Carta X̄com Amostras de Tamanho Variável: Um
Novo Procedimento Dinâmico
1 Introdução
As cartas de controlo do tipo Shewhart, introduzidas por volta de 1930, continuam a ser uma das ferramentas mais utilizadas em controlo de qualidade. Na sua
concepção e utilização é necessário ter em conta, para além da recolha de subgrupos
racionais, três aspectos fundamentais: os instantes de amostragem, os tamanhos
das amostras e os limites de controlo. Nas cartas Shewhart clássicas, os valores
destas grandezas são fixos durante todo o processo de controlo. Em particular,
usando uma carta de controlo para a média, utilizam-se usualmente os limites “3sigma”, as amostras têm um tamanho que, embora dependa do processo, está habitualmente compreendido entre 4 e 9 e são recolhidas periodicamente para análise.
Estas cartas são consideradas estáticas.
Convém, no entanto, referir que os seus parâmetros, apesar de não variarem
durante o processo de controlo não são necessariamente constantes. Por exemplo, os instantes de inspecção podem não ser constantes, embora sejam determinados antes do inı́cio do controlo do processo. Neste contexto pode ver-se uma
nova metodologia, apresentada em Rodrigues Dias (2002), na qual os instantes de
amostragem são definidos com base na taxa cumulativa de risco do sistema. Esta
metodologia é comparada com outras em Infante (2004) e em Rodrigues Dias e Infante (em preparação).
Nos últimos anos foi desenvolvida uma nova classe de cartas de controlo, designadas por cartas dinâmicas ou cartas adaptáveis. Nestas cartas, pelo menos um
dos seus parâmetros varia durante o processo de controlo baseado nos valores da
estatı́stica amostral que fornecem informação actualizada acerca do estado do processo produtivo. A flexibilidade deste tipo de carta de controlo poderá resultar numa
maior eficácia desta em detectar alterações da qualidade. Foram estes supostos
benefı́cios que motivaram o aparecimento de um grande número de publicações a
partir de Reynolds et al. (1988). Neste artigo os autores consideram uma carta de
controlo para a média com intervalos de amostragem variáveis. O procedimento apresentado, usualmente conhecido por VSI (Variable Sampling Intervals), consiste em
utilizar um intervalo de amostragem pequeno se a média amostral estiver próxima
dos limites de controlo e um intervalo de amostragem grande se a média amostral
estiver próxima da linha central.
A ideia de variar o tamanho das amostras numa carta de controlo para a média
é intuitivamente a mesma. Em Prabhu et al. (1993) e Costa (1994) analisa-se a
eficácia de cartas de controlo para a média com duas possı́veis dimensões amostrais,
introduzindo o procedimento conhecido por VSS (Variable Sample Sizes). Neste,
utiliza-se um tamanho de amostra pequeno quando a média amostral cai junto
aos limites de controlo, numa região designada de aviso, e uma amostra de maior
dimensão quando a média amostral cai na região central. Estas cartas de controlo
são concebidas de modo a que o tamanho médio das amostras seja o mesmo que
o tamanho constante das amostras de uma carta de controlo clássica. Zimmer et
al. (1998) consideram uma terceira dimensão amostral, verificando que daı́ resulta
apenas uma modesta melhoria na eficácia da carta.
Daudin (1992) propõe uma carta de controlo para a média com amostragem
dupla. Neste procedimento, conhecido por DS (Double Sampling), extraem-se 2
amostras de tamanhos diferentes, sendo a segunda amostra apenas analisada se a
primeira amostra não é suficiente para decidir se o processo está sob controlo. No
caso de ser necessária uma segunda amostra, a decisão baseia-se na informação
conjunta das duas amostras.
Outras ideias foram introduzidas e têm sido estudadas as propriedades estatı́sticas
das cartas associadas. Prabhu et al. (1994) apresentam um procedimento que permite variar simultaneamente o tamanho dos intervalos de amostragem e a dimensão
das amostras. Zimmer et al. (2000) introduziram uma quarta dimensão amostral
numa carta de controlo com tamanho de amostras variáveis e analisaram diversas variações de um terceiro estado de uma carta de controlo com intervalos de
amostragem e tamanhos de amostra variáveis. Costa (1999) analisa uma carta de
controlo para a média com todos os três parâmetros variáveis. Um levantamento
bibliográfico de artigos relacionados com esta abordagem dinâmica, que foram publicados até 1997, pode ser visto em Tagaras (1998). Em particular, refira-se que
em Rodrigues Dias (1999 a, b) é apresentada e analisada uma nova metodologia,
simples e interessante, recorrendo à função densidade de probabilidade da variável
normal reduzida, para obter diferentes intervalos de amostragem. Esta metodologia foi estudada, em termos das suas propriedades estatı́sticas, e comparada com
outros métodos adaptativos em Infante (2004) e em Infante e Rodrigues Dias (em
preparação) e foi analisada, em termos da sua robustez perante desvios à normalidade, em Infante e Rodrigues Dias (2003). Finalmente, em Infante (2004) e
em Infante e Rodrigues Dias (2004) apresenta-se e analisa-se um novo esquema
de amostragem que combina a metodologia de intervalos predefinidos proposta em
Rodrigues Dias (2002) com o método adaptativo de amostragem apresentado em
Rodrigues Dias (1999a, b), o qual revela excelentes potencialidades.
Neste trabalho, começa-se por introduzir um novo procedimento dinâmico para
definir o tamanho das amostras, estudando-se algumas das suas propriedades estatı́sticas. Depois, efectua-se um estudo comparativo com alguns outros métodos,
em termos do número médio de amostras e do número médio de itens inspecionados. Analisa-se, finalmente, a sensibilidade deste método quando o tamanho das
amostras é limitado superiormente. Para além das considerações finais, as conclusões vão sendo apresentadas ao longo do texto. Dada a dimensão atingida pelo
artigo com as questões anteriores, não se apresenta qualquer exemplo numérico
de aplicação, com base na optimização de uma dada função objectivo. Do mesmo
modo, outras comparações com outras abordagens, apesar de importantes, foram
omitidas (como é o caso das Somas Acumuladas CUSUM e das Médias Móveis Exponencialmente Amortecidas EWMA).
Em sı́ntese, parece-nos que este estudo é revelador do bom desempenho deste
novo procedimento quando se pretendem detectar pequenas e moderadas alterações
da média (definidas adiante).
2 Novo Procedimento Dinâmico para Definir o Tamanho
das Amostras
Vamos admitir que a produção, estando sob controlo estatı́stico, segue uma distribuição
normal com média µ0 e desvio padrão σ0 . Por outro lado, admitimos que num determinado instante, como resultado da presença de uma causa assinalável, a média
do processo se altera para µ1 = µ0 ± λσ0 , λ = |µ1 − µ0 |/σ0 .
Neste trabalho, considera-se que uma alteração da média do processo é pequena
quando λ é menor ou igual que 1, é moderada quando é maior que 1 e menor ou
igual que 2 e é grande nos outros casos.
Utilizando uma carta de controlo para a média, consideramos que o processo
está fora de controlo quando a média amostral X̄ cair fora dos limites de controlo,
√
dados por µ0 ±Lσ0 / n.
Na técnica conhecida por VSS a escolha do tamanho das amostras é difı́cil e
não teoricamente determinada. Este novo método proposto neste artigo, daqui em
diante designado por método RDN, é muito simples, rápido e intuitivo, e tem por
base a mesma ideia apresentada em Rodrigues Dias (1999a, b) para obter intervalos
de amostragem diferentes.
Seja x̄i o valor médio da i-ésima amostra (dentro dos limites de controlo) e n∗i a
sua dimensão. O procedimento por nós proposto sugere que o tamanho da amostra
seguinte seja dado por
k
∗
ni+1 = Int Θ
(1)
φ (ui )
em que :
ui =
x̄i − µ0
p ∗
σ0
ni
x̄0 = µ0 , −L ≤ ui ≤ L
h √ i
n∗1 = Int Θ k 2π
(2)
(3)
(4)
φ(u) representa a função densidade de probabilidade da distribuição normal
padronizada,
L é o coeficiente dos limites de controlo,
Int(x) representa o maior inteiro que não excede x,
Θ(x) é uma função que se considere ser adequada e
k uma constante conveniente.
Note-se, por um lado, que o valor da constante k dependerá, em particular,
do custo de amostragem. Note-se, por outro lado, que para valores de |ui | >L se
está numa situação fora dos limites de controlo, podendo corresponder a um falso
alarme (caso em que se pode convencionar, por exemplo, que o tamanho da amostra
seguinte é igual à maior dimensão amostral possı́vel).
Neste artigo, consideramos para Θ(x) as funções ln(x) e x1/2 , ecalculamos o valor
de k por forma a podermos comparar diferentes métodos. É claro que outras funções
poderão e deverão ser consideradas em trabalhos futuros.
De acordo com este método, em função do valor da média da amostra de ordem i,
facilmente se obtém o tamanho da amostra seguinte. Assim, quanto mais próxima
estiver a média amostral da média inicial (linha central), menor será o tamanho das
amostras e quanto mais se aproximar dos limites de controlo maior será o tamanho
das amostras. Tal como no método VSS, no procedimento proposto o tamanho
da amostra seguinte depende da informação obtida no instante actual de inspecção.
Contudo, no método RDN é considerado um maior número de dimensões amostrais,
sendo obtidas de uma forma perfeitamente definida.
3 Estudo de Algumas Propriedades Estatı́sticas
As propriedades de uma carta de controlo com um perı́odo fixo de inspecção são
usualmente determinadas pelo número de amostras NA e pelo número de itens NI
que são inspeccionados desde o instante em que o sistema falha até um ponto cair
fora dos limites de controlo. Recorrendo às cadeias de Markov vamos procurar
determinar o número médio de amostras e o número médio de itens. Em Prabhu
et al. (1993) e Costa (1994), este tipo de abordagem é utilizada para determinar o
número médio de amostras até detectar uma alteração para uma carta de controlo
de médias usando o método VSS.
Começamos por dividir a região entre os limites de controlo em r sub-regiões
R1 , R2 ,...,Rr , tantas quanto o número possı́vel de dimensões amostrais utilizando o
método RDN. O tamanho da amostra de ordem i+1 será igual a nj , se a média da
amostra de ordem i, X̄i , pertencer à região Rj , j=1, 2,...,r. Deste modo, em cada
instante de inspecção, um de r estados transientes é atingido. O estado absorvente
é atingido sempre que a média de uma amostra sai fora dos limites de controlo,
estando o processo fora de controlo. A matriz de transição é dada por
λ
p1,1
pλ1,2
... pλ1,r+1
pλ2,1
pλ2,2
... pλ2,r+1
(5)
P =
.
.
. .
pλr+1,1 pλr+1,2
pλr+1,r+1
onde
λ
Pi,j
= P X̄i ∈ Rj |ni , λ
(6)
representa a probabilidade de passar do estado i para o estado j, isto é, a probabilidade de a próxima amostra ser de tamanho nj sabendo que a actual tem dimensão
ni quando a média do processo se alterou λ desvios padrões.
Sendo N a variável aleatória que representa o tamanho de uma amostra analisada
num determinado instante e X̄ a média dessa amostra, podemos escrever
k
< nj + 1, j = 1, 2, ..., r
(7)
N = nj ⇔ nj ≤ Θ
φ (u)
pelo que, sendo U a variável normal padronizada,
N = nj ⇔ U ∈ Rj∗ ⇔ X̄ ∈ Rj , j = 1, 2, ..., r
(8)
As sub-regiões Rj , bem como as probabilidades pλi,j serão determinadas nos pontos
seguintes para as duas funções Θ(x) consideradas.
Pelas propriedades elementares das cadeias de Markov tem-se
E (NA ) = ~bT (I − Qλ )−1 ~1
(9)
(10)
E NI = ~bT (I − Qλ )−1 ~s
onde I representa a matriz identidade de ordem r, Qλ representa a matriz de probabilidades de transição da qual foram retirados os elementos associados com o estado
absorvente, ~1 é um vector coluna unitário r×1, ~sT =(n1 , n2 , ..., nr ) representa o vector
dos tamanhos de amostras, onde n1 é a menor dimensão amostral obtida de acordo
com o método, e onde ~bT =(b1 , b2 , ..., br ) representa o vector das probabilidades
iniciais (com o processo sob controlo), usualmente dadas por
bj =
p0jj
p0j1 + p0j2 + .... + p01
jr
, j=1, 2, ..., r
(11)
3.1 Caso em que Θ(x)=ln(x)
Quando se considera para Θ(x) o logaritmo neperiano tem-se:
" r
√ r
√
R1∗ = − 2 n1 + 1 − ln k 2π , 2 n1 + 1 − ln k 2π
r
r
√
√
= − 2 nj + 1 − ln k 2π , − 2 nj − ln k 2π
∪
r
r
j = 2, 3, ..., r − 1
√
√
∪
2 nj − ln k 2π , 2 nj + 1 − ln k 2π
"r
"
r
√
√
∪
2 nr − ln k 2π
2 nr − ln k 2π , L
Rr∗ = −L, −
(12)
Rj∗
(13)
(14)
Admitindo que o tamanho da amostra extraı́da num determinado instante de inspecção
é igual a ni , i=1, 2, ..., r, e que essa amostra tem média X̄, realizando algumas
simplificações algébricas obtemos
s
s
√
√
2 n1 + 1 − ln k 2π
2 n1 + 1 − ln k 2π
, µ0 + σ0
(15)
R1 = µ0 − σ0
ni
ni
Rj = µ0 − σ0
"
r
∪ µ0 + σ0
r
√
2(nj +1−ln(k 2π ))
,
ni
r
√
2(nj −ln(k 2π ))
ni
µ0 − σ0
"
r
√
√
2(nj −ln(k 2π ))
2(nj +1−ln(k 2π ))
, µ0 + σ0
ni
ni
"
r
∪
√
2(nr −ln(k 2π ))
ni
Rr = µ0 − σ0 √Ln , µ0 − σ0
i
"
r
√
2(nr −ln(k 2π ))
∪ µ0 + σ0
µ0 + σ0 √Lni
ni
j = 2, 3, ..., r − 1
∪
(16)
(17)
Podemos então facilmente obter as probabilidades de transição entre estados (i=1,
2, ..., r):
λ = P X̄ ∈ R |n , λ =
Pi,1
i
q
q
√
√
√
√
=Φ
2 n1 + 1 − ln k 2π − λ ni − Φ − 2 n1 + 1 − ln k 2π − λ ni
(18)
λ = P X̄ ∈ R |n , λ =
Pi,j
j
i
q
q
√
√
√
√
= Φ − 2 nj − ln k 2π − λ ni − Φ − 2 nj + 1 − ln k 2π − λ ni +
q
q
√
√
√
√
2 nj + 1 − ln k 2π − λ ni − Φ
2 nj − ln k 2π − λ ni j = 2, 3, ..., r − 1
+Φ
(19)
λ = P X̄ ∈ R |n , λ =
Pi,r
r i
q
√
√
√
= Φ − 2 nr − ln k 2π − λ ni − Φ −L − λ ni +
q
√
√
√
2 nr − ln k 2π − λ ni
+ Φ L − λ ni − Φ
(20)
Note-se que as probabilidades de transição não dependem do tamanho da amostra
no estado actual quando o processo se encontra sob controlo (λ=0), o que seria de
esperar, pois a probabilidade de um ponto sair fora dos limites sem ter ocorrido
qualquer alteração (falso alarme) não depende do tamanho da amostra utilizado.
Representando por α a probabilidade de ocorrer um falso alarme,
α = 2(1 − Φ(L))
(21)
as probabilidades de se utilizar uma determinada dimensão amostral, estando o
processo sob controlo, são dadas por:
"
!
r
√
Φ
2 n1 + 1 − ln k 2π
P (N = n1 ) =
− 0.5
(22)
1−α
P (N =nj ) =
q
q
√
√
Φ
2π
2π
n
+
−
ln
k
−
Φ
n
−
ln
k
, j = 2, ...., r − 1
j
j
1−α
(23)
"
r
√
Φ (L) − Φ
P (N = nr ) =
2 nr − ln k 2π
1−α
(24)
Desta forma, o tamanho médio das amostras utilizadas sob controlo é obtido pela
fórmula
r
X
E (N ) =
nj P (N = nj )
(25)
j=1
Para se obter o valor da constante k por forma a que E(N)=n, sendo n o tamanho da
amostra utilizado no procedimento clássico, podemos utilizar para valor inicial de k
o obtido através da aproximação
,
√
L exp −L2 2
1 − α L2 .α
√
−
2π
−
k ≈ exp n + 0.45 +
2π
"
(26)
que se obtém, mediante algum tratamento algébrico, atendendo a que
√ E U 2
k
E Int ln
≈ ln k 2π +
− 0.45
φ (U )
(27)
No caso em que n=5 e se utilizam os usuais limites “3-sigma” tem-se para valor
inicial k=56.46, obtendo-se n1 =4 e nr =9, pelo que através de (25) se obtém k=57.30.
Repare-se que os tamanhos possı́veis das amostras são bastante sugestivos, sendo
valores usuais num controlo por variáveis. Na Tabela 1 apresentamos os valores da
constante k e os tamanhos máximo nr e mı́nimo n1 associados a valores de n entre
2 e 9.
3.2 Caso em que Θ(x)= x
Quando se considera para Θ(x) a raiz quadrada tem-se:
v
u
u
u
R1∗ = −2tln
n1 + 1
k /2 (2π) /4
v
u
u
, 2u
tln
n1 + 1
1/
1/
k (2π)
(28)
v
u
u
∗
Rj = −2tln
nj +1
!
v
u
u
, − 2tln
nj
!
∪
1/
1/
1/
1/
k 2 (2π) 4
k 2 (2π) 4
v
v
j = 2, 3, . . ., r − 1
! u
!
u
u
u
n
n +1
∪ 2tln 1 j 1
, 2tln 1 j 1
/
/
/
/
k
(2π)
k
(2π)
v
v
u
u
u
u
nr
nr
u
∪ 2u
, L
tln
Rr∗ = −L, − 2tln
1/
1/
1/
1/
k (2π)
k (2π)
(29)
(30)
De forma análoga ao que se fez para o caso anterior, considerando que a amostra
analisada num determinado instante tem dimensão nj (j=1, 2, ..., r) e média X̄,
encontrando as sub-regiões Rj e depois de algum tratamento algébrico podemos
obter as probabilidades de transição entre estados (i=1, 2, ..., r):
λ = P X̄ ∈ R |n , λ =
Pi,1
r 1 i
r
√
√
n1 +1
n1 +1
= Φ 2 ln k1/2 (2π)1/4 − λ ni − Φ −2 ln k1/2 (2π)1/4 − λ ni
(31)
λ = P X̄ ∈ R |n , λ =
Pi,j
r j i
r
√
√
nj
nj +1
= Φ −2 ln k1/2 (2π)1/4 − λ ni − Φ −2 ln k1/2 (2π)1/4 − λ ni +
j = 2, 3, ..., r−1
r
r
√
√
nj +1
nj
− λ ni − Φ 2 ln k1/2 (2π)
− λ ni
+ Φ 2 ln k1/2 (2π)
1/4
1/4
λ = P X̄ ∈ R |n , λ =
Pi,r
r r i
√
√
nr
= Φ −2 ln k1/2 (2π)1/4 − λ ni − Φ −L − λ ni +
r
√
√
nr
+ Φ L − λ ni − Φ 2 ln k1/2 (2π)1/4 − λ ni
(32)
(33)
Tal como no caso anterior, pode observar-se que as probabilidades de transição
não dependem do tamanho da amostra num dado instante quando o processo se
encontra sob controlo.
As probabilidades de se utilizar uma determinada dimensão amostral, estando o
processo sob controlo, são, para este caso, dadas por:
s
"
!
n1 + 1
P (N = n1 ) =
Φ 2 ln
− 0.5
(34)
1−α
k 1/2 (2π)1/4
P (N = nj
) =r
r
nj +1
nj
− Φ −2 ln k1/2 (2π)1/4
j = 2, 3, ..., r − 1
= 1−α Φ 2 ln k1/2 (2π)1/4
s
"
!
nr
P (N = nr ) =
Φ (L) − Φ 2 ln
1−α
k 1/2 (2π)1/4
(35)
(36)
Tal como no caso anterior, obtemos o valor da constante k por forma a que E(N)=n,
sendo n o tamanho da amostra utilizado no procedimento estático. Neste caso,
torna-se mais complicado encontrar uma fórmula de aproximação para obter um
valor inicial de k, atendendo a que a esperança matemática de Int(k/φ(u)) apresenta
uma grande variabilidade. Consequentemente, procedemos a uma discretização dos
valores de U entre –L e L, obtendo os correspondentes valores de N e as probabilidades associadas. Pode assim obter-se um valor de k mais fiável. Note-se que este
procedimento pode também ser usado no caso anterior.
No caso em que n=5 e se utilizam os usuais limites “3-sigma” tem-se k=6.309,
obtendo-se n1 =3 e nr =37. Repare-se que os tamanhos possı́veis das amostras não
são tão sugestivos quanto os do caso anterior quando comparados com os tamanhos
usuais das cartas Shewhart para variáveis. Contudo, podem ser valores razoáveis
num procedimento em que varia apenas o tamanho da amostra, apresentando resultados muito bons quando a média sofre pequenas alterações, conforme veremos no ponto seguinte. Por outro lado, pode sempre fixar-se para maior tamanho
das amostras um valor inferior, podendo os resultados globais não sofrer grandes
alterações. Mais adiante analisaremos a sensibilidade deste método quando se
impõe um limite superior para o tamanho das amostras. Mais concretamente, veremos qual a diferença em se considerar, neste caso concreto, nr =25, nr =20 e nr =15
em vez de nr =37.
Na Tabela 2 apresentamos os valores da constante k e os tamanhos máximo nr
e mı́nimo n1 associados a valores de n entre 2 e 9.
4 Comparação com Outros Procedimentos
Neste ponto vamos comparar este novo procedimento usando uma carta de controlo
para a média, com o método clássico de Shewhart, bem como com os procedimentos
dinâmicos VSS e DS.
No caso da carta de médias clássica, com o tamanho das amostras constante
e igual a n, as expressões para o número médio de amostras desde a falha até
detecção E(NA ) e para o número médio de itens inspeccionados desde a falha até
detecção E(NI ), são facilmente obtidas, pois, neste caso, Na segue uma distribuição
geométrica. Tem-se
E(NA ) = 1/p
(37)
E(NI ) = n/p
(38)
onde p é a probabilidade da média de uma amostra estar fora dos limites de controlo,
sendo dada por:
√
√
p = 1 − Φ L − λ n + Φ −L − λ n
(39)
Em Prabhu et al. (1993) e em Costa (1994) são analisadas as propriedades e a
performance do método VSS com dois tamanhos possı́veis de amostras, que denotaremos por n1 e n2 , com n1 <n<n2 . A região entre os limites de controlo é dividida
em duas sub-regiões
R1∗ = ]−W, W ]
(40)
R2∗ = ]−L, − W ] ∪ [W, L[
(41)
onde 0<W<L. Repare-se que a sub-região R1∗ corresponde a valores centrais, enquanto R2∗ corresponde a valores mais próximos dos limites de controlo. Caso
a média reduzida de uma amostra pertença a R1∗ então a próxima amostra terá
tamanho n1 e caso pertença a R2∗ a próxima amostra terá tamanho n2 . O coeficiente
W é obtido, para um dado valor de L, de modo a que o tamanho médio das amostras
quando o processo está sob controlo seja igual a um valor especı́fico n. Desta forma,
tem-se
−1 2Φ (L) (n2 − n) + n − n1
W =Φ
(42)
2 (n2 − n1 )
Costa (1994) obteve, recorrendo às cadeias de Markov, expressões para E(NA ) e para
E(NI ), sendo dadas por
1 − p11 + p21
1 − p22 + p12
+ (1 − p1 )
(43)
E (NA ) = p1
(1 − p11 ) (1 − p22 ) − p12 p21
(1 − p11 ) (1 − p22 ) − p12 p21
p1 p12 + (1 − p1 ) (1 − p11 )
p1 (1 − p22 ) + (1 − p1 ) p21
+ n2
(44)
E (NI ) = n1
(1 − p11 ) (1 − p22 ) − p12 p21
(1 − p11 ) (1 − p22 ) − p12 p21
onde
p1 =
2Φ(W ) − 1
2Φ(L) − 1
√
√
pi1 = Φ (W − λ ni ) − Φ (−W − λ ni ) , i = 1, 2
√
√
√
√
pi2 = Φ (−W − λ ni ) − Φ (−L − λ ni ) + Φ (L − λ ni ) − Φ (W − λ ni ) , i = 1, 2
(45)
(46)
(47)
Para podermos comparar cartas de controlo com procedimentos diferentes, consideramse nas mesmas condições numa situação de controlo, isto é, com o mesmo número
médio de falsos alarmes, mesmo número médio de amostras analisadas e mesmo
número médio de itens inspeccionados. Se o valor do coeficiente dos limites de
controlo L e o intervalo de amostragem forem iguais em ambas as cartas, podemos afirmar que o número médio de falsos alarmes e o número médio de amostras
é igual. Sendo igual o tamanho médio das amostras, então em ambas as cartas inspeccionam-se o mesmo número médio de itens quando o processo está sob
controlo. Neste trabalho consideramos L=3 (limites “3-sigma”) nos procedimentos
clássico, VSS e RDN. Por outro lado, obtivemos W (no método VSS) e k (no método
RDN) de modo a que o tamanho médio de amostras fosse igual ao tamanho constante, n, das amostras do procedimento clássico.
Daudin (1992), por analogia com os planos de amostragem dupla, propôs uma
carta de controlo para a média com amostragem dupla (DS), onde duas amostras
de tamanhos n1 e n2 são retiradas periodicamente do processo produtivo, mas a
segunda amostra (de maior dimensão) apenas é analisada quando a primeira não
é suficiente para decidir sob o estado do processo. Este procedimento utiliza um
coeficiente W para os limites de aviso e dois coeficientes L1 e L2 para os limites de
controlo.
Designando por U1 a média padronizada da primeira amostra, isto é,
√
X̄1 − µ0
n1
U1 =
σ0
(48)
e por U2 a média padronizada da média global das duas amostras, dada por
U2 =
√
n1 + n2
σ0
n1 X̄1 + n2 X̄2
− µ0
n1 + n2
(49)
tem-se o seguinte conjunto de regras:
1. Caso |U1 | ≤ W , conclui-se que o processo está sob controlo e não se inspecciona
a segunda amostra;
2. Caso |U1 | > L1 , conclui-se que ocorreu uma alteração;
3. Caso W ≤ |U1 | < L1 , então a segunda amostra é imediatamente analisada:
(a) Caso |U2 | ≤ L2 , conclui-se que o processo está sob controlo;
(b) Caso |U2 | > L2 , conclui-se que ocorreu uma alteração.
No referido artigo são apresentadas expressões para o tamanho médio das amostras
e para o número médio de amostras inspeccionadas, embora neste último caso seja
necessário recorrer a integração numérica. As referidas expressões são dadas por:
√
√
√
√
E(N ) = n1 + n2 [Φ (L1 + λ n1 ) − Φ (W + λ n1 ) + Φ (−W + λ n1 ) − Φ (−L1 + λ n1 )]
(50)
E(NA ) = 1/p
(51)
com
√
√
p = 1 −nΦ hW + λ n1 + Φ −W + λ n1 −
o
i
R
√
√
n1 + n2 L2 + λ (n1 + n2 ) − n1 z φ(z) dz+
−
Φ √1n2
z∈I nh
o
i
R
√
√
√1
n
n
φ(z)
dz
+
−
+
n
L
+
λ
(n
+
n
)
−
z
n2
(52)
√
√
√
√
I = [−L1 + λ n1 , −W + λ n1 [ ∪ ]W + λ n1 , L1 + λ n1 ]
(53)
z∈I
onde
A expressão para o número médio de itens inspeccionados obtém-se pela identidade
de Wald
E (NI ) = E (NA ) E (N )
(54)
Para efeitos de comparação, nas mesmas condições, sob controlo, admitindo um
intervalo de amostragem igual ao dos outros procedimentos, os parâmetros W, L1 ,
L2 , n1 e n2 devem ser escolhidos por forma a que o número médio de falsos alarmes
e número médio de itens inspeccionados sejam iguais para todos os procedimentos. No referido artigo, são apresentadas diferentes combinações de valores para
estes parâmetros. Para o caso em que n1 =3, n2 =6, W=1, L1 =3.51 e L2 =3, obtém-se
E(N)=4.9, tendo a carta o mesmo número médio de falsos alarmes que uma carta
usual com limites “3-sigma” e aproximadamente o mesmo número médio de itens
inspeccionados que o procedimento clássico com n=5.
4.1 Apresentação e Análise de Resultados
Considere-se E(NA )* o número médio de amostras analisadas desde a falha até que
um alerta seja emitido pela carta de controlo no caso de se utilizar o método estático
(clássico), e seja E(NA )** o número médio de amostras analisadas desde a falha até
que um alerta seja emitido pela carta de controlo, associado a um dado esquema de
amostragem dinâmico. Para compararmos os dois procedimentos, em termos dos
respectivos valores de E(NA ), podemos considerar
Q1 =
E(NA )∗ − E(NA )∗∗
× 100%
E(NA )∗
(55)
podendo, então, dizer que Q1 representa a redução relativa, em %, do número médio
de amostras analisadas quando se utiliza um determinado procedimento dinâmico
em vez do método clássico.
Analogamente, considere-se E(NI )* o número médio de itens inspeccionados no
caso de se utilizar o método clássico e seja E(NI )** o número médio de itens inspeccionados associado a um dado esquema de amostragem dinâmico. Assim, para
compararmos os dois métodos, em termos dos respectivos valores de E(NI ), podemos considerar
E(NI )∗ − E(NI )∗∗
Q2 =
× 100%
(56)
E(NI )∗
e podemos dizer que Q2 representa a redução relativa, em %, do número médio de
itens inspeccionados quando se utiliza um determinado procedimento dinâmico em
vez do método clássico.
Nas Tabelas 3 e 4 apresentam-se alguns resultados obtidos para Q1 e Q2 considerando diferentes alterações da média da qualidade, associadas a diferentes valores de λ, usando as duas versões do novo método, bem como os métodos VSS e
DS. No caso do método VSS considerámos 2 combinações possı́veis de tamanhos
amostrais. Assim, no esquema designado por VSS(a) tem-se n1 =2 e n2 =25 e no
esquema designado por VSS(b) tem-se n1 =3 e n2 =15. Por um lado, estamos a usar
valores habitualmente considerados na literatura para este esquema de amostragem
(que nos parecem razoáveis na prática) e, por outro lado, valores que permitem um
bom desempenho do método para diferentes alterações da média. Embora seja
possı́vel obter para cada alteração considerada uma combinação que minimize o
número médio de amostras até detecção, como se pode ver em Prabhu et al. (1993)
e em Costa (1994), a sua aplicação prática por vezes não parece viável. Refira-se
também que a carta pode ter um bom desempenho para uma dada alteração com
um dado par de valores (n1 ,n2 ), mas ter um mau desempenho com o mesmo par de
valores para outra alteração. Refira-se, por fim, que no método DS, utilizamos os
valores dos parâmetros referidos no ponto anterior.
Da observação destas tabelas podemos tecer algumas considerações:
1. O novo procedimento dinâmico conduz, em termos globais, a resultados bastante interessantes quanto à redução do número médio de amostras inspeccionadas até detectar uma alteração pequena da qualidade, e também para
alguns casos de uma alteração moderada, relativamente ao método clássico, e,
consequentemente, uma redução do tempo médio de mau funcionamento. São
também interessantes os resultados relativos à redução do número médio de
itens inspeccionados quando a alteração é pequena.
2. De um modo geral, para alterações pequenas e também em alguns casos de
alterações moderadas, verifica-se que a utilização da raiz quadrada conduz
a uma maior eficácia da carta do que aquela que se obtém usando o logaritmo. Repare-se que, para além desta maior eficácia, se consegue também
uma redução do número médio de itens inspeccionados quando a alteração é
pequena. Para alterações grandes e em certos casos de alterações moderadas,
o método clássico tem um desempenho relativamente melhor, sendo também
melhor em termos do número médio de itens inspeccionados quando λ >1.
3. Em termos globais, poder-se-á concluir que o método DS é, entre os que foram
analisados, o mais eficiente, pois para além de revelar, no que concerne ao
número médio de amostras, um melhor desempenho na detecção de alterações
da média, também é comparativamente melhor quanto ao número médio de
itens a inspeccionar. No entanto, em certos casos, como se pode verificar nos
quadros em análise, o método DS é pior que outros. Em particular, o método
RDN é mais rápido na detecção das alterações λ=0.6 e λ=0.8 quando se utiliza
a raiz quadrada.
4. Os esquemas VSS são claramente menos eficientes que o novo método com
qualquer uma das funções Θ(x) consideradas quando λ >1.2, o mesmo acontecendo no método RDN no caso da raiz quadrada para valores de λ a partir de
.8. Para pequenas alterações da média, os esquemas VSS são preferı́veis.
A terminar, refira-se que quer em Prabhu et al. (1993), quer em Costa (1994)
se questiona se a vantagem do método DS, em diferentes situações, compensa
as dificuldades de administração. Daudin (1992) refere que a questão prática reside em saber se a melhoria na eficiência compensa o problema e o custo da sua
administração. Prabhu et al. (1993) apontam mesmo um conjunto de vantagens do
método VSS sobre o método DS.
Por outro lado, o facto da 2a amostra ser contı́gua à primeira pode ser uma dificuldade acrescida de implementação. De facto, apenas em alguns processos poderá
ser possı́vel a implementação do método DS, processos em que seja desprezável o
tempo de recolha e análise de cada amostra. Além disso, quando se concebe uma
carta de controlo a ser utilizada com o método DS existe uma grande variedade de
alternativas na escolha dos parâmetros que necessitam ser especificados. Nos esquemas VSS e RDN os limites de controlo são fixos, o que pensamos corresponder a
uma maior simplicidade. Daudin (1992) refere que o facto do número de amostras
a inspeccionar não ser fixo pode ser uma dificuldade de administração, bem como o
facto do processo de decisão ser complexo.
4.2 Caso em que a maior dimensão amostral é predefinida
Como se verificou nos valores apresentados na Tabela 2, este novo procedimento
dinâmico, na sua versão “raiz quadrada” pode implicar a utilização de tamanhos
de amostras elevados tendo como referência os valores usuais do método clássico.
Ora, pode no intervalo de tempo entre duas amostras consecutivas ser fisicamente
impossı́vel ou administrativamente muito difı́cil recolher e analisar amostras de tal
dimensão. Neste caso, ainda é possı́vel a utilização do método limitando à partida o
tamanho da maior amostra.
√
Sendo, no método RDN, Θ(x)= x, para analisar em que medida é que os resultados anteriores podem ser afectados, considerámos, em vez de nr =37, as situações
em que é apenas possı́vel utilizar nr*=25, nr*=20 e nr*=15. Os valores da constante
k passam a ser iguais a 6.325, 6.346 e 6.377, respectivamente, em vez do valor
6.309 obtido no caso em que nr =37, de modo a que se continue a ter E(N)=n=5.
Representemos, então, por E(Na )1 e por E(NI )1 , respectivamente, o número médio
de amostras analisadas e o número médio de itens inspeccionados, adoptando o
método RDN, quando se limita a maior dimensão amostral; analogamente, no caso
em que tal limitação não é imposta, consideremos E(Na )0 e E(NI )0 . Sendo assim, as
respectivas variações relativas, em percentagem, podem ser dadas pelas grandezas
Q3 =
E (Na )0 − E (Na )1
.100%
E (Na )0
(57)
Q4 =
E (NI )0 − E (NI )1
.100%
E (NI )0
(58)
Na Tabela 5 e na Tabela 6 (onde nr * representa o limite superior imposto à dimensão
amostral), apresentam-se os valores de Q3 e de Q4 para diferentes valores de λ associados a diferentes alterações no nı́vel médio da qualidade. Da observação destas
Tabelas, podemos tirar as seguintes conclusões:
1. No que concerne ao número médio de amostras, a eficácia da carta de controlo para a média mantém-se sensivelmente igual quando se limita a maior
dimensão amostral para alterações de magnitude λ >1. No caso em que λ <1,
verificam-se algumas reduções relevantes no número médio de amostras analisadas, embora no caso em que nr =25 (que corresponde a uma redução da
maior dimensão amostral superior a 30%), estas reduções sejam inferiores a
4%, o que é bem elucidativo da pequena sensibilidade do método quando se
limita a dimensão da maior amostra. Apenas no caso em que nr =20, quando
λ=0.6, e no caso em que nr =15, quando 0.4≤ λ ≤0.8, se obtiveram reduções
superiores a 10%.
2. Quando se limita o tamanho da maior amostra, o número médio de itens inspeccionados sofre um aumento, por vezes bastante considerável, para alterações
da média de magnitude λ ≥0.8. Este aumento acentua-se com a diminuição
do tamanho da maior amostra. Para alterações menores da média registam-se
reduções do número médio de itens inspeccionados, embora apenas em três
das situações consideradas sejam superiores a 5%.
3. Da conjunção das duas alı́neas anteriores, podemos concluir que o método
RDN é globalmente robusto quando se limita o tamanho da maior amostra,
podendo mesmo aumentar a sua eficiência.
5 Considerações Finais
Neste trabalho apresentámos um novo procedimento dinâmico para definir o tamanho
das amostras em controlo de qualidade. Foram sugeridas duas versões deste procedimento, uma que conduz a dimensões amostrais usuais e outra que conduz a
analisar algumas amostras de maior a dimensão. Este procedimento é de implementação
muito simples, não requerendo a adição de novos limites à carta Shewhart clássica
nem qualquer formação especial por parte do operador. As amostras são retiradas
periodicamente, ficando perfeitamente definido o tamanho da amostra seguinte a
partir do valor médio da amostra actual.
Com base numa abordagem markoviana, foi possı́vel estabelecer algumas propriedades estatı́sticas que permitiram a comparação com outros métodos dinâmicos.
Os resultados obtidos são bastante interessantes quando se pretendem detectar
alterações pequenas e moderadas da média. Por outro lado, podemos concluir que
o método é robusto quando se limita o tamanho da maior amostra a inspeccionar,
pois tal não afecta de uma forma muito significativa o seu desempenho. Pensamos
que este método oferece uma alternativa em determinadas situações, tomando em
linha de conta a comparação de desempenhos estatı́sticos com outros métodos e os
requisitos necessários a cada um.
Refira-se que o caso em que se considerou a função logaritmo, pelos tamanhos
de amostra obtidos, poderá ser perfeitamente adaptável a um esquema combinado
com intervalos variáveis. Por outro lado, pensamos que será possı́vel estender a
ideia a outras cartas de controlo, bem como obter o valor da constante k de modo
a minimizar um custo total. Finalmente, refira-se que outras funções Θ(x) poderão
e deverão ser consideradas na tentativa de aumentar o desempenho estatı́sticoeconómico do método.
Agradecimento:
Os Autores agradecem os úteis comentários feitos por um Referee, que contribuı́ram para a melhoria do artigo e, em particular, para uma melhor explicitação
e compreensão de algumas conclusões.