O excerto apresentado relembra-nos de um facto incontestável, acreditemos ou não que a comunicação deve ser “desmontada”, explorada ou analisada: [...] o seu caráter complexo, multifacetado e natural (inato e natural ao ser humano) torna-a uma grande fonte de discussão entre círculos de filosofia e académicos [...] (Santos 2011). Afinal, para percebermos melhor esta presença ineliminável do dia-a-dia, temos de ver com cuidado todos os contextos em que se verifica. Surgem, então, perspetivas divididas relativamente ao que a comunicação constitui: a explorada pelo modelo processual de Shannon e Weaver, e o modelo semiótico, os dois principalmente [...] reconhecidos.
O excerto faz referência a [...] duas perspetivas, exatamente, começando pelo modelo processual, mencionado como “o envio [...] intencional de uma mensagem e um recetor” (Hakansson e Westander 2013). Este modelo encara a comunicação como [...] a [...] transmissão de uma mensagem, entendida como una e monolítica (Santos 2011). [...] Deposito particular importância [...] na própria mensagem e sobre o emissor, acreditando-se que este [...] é o principal responsável pela compreensão perfeita pela parte do recetor [...]. Este, por sua vez, é interpretado como um elemento passivo na receção da mensagem, tendo apenas esse papel. Podem [...] encontrar-se interferências na transmissão da mensagem, chamadas de ruído, tais como a má conexão durante uma chamada telefónica ou o barulho avassalador de uma multidão que rodeia, e nestas são [...] postas as culpas de qualquer falha de compreensão e entrega da mensagem, para além da falta de clareza do emissor. Este modelo não se mostra propício para a comunicação atual: o seu caráter linear, matemático e sólido limita [...] a complexidade das comunicações humanas às de computadores, tendo como fraquezas a imprevisibilidade pessoal dos recetores. [...]
O modelo semiótico, por outro lado, encara a comunicação como a criação de uma mensagem pela parte de dois emissores e, simultaneamente, recetores, que, imbuindo mensagens com a sua experiência pessoal e conhecimento, criam algo cada vez mais rico e próximo da intenção original da mensagem primordial. A mensagem torna-se, então, numa “produção” conjunta, em vez de um produto terminado e imutável do emissor. Apesar de não se compreender a mensagem original, gera-se sempre uma interpretação surgida de contextos culturais e vivências que, completamente diferente ou não, gera uma nova perspetiva. Isto acentua a complexa natureza da comunicação que depende dos mais variados fatores.