Uma definição geral de comunicação é o envio de uma mensagem. Mas uma mensagem pode ser transmitida de milésimas formas. Dividimos “comunicar” então em [...] duas áreas, comunicação verbal e não verbal, que por sua vez engloba diferentes linguagens: verbal, não verbal e paraverbal.
Comunicar é algo que fazemos a toda a hora e de todas as formas, seja a dizer algo tão simples como “tenho fome” ou a respirar no meio de uma aula particularmente penosa ou na maneira como falamos num tom de voz mais alto quando estamos no meio de um grupo e queremos ser ouvidos.
Às vezes, uma conversa revela mais sobre o indivíduo em si e o seu caráter, do que sobre o tópico a ser discutido; na minha opinião, pelo menos. Pois tudo numa pessoa comunica-nos algo sobre ela, desde a forma como se veste, à maneira como fala, à proximidade que revela com os outros.
Mas há quem encare comunicar, como diz no excerto: “(…) o envio intencional de uma mensagem a um recetor”. É esse o caso de Shannon e Weaver que desenvolveram um modelo matemático para explicar a comunicação.
De acordo com Shannon e Weaver, a comunicação é um processo linear, através do qual um emissor transmite uma mensagem a um recetor e a única coisa avaliada é a quantidade de informação enviada e se esta corresponde à quantidade de informação recebida. Este modelo não tem em conta as reações dos interlocutores à informação transmitida, nem o contexto no qual a informação se baseia ou sequer as diferentes interpretações feitas derivadas das diferentes experiências pessoais de cada indivíduo.
* Daí, de um ponto de vista pessoal, ser considerado um modelo incorreto para explicar a complexidade que é o processo de comunicar.
Por outro lado, há quem visualize comunicar como um processo de construção pessoal do ser com os outros. Isto é o que defende o Modelo Semiótico, que explica a comunicação como um processo de criação do ser e tem em conta o contexto e a sua importância para uma boa compreênsão daquilo que está a ser transmitido.
O modelo semiótico defende que o contexto é crucial pois atribuí significado ao que é dito em luz da situação em que é discutido. Este modelo tem em conta as diferentes interpretações possíveis da mesma mensagem por indivíduos diferentes e então defende que uma boa transmissão nem sempre implica uma boa compreensão do que foi dito, isto é que o recetor tenha entendido a mensagem com o significado original lhe imposto pelo emissor.
Devido a estas duas perspetivas diferentes do que é comunicar, para a mesma situação temos diferentes resultados, de pendendo de modelo seguimos.
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É claro que o modelo mais realista é o modelo semiótico pois é aquele que entende o contexto como sendo o ponto focal da comunicação, aquilo onde se baseia o assunto comunicado e onde se encontram referências ao que se discute. Sem o contexto, é seguro dizer que a comunicação não faria sentido.
* A comunicação nem sempre é intencional, o que critíca o modelo matemático de Shannon e Weaver. No caso da comunicação verbal e não verbal, quando utilizadas em conjunto de forma não deliberada, a comunicação não verbal é involuntária (por exemplo quando mentimos e dizemos uma coisa mas o nosso corpo mostra sinais de nervosismo, medo e culpa; com as diversas expressões faciais produzidas e tiques involuntarios, como o mexer com as mãos) é revela uma mensagem ao bom observador.