O termo “comunicar” deriva do latim “communicare” que significa “comunicar”, “partilhar” sendo essencial para que um grupo de indivíduos leve a cabo um objetivo comum e para promover a socialização e a interação social.
A comunicação não é só levada a cabo pela espécie humana mas também por outras espécies como a animal que, apesar de usufruir deste mecanismo, não se [...] dele de forma criativa como os humanos (a comunicação para os [...] animais vem expressa no ADN, é instintiva e refere-se a temáticas ligadas à sua sobrevivência: reprodução, alimentação e perigo).
A comunicação pode sim ser [...] voluntária e intencional e recorre normalmente ao meio verbal e pode até estar relacionada com o modelo linear: A escreve e envia para B, numa [...] perspetiva de manipulação [Fiske]. Mesmo dentro da comunicação verbal é importante compreender a importância do contexto: [...] para além de conhecermos as regras da língua, devemos dominar o espaço, o tempo e o mundo onde os interlocutores se movem [Santos, 2011] de forma a não sermos mal interpretados por eles. O meio verbal é sofisticado (detém vários significados para uma palavra) e abstrativo (é capaz de referir o passado e o futuro). Por exemplo, ao entrarmos numa conversa que já vai a meio, devemos atentar o contexto em que ela acontece: certas palavras podem estar a ser utilizadas com [...] significados ligados ao contexto e não à forma como as interpretamos: “bróculos” pode não simbolizar um alimento mas sim estar associado à expressão “estou metida num molho de bróculos”, ou seja, “estou numa grande alhada”. Na comunicação verbal, o meio é bastante importante e revela-se capaz de transformar a mensagem: [Mcluhan] uma SMS (mensagem escrita) da minha mãe a dizer “Em casa falamos” não tem o mesmo impacto de quando eu entro no carro e ela verbaliza, com uma entoação e intensidade elevada (meio paraverbal), “Em casa falamos”.
No entanto, a comunicação pode ser involuntária e interativa quando associada não só ao meio verbal mas também ao não verbal no qual o nosso olhar comunica demonstrando interesse/desinteresse (olhar intenso/evitar olhar, respetivamente) que, se não atentar no contexto pode ser mal interpretado: isto é, se formos a um país do Oriente e olharmos para um rapaz que consideramos ter uma beleza incrível sem atentarmos que, para ele, este olhar excessivo é inadequado e ofensivo, podemos insultá-lo sem querermos.
Através do toque constante no outro (batendo no braço) enquanto falamos com ele pode ser incómodo e irritante se não atentarmos que, no contexto em que ele vive, estamos a entrar, tal como acontece com o espaço quando nos aproximamos demasiado do outro enquanto falamos com ele, na sua esfera privada. [Santos, 2011] Também os gestos, de pendendo do contexto, podem ser mal interpretados: o gesto emblemático “v” de Churchill não tem o mesmo significado em todos os locais: pode simbolizar “vitória”, “paz” e ou “insulto”: por exemplo, um líder partidário perante uma manifestação de ativistas ecológicos, decidiu fazer o gesto “v” como símbolo de “paz” contudo, naquele contexto, por aquelas pessoas foi interpretado como insulto.
Para concluir, concordo com a afirmação “a comunicação é um processo complexo enquadrado num determinado contexto e os significados são, frequentemente, parte integrante do contexto”. O contexto é um dos elementos essenciais, na minha opinião, para manter a interação social e as relações a partir desta estabelecida, devendo ter [...] atenção ao mundo do outro de forma a compreender o seu discurso e as suas pistas não verbais.