Editorial
EDITORIAL
Editorial
Marianne Lacomblez
Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação Universidade do Porto Rua Dr.
Manuel Pereira da Silva 4200-392 Porto, Portugal
lacomb@fpce.up.pt
Não podemos deixar de abrir o Editorial deste novo número da revista
relembrando a notícia de que Laboreal passou a ser indexada na SciELO
(Scientific Electronic Library Online) - o que constitui mais um passo
importante para a valorização da revista e dos artigos nela publicados.
Paralelamente, passamos a integrar o sistema de identificação numérico para
conteúdo digital, DOI (Digital Object Identifier), que sustenta a certificação
das produções científicas e foi desenvolvido pela Association of American
Publishers (AAP).
E soubemos, há alguns dias, que a LABOREAL ficou qualificada pelo Committee On
Publications Ethics (COPE), pelo respeito que assegurou até agora, e promete
garantir no futuro, face às normas éticas exigidas na avaliação e publicação de
textos em revistas científicas.
Nesses processos, os contributos da Mafalda Lopes, da Cláudia Monteiro e do
Bruno Silva foram, e continuam a ser, decisivos - e importa agradecer-lhes
Nesta nova edição da Laboreal, apresentamos um Dossiê temático, fruto do
trabalho de um coletivo de pesquisadores brasileiros, do qual Mary Yale Neves,
Hélder Muniz, Maristela Botelho França y Cláudia Osório situam o histórico e a
perspetiva global. Trata-se de artigos que, no seu conjunto, articulam
reflexões de ordem teórico-metodológica em vários formatos: o de uma Revisão
temática, de um Resumo de tese, ou a propósito de Instrumentos de investigação
e de Pesquisas empíricas.
Associado, de certo modo, a este Dossiê: este número inclui também a resenha de
um livro publicado por um colega membro desse coletivo, Marcelo Figueiredo, que
Edith Seligmann-Silva, na ocasião da segunda edição da obra, tão bem nos
resumiu.
Do lado das nossas rubricas tradicionais, Jacques Leplat apresenta um texto
histórico, que ele próprio, no âmbito do seu diálogo com Régis Ouvrier-Bonnaz,
seleccionou. Trata-se de excertos de um relatório final de pesquisas
desenvolvidas nos anos 60, financiadas pela Comunidade Europeia do Carvão e do
Aço (CECA) - pesquisas essas que definiram o paradigma de inúmeros estudos
relacionados com as questões de segurança no trabalho, sendo no entanto de
acesso particularmente difícil. E é mesmo esta a função essencial desta
rubrica: dar uma nova vida a textos que, de outra forma, correriam o risco do
esquecimento. A apresentação de Jacques Leplat, que na altura acompanhou de
perto as tais pesquisas, não só justifica a escolha das partes do relatório por
ele selecionadas, como lembra o papel fundamental que tiveram numa fase de
mudança paradigmática que ninguém esquece.
Quanto ao Dicionário, prosseguindo o nosso passeio pelo alfabeto, passamos para
as letras "K" e "L".
A Direção de Laboreal não teve dúvidas em optar rapidamente por contactar Alain
Kerguelen de modo a definir Kronos (ou Actogram-Kronos), este software de
suporte à análise da atividade de trabalho, hoje tão importante em tantas
pesquisas. Infelizmente, Alain Kerguelen abandonou o nosso mundo antes de
acabar o texto que estava a preparar para Laboreal - deixando o legado ao Raoni
Rocha que, embora desolado, assegurou a missão. Dos seus lados, Catherine
Delgoulet e Béatrice Barthe fizeram questão de homenagear Alain Kerguelen.
Quanto à letra "L", a tentação era forte de solicitar Catherine Teiger para se
debruçar sobre o vocábulo "Laboratório" - certos que estávamos em poder
oferecer aos nossos leitores um texto substanciando o que permite uma longa
experiência e uma abertura constante aos desafios atuais das nossas
disciplinas.
Finalmente, como os leitores o poderão constatar, temos neste número um artigo
na rubrica Importa-se de repetir...? Resulta de colaborações já anteriormente
concretizadas com a revista Ergologia (http://www.ergologia.org/guide-aux-
auteurs.html). Desta vez, escolhemos um artigo, inicialmente publicado em
francês, que merecia sem dúvida a sua edição numa das línguas da Laboreal: o
artigo da autoria de Cecília Souza-e-Silva e Ana Raquel Motta. Perfilham neste
texto uma das contribuições mais recentes de Yves Schwartz, ao instaurar uma
nova maneira de abordar a questão dos campos, das disciplinas e dos conceitos,
em vários níveis de epistemicidade.
A todos os leitores, desejamos o melhor proveito da leitura destes contributos.
Contaram com a peritagem de um número significativo de membros dos Comités da
revista - mais ainda da nossa colega Teresa Medina.
Pela Direção de Laboreal,
Marianne Lacomblez
COMO REFERENCIAR ESTE ARTIGO?
Lacomblez, M. (2015). Editorial. Laboreal, 11(1), 7-8. http://dx.doi.org/
10.15667/LABOREALXI0115ML