Handbook for Data Analysis in the Behavioral Sciences (Vol. I - Methodological
Issues, e Vol. II - Statistical Issues)
Handbook for Data Analysis in the Behavioral Sciences (Vol. I - Methodological
Issues, e Vol. II - Statistical Issues) - G. Keren, & C. Lewis (1993),
Hillsdale, NJ: Lawrence Erlbaum.
No prefácio do primeiro volume desta obra podemos ler "Aparentemente os
indivíduos são fracos enquanto estatísticos intuitivos e mesmo os cientista
sociais demonstram compreender erroneamente aspectos fundamentais da teoria
estatística. Infelizmente, a metodologia estatística é frequentemente
compreendida pelos cientistas sociais em termos técnicos e a sua utilização
assemelha-se à utilização que um bêbado faz de um candeeiro de rua: a de dar
suporte em vez de iluminar" (p. ix); e um pouco mais adiante "A
maioria dos livros de estatística são escritos num estilo técnico, estilo livro
de receitas culinárias, fornecendo algoritmos e evitando os factos
controversos, as confusões existentes e a complexidade que caracteriza o
conhecimento" (p. x).
Estes dois volumes apresentam exactamente o ponto de vista contrário. Um
conjunto variado de autores subscrevem capítulos que focam diferentes pontos
controversos relativamente ao uso da estatística em psicologia, clarificando a
verdadeira função da análise estatística como a de introduzir clareza na
leitura e compreensão dos dados. A estrutura desta obra pretende focar
diferentes aspectos da pesquisa científica e da análise dos dados facilitando a
compreensão da lógica subjacente aos diferentes métodos. De entre os vários
temas abordados, destaco pela sua pertinência global para o investigador os
seguintes capítulos do primeiro volume: de N. Cliff, What Is and What Isn´t
Measurement, (Part I); R. C. Serlin & D. K. Lapsey, Rational appraisal of
Psychological Research and the Good Enough Principle(Part II); D. G. MacKay,
The Theoretical Epistemology: A New Perspective on Some Longstanding
Methodological Issues in Psychology(Part II); G. Keren, Between or Within-
Subject Design: A Methodological Dilemma(Part II); P. W. Holland, Which Comes
First, Cause or Effect?(Part II); A. G. Greenwald, Consequences of Prejudice
Against the Null Hypothesis(Part IV); P. Pollard, How Significant is
"Significance"?, (Part IV); M. Tatsuoka, Effect Size(Part IV); R.
Rosenthal, Comulative Evidence(Part IV).
Enquanto aconselho a qualquer investigador a leitura atenta de todos os
capítulos que destaquei do primeiro volume, não faço nenhuma sugestão
específica relativamente à leitura de capítulos do segundo volume. Este
apresenta discussões de modelos e técnicas estatísticas específicas: análise de
variância, regressão múltipla, análise de dados categoriais, análise
exploratória de dados etc. Serve, assim, de instrumento de apoio ao tratamento
e análise de dados concretos. O leitor que necessitar de recorrer a alguma
destas abordagens poderá ficar esclarecido sobre as mais importantes polémicas
que se desenvolvem em torno de cada uma delas, e os argumentos a utilizar com
vista a decisões relativas a análise dos dados com a leitura do capítulo
apropriado. A leitura destes capítulos substitui em grande parte a leitura de
um grande número de artigos publicados em revistas especializadas de
estatística ou no Psychological Bulletinrelativamente às controvérsias em torno
do uso e abuso de certo tipo de análises estatísticas. Na realidade, como é
referido no prefácio, "O uso da metodologia estatística requer
considerações cuidadas e algumas decisões subjectivas. Este último aspecto
tende a ser ignorado ou mal compreendido. Qualquer ferramenta estatística pode
ajudar o investigador na sua inquisição científica, mas não pode substitui-lo
nos julgamentos subjectivos e interpretações pessoais que têm de ser
feitas" (p. x)...
Teresa Garcia-Marques