Manter o rumo, prosseguir com a Medievalista
EDITORIAL
Manter o rumo, prosseguir com a Medievalista
A Equipa de Redacção
O presente número da Medievalista inaugura uma nova fase na vida da revista.
Depois de um longo período de preparação, preenchendo requisitos científicos e
resolvendo exigências técnicas e administrativas com custos financeiros, a
nossa revista passa a integrar as plataformas LusOpen, DOAJ e SciELO. É mais um
pequeno passo no caminho que a Medievalistavem percorrendo, mas que queremos
que seja um grande passo na difusão e divulgação dos estudos medievais, por
parte de uma publicação periódica, de carácter científico, elaborada e
produzida em Portugal.
Este é, por certo, um motivo de regozijo para todos os que entre nós se dedicam
ao estudo da época medieval, sobretudo para aqueles que mais directamente se
têm identificado com os objectivos e com a acção da Medievalista, lendo-a,
acompanhando-a no seu trajecto, colaborando com ela de diversas formas. Entre
esses e essas, evocamos neste número a obra e a personalidade de Teresa Amado,
desaparecida do nosso convívio no passado mês de Agosto, e de quem José Mattoso
escreve um justo e sentido In Memoriam. Na secção dos Artigos, incluem-se
quatro estudos: de Mariel Pérez, sobre a aristocracia da Alta Idade Média, com
destaque para as actuais tendências de investigação; de Marisa das Neves
Henriques, sobre os físicos e a medicina da alma na obra O Orto do Esposo; de
David Martín Lopéz, sobre a revalorização da época medieval na estética
maçónica inglesa e escocesa dos séculos XIX e XX; e de Maria Coutinho, sobre a
relação entre o texto e a iluminura no De Computo de Rábano Mauro.
Na secção de Recensões são apresentados dois livros recentes, sobre o claustro
do mosteiro da batalha e sobre o processo dos Templários, dando conta de linhas
actuais de pesquisa da medievística internacional. Na Apresentação de Tesessão
divulgadas as recentes dissertações de doutoramento de dois membros do IEM,
sobre os eremitas da Serra de Ossa, da autoria de João Luís Inglês Fontes, e
sobre o território da arquidiocese de Braga, da autoria de André Evangelista
Marques. Por último, dá-se notícia do III Colóquio A Nova Lisboa Medieval,
organizado pelo IEM e que decorreu na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
da UNL, entre 20 e 22 de Novembro de 2013.
Mantendo a sua linha editorial, o seu carácter pluridisciplinar, a sua abertura
às diversas orientações historiográficas que se regem pelo rigor e pela
qualidade, preenchendo critérios de exigência que se pretende que pautem a
arbitragem científica, a Medievalista confronta-se com os fortes desafios
suscitados pela sua inclusão em novas plataformas de publicações da área das
ciências sociais. Às exigências de natureza científica temos procurado
corresponder com o aumento da qualidade e da diversidade dos artigos
publicados, bem como com a crescente internacionalização da revista. Pelo que
depende de nós, não deixaremos de procurar responder à devida altura.
Mas quando está em curso um moroso, administrativamente pesado e por vezes
ziguezagueante processo de avaliação das Unidades de Investigação financiadas
pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, o nosso voto no início deste ano
de 2014 vai para que o financiamento do único Centro português especificamente
dedicado aos estudos medievais possa fazer face aos custos que acarretam as
suas múltiplas actividades científicas ' e, nomeadamente, a produção da
Medievalista. Oxalá, também aqui, a resposta de quem a deve dar esteja à altura
devida.
COMO CITAR ESTE ARTIGO
Referência electrónica:
Editorial. Manter o rumo, prosseguir com a Medievalista. Medievalista [Em
linha]. Nº15, (Janeiro - Junho 2014). [Consultado dd.mm.aaaa]. Disponível em
http://www2.fcsh.unl.pt/iem/medievalista/MEDIEVALISTA15/editorial1501.html.