A comunicação está presente no nosso dia-a-dia e sem nos apercebermos estamos a comunicar, não precisamos de recorrer à linguagem verbal para mostramos aquilo que estamos a sentir, o nosso ponto de vista e até mesmo quando falamos só por falar ou nem sequer falamos. Há outras formas de comunicação, por exemplo, a não-verbal.
A comunicação não-verbal é das mais importantes, ocupa mais de metade da comunicação humana, cerca de 55% da nossa comunicação. Sem darmos conta estamos sempre a recorrer a ela porque é impossível controlarmos todos os meios que existem (expressões faciais, posturas, gestos, movimentações, como nos vestimos e olhamos os outros, como ocupamos determinado espaço…) mesmo que queiramos.
Por vezes, a comunicação não-verbal contradiz a verbal, deliberadamente (como acontece com a ironia) ou por confusão (querermos dizer sim e abanamos com a cabeça como se fosse não, por exemplo). Este tipo de comunicação também é que abrange qualquer faixa etária (desde os recém-nascidos), está presente nos invisuais, nos seres humanos e em alguns animais e em qualquer cultura.
No comentário fala que o rosto é “a primeira fonte de comunicação não verbal” e que é nos olhos que mais nos focamos, derivado a ser uma zona com bastante “capacidade emissora”. Estou completamente de acordo, o rosto é qualquer coisa de extraordinário e sem explicação, é como que a “capa de um livro”, é a primeira imagem que vimos nos outros e a primeira que damos a conhecer, num livro também a capa é a primeira coisa em que reparamos e que pode ter muito a dizer com a história que se vai contar.
É através das expressões faciais que revelamos o que estamos a sentir, havendo outras partes do corpo reveladoras mas não tão profundas, quando sentimos repulsa, medo, surpresa, desprezo, tristeza, alegria, raiva, a nossa face “fala” por nós.
As nove fotografias ilustram os variados sentimentos que referi anteriormente e completam o que foi dito por Paul Ekman e Wallace Friesen acerca dos três factores que avaliam a capacidade do rosto.
Nas fotografias consegue-se observar algumas das expressões referentes aos sentimentos que estamos a transmitir. Quando estamos surpreendidos dura apenas um segundo, os olhos abrem-se assim como a boca e as sobrancelhas levantam-se; quando temos medo as sobrancelhas levantam-se e juntam-se, as pálpebras superiores levantam-se e as inferiores ficam mais tensas; quando estamos a dar desprezo os lábios de um dos lados da boca ficam apertados e ligeiramente levantados; quando estamos tristes as pálpebras superiores baixam, a vista desfoca e os cantos da boca ficam ligeiramente mais baixos; quando estamos alegres ficamos com rugas envolta do olho, as bochechas levantam e a boca abre; entre outras…
Todas estas características [...] são conseguidas porque temos muitos músculos na cara, daí o número de estímulos diferentes que se conseguem emitir, sendo a parte do corpo com mais visibilidade e o tempo médio das mensagens [...] que queremos transmitir ser parecido, todos os três factores sugeridos pelos três autores fazem todo o sentido.
O nosso olhar é muito forte, daí por vezes se dizer “que olhar assustador” e é bem verdade, é sem dúvida o “espelho da alma”, a partir dele consegue-se perceber a predisposição que se tem para determinada circunstância. [...] Nas relações interpessoais acontece muito quando não estamos com paciência para aturar o locutor começarmos a desviar o olhar, se o locutor fôr competente aperceber-se-á logo disso e a partir da falta de contacto visual vai entender que não queremos estabelecer comunicação. Ao aperceber-se disso poupa ao receptor a interrupção abrupta da conversa porque o feedback [...] deste está a ser negativo e até por vezes involuntário. A isto chama-se cinésia.
Para concluir, sem dúvida que o rosto é bastante revelador e ainda bem que ele existe, poupa-nos muita hipócrisia e é bastante mágico comunicar e ver comunicar através dele. “Dado que pertencemos à espécie homo loquens, não somos capazes de não comunicar com os nossos semelhantes.