Ambiente virtual de aprendizagem: estruturação de roteiro para curso online
INTRODUÇÃO
Historicamente, o processo ensino-aprendizagem é abordado de acordo com as
mudanças que ocorrem em cada época na sociedade, por isso sempre é um tema
atual. É definido como um processo dinâmico e contínuo de construção do
conhecimento, desenvolvido livremente pela reflexão, pela interação entre os
atores e levando a transformação da realidade(1).
A educação está se configurando como um dos principais setores econômicos, ao
lado da agricultura, da indústria. As novas tecnologias tem permitido a criação
de ambientes educacionais multissensoriais, com estruturas diferenciadas
(jogos, simulações, colaboração a distância, entre outras) e com capacidade de
capitalizar o acesso ao conhecimento. A educação continuada compreendida como a
busca crescente pelo aperfeiçoamento das pessoas desde a mais tenra idade até
os seus últimos dias, está presente hoje em todos os setores e, portanto, alvo
de estudos de educadores e pesquisadores de diversas áreas em todo o mundo(2).
Neste contexto, a educação a distância (EaD), torna-se um dos elementos
centrais dessa educação continuada, posto que permite alcançar um maior número
de participantes em curto espaço de tempo e em diferentes localidades
geograficamente distantes e com realidades culturais distintas, tornando-se uma
ferramenta estratégica para sobrevivência dos profissionais(3).
No entanto, no cenário atual da educação superior no Brasil nos cursos de EaD
são constatados altos índices de evasão. Os materiais produzidos nem sempre
apresentam adequação ao modelo online. As instituições reconhecidamente de
excelência em seus programas presencias, apesar de disporem de infra-estrutura
física e tecnológica adequada, não conseguem o mesmo sucesso, adesão e trabalho
efetivo dos professores em suas ações na educação a distância(4).
Os modelos de educação a distância vigentes incluem em sua formulação estrutura
administrativa voltadas para ferramentas on-line, modelo pedagógico adaptado
aos sistemas virtuais de comunicação e ferramentas tecnológicas próprias(5).
Considerando que os atuais AVAS são softwares desenvolvidos para atendimento de
públicos situados em diversas regiões do mundo, evidencia-se a necessidade de
pesquisas voltadas para diferentes culturas e centradas na visão dos diferentes
usuários em seus diversos papéis seja como conteudistas, professores, tutores
ou estudantes(6).
Uma das principais ferramentas utilizadas na educação a distância é o Ambiente
Virtual de Aprendizagem (AVA) ou Virtual Learning Environment (VLE).
Na literatura é possível encontrar termos sinônimos como plataforma de educação
a distância (PEaD), Learning Management System (LMS) e Course Management System
(CMS).
A principal função do AVA é a de servir de repositório de conteúdos e meio de
interação/comunicação entre os atores envolvidos no processo de ensino-
aprendizagem(7). Estes ambientes possuem diferentes formas de apresentação de
suas ferramentas, com funções específicas e maneiras de distintas de interação
com os usuários. Este conjunto de ferramentas pode ser subdividido em
ferramentas síncronas e assíncronas.
As ferramentas assíncronas permitem acesso sem que haja necessidade de que
todos os sujeitos estejam conectados simultaneamente. As ferramentas síncronas
necessitam de conexão simultânea de todos os envolvidos na execução das
atividades(8).
Uma das formas de classificação de AVAs é feita através do modelo de
distribuição de seu software. Nesta classificação pode-se dividi-los em duas
categorias: os sistemas proprietários e os baseados em software livre. Os AVAS
proprietários possuem distribuição baseada na comercialização de seu uso ou na
venda como produto a ser implantado na empresa/instituição contratante.
Normalmente seu código-fonte é fechado, ou seja, não permite reprogramação de
suas ferramentas ou adaptações no funcionamento de seus recursos.
Os ambientes virtuais de aprendizagem baseados nos preceitos do software livre
podem ser utilizados ou instalados gratuitamente e podem ser modificados/
adaptados pelos programadores. Um dos exemplos de AVA baseado em código livre e
aberto é o Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment (Moodle). A
primeira versão do Moodle foi lançada no ano de 2001, pelo educador e cientista
de computação, Martin Dougiamas, como parte de sua tese de doutorado na Curtin
University of Technology, Austrália. Atualmente é aperfeiçoado e distribuído
dentro da filosofia de software livre com colaboração de uma comunidade
internacional de desenvolvimento, composta por técnicos, cientistas e
programadores de todas as partes do mundo(9).
O Moodle possui ferramentas presentes em outros AVAS, mas que podem ser
ativadas e desativadas de acordo o planejamento estabelecido, podendo-se
definir módulos aprendizagem com atividades e tarefas em formato colaborativo
(7).
Os AVAs possuem características próprias mas, na maioria dos sistemas, são
encontradas as ferramentas de interatividade similares com formato de
apresentação distintos. Um dos sistemas usados na Escola de Enfermagem de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP-USP) é o AVA Teleduc
desenvolvido pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). O AVA Teleduc,
foi implantado na EERP-USP no ano de 2003, como uma das etapas do projeto de
mestrado(10-11). Desde então tem sido utilizado como apoio ao ensino presencial
nas disciplinas, tem sido satisfatório, visto que o perfil dos estudantes tem
nível de conhecimento básico em informática, não foram identificadas
dificuldades na operação de suas ferramentas e a equipe técnica de apoio é
reduzida.
No entanto, para o uso de algumas ferramentas principalmente no oferecimento de
exercícios e no processo inerente de obtenção dos resultados e posterior
divulgação, a plataforma apresentou algumas limitações, o que levou a busca de
novas alternativas de Ambientes Virtuais de Aprendizagem.
Iniciamos, portanto, o desenvolvimento de pesquisas em outras plataformas
disponíveis para uso na Universidade de São Paulo como: Teleduc (CIRP), Cool
(CCE), Sakay (Aprendizado Eletrônico) e Moodle (USP).
Com base nos testes de uso destes sistemas e nas experiências vivenciadas, os
estudos passaram a explorar o uso do sistema Moodle (USP), mantido pela
Universidade no campus de São Paulo.
O desenvolvimento dos trabalhos no Moodle (USP) não tem único propósito da
substituição imediata do Teleduc, mas também em avançar nas pesquisas e
oferecer alternativas de outras plataformas e de como melhor utilizá-las.
No levantamento da literatura pertinente e no âmbito da experiência vivenciada
em grupo de pesquisas por mais de uma década, atuando em ações com a
participação de professores, estudantes e pesquisadores interessados no uso
destes ambientes e suas ferramentas, tem sido frequente o surgimento de dúvidas
técnicas elementares sobre: como iniciar uso do ambiente, o processo de
inscrição dos estudantes, forma de disponibilizar materiais, como devem ser os
materiais, comportamento, número mínimo de acessos diários, como se comunicar
com estudantes, quais ferramentas utilizar, como utilizar tais ferramentas,
como definir prazos de entrega das atividades, como formular critérios de
avaliação e como usar os critérios de avaliação.
Os estudantes, por sua vez, revelam algumas inquietações frequentes como:
quando devem se inscrever na disciplina ou curso; se a matrícula da disciplina
presencial já garante acesso ao AVA; quais credenciais utilizar para ingresso
ao AVA; sobre as atividades e o prazo para entrega; sobre os locais e horários
disponíveis para acesso ao AVA; como se comunicar com os professores e como
entregar as atividades.
Estas questões revelam que há uma clara necessidade de orientação técnica para
início do processo de utilização do AVA, mas, além disso, há também evidências
que mostram uma demanda por serviços especializados que requerem a composição
de equipe permanente que possa oferecer apoio técnico na produção e
acompanhamento dos cursos oferecidos na modalidade a distância.
A comunidade estudantil estudada, por sua vez, formada em sua maioria por
jovens entre 20 e 24 anos que já possuem hábitos de utilizar ferramentas
virtuais desde a infância, demonstram necessidades e expectativas em encontrar
ambientes similares em sua experiência no ensino superior. Vale salientar que
estes estudantes já se comunicam com professores e colegas e fazem uso de
conteúdos eletrônicos desde o ensino fundamental, através diversidade de
dispositivos de hardware e software, inclusive usando computação móvel.
Revela-se ainda neste estudante a expectativa de que os instrumentos e
ferramentas computacionais, apesar de ainda serem utilizados em pequena escala,
ganhem recursos de interatividade, visibilidade, com melhores condições de
acesso, como as ferramentas ágeis de comunicação utilizadas em seu universo de
relacionamento pessoal como, por exemplo, os sistemas usados nas redes sociais.
Os estudantes relatam sua insatisfação pelo pequeno oferecimento de conteúdos
através de ferramentas modernas e também por encontrarem dificuldades de
comunicação fora do espaço de aula entre os colegas e professores(12).
Há, portanto, uma lacuna na produção e divulgação de conhecimento que leve em
consideração este cenário onde coexistem profissionais e instituições de ensino
interessados em fazer o melhor uso deste vasto ferramental disponível, mas que
não conseguem alcançar resultados satisfatórios nem do ponto de vista dos
estudantes e nem como mecanismo de melhoria de qualidade na educação.
No contexto deste estudo, optou-se por utilizar especificamente do ambiente
Moodle, mas os momentos vivenciados no AVA Moodle também ocorrem no uso de
outros AVAs, uma vez que há semelhança significativa no funcionamento dos
processos de planejamento, inscrição, disponibilização, modelos avaliativos e
acompanhamento da dinâmica dos cursos entre os diversos sistemas.
Nesta perspectiva propõe-se o aprofundamento em estudos que visem explorar o
uso destes sistemas apoiados por equipe técnica especializada. Para tanto
propõe-se mapear o processo de construção e oferecimento do curso através da
vivência e registro de todas as etapas do processo.
METODOLOGIA
Trata-se de estudo metodológico descritivo de delineamento transversal. Em
estudos transversais os fenômenos são obtidos durante um período de coleta de
dados e apropriados para descrever a situação, o status do fenômeno(13).
Na definição do escopo para o estudo objetivou-se atingir a maioria dos
estudantes de enfermagem das instituições participantes: Escola Superior de
Enfermagem de Coimbra (ESENFC) e Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo (EERP-USP). Participaram da pesquisa estudantes
brasileiros dos 2º, 3º, 4º e 5º anos dos cursos de bacharelado e licenciatura
em enfermagem; e estudantes portugueses, de licenciatura em enfermagem do 2º,
3º e 4º anos; que aceitaram o convite e estavam regularmente matriculados no
curso.
O presente estudo obteve as autorizações dos Comitês de Ética em Pesquisa das
instituições envolvidas conforme previsto na Resolução CNS 196/96, sob os
protocolos nº 1225/2010 e 01-09/2010 e CONEP parecer 195/2011. Os estudantes
foram convidados a participar do estudo e formalizaram o aceite por meio da
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foi mantido o
anonimato e a liberdade de interrupção da participação dos estudantes em
qualquer etapa de realização do estudo.
O trabalho foi desenvolvido de acordo com objetivos estabelecidos e para o seu
cumprimento as atividades foram executadas em fases distintas:
Etapa 1 - Planejamento
[/img/revistas/reben/v65n4/marcador.jpg]Etapa 2 - Construção/Transformação dos
Conteúdos
[/img/revistas/reben/v65n4/marcador.jpg]Etapa 3 - Desenvolvimento da Dinâmica
do Workshop
[/img/revistas/reben/v65n4/marcador.jpg]Etapa 4 - Conclusão e análise dos
acessos dos estudantes
A seguir se descreve como cada uma dessas etapas foi executada para o
cumprimento dos objetivos.
Etapa 1 - Planejamento
Nesta etapa foi construído o plano de ação que contemplou os seguintes
aspectos: definição do escopo do projeto (local e população de estudo, aspectos
éticos, prazos, conteúdos trabalhados ), definição de estratégias de
oferecimento do conteúdo, métodos de registro das etapas de construção e
disponibilização, métodos de avaliação dos resultados e as etapas de construção
roteiro com de diretrizes técnicas.
Etapa 2 - Construção e Transformação dos Conteúdos
Nesta etapa, professores, técnicos e especialistas trabalharam na composição
dos conteúdos, na adaptação semântica para o português de Portugal, no processo
de transformação e inserção no AVA. Este trabalho foi registrado e descrito
identificando os processos e atores envolvidos.
Etapa 3 - Desenvolvimento da Dinâmica do curso
O oferecimento do curso online é compreendido como a etapa dinâmica onde todos
os participantes devem interagir com o AVA. Os papéis e funções de cada um dos
atores foram mapeados e descritos em função das atividades executadas.
Etapa 4 - Conclusão e análise dos acessos dos estudantes
Os resultados das respostas dos estudantes foram agrupados e apresentados
resumidamente com vistas a apontar pontos negativos e positivos na visão dos
estudantes. Trechos das respostas dos estudantes foram selecionados,
transcritos e categorizados em opiniões positivas e negativas. Os dados foram
discutidos com o objetivo de identificar futuras melhorias no uso do AVA.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados são apresentados de forma descritiva. Para desenvolvimento da
pesquisa buscou-se vivenciar e descrever todas as ações envolvidas na
preparação de um curso no AVA Moodle. Como temática utilizou-se o Workshop
sobre Retenção Urinária ocorrido no ano de 2011 em convênio estabelecido entre
EERP-USP ESENFC.
Apesar das características do curso serem distintas de um curso regular, os
processos estão presentes em ambos os formatos, englobando todas as fases de
desenvolvimento, desde o planejamento das atividades de ensino até o
encerramento com o processo de avaliação, similarmente o que ocorre em uma
disciplina.
As atividades desenvolvidas pela equipe de trabalho incluíram as etapas de
preparação, dinâmica de oferecimento e conclusão apresentados nos quadros_1, 2,
3 e 4.
O trabalho de planejamento foi realizado em curto espaço de tempo (10 dias
úteis) e com a participação ativa de todos os membros da equipe. Durante as
reuniões foram feitas definições de datas e horários levando-se em consideração
também o calendário acadêmico de ambas as instituições, bem como a diferença de
fuso-horário entre Ribeirão Preto e Coimbra.
O processo de planejamento foi realizado a contento não apresentando
dificuldades técnicas. Todos os passos e definições do planejamento foram
executados no prazo previsto.
Os conteúdos foram desenvolvidos pela equipe docente, por meio de ferramentas
de software que já estavam habituados a utilizar, pelo fato de eliminar
necessidade de treinamento, minimizar possíveis incompatibilidades entre
versões e possibilitar maior produtividade no desenvolvimento.
A etapa de desenvolvimento dos conteúdos foi iniciada concomitantemente ao
processo de abertura das inscrições, tendo sido concluído no prazo total de 30
dias. O trabalho colaborativo da equipe docente foi realizado com uso de e-
mailentre professores da EERP-USP e Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e
com a realização de videoconferências, utilizando o sistema Skype, nos
encontros com menor número de participantes, e nos encontros com grupos maiores
foram utilizadas as estações de videoconferência de ambas instituições. Os
modelos e formatos das aulas expositivas e guias didáticas das atividades foram
estabelecidos em conjunto com os técnicos e corpo docente. Nesta etapa também
foram executadas as adaptações linguísticas necessárias.
O desenvolvimento se deu de forma rápida e natural confirmando a estratégia de
manter as ferramentas de uso cotidiano dos professores e conforme previsto na
metodologia.
Durante o desenvolvimento das atividades notou-se que a criação dos cursos é
ainda uma das etapas pouco conhecida pelos professores e técnicos locais e que
há necessidade de melhor estruturação dos processos envolvidos neste trabalho.
Outro aspecto identificado é que há necessidade de melhor divulgação e
orientação sobre as formas de solicitação de cursos no AVA.
As informações transmitidas dos professores à equipe técnica foram
identificadas durante o processo de criação do curso e contribuíram para a
composição do roteiro proposto na etapa de criação do curso, cuja criação foi
feita de forma rápida e sem ocorrência de erros. O administrador técnico obteve
as informações necessárias junto aos professores e estas foram imediatamente
utilizadas no processo de criação.
No desenvolvimento do trabalho de transformação das aulas expositivas pensou-se
no formato que cumprisse a função de informar de forma completa ao aluno e
indicasse claramente conteúdos e caminhos recomendados, pois não haveria
presença física do professor. Este desafio foi buscado através de inclusão de
elementos de texto de orientação e adaptação da linguagem feita pelo professor
tentando traduzir as falas em sala de aula por elementos contidos na própria
apresentação.
Neste aspecto, constata-se que muitos projetos utilizam com sucesso o recurso
de apresentação com narração sincronizada com resultados altamente
satisfatórios do ponto de vista de transmissão do conhecimento(14).
O trabalho de inserção dos conteúdos foi realizado principalmente pelo
administrador técnico local. Observou-se, no decorrer do trabalho, a
necessidade de informações adicionais para seu pleno desenvolvimento. Estas
informações foram obtidas com os professores, durante o trabalho de inserção.
Em alguns momentos foi necessário acesso e verificação em tempo real ao AVA em
conjunto com os professores para realização de adequações. Na inserção de
conteúdos foi necessário o diálogo com os professores para definição de
informações complementares e seqüência correta dos conteúdos disponibilizados.
Outro aspecto peculiar neste curso foi o de conter, simultaneamente, conteúdos
em duas versões distintas do mesmo idioma, o que demandou discussões sobre
melhor forma de dispor os textos.
Para inserção dos links de acesso das leituras o administrador local utilizou a
ferramenta "acrescentar rótulo", com opção de abertura de nova janela de
navegador para cada link de leitura disponibilizado.
Uma maneira mais adequada de dispor as leituras seria a substituição pela
ferramenta "acrescentar - recurso - link a um arquivo ou site". Desta forma
seria possível verificar os acessos dos estudantes em cada texto
disponibilizado.
Para o desenvolvimento do curso online seguiu-se modelo com princípios de
design instrucional que considera o formato de apresentação e estilo de
aprendizagem, estimula a reflexão e incluem planos de orientação aos estudantes
(15-16).
Para o processo de inscrição foi prevista a elaboração de formulário
eletrônico. Considerou-se que o modelo utilizado foi bem aceito, pois os
estudantes não registraram dificuldades no acesso.
No encerramento foram gerados os relatórios finais consolidados de notas e de
frequência, para fins de registro. Para fins de análise futura propõe-se que
estes relatórios sejam produzidos em formato de planilha e protegidos.
O local de armazenamento destes relatórios deve coincidir com a estrutura
criada para acomodação do curso, os arquivos devem ser gravados nas estações de
desenvolvimento do administrador local e copiados em equipamento servidor de
arquivos da EERP-USP.
Além disso, o administrador técnico deve executar procedimento de cópia de
segurança do curso para servidor local, utilizando a ferramenta de backup do
AVA Moodle localizada no módulo de administração. A partir da geração destes
arquivos, uma segunda cópia de segurança deve ser gerada em mídia DVD e
disponibilizada para equipe docente.
Estes arquivos podem ser utilizados no futuro, caso haja necessidade de se
criar novamente o evento ou em outro sítio onde o AVA Moodle esteja instalado.
Os resultados de nosso estudo somam-se aos de outros estudiosos(17-21) que
exploraram aspectos técnicos e pedagógicos de outro AVA, como conteúdo,
interação, tempo de resposta e qualidade de interface.
Análises de usabilidade do AVA permitiram a produção e proposta de workflow e
modelo de curso online para AVA Moodle(22).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados da pesquisa revelam que o processo de construção e
disponibilização dos conteúdos pode seguir por diversos caminhos, pois há ampla
possibilidade de customização e formas de uso do AVA Moodle. Na etapa de
planejamento buscou-se identificar um desses caminhos e optou-se pelo uso de um
número reduzido de recursos e ferramentas, com vistas a simplificar os
procedimentos técnicos e maximizar a visibilidade e aproveitamento dos
conteúdos pelos estudantes. Os objetivos foram plenamente alcançados, pois a
vivência de uso do AVA pelos atores que participaram da pesquisa resultou em
material rico em detalhes sobre os processos envolvidos e tarefas de cada
membro da equipe de trabalho.
Espera-se que esta proposta de uso e estruturação de cursos online contribua
para o efetivo uso do AVAs em instituições de ensino, seja como apoio ao ensino
presencial, semi-presencial ou para oferecimento de cursos a distância.
O Grupo de Estudos e Pesquisas em Comunicação no Processo de Enfermagem tem
realizado investigações nesta área e considera importante a realização de maior
número de pesquisas centradas no elemento humano e com vistas à gestão de
conhecimento para obtenção de melhores resultados na produção e disseminação do
conhecimento.