A comunicação não verbal pode dizer mais sobre nós do que a comunicação verbal.
Através da nossa aparência, dos nossos tiques, da nossa maneira de estar, entre outros, as pessoas com quem nos cruzamos ou convivemos diariamente pode tirar conclusões à cerca da nossa personalidade.
Por incrível que pareça, também comunicamos através do espaço: como nele nos movemos, organizamos e movimentamos. Estas ações vão variar de cultura para cultura, aliás como todos os gêneros de comunicação não verbal.
A comunicação através do espaço é designada de proxémica. Esta pode ser privada ou pública. Privada é a distância que matemos do nosso interlocutor nas nossas relações interpessoais. Pública é aquela que nos é imposta pela organização social, isto é, quando vamos ao consultório do nosso médico de família e invariavelmente deparamo-nos com uma secretária que vai estabelecer a distância/espaço entre mim e o seu interlocutor.
A organização social pode, ainda, ter fins lucrativos. Ao frequentarmos um restaurante de fast-food apercebemo-nos que é bastante colorido, desconfortável, barulhento, com um grande fluxo de pessoas e entrarem a a saírem, o que obviamente não é propiciador a conversas demoradas. Pelo contrário, os restaurantes mais caros são mais escuros, confortaveis, menos barulhentos e com menos fluxo de pessoas a entrarem e a saírem o que permite conversas mais demoradas.
O espaço e/ou distância que um alunos mantem do professor é diferente daquela estabelecida entre pai e filho porque o ser humano desempenha vários papéis, como se de um ator ou atriz se trata-se, segundo Goffman. Na escola desempenhamos um papel, em casa desempenhamos outro completamente distinto. Até porque, as pessoas com quem nos vamos cruzar formulam opiniões distintas sobre nós.
Nesse sentido, Goffman acredita que possuímos uma fachada física e outra pessoal. A fachada física diz respeito às mensagens que o espaço em que nos movemos passam. Por exemplo, o mobiliário de uma sala da universidade transmite uma mensagem, pois reporta-nos para uma certa época. Quando recebemos alguém em nossa casa tentamos ao máximo passar uma boa imagem, para isso, ocultamos um saco de batatas fritas esquecido no sofá, organizamos a sala, limpamos o pó… todo isto para que o outro crie uma [...] imagem favorável sobre nós.
Já a fachada física tem haver com aquilo que nos torna singulares: sexo, idade, nacionalidade, cor de pele, entre outros.