Nota de Abertura
Nota de Abertura
A psicologia do desporto e da actividade física é uma área de aplicação da
psicologia que procura contribuir para a compreensão dos pensamentos, emoções e
comportamentos de todos os praticantes e outros agentes envolvidos na prática
do desporto, exercício e actividade física.
Esta área da psicologia tem tido forte expansão em Portugal nos últimos anos,
quer em termos de investigação quer no âmbito da intervenção.
Este número temático deAnálise Psicológica, traduz o desenvolvimento da
Psicologia do Desporto e da Actividade Física no ISPA, cujos percursores são os
membros do Grupo de Trabalho nesta área. Inicialmente, Miguel Faro Viana e
Pedro Almeida lançaram esta área temática no ISPA, aos quais se juntou num
momento seguinte Maria João Gouveia e um pouco mais tarde Ana Carla Ramires. A
estes têm-se juntado alunos e ex-alunos das disciplinas leccionadas neste
âmbito no ISPA (Seminários de Estágio e Monografia e Tema Aprofundado de
Psicologia do Desporto e da Actividade Física), que vão colaborando em
actividades diversas levadas a cabo nos últimos 6 anos por este Grupo de
Trabalho: 1.o Encontro Luso-Espanhol de Psicologia Aplicada ao Desporto de
Competição (1996), 1.o Encontro Luso-Espanhol de Psicologia Aplicada ao Futebol
(2000), diversas conferências e workshops, cursos no âmbito do Departamento de
Formação Permanente do ISPA (desde 1999) e outras actividades de Formação e
Intervenção para as quais somos solicitados, no quadro da colaboração nacional
e internacional que já desenvolvemos e pretendemos continuar a desenvolver. Com
efeito, desde 1995 que esta área se tem vindo a desenvolver no ISPA: quer seja
em aquisições bibliográficas, na produção científica, na intervenção, na
formação permanente e agora, na edição de um número temático desta revista.
Como área aplicada que é, a investigação produzida na academia assume especial
interesse na medida em que contribui para apoiar a intervenção.
Os trabalhos aqui reunidos dão corpo a esta preocupação. Para além de um artigo
introdutório que procura enquadrar a psicologia do desporto como área de estudo
académico, as restantes contribuições são fundamentalmente estudos empíricos
que fornecem uma panorâmica diversificada de temáticas relevantes na área,
salientando, no seu conjunto, o apoio que a investigação pode fornecer à
intervenção do psicólogo que trabalha nestes contextos.
Este apoio pode manifestar-se quer, directamente, no desenvolvimento e
avaliação de programas de intervenção, quer na análise de processos cognitivos
ou de interacção social subjacentes ao desempenho (motor) individual ou
colectivo, quer ainda no desenvolvimento e validação de instrumentos de medida
que suportem quer a investigação quer a intervenção.
Simultaneamente, a eventualidade de certos factores associados ao desporto e
exercício poderem favorecer algumas formas de psicopatologia, incentiva a
investigação de algumas questões clínicas. É neste âmbito que se inserem os
artigos que abordam as perturbações alimentares no contexto desportivo.
MARIA JOÃO GOUVEIA
MIGUEL FARO VIANA
PEDRO ALMEIDA