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EuPTCVHe0871-97212012000300001

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variedadeEu
ano2012
fonteScielo

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Editorial Editorial

Ângela Gaspar Editor da RPIA

Caros Colegas, O presente número da RPIA começa com um artigo de revisão sobre a alergia ao látex. A identifi cação precoce e a instituição de medidas de prevenção e tratamento são essenciais, para assegurar a abordagem correcta do doente alérgico ao látex, produto ubiquitário a nível dos serviços de saúde. Neste artigo revêem-se vários aspectos relacionados com esta patologia, desde prevalência, grupos de risco, alergénios do látex, manifestações clínicas, reactividade cruzada e síndrome látex-frutos, à abordagem diagnóstica, prevenção e tratamento.

Seguem-se três artigos originais bastante interessantes. O primeiro artigo original trata -se de um estudo epidemiológico que avalia a asma e a rinossinusite no Centro de Portugal, a que foi atribuído o Prémio SPAIC ' Bial ' Aristegui 2011 (2.º Prémio). Num período de dois anos, foram avaliados por questionário 2200 indivíduos com idades compreendidas entre os 18 e os 74 anos, dos quais 275 realizaram testes cutâneos por picada a aeroalergénios. Este estudo epidemiológico revelou uma prevalência de asma de 16,8%, de rinite de 33,6% e de sinusite de 27%. Dos doentes com asma, 63% tinham também rinite. Dos indivíduos estudados, 74% com asma e 70% com rinite, estavam sensibilizados a aeroalergénios.

O segundo artigo original visa, de forma inovadora, saber se a actividade sexual é inquirida nos doentes asmáticos pelos imunoalergologistas, na sua prática clínica alergológica. Num questionário aplicado a 101 médicos, o autor concluiu que apesar de serem consideradas clinicamente relevantes e provavelmente bem aceites pelos doentes, apenas 11% dos imunoalergologistas costuma questionar especificamente os seus doentes asmáticos adultos sobre queixas respiratórias durante a actividade sexual.

O terceiro artigo original analisa e interpreta a polissensibilização a pólenes à luz do método ImmunoCAP® ISAC (Immuno Solid -phase Allergen Chip). Num trabalho que englobou 34 doentes com alergia respiratória e polissensibilização a pólenes, documentada por testes cutâneos por picada positivos para extractos de dois ou mais pólenes, os autores foram investigar a mais-valia obtida pelo estudo de alergénios moleculares por tecnologia microarray. Os autores concluíram que o ISAC um contributo útil para a discriminação entre polissensibilização e reactividade cruzada em alguns destes doentes, permitindo reformular a estratégia terapêutica.

Todos nós, nos últimos anos, temos vivenciado com entusiasmo as novidades existentes em termos do diagnóstico por componentes, que nos permitiram entrar na era da alergia molecular, que é hoje uma realidade na nossa prática clínica.

A utilização de alergénios recombinantes ou alergénios naturais purificados, permite o estudo do perfil molecularde sensibilização do doente. Ou seja, para além de sabermos que o indivíduo está sensibilizado a uma determinada fonte alergénica, permite -nos identificar o(s) componente(s) alergénico(s), com implicações em termos de diagnóstico e terapêutica. Os testes em microarray, com detecção de IgE específica para múltiplos alergénios moleculares, disponibilizam uma visão holística, permitindo: determinar o padrão de sensibilização; efectuar o estudo de reactividade cruzada, com identificação de panalergénios implicados; identificar marcadores de gravidade; estudar a selecção de doentes para imunoterapia específica, nomeadamente em indivíduos com polissensibilização, distinguindo entre sensibilização primária e reactividade cruzada por sensibilização a panalergénios.

O caso clínico deste número é de uma doente com anafilaxia ao dióspiro mediada por IgE. Este caso destaca-se pela causa da alergia alimentar, pouco frequente, e pela identificação por immunoblottingde uma proteína de 40 kDa que pode constituir um alergénio major do dióspiro.

Gostaríamos ainda de contar com a vossa atenção para a rubrica dos Artigos comentados e para a rubrica das Notícias, com destaque para a participação de colegas portugueses no congresso anual da Academia Europeia de Alergologia e Imunologia Clínica, que decorreu este ano em Genebra, Suíça.

Esperando contar para breve com a vossa contribuição para a RPIA, desejo a todos uma profícua leitura dos artigos publicados.

Ângela Gaspar


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