicamente normais reforçou a hipótese de este ter a mesma etiologia (fig._3).

Posteriormente, a doente realizou RM com contraste hepatoespecífico (Primovist®), que evidenciou múltiplas formações nodulares, a maior com 6,1 cm, que na fase hepatobiliar apresentam acentuada retenção do contraste, facto que corrobora a sua natureza hepatocitária (fig._4).

A doente mantém-se assintomática, com GGT - 70 U/L e restantes provas hepáticas normais, e todos os nódulos mostram estabilidade morfológica e dimensional em exames sequenciais. Foi suspenso o contracetivo oral e realizou laqueação tubar. Realizou posteriormente uma angio-TC cerebral que não evidenciou lesões vasculares.

Com este caso pretende-se salientar a dificuldade diagnóstica da HNF face a uma apresentação clínica com lesões múltiplas, levantando dúvidas quanto à natureza de algumas delas e a utilidade do uso de contraste hepatoespecífico para o seu esclarecimento, nomeadamente no diagnóstico diferencial com o carcinoma hepatocelular.


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