A comunicação humana, ou seja, um conjunto de interações entre indivíduos que nos faz membros constituintes de uma sociedade e permite a construção da identidade de um grupo, é [...] objeto de estudo nas suas mais variadas vertentes, sendo que esta abordagem é feita através de modelos da comunicação.
Os modelos de comunicação não se caracterizam por serem regras comunicativas, [...] remetendo assim para o processo comunicativo e como este se desenvolve.
De facto, existem várias formas interpretativas da comunicação e como esta se desenvolve, [...] estando presentes no excerto duas destas. Em primeiro lugar a que remete para o modelo linear de transmissão (Shannon e Weaver) e em segundo lugar o modelo semiótico (Pierce e Saussure).
Posso definir a primeira ideia mencionada “envio intencional de uma mensagem a um recetor” como uma breve descrição do que o modelo linear de transmissão consiste.
Este modelo foi desenvolvido no âmbito de dar resposta ao problema da eficácia da transmissão da mensagem por Shannon e Weaver que trabalharam em prol de solucionar esta problemática.
[...] Segundo estes, a mensagem era encarada como um código [...] específico que parte de um [...] emissor, que através de um canal faz a transmissão da mensagem até a um recetor que se limita a receber esta, sendo que durante esta transmissão situam-se um ou mais problemas que tornam a comunicação [...] da forma que esta é pretendida.
Assim sendo, pode-se ter em consideração que o modelo linear de transmissão é um modelo processual e matemático, e totalmente monolítico, ou seja a mensagem é encarada como um produto específico. Para além do mais, é um modelo que pretende solucionar o problema que interfere na eficácia da comunicação, o que remete para o ruído.
O ruído, sendo o mais importante e físico [...] (como a chuva), mas também podem ser pensamentos enquanto outra pessoa fala, constitui-se como o maior problema que Shannon e Weaver tentavam combater, pois é este que atrapalha o canal na transmissão impossibilitando que a mensagem chegue a B tal como A pretendeu (Fiske, John). [...] Apresenta assim o exemplo de uma linha telefónica, se Shannon e Weaver conseguissem medir o nível de ruído, conseguiriam assim saber o quanto teriam também que aumentar o sinal da linha telefónica para esta conseguir competir com o problema.
Outra característica deste modelo linear é a questão de redundância e da pertinência, sendo esta primeira totalmente evitável pois apenas iria atrapalhar e comprometer mais o bom funcionamento da comunicação.
Associado a este modelo está o conceito de bit (dígito binário) que se apresenta como uma forma de dar respostas simplificadas a certas questões [...] (através de por exemplo sim/não ou on/off), tornando-as menos vagas (Santos, Joana, 2011)
[...] Considero este modelo demasiado simplista para a complexidade envolvente da comunicação humana, pois somos seres vivos de extrema capacidade interpretativa, a qual este modelo tem em mente, assim como é de ser referida toda a dimensão contextual envolvente e o que esta pode influenciar [...] e as características do feedback que não existe neste modelo. [...] Acredito assim, [...] que o modelo mencionado em segundo lugar, ou seja, o semiótico, é mais adequado a descrever o processo comunicativo humano.
Na afirmação presente no excerto “uma sincronia interativa em que os participantes cooperar para criar sentidos e para chegarem a um entendimento mútuo”, há uma referência ao que o modelo semiótico consiste.
O modelo semiótico, desenvolvido por Peirce e Saussure [...] caracteriza-se por uma simbologia, a ciência dos símbolos, na qual a comunicação é interpretada através de códigos rápidos.
Ao contrário do outro modelo, tenho a convicção de que este modelo semiótico é mais aplicável à nossa comunicação devido à sua dimensão prática.
Este modelo considera a comunicação humana como uma transmissão de mensagem nas quais está patente uma forte interpretação por parte do recetor [...] que devido às suas características interpretativas inatas tem a capacidade, também devido ao contexto, de ao receber a mensagem fazer a sua própria análise desta conferindo-lhe um sentido. Para além disso, considera-se o sentido da mensagem como uma coprodução [...] negociada, tendo o contexto e a sua variação extremo relevo na influência da interpretação e havendo sempre a possibilidade de haver feedback.
Ao contrário do modelo de Shannon e Weaver, o modelo semiótico [...] vê também a repetição como algo positivo, pois considera-se que quanto mais repetitiva for uma mensagem, maior e melhor será a sua compreensão absoluta (Santos, Joana, 2011). Apresenta assim o exemplo de alguém que está a dar uma palestra, pois este têm a tendência de retomar ideias repetindo-as para que a audiência tenha a capacidade e também mais oportunidade de compreender eficazmente a mensagem vinculada.
Assim, o modelo semiótico tem uma vertente muito mais humana, e por isso menos matemática, que permite e tem em conta a interpretação e a partilha mútua de conhecimentos, relações, ideias, informações, o que me leva a ter em conta este modelo como mais adequado pois, tal como mencionado no excerto e sustentando também a minha posição crítica nesta informação, “A comunicação é um processo complexo enquadrado num determinado contexto e os significados são, frequentemente, parte integrante do [...] contexto” o que vai mais de acordo às ideias desenvolvidas e [...] aceites por este modelo semiótico.
Desta forma, refiro que o ser humano é uma espécie de alta complexidade e que por isso, modelos simplistas como o modelo linear de transmissão de Shannon e Weaver nunca [...] irão conseguir [...] apresentar a comunicação humana como na realidade esta se desenrola no seu processo, pois tal como a espécie, também a nossa comunicação é extremamente complexa, variando devido a fatores externos, como a nossa própria interpretação e a variação do contexto que [...] nos leva a fazer determinadas significações. [...] São estes fatores e aos anteriormente referidos que [...] me levam a crer que de fato o modelo semiótico é o mais propício e adequado a desenvolver e a ter em conta a comunicação humana.