A comunicação verbal é algo que é unicamente humano. Neste [...] conceito de comunicar conseguimos ter dois modelos para entender este ato que é apenas humano. Temos um primeiro modelo que é o modelo linear. [...] Um modelo muito simples, talvez até demasiado simples para explicar a comunicação humana. Este modelo [...] constitui apenas a comunicação [...] verbal, por exemplo, uma chamada telefónica, em que não conseguimos ver a outra pessoa e por isso é mais difícil de compreender a mensagem. Neste modelo [...] está explícito que uma mensagem está acabada a partir do momento em que é transmitida. Trata-se de um produto, em que cabe ao recetor receber a mensagem e interpretá-la sem qualquer contexto nem sentido, por isso, a mensagem nunca vai ser interpretada da mesma maneira que emissor pretendia que fosse. Não existe o “feedback” que se pretende. É ainda explicado que quanto mais repetida for a mensagem mais redundante se torna- conceito que vai ser contrariado no modelo semiótico.
O modelo semiótico é o mais completo para explicar a comunicação humana. Ao contrário do modelo linear, neste modelo o emissor e o recetor trabalham em conjunto para criar um sentido. Neste modelo o “feedback” permite ao emissor ajustar a sua mensagem às necessidades e resposta do recetor, ajudando assim, o receptor a sentir-se mais envolvido na comunicação (Fiske, 1990). A mensagem deixa de ser um produto e passa a ser uma produção, entre os participantes que em conjunto criam um sentido à mensagem tentando chegar a um entendimento mútuo (Hakansson e Westander, 2013). Enquanto que no modelo linear é apenas usada a comunicação verbal, neste modelo temos muito o uso da comunicação não verbal e paraverbal para melhor entender a mensagem que é transmitida.
O facto de haver um contexto permite ao recetor entender melhor a mensagem que lhe é transmitida e ao mesmo tempo entênde-la da forma mais correta, como o emissor a transmitiu. Por exemplo, numa conversa entre um professor e um aluno, em que o professor tenta explicar uma certa matéria, tem que ter em conta o “feedback”, ajustando a sua mensagem às necessidades e resposta do aluno, ou seja, explicando talvez a matéria de uma forma mais simples do que [...] se estivesse a explicar a alguém já entendido nessa matéria.
Concluindo a comunicação é muito mais do que o simples ato de transmitir uma mensagem [...], existe muito por detrás disto, o contexto inserido, o sentido que lhe é atribuído e o significado que têm. (Santos, 2011)
