A linguagem é, aquilo [...] que podemos definir como a capacidade geneticamente programada que qualquer ser humano [...] dotado de órgãos fonadores possui. É de facto uma competência inata, que se desenvolve em criança, em que [...] o contexto (tudo aquilo que rodeia a criança) assume um papel secundário, no que diz respeito a este desenvolvimento. O facto das crianças terem capacidade de expressar coisas que não captaram do meio que lhes rodeia, é uma das principais razões que nos leva a aceitar o caráter genético ou biológico da linguagem.
O meio em que estamos inseridos, a nossa cultura, influenciam o nosso comportamento. Em diferentes contextos, o mesmo tipo de comportamento, [...] como é o caso do beijo na face (na Espanha e no Irão), por exemplo [...], é interpretado de maneiras completamente diferentes. Isto confirma que a adoção de comportamentos inteligentes, ou não, é altamente condicionada por crenças, regras e hábitos culturais, ao contrário do que acontece com a linguagem.
É sabido que o cérebro humano possui diferentes partes, [...] especializadas em diferentes funções, sendo a linguagem uma delas. A área de Broca e a área de Wernicke são duas dessas zonas cerebrais, que se ocupam mais concretamente e, respetivamente, da produção linguística e da compreensão linguística. Desta forma, assume-se que o corpo humano está programado com a capacidade linguística e, como não somos seres acabados [...] assim que vimos ao mundo, e temos [...] sim, aspetos a desenvolver e consequentemente espaço para esse desenvolvimento, vamos desenvolvendo-a à medida que o nosso cérebro evolui.
O comentário em análise refere-se à linguagem, que surge igualmente em todas as crianças, [...] não como algo que é aprendido mas sim como algo que é adjacente à nossa existência. [...] A linguagem está para o cérebro assim como, por exemplo, o IVA está para o preço [...] que pagamos por um determinado produto.