[...] A teoria de Whorf-Saphir no início era tida como certa e constatava que [...] o falante nativo de uma língua [...] cuja língua não tivesse [...] uma palavra para algo [...] nunca iria entender o sentido dessa palavra palavra, como por exemplo um falante de Português de Portugal nunca iria entender nem fazer sentido da palavra alemã “SchadenFreude” que designa o sentimento de prazer que temos quando alguém [...] teve aquilo que mereceu. [...]
Contudo, como sabemos isso não é inteiramente verdade! [...] Qualquer pessoa se lhe for explicado compreenderá o que significa tal palavra ou expressão. [...] Portanto [...] esta teoria seria como que “reformulada” para o seguinte: A [...] nossa língua materna não nos impossibilita de compreender termos ou expressões noutras línguas que não existem na nossa, mas [...] a nossa língua materna/nativa irá certamente influenciar a forma como vemos o mundo e como o percebemos, irá portanto influênciar a nossa forma de pensar e compreender as coisas que nos rodeiam. Um exemplo muito interessante disto é em alemão o termo para ponte ser “die Brűcke” e em espanhol ser “El puente” como percebemos em alemão o substantivo é feminino e em espanhol o substantivo é masculino e baseado [...] apenas neste facto a percepção de ponte para um alemão (ã) e um espanhol (a) será diferente. [...] Se perguntarmos a um espanhol este irá descrever a ponte como algo robusto, algo forte imponente, mas [...] um alemão irá ver a ponte como algo elegante, belo, uma maravilha arquitetónica sofisticada.
[...] Isto é muito interessante e encaixa-se perfeitamente nesta teoria. Um outro exemplo é a palavra “chave” em português ser feminino e em alemão ser masculino “der Schlűnel” (penso) e a nossa percepção de chave ser algo delicado como as nossas mães nos dizem “abre a porta [...] com cuidado ainda partes a chave!” e para um alemão a chave ser algo forte e robusto que não quebra facilmente. Como vimos a nossa linguagem influencia certamente a forma como vêmos e temos percepção das coisas, mas não nos impede de compreendermos termos que não existem na nossa língua. Queria também mais uma situação que acho interessantíssima que se trata de línguas onde as noções de esquerda direita para a frente e para trás são substituídas [...] pela noção constante [...] dos pontos cardeais. [...] As pessoas das línguas sabem sempre inconscientemente onde é o norte, o sul, o este e o [...] oeste. Acho incrível pelo facto de estas pessoas [...] pelo facto de existir na sua língua as noções de direcções como pontos [...] cardeais serem capazes de saberem sempre para onde estão virados e só [...] vem demonstrar o incrível poder da mente e também dar mais força ao que escrevi anteriormente que a nossa língua influencia de facto a forma como vêmos e percebemos o mundo.