Em primeiro lugar, comunicação é a relação entre indivíduos em prol da comunicação da sociedade e da sobrevivência dentro dela. A comunicação humana, por sua vez, não é diferente. Em uma sociedade onde viver em grupo é mais benéfico em todos os sentidos, a verbalização nos tornou uma espécie mais evoluída que as demais. Como disse Descartes (1937), se pensamos porque existimos, pensamos porque temos linguagem (SANTOS, 2011). Partindo desse princípio, entramos no estudo da comunicação humana, que baseou-se em encontrar as formas que interagimos com nossos semelhantes. Nesse estudo foram conceitualizados dois modelos comunicativos: o modelo linear e o semiótico.
O modelo linear, criado em 1949 por Shannon e Weaver, tratava-se de uma forma matemática de encarar a comunicação. Em seu modelo, os estudiosos focaram suas pesquisas no emissor e na quantidade de informação era codificada e, após as possíveis interferências pelo ruído, descodificadas. Essas características traziam para o modelo um caráter monolítico, onde o recetor era totalmente passivo e independiam do seu feedback. Considerando as propostas, o modelo apresentado pelos pesquisadores encontrava-se um enorme desacordo com o que é, de facto, a comunicação, não só por não apresentar importância para a linguagem não verbal, como excluiam da equação a participação do receptor e de seu feedback, essencial para a comunicação entre dois indivíduos.
Em contra-proposta, surge o modelo semiótico, com estudos bem diferentes e atualizados comparados ao anterior. Nele, todos os sinais que o mundo emite são considerados, além da própria experiência pessoal dos interlocutores. Com a chegada desse modelo, tanto o emissor quanto receptor são ativos no diálogo, sendo o feedback de extrema importância para o rumo da conversa. Além disso, o contexto e o sentido das mensagens ganharam força, tornando inseparáveis da comunicação. Por sua vez, também foram aderidas as formas de comunicação não verbal e paraverbal, que, segundo Mehrabian (1981), formam 93% da linguagem humana. A partir disso, foi encontrado um modelo que, de maneira completa, enquadrasse a comunicação humana e suas características em uma sociedade.
Depois de analisarmos esses modelos, fica claro percebermos o que Hakansson e Westander abordam no excerto com “há muitas opiniões acerca do que significa comunicar”. Aprofundando ainda, encontramos a opinião do trecho baseada, então, no meio semiótico de enxergar a comunicação, uma vez que essa é “um processo complexo (…) contexto e os significados são, frequentemente, parte integrante do contexto.” (2013).
A opinião dos autores é, para dizer o mínimo, para dizer o mínimo, sensata no âmbito da comunicação. Isso se dá porque, uma vez que não é viável abrir mão da comunicação não-verbal, para-verbal, do receptor e seu feedback, pois a comunicação, em sua essência, é um sistema integrado e dependente dos seus interlocutores para seu pleno funcionamento, além da grande importância do sentido e contexto nesses diálogos para a subsistência e evolução.