A utilização de tecnologias self-service nos serviços bancários e a sua
influência no comportamento do consumidor em Portugal
A banca foi um dos setores que mais cedo iniciou a automatização dos serviços.
Os bancos viram nas inovações tecnológicas uma oportunidade para se
diferenciarem num mercado maduro e de intensa concorrência (Devlin, 1995). Uma
das inovações tecnológicas mais visíveis e orientadas para o cliente foram os
serviços baseados em tecnologias self-service que diversificaram os meios de
acesso ao cliente.
As tecnologias self-service (TSS), onde se incluem a Automatic Taller Machine
(ATM), a Banca Telefónica (BT) e o Internet Banking (IB), são tecnologias que
podem ser usadas pelos consumidores de forma independente, sem a interação de
um assistente ou empregado (Meuter et al., 2000). A automatização dos serviços
bancários é indispensável para obter a eficiência dos serviços prestados. Sem a
tecnologia, os bancos seriam lentos e inoperantes face às atuais exigências,
tanto no universo interno (processamento dos serviços) como no universo externo
(atendimento às necessidades dos clientes).
Atualmente, Portugal dispõe de mais de cerca de 14 000 ATM, onde são realizadas
em média 71 milhões de operações por mês (ano de 2009) (SIBS, 2010). A rede
oferece um vasto leque de operações. Através do telefone os clientes podem
aceder a um call center para realizar as operações. De forma idêntica, via
Internet, os clientes podem aceder aos sites dos seus bancos e realizar quase
todas as operações que realizariam ao balcão ou na ATM (exceto levantar e
depositar dinheiro).
Estudos apresentados pela Marktest (2009) mostram que em dezembro de 2008, os
sites bancários receberam mais de 860 mil utilizadores, num total de 939 mil
visitantes de bancos online. No mesmo período, o tempo total de navegação nos
sites bancários portugueses foi cerca de 520 mil horas, o que equivale a uma
média diária de 16 747 horas e mensal de 33 minutos por utilizador, segundo
Marktest (2009).
Contudo, o meio privilegiado pelos clientes particulares portugueses para
contactarem o seu banco é a ATM, seguido do contacto pessoal com o balcão
(dados relativos a 2007, 2008 e 2009, Marktest, 2010), apesar de essa
preferência estar a decrescer. Por exemplo, entre 2000 e 2004 verificou-se uma
descida de 84,6% para 76,2% (Marktest, 2006) e, entre 2007 e 2009, uma descida
de 64,8% para 63,3% da utilização do canal pessoal (Marktest, 2010). A ATM
tornou-se o principal canal de contacto com o banco, com frequências de
utilização de 78,3% em 2007; 78,0% em 2008 e 78,6% em 2009 (Marktest, 2010). A
preferência pelo contacto telefónico teve um decréscimo da sua utilização entre
2000 e 2006, de 6,9% para 3,2% da frequência de utilização (Marktest, 2006). A
partir de 2007, essa tendência inverteu-se e verifica-se um crescimento da sua
utilização de 3,3% (2007) para 3,7% (2009) (Marktest, 2010).
O acesso via Internet (Internet banking/Home banking, IB) registou as maiores
taxas de crescimento de utilização. De 2000 para 2007, a utilização deste canal
cresceu sete vezes, passando de 2,7% para 18,9% (Marktest, 2008), em 2008
atingiu os 21,7% e em 2009 os 24,2% (Marktest, 2009). Não obstante o IB
registar os maiores ritmos de crescimento à medida que os clientes percecionam
a sua utilidade (Eriksson et al., 2005; Mols, 1999; Mols et al., 1999), a BT é
também apontada como um canal em crescimento (Ahmad e Butlle, 2002; Marktest,
2010).
Zeithaml e Bitner (2000) resumem algumas características da distribuição
eletrónica de serviços baseados em TSS: serviços padronizados, participação
ativa do cliente, conveniência, customização (apesar das dificuldade de
customizar serviços altamente padronizados), baixo custo, ampla distribuição,
competição pelo preço (os clientes comparam facilmente os preços), possível
falta de consistência em função do envolvimento do cliente, possível exigência
de alterações no comportamento do consumidor, preocupação com a segurança e
maior competição decorrente do aumento da abrangência geográfica.
Os serviços baseados em TSS evidenciam vantagens e desvantagens para os
prestadores e consumidores desses serviços. Para os bancos, a utilização de TSS
permite uma redução significativa de custos, aumenta a sua eficiência e
eficácia. Kalacota e Freire (1997) estimam que o processamento de uma transação
eletrónica custe menos seis vezes que o seu processamento manual. As TSS
tornaram-se numa componente crítica do serviço, onde cerca de metade das
transações são realizadas pelos consumidores autonomamente (Lawrence e Karr,
1996).
Por outro lado, quanto mais um serviço depende de tecnologia para a sua
produção, menos contactos entre as pessoas ocorrem e, por isso, menos o serviço
é caracterizado pela heterogeneidade e inseparabilidade (Lee e Allaway, 2002;
Zeithaml e Bitner, 2000). As novas tecnologias também permitem aos bancos
benefícios relacionados com a diversificação de acessos e pontos de contacto
com os clientes.
Vários estudos mostram que os serviços baseados em TSS não são vantajosos para
todos os clientes. Grönroos (1990) sustenta que o sucesso do self-service
depende do grau de envolvimento dos clientes e dos benefícios por ele
percebidos, devendo os mesmos ser recompensados e motivados para fazerem parte
do processo. Bitner et al. (2000) mostram que a principal vantagem das TSS
relaciona-se com o facto de estes poderem aceder ao serviço quando e onde
quiserem.
Existem outros benefícios percebidos pelos clientes: facilidade de utilização,
maior conveniência relativamente às alternativas, menor tempo dispendido,
economias de custo, maior controlo sobre a prestação do serviço, maior
personalização, conveniência de localização e divertimento resultante da
utilização da tecnologia (Curran e Meuter, 2005). Outros autores evidenciam que
os benefícios, a adoção e a continuidade de utilização das TSS podem variar em
função do tipo de tecnologia a ser utilizada (Natarajan et al., 2010).
A utilização de TSS pode ainda provocar ansiedade e stresse aos consumidores,
na medida em que alguns sentem desconforto na interação com os serviços
mediados por tecnologias (Lee et al., 2010; Mick e Fournier, 1998). De acordo
com Zeithaml e Gilly (1987), vários clientes vêem o encontro do serviço como
uma experiência social, preferindo interagir com pessoas do que com máquinas.
Alguns autores alertam que as TSS podem ter repercussões negativas na relação
de longo prazo entre o banco e consumidor, devido à despersonalização do
serviço (Proença e Silva, 2007 e 2008; Ricard et al., 2001).
A literatura apresenta diversos fatores que podem motivar a adoção de TSS.
Bobbitt e Dabholkar (2001), Curran e Meuter (2005), Dabholkar (1996),
Kolodinsky et al. (2004) e Parasuraman (2000), sintetizam as variáveis que
motivam a utilização de TSS: o controlo, a performance, a facilidade de uso, a
não necessidade de interação humana, a fiabilidade, a rapidez, a utilidade, o
menor risco, a simplicidade, ou a própria orientação dos consumidores para a
conveniência, para o serviço, para a tecnologia, para a mudança e para o
conhecimento (nomeadamente da exploração de computadores e da Internet).
Os fatores culturais associados aos consumidores, também são referidos na
adoção e utilização de novas tecnologias, como por exemplo os hábitos, as
crenças e os costumes (Laforet e Li, 2005). Porém, a motivação pode variar em
função do tipo de tecnologia a ser utilizada. Eriksson et al. (2005) evidenciam
a utilidade do Internet banking (IB) para o consumidor e Akinci et al. (2004)
mostram que a utilização de ATM, POS (terminais de pagamento) e telefone
aumenta à medida que os clientes estão mais confiantes e são mais orientados
para a mudança, para o conhecimento e para os computadores.
Comportamento do consumidor de serviços bancários e TSS
Vários autores relacionam as TSS e o comportamento do consumidor de serviços
[ver, por exemplo, Rust et al. (1995) e, mais tarde, Zeithaml e Bitner (2000)].
Zeithaml et al. (1996), partindo do trabalho de Rust et al. (1995), discutem a
relação entre a qualidade do serviço e as intenções do consumidor. Quando a
qualidade do serviço é percebida como superior, as intenções comportamentais
são favoráveis. Quando a qualidade percebida é inferior, as intenções
comportamentais são desfavoráveis. Por sua vez, as intenções vão ter impacto na
retenção ou deserção de consumidores consoante sejam favoráveis ou não. A
retenção provoca um efeito positivo (aumento do rendimento, aumento da despesa,
preço premium e referência a novos clientes), enquanto a deserção tem impacto
negativo (redução da despesa, decréscimo das vendas, perda de clientes). A
qualidade do serviço atua como um determinante da retenção ou deserção do
cliente e as variáveis comportamentais são indicadores da retenção ou deserção
dos clientes.
A introdução das TSS oferece aos bancos a oportunidade de melhorar a qualidade
do serviço e a sua conveniência, o que, de acordo com Al-Ashban e Burney
(2001), provoca no consumidor intenções comportamentais favoráveis que, por sua
vez, se irão traduzir na retenção e em consequências positivas para as
empresas, neste caso, para os bancos.
Mols (1998) mostra que os utilizadores do PC-banking revelam comportamentos
mais favoráveis do que os não utilizadores. Zeithaml et al. (1996) consideram
que as variáveis que melhor explicam as intenções comportamentais dos
consumidores são as seguintes: satisfação, propensão para reclamar,
sensibilidade ao preço, propensão para mudar de banco, word-of-mouth e intenção
de recompra. O que foi corroborado por Mols (1998) ao analisar o impacto nas
mesmas variáveis, do PC-banking. Seguidamente, discute-se cada uma destas
variáveis, as quais permitirão formular a questão e as hipóteses de pesquisa da
presente investigação.
· Satisfação
A satisfação tem sido estudada na sua relação com o comportamento do consumidor
(Anderson, 1998; Anderson e Sullivan, 1993; Oliver, 1998 e 1997;) e
particularmente, quando ela é influenciada pelo uso de tecnologias (Bitner et
al., 2002; LaBarbera e Mazurski, 1983; Meuter et al., 2000, entre outros).
Uma das formas da tecnologia contribuir para a satisfação dos clientes é
através da customização do serviço, que ocorre quando os clientes usam
tecnologia para criar serviços para si, de acordo com as suas necessidades. O
estudo de Meuter et al. (2000) explora as experiências de clientes com
tecnologias self-service e mostra que o principal fator que induz satisfação do
cliente com TSS é a possibilidade de customizar a oferta.
Existem outros benefícios relacionados com as TSS que interferem com a
satisfação do cliente, como por exemplo o cliente produzir e consumir o serviço
quando e onde se necessita. Mols (1998) mostra que os utilizadores de PC
banking na Dinamarca estavam mais satisfeitos e eram mais leais ao seu banco.
Bitner et al. (2002) mostram que os clientes utilizadores de TSS gostam da
conveniência e da facilidade de acesso aos serviços que estas tecnologias
permitem.
Por exemplo, terminais de pagamento (POS) colocados nas bombas de gasolina
permitem o pagamento dos serviços pelo cliente sem abandonar o automóvel. Por
outro lado, máquinas avariadas, páginas de Internet em manutenção e código de
identificação pessoal não reconhecidos, etc. geram insatisfação. Quando as
tecnologias falham e as expectativas do cliente não são cumpridas, o consumidor
é obrigado a usar o serviço convencional, o que causa insatisfação (Meuter et
al., 2000).
· Reclamações
As reclamações dos clientes podem ser negativas para a empresa por resultarem
de insatisfação (Singh, 1988) ou positivas dado que constituem uma oportunidade
para a melhoria e recuperação do serviço (Levesque e McDougall, 1996; Mols,
1998 e Zeithaml et al., 1996). Para Singh (1988), o comportamento de reclamação
por parte do consumidor é provocado por uma situação de insatisfação durante
uma compra e pode manifestar-se de três formas: reclamação direta junto do
prestador do serviço, comunicação word-of-mouth (boca-em-boca) negativa (junto
de terceiros) e o recurso a ações legais.
Richins (1983) sugere que as reclamações causadas por insatisfação são
inevitáveis mas bem-vindas, permitindo que a empresa corrija a fonte de
insatisfação. Para Zeithaml et al. (1996), a elevada propensão do consumidor
para reclamar, relaciona-se com a propensão dos consumidores satisfeitos com o
serviço, em dar uma oportunidade à empresa para retificar a fonte de
insatisfação. Sem reclamações, pode-se desconhecer que existem problemas e não
se fazer nada para satisfazer clientes descontentes. Levesque e McDougall
(1996) consideram que as reclamações dão a possibilidade ao banco de
transformar a insatisfação em satisfação, reconhecendo que, quando o prestador
do serviço aceita a responsabilidade e resolve o problema, o cliente torna-se
mais leal. A tecnologia, por sua vez, pode desempenhar um papel importante nos
fluxos das reclamações, na medida em que as pode facilitar e encorajar (Brown,
1997). As novas tecnologias permitem, de uma forma fácil e anónima, que
consumidores insatisfeitos possam fazer chegar ao banco a insatisfação, através
de um e-mail ou simples telefonema, sem se deslocarem do local onde se
encontram.
· Sensibilidade ao preço
Apesar de a automatização permitir aos bancos a oferta de operações mais
económicas do que as oferecidas ao balcão, existe evidência no sentido de que
os clientes satisfeitos são menos sensíveis ao preço que os não satisfeitos
(Fornell, 1992; Homburg et al., 2005 e Zeithaml et al., 1996). Nos serviços
bancários, Mols (1998) refere que os utilizadores do PC-banking são menos
sensíveis ao preço; ou seja, os utilizadores de TSS podem estar recetivos a
pagar mais por reconhecerem outras fontes de valor nos serviços automatizados
(Pires e Filho, 2001).
· Propensão para mudar de banco
Esta variável está relacionada com a maior ou menor facilidade que os
consumidores têm em abandonar o seu banco atual e passar para um banco
concorrente. Quantas mais barreiras existirem mais difícil será a mudança, o
que favorece a retenção de clientes (McDougall, 2001). A teoria sugere que as
TSS podem funcionar como barreiras à mudança do(s) banco(s) com que se trabalha
habitualmente (Fornell, 1992). As TSS podem exigir tempo e aprendizagem, pelo
que os consumidores poderão estar menos dispostos a mudar de banco depois de
dominarem uma determinada tecnologia (Mols, 1998).
A propensão para mudar de fornecedor também surge associada à satisfação
(Oliver, 1997). Os elevados índices de satisfação exibidos pelos utilizadores
de TSS são sugeridos por Fornell (1992) como uma barreira à mudança de banco. A
acessibilidade que atrai os consumidores pode aumentar o número de transações e
ligações entre o banco e o consumidor, também o torna mais leal, criando
barreiras relativamente aos concorrentes (Ricard et al., 2001). Em suma, razões
de ordem tecnológica, psicológica, económica ou relacionada com a
acessibilidade, podem constituir barreiras à mudança de banco.
· Word-of-mouth
O word-of-mouth (boca-em-boca) positivo traduz-se em manifestações favoráveis
da utilização de um serviço perante terceiros, incluindo os potenciais clientes
(Lovelock e Wirtz, 2007). Fornell (1992) mostra uma correlação positiva entre o
nível de satisfação e o word-of-mouth positivo, ou seja, consumidores
satisfeitos estão mais dispostos a expressar a preferência pelo seu banco e a
recomendá-lo a outros. No mesmo sentido, Parasuraman et al. (1988) ou Goode et
al. (1996) encontraram uma relação positiva e significante entre a perceção da
qualidade do serviço e a recomendação da respetiva empresa. Assim sendo, os
utilizadores de TSS satisfeitos e entusiasmados com os baixos custos,
conveniência, acessibilidade e outras vantagens destes serviços, estão mais
predispostos para efetuar comentários positivos a outras pessoas, recomendando
o seu banco.
· Intenção de recompra
Compras repetidas ao longo dos tempos constituem o desejo de qualquer
organização. Se a utilização de TSS representar para os consumidores uma
experiência positiva com valor, eles continuarão a usar estes serviços. A
qualidade do serviço está na base da satisfação e esta determina resultados
comportamentais, como o word-of-mouth, as reclamações, as recomendações e a
mudança de fornecedor.
No entanto, diferentes aspetos da qualidade do serviço e diferentes
características do consumidor podem estar associadas a diferentes
comportamentos. Consumidores satisfeitos poderão ser mais leais, i.e., poderão
revelar uma elevada intenção de recompra, poderão ser menos sensíveis ao preço
e poderão demonstrar baixa propensão para mudar de banco, comparando com os não
utilizadores (Fornell, 1992; Mols, 1998 e Zeithaml et al., 1996). À semelhança
do que propôs Mols (1998) para os utilizadores do PC banking, os utilizadores
de TSS, comparando com os não utilizadores, poderão estar mais satisfeitos com
o seu banco, produzir word-of-mouth positivo, ter elevada intenção de recompra
e apresentar baixa sensibilidade ao preço.
A investigação
· Objetivos
Este estudo pretende dar resposta à questão: qual a influência no comportamento
do consumidor português resultante da utilização de TSS dos serviços bancários?
Com este propósito, analisa-se especificamente, a utilização da ATM, BT e o IB,
nas seguintes dimensões do comportamento do consumidor português (ver Figura):
satisfação, propensão para reclamar, sensibilidade ao preço, propensão para
mudar de banco, word-of-mouth e intenção de recompra, tal como recomendado por
Zeithaml et al. (1996) e Mols (1998).
O estudo tem outros objetivos mais específicos, como a identificação dos
utilizadores e não utilizadores de cada uma das TSS referidas, a definição do
perfil do cliente utilizador e não utilizador das TSS em termos de sexo, idade,
escolaridade, rendimento e ocupação e, por fim, a identificação da TSS mais
utilizada pelos clientes.
FIGURA
Os efeitos da utilização de TSS dos serviços bancários no comportamento do
consumidor
· Hipóteses
A partir do problema apresentado na questão anterior colocam-se as várias
hipóteses (H) de pesquisa.
A acessibilidade no tempo e no espaço, juntamente com a possibilidade de
customização do serviço, proporcionados pelas TSS contribuem para uma maior
satisfação do cliente (Meuter et al., 2000; Bitner et al., 2002), pelo que os
utilizadores de TSS bancárias revelam-se mais satisfeitos do que os não
utilizadores.
H1: Os clientes utilizadores de TSS revelam-se mais satisfeitos com o serviço
do seu banco do que os não utilizadores.
Encarando as reclamações como um fator positivo para a empresa, elas são
proferidas por clientes satisfeitos que querem dar uma oportunidade à empresa
para retificar a fonte de insatisfação (Zeithaml et al., 1996). O mesmo pode
suceder com os clientes de TSS dos serviços bancários, que, mais satisfeitos,
podem revelar maior propensão para reclamar.
H2: Os clientes utilizadores de TSS revelam maior propensão para reclamar do
que os não utilizadores.
Os benefícios proporcionados pelas TSS, que, em geral, se traduzem em maior
valor para o cliente, podem originar uma menor sensibilidade ao preço (Pires,
2001). Mols (1998) mostra que os utilizadores do PC Banking revelam uma menor
sensibilidade ao preço, o que também se pode vir a verificar com os
utilizadores de ATM, BT e IB.
H3: Os clientes utilizadores de TSS revelam-se menos sensíveis ao preço do que
os não utilizadores.
Constata-se que existe nos utilizadores de TSS um maior dispêndio de tempo e
investimento na aprendizagem com estas tecnologias. Este esforço, juntamente
com os maiores índices de satisfação (Fornell, 1992) e acessibilidade atraem os
consumidores e aumentam o número de transações e ligações entre o banco e o
consumidor. Estes fatores contribuem para tornar o consumidor mais leal e criar
barreiras relativamente aos concorrentes (Ricard et al., 2001).
H4: Os clientes utilizadores de TSS revelam uma menor propensão para mudar de
banco do que os não utilizadores.
Deduz-se a existência de uma correlação entre a satisfação e o efeito word-of-
mouth, ou seja, consumidores satisfeitos revelam maior disposição para
expressar, diante de outros, a sua preferência e a recomendação do serviço
(Fornell, 1992). A mesma relação positiva foi encontrada nos clientes
utilizadores de ATM (Goode et al., 1996) e PC-banking (Mols, 1998).
H5: Os clientes utilizadores de TSS produzem um efeito word-of-mouth positivo
superior ao dos não utilizadores.
A utilização de TSS acrescenta valor à relação com os consumidores e representa
uma experiência positiva que pode facilitar a repetição das transações com o
banco (Mols, 1988). Em alguns casos, os utilizadores quererão no futuro fazer
mais negócios com o seu banco (Mols, 1998).
H6: Os clientes utilizadores de TSS revelam maiores intenções de recompra do
que os não utilizadores.
· Metodologia
O estudo incide sobre a população portuguesa residente em Portugal continental,
com 18 ou mais anos de idade. A investigação utilizou um questionário
estruturado e a técnica de amostragem por quotas. Esta técnica possibilita o
controlo das características da amostra e a representatividade da população,
apesar de ser de implementação lenta e envolver custos elevados (Malhotra,
2004). Selecionaram-se como categorias de controlo, o sexo, a idade e a região
de residência. Partindo dos dados do INE (2007) sobre a população portuguesa,
foram selecionados aleatoriamente, 300 indivíduos na proporção da população
residente em Portugal em função das três categorias de controlo: sexo, idade e
região (ver Quadro I).
QUADRO I
Amostra
O questionário teve como objetivo principal investigar o comportamento do
utilizador e não utilizador de TSS disponibilizado pelos serviços bancários.
Acessoriamente, procurou-se conhecer a caracterização sociodemográfica destes
consumidores de serviços bancários. Foram usadas escalas e questões já
validadas por Zeithaml et al. (1996) e depois por Mols (1998), ainda que
adaptadas a esta investigação. A listagem das dimensões comportamentais e dos
respetivos itens, usados no questionário, podem ser analisados no anexo.
Anexo
Pretendeu-se avaliar a frequência de utilização e as operações que os
inquiridos realizam com recurso a cada uma das tecnologias: ATM, BT e IB, bem
como conhecer o comportamento do consumidor, relativamente ao seu banco, em
torno de seis variáveis: sensibilidade ao preço, satisfação, word-of-mouth,
intenção de recompra, propensão para mudar de banco e propensão para reclamar.
Pretendeu-se ainda conhecer o banco principal ou o mais utilizado por cada
indivíduo inquirido, e os respetivos dados demográficos, nomeadamente estado
civil, escolaridade, ocupação profissional e rendimento.
O questionário foi testado num grupo de quinze pessoas, escolhidas por
conveniência, o que permitiu efetuar alterações à versão inicial, nomeadamente
na redação, posição relativa de algumas questões e eliminação de outras. O
questionário inclui 11 questões e demora cerca de 7 minutos a ser preenchido. A
recolha de dados foi efetuada através de entrevistas telefónicas distribuídas
pelas regiões da amostra. Os domicílios contactados telefonicamente foram
selecionados aleatoriamente, a partir de uma base de dados de números de
telefone de cada concelho e região. No domicílio, o indivíduo com conta
bancária a ser entrevistado, foi selecionado em função das quotas pré-definidas
de idade e sexo.
O controlo foi feito em duas fases sequenciais. A primeira fase consistiu na
supervisão direta do processo e a segunda fase, dada a impossibilidade de
acompanhar todas as entrevistas, foi efetuada por contacto aleatório a 30
entrevistados, i.e., a 10% dos indivíduos inquiridos.
Resultados
· Caracterização da amostra
As habilitações literárias dos homens e das mulheres da amostra são
predominantemente ao nível do ensino básico (1.º ou 2.º ciclo) e estão
inversamente relacionadas com o escalão etário. A maioria dos respondentes é
casada, está desempregada/reformada ou é doméstica, do sexo feminino e usufrui
de um rendimento líquido mensal (do agregado familiar) entre os 500 e os 1500
euros, apesar de um número significativo de inquiridos não ter revelado o nível
de rendimento.
· Caracterização sociodemográfica dos utilizadores de TSS
O Quadro II sintetiza a informação sociodemográfica dos utilizadores e não
utilizadores de TSS. Analisou-se a existência de relações entre as variáveis,
recorrendo ao teste de independência do Qui-Quadrado, que permite a comparação
de variáveis qualitativas (ordinais e nominais) (Pestana e Gageiro, 2005).
Quadro II
Caracterização sociodemográfica dos utilizadores de TSS
A análise de dados revela que existe uma relação significativa entre as
variáveis idade, nível de escolaridade, profissão, região habitada e a
utilização ou não de TSS. Apesar de a literatura mencionar que os homens são os
maiores utilizadores das tecnologias self-service (Goode e Moutinho, 1995; Mols
et al., 1999 e Akinci et al., 2004), os dados desta investigação revelam que
tanto os homens como as mulheres são utilizadores de TSS. Contudo, os não
utilizadores são sobretudo do sexo feminino (não existe dependência entre estas
variáveis; sig=0,128).
A faixa etária que se situa nos 18-34 e 35-54 anos utiliza maioritariamente
TSS, o que é consistente com Goode e Moutinho (1995) e Mols et al. (1999). Os
não utilizadores são sobretudo indivíduos mais velhos. Os resultados revelam
uma diferença significativa entre os utilizadores e não utilizadores de TSS em
termos de idade (sig=0,000).
Os indivíduos casados constituem a maioria dos utilizadores (49%). Porém,
apesar do teste evidenciar um sig=0,003, não se pode afirmar que existe uma
diferença significativa entre utilizadores e não utilizadores de TSS ao nível
do estado civil, porque o teste não cumpre um dos seus requisitos: existem 25%
das observações com valores esperados inferiores a 5.
Os indivíduos que possuem 12 anos de escolaridade constituem a maioria dos
utilizadores de TSS e os não utilizadores são sobretudo indivíduos com níveis
de escolaridade inferior (sig=0,000), o que está em acordo com Goode e Moutinho
(1995) e Mols et al. (1999) que identificam os «bem-educados» como os
utilizadores de tecnologias do tipo self-service.
Por fim, os dados revelam que os empregados por conta de outrem são o grupo que
mais utiliza TSS. Os não utilizadores são essencialmente desempregados/
reformados/domésticas e existe uma diferença significativa entre utilizadores e
não utilizadores quanto à profissão desempenhada. Quanto ao rendimento, os
dados recolhidos não permitem tirar conclusões devido à grande percentagem de
inquiridos que optaram por não responder a esta questão.
Os utilizadores de TSS residem sobretudo nas regiões do Norte e em Lisboa.
Curiosamente, a maior percentagem de não utilizadores reside, igualmente, na
região Norte e no Centro do país. O teste estatístico efetuado indica uma
relação estatisticamente significativa (sig=0,02) entre as variáveis
(utilização de TSS e região).
· A utilização de TSS e o comportamento do consumidor
Caracterização da utilização de TSS
A tecnologia self-service mais utilizada nos serviços bancários é a ATM,
maioritariamente por indivíduos de sexo masculino. Os que menos utilizam ATM
são mais velhos. A operação mais efetuada é o levantamento de numerário. O IB é
a segunda TSS mais utilizada, especialmente por indivíduos mais jovens e do
sexo masculino. A operação mais efetuada através do IB é a consulta. A BT é a
tecnologia menos utilizada. Os seus utilizadores são maioritariamente homens de
meia-idade (35-54 anos) que também privilegiam a realização de consultas.
A utilização de TSS e as variáveis comportamentais
Para estudar a relação entre o comportamento do consumidor e a utilização de
TSS, recorreu-se à análise da correlação bivariada que determina o grau de
associação entre variáveis. Os coeficientes de correlação selecionados foram os
Kendall's tau-b e o Spearman, por serem medidas não paramétricas de associação
entre variáveis, só requererem uma escala ordinal (que é o caso) e não exigirem
o conhecimento da distribuição das variáveis utilizadas.
Analisou-se a relação entre a variável de utilização de TSS e as variáveis
comportamentais. A variável «utilização de TSS» (U_TSS) representa a utilização
de tecnologias self-service pelos respondentes e foi codificada com o valor 1
para os «não utilizadores» e 2 para os «utilizadores». As variáveis
comportamentais tinham associada uma escala de medida ordinal e uma gama de
valores de 1 a 5, correspondendo o 1 à discordância total e o 5 à concordância
total.
Para cada uma das dimensões comportamentais, determinou-se a média dos seus
itens. Assim, as variáveis comportamentais passaram a ser representadas pelos
seus valores médios (X_Word-of-mouth; X_Intenção de recompra; X_Sensibilidade
ao preço; X_Propensão para reclamar; X_Satisfação e X_Propensão para mudar de
banco). A correlação foi determinada entre as médias das dimensões
comportamentais, entre si e com a utilização de TSS. O resultado obtido é
apresentado no Quadro III.
Quadro III
Análise de correlação entre a utilização de TSS e as variáveis comportamentais
Os coeficientes Spearman e Kendall tau-b apresentaram valores semelhantes,
porém, optou-se pelo coeficiente Spearman por apresentar valores ligeiramente
mais favoráveis. Os resultados apresentados no Quadro III sugerem relações
significativas entre as diferentes variáveis em estudo e estão em acordo com a
literatura (Fornell, 1992; Mols, 1998; e Zeithaml et al., 1996). A satisfação
do consumidor está positiva e significativamente correlacionada com o positivo
word-of-mouth, intenção de recompra e com a propensão para reclamar (p<0,01).
Entre a satisfação e a sensibilidade ao preço e a propensão para mudar de
banco, verificou-se uma correlação negativa e significativa (p<0,01). Desta
forma, os clientes que estão mais satisfeitos com o seu banco produzem uma
comunicação word-of-mouth positiva, têm uma maior intenção de voltar a comprar
e uma maior propensão para reclamar quando algo não corre bem.
Por sua vez, e à semelhança do estudo de Mols (1998), os clientes satisfeitos
são menos sensíveis ao preço e revelam uma menor propensão para mudar de banco.
O estudo demonstra também uma relação positiva entre o word-of-mouth e a
intenção de recompra e uma relação negativa entre o word-of-mouth e a
sensibilidade ao preço e a propensão para mudar de banco (p<0,01). Foi
encontrada uma correlação negativa entre a intenção de recompra e a
sensibilidade ao preço e a propensão para mudar de banco (p<0,01); o oposto
(relação positiva) verifica-se entre a intenção de recompra e a propensão para
reclamar (p<0,05). A investigação demonstrou uma relação positiva entre a
sensibilidade ao preço e a propensão para mudar de banco, ou seja, os clientes
mais sensíveis ao preço manifestam uma maior propensão para mudar de banco
(p<0,01).
Finalmente, os resultados corroboram parte da proposta do estudo, ou seja, os
utilizadores de TSS revelam uma maior intenção de recompra (p<0,05) e uma maior
propensão para reclamar quando algo não corre bem (p<0,05). Relativamente ao
word-of-mouth positivo e à satisfação, os resultados do estudo estão de acordo
com a proposta que associa aos utilizadores de TSS um word-of-mouth positivo e
uma maior satisfação, ou seja, o coeficiente de correlação tem o sinal correto,
contudo, não é estatisticamente significante (p>0,05).
Os resultados revelam existir uma correlação positiva, mas não estatisticamente
significativa entre a utilização de TSS e a propensão para mudar de banco. Ou
seja, este estudo mostra que a utilização de TSS não é suficiente para a
obtenção de clientes satisfeitos e fiéis e para que estes profiram um positivo
word-of-mouth. Ao contrário de Mols (1998), esta investigação revela que os
utilizadores portugueses de TSS são mais sensíveis ao preço (p<0,01). A maior
sensibilidade do consumidor português ao preço pode estar relacionada com a
maior dificuldade dos bancos em diferenciar os seus serviços, dado que
atualmente todos os bancos disponibilizam TSS, o que, por isso, já não é fonte
de diferenciação como sucedeu noutros tempos ou com as dificuldades económicas
de muitas famílias portuguesas.
· Resultado dos testes de hipóteses
Hipótese 1. Os clientes utilizadores de TSS revelam-se mais satisfeitos com o
serviço do seu banco do que os não utilizadores - existe uma relação positiva
entre a utilização de TSS e a satisfação (Rho=0,05). Contudo, não se verifica
evidência empírica, estatisticamente significativa, que relacione as variáveis
(sig=0,385).
Hipótese 2. Os clientes utilizadores de TSS revelam maior propensão para
reclamar com o seu banco, do que os não utilizadores - verifica-se que existe
uma correlação positiva entre a utilização de TSS e a propensão para reclamar
(Rho=0,141) confirmada estatisticamente (sig=0,015).
Hipótese 3. Os clientes utilizadores de TSS revelam-se menos sensíveis ao preço
do que os não utilizadores ' mostra uma relação oposta à esperada. Existe uma
correlação positiva entre a sensibilidade ao preço e a utilização de TSS
(Rho=0,248) que é estatisticamente significativa (sig=0,000), ou seja, os
utilizadores de TSS são mais sensíveis ao preço do que os não utilizadores.
Hipótese 4. Os clientes utilizadores de TSS revelam uma menor propensão para
mudar de banco do que os não utilizadores - não mostra uma relação (negativa)
entre a utilização de TSS e a propensão para mudar de banco (Rho=0,072 e
sig=0,214).
Hipótese 5. Os clientes utilizadores de TSS reproduzem um efeito word-of-mouth
mais positivo do que os não utilizadores - confirma-se uma relação positiva
entre a utilização de TSS e o efeito positivo do word-of-mouth (Rho=0,031).
Contudo, não se verifica uma correlação estatisticamente significativa entre as
variáveis (sig=0,597).
Hipótese 6. Os clientes utilizadores de TSS revelam maiores intenções de
recompra do que os não utilizadores - é verificada, uma vez que existe uma
correlação positiva e estatisticamente significativa entre a utilização de TSS
e a intenção de recompra (Rho=0,133 e sig=0,021).
Resumindo, o estudo realizado confirma duas das seis hipóteses colocadas. A
discussão mostra que a maior satisfação dos utilizadores de TSS não é
suficiente para competir ou para atrair novos clientes, nem para constituir
barreiras à mudança. Contudo, as TSS constituem um canal importante para o
fluir de reclamações e ajuda na recuperação do serviço. Por outro lado, a maior
intenção de recompra manifestada pelos utilizadores leva ao crescimento das
vendas e aumento do rendimento para os bancos. Estes resultados são divergentes
dos obtidos em estudos anteriores atrás referidos, o que pode ser relacionado
com o amadurecimento do mercado financeiro: maior rivalidade entre
concorrentes, inovação mais difícil, onde as TSS não constituem fonte de
diferenciação entre bancos.
Conclusão
O trabalho de investigação apresentado sobre o impacto no comportamento do
consumidor português da utilização de TSS dos serviços bancários, demonstrou
que os clientes satisfeitos com o seu banco exibem um positivo word-of-mouth,
uma maior intenção de recompra, uma menor sensibilidade ao preço, uma menor
propensão para mudar de banco e uma maior propensão para reclamar. Os
utilizadores portugueses de TSS (ATM, BT e IB) revelam uma maior intenção de
recompra, propensão para reclamar e uma maior sensibilidade ao preço.
O estudo não chegou a uma relação estatisticamente significativa entre a
utilização de TSS e a satisfação, propensão para mudar de banco e o word-of-
mouth positivo. Das hipóteses formuladas, confirmaram-se apenas duas: a relação
entre a utilização de TSS e a maior sensibilidade do consumidor ao preço; e que
a utilização de TSS não é suficiente para satisfazer e reter clientes e
originar um efeito positivo word-of-mouth.
O estudo permitiu também conhecer o perfil sociodemográfico do segmento
português, utilizador de TSS. Verificou-se que os utilizadores portugueses de
TSS não revelam diferenças significativas em termos de sexo. Contudo, são as
pessoas mais novas e de meia-idade, com habilitações ao nível do 12.º ano (ou
mais) e empregados por conta de outrem, que mais utilizam as TSS para efetuar
levantamentos, depósitos, consultas e outras operações.
Contributos para a gestão, limitações e futura investigação
Dado que as TSS envolvem elevados investimentos e os clientes interagem cada
vez mais com o seu banco através destas formas de contacto, o presente estudo
tem implicações para os gestores destas tecnologias e serviços.
A investigação mostrou que a satisfação produz vários efeitos no comportamento
do consumidor dos serviços bancários. A satisfação leva a uma maior lealdade
dos clientes. Isto é importante na medida em que quanto mais tempo os clientes
permanecerem na empresa, maiores serão os lucros, menores serão os custos de os
servir, maior será o respetivo volume de compras, mais facilmente tolerarão um
preço superior e maior será o impacto positivo do word-of-mouth (Zeithaml e
Bitner, 2000).
Além disso, a maior propensão para reclamar revelada pelos clientes
satisfeitos, dá aos gestores uma segunda oportunidade para os satisfazer. O
estudo mostra que a mera utilização de TSS já não é suficiente para determinar
a satisfação do cliente, o efeito positivo do word-of-mouth, nem constitui uma
barreira à mudança de banco. Contudo, os gestores que investem em TSS podem
esperar mais vendas, mais oportunidades de recuperação do serviço e um
consumidor mais sensível ao preço.
O estudo, em geral, confirma a literatura sobre a satisfação (Fornel et al.,
1996), mas permitiu obter novos contributos para os gestores, ao mostrar que o
consumidor de TSS está a mudar os seus comportamentos, o que é necessário
compreender melhor.
A investigação apresenta algumas limitações, apesar dos resultados obtidos
serem representativos da população portuguesa adulta residente no Continente. O
estudo analisa o impacto da utilização de TSS em apenas algumas dimensões do
comportamento do consumidor. Interessa investigar os impactos em outras
dimensões, como na confiança e no nível de conhecimento que o consumidor tem
relativamente ao seu banco. Por outro lado, analisaram-se apenas três formas de
contacto entre o consumidor e o banco: ATM, BT e IB, que interessa comparar com
outras formas de contacto que entretanto vão surgindo no mercado, nomeadamente
o mobile banking. Futuras investigações deverão passar pela eliminação destas
limitações.