Os surdos na escola secundária: as representações sociais dos colegas ouvintes
Pedro Miguel Santos Jorge de Sá Viegas (2005)
Os surdos na escola secundária: as representações sociais dos colegas ouvintes
Orientação: Prof.ª Doutora Fernanda Paula Castro
Neste trabalho estudou-se, com base nos contributos teóricos da Teoria das
Representações Sociais, as expressões da discriminação flagrante e da
discriminação subtil dos alunos ouvintes, enquanto grupo maioritário, em
relação a um exogrupo minoritário, constituído pelos alunos surdos a frequentar
estabelecimentos de ensino secundário, ou um centro de formação profissional,
regulares. Considerando a escola inclusiva como a mais recente conceitualização
da educação de pessoas portadoras de deficiência, este estudo foi delineado
perspectivando a educação como um campo de contradições e diferenciação. De
contradições, como resultado dos diferentes mandatos que são dirigidos â
escola, e que encontram a sua expressão máxima na visível diferença que vai do
discurso formal integrativo à prática segregatória e transmissiva que se
verifica no quotidiano escolar. De diferenciação, pois esta resulta da
interacção, no espaço escolar, de diferentes indivíduos e grupos, cada um
transportando um universo representacional que é, simultaneamente, individual e
social. Esta interacção decorre, no entanto, num quadro de forte normatividade
antidiscriminação, regra que se impôs nas sociedades ocidentais após a segunda
guerra mundial, o que levou à emergência de formas modernas e indirectas de
rejeição do outro.
In this work we used the theoretical contribution of Social Representation
Theory to study the expressions of blatant and subtle discrimination towards
hearing-impaired students attending regular high school. Considering inclusion
the latest conceptual approach to the education of children with special
education needs, this study was designed considering school as a place of
contradiction and differentiation. Of contradiction, because the contradictory
mandate addressed at school, which becomes clear in the distance between formal
inclusive speech and non-inclusive everyday school practices. Of
differentiation, because it is the result of school interaction between
different individuals and groups, each of them carrying their own personal and
social representational universe. That interaction occurs in specific non-
discrimination setting, created by the establishment of an anti-discrimination
rule all over western societies after the second World War, leading to the
development of modem and covert ways of rejection towards other people or other
groups.
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