EFICÁCIA DO FUNGICIDA CLORTALONIL NO CONTROLE DE DOENÇAS DO FEIJOEIRO
EM FUNÇÃO DE BICO DE PULVERIZAÇÃO E DE VOLUME DE CALDA
INTRODUÇÃO
As doenças que ocorrem no feijoeiro
constituem uma das principais causas da sua
baixa produtividade no Brasil. Muitas doenças
podem causar, dependendo das condições de
ambiente, perdas consideráveis em produção
ou, então, dependendo do nível de contaminação, inviabilizar determinadas áreas para o
plantio (Paula Júnior & Zambolim, 1998).
Entre as doenças de maior importância, estão
aquelas causadas por fungos como Colletotrichum lindemuthianum (causador da antracnose), Phaeoisariopsis griseola (causador da
mancha-angular) e Uromyces appendiculatus
(causador da ferrugem).
Uma alternativa para contornar o problema
da ocorrência de doenças é a aplicação de
fungicidas, que diminuem a severidade das
doenças e podem aumentar a produtividade da
cultura (Dudienas et al., 1990). A utilização
de técnicas de aplicação mais eficientes e a
adequação do equipamento aplicador possibilitam diminuir a quantidade total do produto a
ser introduzido no ambiente, reduzindo, proporcionalmente, todos os problemas relacionados a essa prática (Matuo, 1985). Nas décadas passadas, pouca atenção era dada à tecnologia de aplicação de pesticidas, pois o
interesse consistia em molhar bem a cultura,
o que se conseguia mediante um volume de
calda bastante alto (Carrero, 1996).
Actualmente, entretanto, existe tendência
a reduzir o volume de aplicação, a fim de
reduzir os custos de produção e aumentar a
eficiência da pulverização (Silva, 1999). O uso
de menor volume de calda aumenta a autonomia e a capacidade operacional dos pulverizadores. Essa redução de volume de aplicação
requer, no entanto, um aprimoramento da
tecnologia de aplicação empregada no campo.
Os trabalhos pioneiros com essa nova
técnica foram desenvolvidos para aplicação de
herbicidas. Constatada a eficiência da técnica,
estuda-se a possibilidade de utilizá-la também
na aplicação de outros pesticidas. A dificuldade está associada, principalmente, ao uso de
bicos de jato plano, uma vez que, até então, a
pesquisa recomendava bicos de jato cônico
vazio para aplicação de fungicidas, os quais
permitiam melhor penetração do jorro pulverizado no dossel da planta e, consequentemente,
melhor controle de doenças (Márquez, 1997).
Os bicos de jato cônico vazio, por trabalharem em pressões mais elevadas que os bicos
de jato plano, tendem a produzir gotas de
menor diâmetro, mais susceptíveis à deriva.
A redução do orifício de saída, visando à diminuição do volume de aplicação, acentua esse
problema, o que pode comprometer a aplicação (McMullan, 1995). Para contornar esse
problema, uma alternativa seria a utilização
de bicos de jato plano que, comparativamente,
produzem menor proporção de gotas com
diâmetro inferior a 100μm (Jensen et al., 2001).
As gotas de pequeno diâmetro são
biologicamente mais eficazes, porém pouco
seguras sob o ponto de vista ambiental.
Outro fator que deve ser verificado nas
aplicações com baixo volume é a uniformidade
de deposição. A redução do volume de calda
é possível somente quando se dispõem de bicos
de pulverização que propiciam distribuição
transversal uniforme e espectro de gotas uniforme e de tamanho adequado. Uma cobertura
homogênea pressupõe uma distribuição uniforme, caracterizada por baixos coeficientes
de variação da distribuição volumétrica
superficial, tanto no sentido longitudinal, como
no transversal. Essa uniformidade transversal
depende do bico, da sobreposição dos jatos e
da posição da barra porta-bicos em relação ao
plano de tratamento (Barthelemy et al., 1990).
Em geral, para aplicações em barras de
pulverização, os bicos de jato plano apresentam maior uniformidade de distribuição que
os de jato cônico vazio.
Este trabalho teve como objetivo verificar
a eficácia do fungicida chlortalonil no controle
de doenças do feijoeiro, em função de bicos
de pulverização, de doses de fungicida e de
volumes de aplicação.
MATERIAL E MÉTODOS
Este estudo foi feito em campo, em área
experimental da Universidade Federal de
Viçosa (Brasil), à altitude de 716 m, longitude
de 42° 48’ S e latitude de 20° 51’ W. O solo
foi caracterizado como Argissolo VermelhoAmarelo.
Foram conduzidos dois ensaios. No primeiro, a semeadura foi feita em Agosto de
2002, utilizando-se o cultivar de feijão carioca
Pérola. As sementes desse cultivar apresentavam 3,9 % de incidência de antracnose. No
segundo, a semeadura foi feita em Fevereiro
de 2003, utilizando-se sementes sadias do
cultivar de feijão preto Ouro Negro. Utilizouse, nos dois ensaios, o espaçamento entre
fileiras de plantas de 0,5 m, com cerca de 15
sementes m-1.
O preparo do solo foi feito com uma aração
e duas gradagens. A adubação foi realizada
utilizando-se 700 kg ha-1 do formulado 4-14-8,
no plantio, e 50 kg ha-1 de azoto em cobertura,
na forma de sulfato de amônio, aos 18 dias
após a emergência (DAE). Aplicaram-se, também, em pulverização, 80 g ha-1 de molibdênio,
aos 20 DAE. Realizou-se o controle de infestantes e de pragas com pesticidas. Os feijoeiros
foram irrigados com aspersão convencional.
Os ensaios foram conduzidos no delineamento em blocos ao acaso, com quatro repetições, em esquema fatorial (2 x 2 x 2) + 1:
dois tipos de bicos de pulverização (jato plano
e jato cônico vazio), duas doses de fungicida
(dose e sub-dose), dois volumes de calda de
fungicida (125 e 250 L ha-1) e um tratamento
adicional que não recebeu fungicida.
Foi utilizado o fungicida clortalonil na dose
recomendada pelo fabricante (1,5 kg ha-1 do
ingrediente ativo) e em sub-dose (0,75 kg ha-1
do ingrediente ativo). Trata-se de um fungicida
de contato, na formulação pó-molhável. O
produto foi aplicado quatro vezes. No primeiro
ensaio, a intervalos de 10 dias, a partir de 20
DAE. No segundo, a intervalos de 12 dias, a
partir de 22 DAE. Para a aplicação, utilizouse um pulverizador costal de pressão constante
(CO2), dotado de uma barra porta-bicos de
dois metros. A altura da barra em relação à
cultura e o espaçamento entre bicos foram de
0,5 m. Durante as aplicações, monitoraram-se
temperatura, humidade relativa e velocidade
do vento.
Utilizaram-se bicos de pulverização hidráulicos fabricados em alumina revestida por
poliacetal: API 110-02 (jato plano), API 110-04
(jato plano), ATR Brown (jato cônico vazio) e
ATR Red (jato cônico vazio). Todos eles são
fabricados pela Albuz, Ceramiques Techniques Desmarquest, Evreux, France. De
acordo com o fabricante, os bicos de jato
plano API (alumina plástico ISO) são de uso
geral e proporcionam aplicações uniformes
quando os jatos de pulverização se
sobrepõem. São recomendados para trabalhar
com pressões entre 200 e 400 kPa e com
altura mínima da barra de 40 cm em relação
ao alvo. Os bicos de jato cônico vazio ATR
(alumina turbulência) são indicados para
aplicação de fungicidas e inseticidas com
pressão superior a 300 kPa em barras de
pulverização.
A velocidade de deslocamento do aplicador foi de 4 Km h-1, quando se utilizou o
bico ATR Brown, e de 6 km h-1 para os restantes. A pressão do líquido empregada para
atingir os dois volumes de aplicação selecionados (125 e 250 L ha-1) foi de 200 kPa para
os bicos de jato plano e de 400 kPa para os
bicos de jato cônico.
A avaliação da eficácia do fungicida no
controle das doenças da parte aérea do feijoeiro foi feita mediante a comparação da severidade de doenças e dos componentes da produtividade entre parcelas tratadas com fungicida e parcelas não-tratadas (testemunha).
A avaliação da severidade de doenças foi
realizada a partir do aparecimento dos primeiros sintomas e, depois, a intervalos de
aproximadamente nove dias, totalizando seis
avaliações. A primeira avaliação da severidade
foi feita aos 30 DAE, no primeiro ensaio, e
aos 33 DAE, no segundo. Para tal, utilizaramse as escalas diagramáticas propostas por
Godoy et al. (1997). Na avaliação, marcaramse dez plantas, escolhidas ao acaso em cada
parcela e, em cada planta, três folhas: uma na
parte inferior, outra na parte intermediária e a
terceira na parte superior da planta. As médias
dessas avaliações constituíram a severidade
média da doença.
Com os dados da severidade de doenças
procedeu-se à construção da curva de
progresso da doença e à determinação da
área abaixo da curva de progresso da doença
(AACPD). Esta foi calculada pelo somatório
das áreas trapezoidais, sendo mensurada de
forma adimensional (Campbell & Madden,
1990).
Avaliou-se também, por ocasião da colheita, a severidade da antracnose nas vagens,
no primeiro ensaio, e da mancha-angular, no
segundo. A avaliação foi realizada visualmente, empregando-se uma escala de severidade de nove graus, proposta por VanSchoonhoven & Pastor-Corrales (1987). Nessa
escala, 1 representa ausência de sintomas visíveis; 3, presença de poucas e pequenas lesões;
5, presença de várias lesões, geralmente pequenas (menos de 2 mm de diâmetro); 7, lesões
abundantes, de tamanho mediano (mais de 2
mm de diâmetro); e 9, necrose severa.
A colheita foi realizada, no primeiro ensaio, aos 85 DAE e, no segundo, aos 90 DAE.
Foram avaliados estande final, número de
vagens por planta, número de sementes por
vagem, massa de 100 sementes e produtividade. Para a estimativa dessas duas últimas
variáveis, o conteúdo de água das sementes
foi corrigido para 12% (b.u.).
A parcela experimental foi constituída de
quatro fileiras de 5 m de comprimento. A área
útil correspondeu às duas fileiras centrais,
descartando-se 0,5 m de cada extremidade,
perfazendo 4 m 2. Os dados obtidos foram
submetidos à análise de variância, e as médias
das parcelas tratadas com fungicida foram
comparadas com a testemunha utilizando-se
o teste de Dunnett, a 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A temperatura, a humidade relativa do ar
e a velocidade do vento foram, durante as
aplicações do fungicida, adequadas: temperatura inferior a 28°C, humidade relativa
superior a 60 % e velocidade do vento entre
1 e 3 m s-1.
Primeiro ensaio (cultivar Pérola)
A antracnose e a mancha-angular foram
as doenças que atacaram o feijoeiro com maior
intensidade. Também houve ocorrência de
ferrugem. As três doenças apresentaram os
primeiros sintomas na fase inicial do ciclo da
cultura (cerca de 20 DAE). Na testemunha, a
área foliar afetada pela antracnose variou de
0,7%, aos 30 DAE, a 10,8%, aos 73 DAE. No
caso da mancha-angular, a área variou de
0,2%, aos 30 DAE, a 10,3%, aos 73 DAE; e
no caso da ferrugem, de 0,8%, aos 30 DAE, a
1,6%, aos 58 DAE. Aos 73 DAE, a área foliar
afetada com ferrugem caiu para 0,9%.
As doenças, nas parcelas tratadas,
mostraram comportamento similar e não
apresentaram avanço acentuado ao longo do
ciclo, contrastando com o que ocorreu na
testemunha. Isso mostra a eficácia do fungicida
no controle das doenças, principalmente no da
antracnose e da mancha-angular. A ferrugem
não atacou o feijoeiro com grande intensidade,
mas houve tendência de o controle ser maior
com a dose de 1,5 kg ha-1 de clortaloni1. Este
tem sido usado com êxito no controle de
doenças do feijoeiro, como antracnose,
mancha-angular e ferrugem, em condições de
campo (Castro et al., 1989; Oliveira et al.,
1992).
No Quadro 1, tem-se o resumo da análise
de variância dos dados de área abaixo da curva
de progresso da antracnose, da manchaangular e da ferrugem e de severidade de
antracnose nas vagens. Observa-se que as
interações, bem como os efeitos de bico e
volume, não foram significativos pelo teste F.
Em experimentos realizados no Paraná,
visando ao controle da mancha-angular e da
antracnose, Silva (1999) não constatou, igualmente, diferença significativa entre os bicos
de jato cônico vazio e de jato plano standard
na eficácia de fungicidas aplicados com diferentes volumes de calda. Garcia et al. (2000),
estudando o controle de doenças do feijoeiro
com fungicida sistêmico, também não constataram diferença significativa entre os bicos de
jato plano e os de jato cônico vazio. Estes autores, apesar de terem encontrado maior cobertura
foliar de fungicida aplicado em volume
de calda de 200 L ha-1, mostraram, ademais, a
viabilidade de se utilizar volumes de aplicação
mais reduzidos, próximos a 100 L ha-1, visto
que, para a severidade de doenças, não houve
diferença significativa entre tratamentos.
Tradicionalmente, os agricultores têm
utilizado bicos de jato cônico, com volumes
de calda superiores a 200 L ha-1, para aplicação
de fungicida no feijoal. Entretanto, em face
dos resultados obtidos, deve-se avaliar também
a possibilidade de uso de bicos de jato plano,
com menores volumes de pulverização,
principalmente em condições climáticas que
favorecem a deriva.
Em geral, o volume de aplicação não tem
influência direta no resultado do controle, pois
a adição de água ao produto tem como finalidade diluir, transportar e facilitar a distribuição
do ingrediente ativo sobre o alvo. Aplicações
com volumes de calda de 125 L ha-1, utilizando
bicos de jato plano ou de jato cônico vazio,
podem propiciar densidade de cobertura
superior a 70 gotas cm2, o que é desejável para
obter uma boa cobertura do alvo com
fungicidas de contato, explicando-se, assim,
o controle de doenças utilizando esses volumes. Vários autores citam esse valor de
cobertura como sendo o valor mínimo necessário para obter bom controle de doenças
utilizando fungicidas de contato (Barthelemy
et al., 1990; Márquez, 1997; Azevedo, 2001).
Houve efeito significativo de dose na área
abaixo da curva de progresso das três doenças.
Também houve efeito significativo nessas
variáveis e na severidade de antracnose nas
vagens da fonte de variação fatorial vs testemunha. Observa-se, no Quadro 2, que a AACP
das três doenças foi superior quando se utilizou
sub-dose (0,75kg ha-1 i.a.). Isso indica que houve
menor controle das doenças com essa dose,
principalmente no caso da ferrugem. Vale
ressaltar que a dose do chlortalonil recomendada
pelo fabricante, para a cultura do feijão, situa-se
na faixa de 1,0 a 1,5 kg ha-1 do ingrediente ativo.
Com relação à comparação entre parcelas
tratadas e testemunha (Quadro 3), nota-se o
efeito positivo da aplicação do fungicida no
controle da antracnose, da mancha-angular e
da ferrugem. As severidades das doenças
foram significativamente maiores nas parcelas
que não receberam fungicida, exceto em
relação à ferrugem nos tratamentos que
utilizaram sub-dose e bicos de jacto plano.
Os resultados das análises de variância
referentes aos efeitos dos tratamentos nos
componentes da produtividade do feijoeiro são
apresentados no Quadro 4. Observa-se que,
para todos os componentes, somente a fonte
de variação fatorial vs testemunha foi significativa pelo teste F, com exceção do componente plantas ha-1, em que nenhuma fonte de
variação foi significativa. Dessa forma, procedeu-se à comparação de médias entre as
parcelas tratadas e a testemunha pelo teste de
Dunnett (Quadro 5).
Como ocorreu na avaliação da severidade
de doenças, os bicos e os volumes de pulverização também não influenciaram a produtividade da cultura, confirmando a viabilidade
do uso de bicos de jato plano em volume de
aplicação de 125 L ha-1. Resultados semelhantes
foram encontrados por Garcia et al. (2000).
A população final de plantas variou de 218
a 257 mil plantas ha-1 situando-se dentro da
população de plantas recomendada para a
cultura do feijão (Vieira, 1978). O número de
vagens por planta variou de 4,4 a 6,7; o número
de sementes por vagem, de 3,6 a 4,5; a massa
de 100 sementes, de 21,3 a 23,5 g; e a produtividade, de 808 a 1590 kg ha-1. Os componentes de produtividade mais afetados pela
aplicação de fungicida foram o número de
sementes por vagem e a massa de 100
sementes. A produtividade nas parcelas
tratadas com fungicida foi significativamente
superior à da testemunha: 73%, em média.
Segundo ensaio (cultivar Ouro Negro)
A mancha-angular foi a doença que
atacou o feijoeiro com maior intensidade. Ela
apresentou seus sintomas iniciais cerca de 25
DAE. Também houve ocorrência de manchade-alternária (Alternaria spp.), a partir de 45
DAE. Na testemunha, a área foliar afetada pela
mancha-angular variou de 0,4%, aos 33 DAE,
a 21,4%, aos 76 DAE. No caso da manchade-altemária, a área variou de 2,5%, aos 52
DAE, a 6,25%, aos 76 DAE.
De forma semelhante ao primeiro ensaio,
as doenças, nas parcelas tratadas, mantiveramse em baixo nível ao longo do ciclo de vida do
feijoeiro, contrastando com o que ocorreu na
testemunha. Redução da severidade da mancha-angular e da mancha-de-alternária, com a
utilização do clortalonil, também foi verificada
por Vieira et al. (1998). De maneira geral, o
controle das doenças proporcionado pelas
aplicações de fungicida com os diferentes bicos
e volumes de calda não apresentou diferenciação entre si.
No Quadro 6 tem-se o resumo da análise
de variância dos dados de área abaixo da curva
de progresso da mancha-angular e da manchade-alternária e de severidade da manchaangular na vagem. Observa-se que as interações, bem como os efeitos de bico, dose e
volume, não foram significativos pelo teste F.
Todos os tratamentos com aplicação de fungicida proporcionaram controle das duas doenças significativamente superior à testemunha
(Quadro 7). Isso reforça os resultados obtidos
no primeiro ensaio.
Os efeitos dos tratamentos nos componentes da produtividade são apresentados nos
Quadros 8 e 9. A fonte de variação fatorial
vs testemunha foi significativa para as
variáveis vagens planta -1, massa de 100
sementes e produtividade. Todas as parcelas
que receberam fungicida diferiram significativamente da testemunha com relação à
massa de 100 sementes e à produtividade.
Quanto às variáveis plantas ha-1 e sementes
vagem -1 , nenhuma fonte de variação foi
significativa, o que demonstra que elas não
foram afetadas pela aplicação do fungicida.
O tipo de bico, o volume e a dose utilizada
na aplicação do fungicida não afetaram a
produção do feijoeiro.
Como no ensaio anterior, a população final
de plantas de todos os tratamentos ficou dentro
da recomendada, variando de 232 a 246 mil
plantas ha-1. O número de vagens por planta
variou de 8,8 a 11,0; o número de sementes por
vagem, de 5,3 a 5,6; a massa de 100 sementes,
de 24,0 a 29,7 g e a produtividade, de 2.609 a
4.293 kg ha-1. A produtividade nas parcelas
tratadas com fungicida foi significativamente
superior à da testemunha: 53%, em média.
Os resultados alcançados com o cultivar
Ouro Negro reforçam os dados obtidos com o
cultivar Pérola. Não houve diferença significativa entre bicos, volumes e doses no controle
das doenças do feijoeiro. Portanto, há viabilidade em se utilizar bicos de jato de plano com
volumes de aplicação próximos a 125 L ha-1,
principalmente em condições climáticas
adversas, em que o emprego de bicos de jato
plano pode propiciar redução de deriva e, com
isso, uma aplicação mais segura.
CONCLUSÕES
1. Não houve influência do tipo de bico de
pulverização (jato plano e jato cônico vazio)
e do volume de calda (125 e 250 L ha-1),
empregados na aplicação do fungicida
clortalonil, no controle da antracnose, da
mancha-angular e da mancha-de-alternária
e na produtividade do feijoeiro.
2. O fungicida propiciou bom controle das
doenças. Isso refletiu na produtividade,
que foi, em média, 73% superior à obtida
na testemunha, para o cultivar Pérola, e
53%, para o cultivar Ouro Negro.
3. Há viabilidade em se utilizar bicos de jato
plano com volume de aplicação de 125 ou
250 L ha-1 para a aplicação de fungicida
em feijoeiro.