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1718LCDGJC63a

1718LCDGJC63a

Género de textoEnsaio
Student
PLM/PLNMPLM
GenderF
Task
Task descriptionRedija um ensaio académico subordinado ao tema A comunicação determina a nossa realidade. Instruções de execução: Com base no tema proposto, deve construir uma tese e sustentá-la por meio de argumentos e exemplos colhidos na(s) área(s) científica(s) do seu curso. Organize as suas ideias num plano estrutural, com várias secções, incluindo obrigatoriamente um abstract, uma introdução e uma conclusão. Todas as fontes de informação (obras consultadas, textos lidos, sítios em linha, segundo uma das normas aprendidas em aula) têm de ser devidamente identificadas. O uso de informação não autorizada ou não referenciada constitui crime de plágio e implica reprovação imediata.
Task ID 1718LCENSAIO02
ContextoLivre
Curso
UniversityUniversidade de Coimbra
ÁreaCiências Sociais e Humanas
CursoJornalismo e Comunicação
DisciplinaLinguagem e Comunicação
School year2017-2018
Collection
PaísPortugal

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A comunicação determina a realidade

A comunidade LGBT

Abstract

Este trabalho tem como objetivo geral analisar o modo como os meios de comunicação influenciam a conduta dos cidadãos, a relação entre ambos, o modo como estes, graças ao seu papel de tamanha dimensão nos dias de hoje, se podem tornar decisivos na tomada de decisões, de pontos de vista. Esta relação vai ser demonstrada através de um artigo que irá, de certo modo demonstrar as consequências da mesma.

Utilizando o subtema "a comunidade LGBT" irão ser analisados artigos jornalísticos de diferentes pontos do globo, mostrando assim, para além da sua diferença relativa a este mesmo subtema, o modo como estes influenciam a população desses locais e a forma como estes enfrentam, neste caso questões relativas ao subtema acima referido.

Com a análise destas noticias é possível verificar que a relação entre os meios de comunicação e todos os seus leitores é uma relação de forte dependência que eventualmente tem consequências não na vida de quem ao ler os artigos forma uma opinião, mas também daqueles a que os media referem, podendo colocar em causa conceitos de severa importância como a liberdade e a igualdade.

Palavras-chave: meios de comunicação, influenciam, conduta, noticias, liberdade e igualdade.

Introdução

Para que servem os nossos olhos se os usamos apenas para observarmos a realidade através do que os olhos de outrem observam? O que serve ser dotado de uma característica tão única como a racionalidade, capaz de formar uma opinião própria, quando ninguém a utiliza?

Questões como as anteriores irão ser abordadas ao longo deste trabalho.

Este até pode parecer um trabalho meramente expositivo, porém, isso será apenas o que os olhos de vós, caros leitores, vos poderão tentar transmitir durante os primeiros minutos de leitura porque posso garantir que, o que irão encontrar será, não , uma demonstração do que continua (cada vez com mais regularidade) a acontecer, mas também uma opinião, a minha opinião.

Um trabalho que serve como um tomar de consciência do poder que os meios de comunicação exercem sobre todos os cidadãos e as consequências que simples palavras escritas em jornais de forma tão "inocente" podem causar na vida e na conduta de terceiros, que aqui assumirão a imagem da comunidade LGBT.

De modo a apenas "levantar a ponta do véu", concluo esta introdução afirmando que, se este trabalho pudesse ser resumido numa pequena expressão seria: " Os meios de comunicação tornaram-se aos poucos os olhos dos cidadãos"

1-A comunicação determina a realidade

O ponto de partida deste trabalho irá situar-se na análise do titulo do mesmo. Parece cliché, mas irei fazê-lo. É como se se tratasse de uma escadaria. Pode ser uma metáfora pouco ortodoxa, mas a ideia que quero passar é exatamente a de que, este trabalho irá ser constituído por vários degraus, várias etapas que, após serem corretamente analisadas e lidas por vós, farão deste um trabalho completo e constituído de sentido.

Relativamente ao titulo "a comunicação determina a realidade", irei começar por vos apresentar este "degrau". Afinal de contas, qual o verdadeiro significado da expressão "a comunicação determina a realidade"?

Primeiramente é importante referir como esta me foi introduzida, a sua origem, dar a conhecer o contexto onde esta foi devidamente desenvolvida.

Como aluna do curso de Jornalismo e Comunicação do ano da Licenciatura, uma das cadeiras a que atento neste semestre é a cadeira de Linguagem e Comunicação dada pela docente Joana Vieira. Foi exatamente numa destas aulas que me foi dado a conhecer a expressão anteriormente referida. Falávamos de Marshall McLuhan e da sua obra "The Media is the Massage" (1967).

Nesta mesma obra surgem ideias como "o meio é a mensagem", "o conteúdo é a audiência" e " a comunicação eletrónica está a transformar o mundo numa aldeia global". Estas ideias referidas anteriormente, transmitem-nos de modo imediato a importância, não da forma como a mensagem é realizada, ou seja, o meio utilizado, mas também o papel determinante que cada membro da sociedade, como espectador e recetor de informação efetua sobre o conteúdo presente nos media.

Agora que dei a conhecer a "origem" desta expressão, retomo a análise de " a comunicação determina a realidade" com um cunho mais pessoal, uma opinião, uma visão acerca da mesma.

Quando, pela primeira vez, me foi apresentada esta expressão, a minha reação foi quase involuntária ao concordar com a mesma. Pensamentos como "esta expressão é claramente correta", ou "é exatamente a descrição do que se passa na nossa sociedade", surgiram de forma tão rápida que parecia que a minha análise a esta mesma expressão estava feita, parecia não haver muito a dizer acerca da mesma. Estava enganada, e este trabalho serviu exatamente para me provar isso mesmo.

"A comunicação determina a realidade" pode parecer uma frase de simples análise, mas quando analisada corretamente, é visível que esta representa uma realidade, mais concretamente aquela na qual nós, na plena condição de seres humanos, seres racionais e completamente influenciáveis pelo meio envolvente, nos inserimos.

É nesta analise mais completa que irão consistir os próximos parágrafos deste trabalho.

Tendo em atenção as palavras que, na minha opinião, são deveras as mais importantes para a compreensão do verdadeiro sentido do titulo do trabalho aqui apresentado, partiremos das mesmas para subir mais um degrau na direção do topo desta escadaria.

Primeiramente á que identificar as palavras que, devido á sua importância, podem ser consideradas palavras-chaves para decifrarmos o que estas querem transmitir.

Na expressão "A comunicação determina a realidade", identifico como palavras-chave "comunicação" e "realidade". Porquê?

A expressão "comunicação" é uma expressão do conhecimento geral nos tempos que correm, não pela importância que detém na vida de cada cidadão, mas também por ser algo que, voluntaria ou involuntariamente influência a conduta e a vida dos mesmos.

Fazendo uma avaliação mais aprofundada da mesma, a palavra comunicação aparece em muitos dicionários associada a palavras como "partilhar", "tornar comum", expressões que por si nos guiam na direção certa para entendermos o encargo que esta ação que é a comunicação tem para todos os membros da sociedade.

A segunda palavra-passe seria (como foi referido anteriormente) "realidade". O que é de facto a realidade?

De certo que muitas seriam as respostas para esta pergunta, algumas mais espirituais, mais filosóficas, outras mais objetivas, porém, a resposta que irei dar vem um pouco de acordo ao que encontramos como definição básica de " realidade".

Nos dicionários, a palavra " realidade" vem definida como "o que existe mesmo", "uma certeza".

Dada a definição das palavras-chave acima referidas, chegou a altura de as relacionarmos. É neste mesmo processo de "interligação" entre ambas que pode surgir novas questões.

Como foi dito anteriormente, a comunicação é como um processo de partilha através do qual se pode fazer com que algo se torne comum a todos os membros de uma comunicação, porém, esta palavra pode ser associada aos meios de comunicação que nos rodeiam, aos famosos media.

A partir da associação que foi feita anteriormente, é possível que a expressão que está a ser analisada comece a fazer mais e mais sentido.

Se a "comunicação" é referente aos media, e na afirmação "A comunicação determina a realidade" é reforçada a ideia de que esta tem um papel necessário para, de certo modo, "criar" a realidade, o que esta afirmação nos quer transmitir é a ideia de que os mais variados meios de comunicação, graças ao seu poder quase de "dominador" sobre a população que, graças á atenção que lhes atribui está como dependente, presa a estes para perceber o que os rodeia. É como se os media se tivessem tornado os olhos dos cidadãos.

Pegando na comparação que efetuei á pouco, subimos mais um degrau. Eu sei, parece uma escadaria sem fim (que qualquer estudante da Universidade de Coimbra facilmente relacionava com as Monumentais!), mas algo que fui aprendido ao longo destes anos enquanto estudante é que degrau a degrau se vai adquirindo alguma sabedoria e á medida que estou a escrever este trabalho é exatamente o que está a acontecer.

Voltando á tal comparação... os media são os olhos dos cidadãos... esta comparação é sem duvida importante aquando a referencia do poder que os media têm na vida dos seres humanos. Se estes são os "olhos" da sociedade, são eles nos fazem ver o mundo. As questões que coloco são: Os cidadãos têm consciência de que vem o mundo utilizando os media como olhos? Até que ponto esse controlo que os media exercem é positivo para todos nós? E por fim.... Quão real é essa realidade que é definida pelos media?

Estas perguntas levam-nos a uma reflexão intensa, e para ajudar na mesma decidi pesquisar um pouco de forma a encontrar algo que servisse de exemplo do lado mais negro e obscuro das respostas a estas perguntas, de resposta á questão "o poder dos media".

2- Abordagem da questão "O poder dos Media" com base no artigo jornalístico de Emerson Gaspering- "Notícia falsa, impacto real: a importância do jornalismo na era da pós-verdade" (abril.2017)

Assumindo que relação entre o homem e os meios de comunicação sempre foi uma relação de amor-odio, a verdade é que para além destas características, é uma relação de dependência. Os meios de comunicação dependem do homem para a sua importância continuar a ter elevados níveis na sociedade e o homem, ao longo dos anos, tem fortificado a relação de dependência com os meios de comunicação.

Um aspeto que deve ser referido é que, tal como nas restantes relações, esta não escapa àquelas que são as características mais negativas das mesmas.Por exemplo, quando abordamos esta relação de dependência, temos de analisar o facto de muitas vezes, esta dependência ser em demasia, o que pode fazer com que os cidadãos, que parecem confiar cegamente nos meios de comunicação tornando-os os seus olhos, a sua forma de ver o mundo.

O grave problema que muitas vezes está presente, mas que utiliza uma espécie de "capa da invisibilidade", é o facto de que estes meios de comunicação nem sempre são os mais sinceros possíveis, acabam por distorcer a realidade, o que traz consigo graves consequências para os seus fies seguidores, que ao absorverem cada informação que os sacia no momento, acabam por criar uma opinião baseada nessa mesma informação que, quando não é verdadeira, pode causar falsos juízos.

É no seguimento do que foi referido anteriormente que surge o artigo de Emerson Gasperin "Noticia falsa, impacto real: a importância do jornalismo na era da pós-verdade" (Diário Catarinense, abril 2017).

Emerson Gasperin coloca em evidência o aspeto mais negro do jornalismo, a distorção dos factos, a chamada fake news, utilizando uma história de um acontecimento um pouco caricato, mas que podia ter acontecido a qualquer um.

A protagonista desta história é uma jovem que, graças ao fenómeno das famosas fake news, viu se rodeado de um borburinho vindo de mentes confusas, que se interrogavam após lerem o que vinha nas páginas das mais variadas revistas.

O autor desta noticia conta um pouco do que aconteceu, dizendo: "Amigos marcavam seu nome nas redes sociais, ligavam para perguntar o que estava acontecendo, confirmavam que tinham ido ao casamento. Mas de nada adiantaram os desmentidos. Em ritmo exponencial, a história foi sendo compartilhada, eventualmente seguida de uma risadinha ou comentário jocoso. Desde então, volta e meia a moça precisa explicar que não, ela não é a "noiva abandonada no altar após usar camiseta engraçadinha"." (Emerson Gasperin, "Noticia falsa, impacto real: a importância do jornalismo na era da pós verdade", Diário Catarinense, abril 2017).

Este é um bom exemplo daquilo a que tinha feito referência anteriormente, os meios de comunicação (neste caso os jornais), são de fato os olhos da população, olhos que vêm apenas o que lhes é mostrado, sendo isto verdade ou mentira, e é através disto que se formam opiniões, se tiram conclusões precipitadas sobre algo ou alguém. Mas e esse alguém? Que impacto têm estas fake news nas suas vidas, nas suas condutas?

No caso da jovem referido na noticia de Emerson Gasperin "Notícia falsa, impacto real: a importância do jornalismo na era da pós verdade", as constantes perguntas que lhe foram feitas de forma constante tornaram toda a situação desagradável, uma vez que a jovem foi arrastada para o meio de uma confusão da qual não fazia parte, porém, e por mais maçadora2 que a situação tenha sido, esta foi apenas mais uma. Pode parecer algo frio de se dizer, mas a intenção não é a de desvalorizar o que esta jovem sentiu, mas sim "chocar o leitor", chamar a sua atenção para a verdade.

A verdade a que me refiro é, nem mais nem menos que a realidade, a realidade que causa vitimas de falsas informações, vitimas que se vêm atormentadas de tal modo que a sua vida sofre alterações profundas, ou seja, (e como diz o titulo do trabalho) "a comunicação determina a realidade"

A palavra "vitimas" não é, de forma alguma, um exagero. A questão que se coloca é: vitimas de quem?

Dos meios de comunicação. Esta era a resposta simples e aquela que convinha a cade ser humano que pensa que não entra neste "jogo", mas entra.

Quando digo que existe uma relação entre os media e os cidadãos, não posso de seguida, apenas atribuir as culpas a um dos "membros do casal". Se, por um lado, os media têm culpa do que acontece, a população também acarreta consigo o seu "saquinho de culpas".

Ao ler a noticia abordada anteriormente, é possível encontrar uma referência que vai ao encontro do que afirmei acerca das "culpas". O excerto a que me refiro é "Apesar de ter se popularizado recentemente, a expressão (notícia falsa, em inglês) nasceu no final do século 19. De acordo com o dicionário Merriam-Webster, em 1891 o jornal The Buffalo Commercial (de Buffalo, Nova York) garantia que "o gosto público não aprecia as notícias falsas (...), como as que lhe foram servidas por um serviço noticioso local um ou dois anos". Naquela época, podia até ser. Hoje, o público não as aprecia como contribui de forma ativa para sua disseminação. " (Emerson Gasperin, "Noticia falsa, impacto real: importância do jornalismo na era da pós verdade" Diário Catarinense, abril 2017), expressão que justifica exatamente as minhas "acusações". O público é tão culpado como os media, pois alimenta este gosto pelas falsas noticias que vêm sempre carregadas das famosas fofocas que adoram saltitar de boca em boca e que são adoradas pelas mesmas.

3- A comunidade LGBT e os Media

Após conferir que é inevitável afirmar que os meios de comunicação têm uma forte influência no modo como cada ser humano olha a seu redor, decidi avaliar esta influencia num campo mais especifico. Para este efeito, decidi escolher um subtema- A comunidade LGBT e os media. Deste modo, irei analisar a relação entre os ambos, colocando ainda em análise alguns exemplos onde os media representaram a comunidade LGBT e as criticas que resultaram dessa mesma representação.

Primeiramente, quando falo da comunidade LGBT e dos media, tenho obrigatoriamente de afirmar que a relação entre ambos evoluiu ao longo dos tempos, passando por muitos altos e baixos, porém, não posso admitir que em pleno século XXI esta seja uma relação fácil.

Desde os tempos em que era completamente proibido escrever sobre assuntos relacionados com a comunidade, passando pelos momentos menos glamorosos dos media que se limitaram a passar uma imagem ridicularizada destas pessoas, até ao momento em que parece haver mais liberdade e algum respeito, esta relação percorreu um percurso difícil.

A verdade é que termos como "igualdade" e "liberdade" são diferentes em vários locais do globo e por essa mesma razão, a relação entre os media e a comunidade LGBT são (e passo a redundância) igualmente diferentes.

Para ser tomada consciência colocarei duas noticias, uma relativa ao Egipto e outra relativa a Portugal.

3.1 Homossexuais nos meios de Comunicação do Egipto

Ao pesquisar um pouco sobre como os meios de comunicação fazem referencia aos membros da comunidade LGBT, encontrei uma notícia que tinha como titulo "Egipto proíbe que homossexuais apareçam nos meios de comunicação"(EFE, Cairo, 1 de outubro de 2017). O titulo por si indica muito sobre o que se poderá ler ao longo do artigo, porém, em nada influencia a decisão de o continuar a ler, a explorar cada palavra.

"Egipto proíbe que homossexuais apareçam nos meios de comunicação"(EFE, Cairo, 1 de outubro de 2017) apresenta-nos uma realidade que pode custar um pouco a entender, por ser de um país que embora conservador tem o seu conceito de liberdade um pouco mais assente na conduta de todos os cidadãos e até dos meios de comunidade, porém não se deve esquecer que este artigo não é acerca de Portugal, mas sim do Egipto, um país em que (na minha mais sincera opinião) a o adjetivo "conservador" se adequa perfeitamente.

Nesta noticia, é referido um acontecimento importante para a politica do local, para os meios de comunicação, mas principalmente para a população, em especial para a comunidade LGBT que ali habita.

A proibição de publicações relacionadas com homossexuais parece algo inacreditável, porém, o que me surpreendeu mais neste artigo foi o facto de existir uma exceção... Podem ser publicados artigos acerca de homossexuais, caso estes demostrem arrependimento "O organismo regulador da imprensa do Egito proibiu a publicação de informações sobre homossexuais a partir deste sábado nos meios de comunicação impressos e audiovisuais no país, exceto para que estes mostrem "arrependimento" por sua conduta. ("Egipto proíbe que homossexuais apareçam nos meios de comunicação" EFE, Cairo, 1 de outubro de 2017).

Através da leitura e análise deste artigo, podemos considerar que a relação entre os meios de comunicação e as comunidades LGBT no Egipto é hostil, censurada, o que demonstra a mentalidade deste mesmo local e a sua politica homofóbica e de desigualdade e desrespeito pelo próximo. A pergunta que paira no ar é: Como se sentirão as pessoas que habitam em locais como este e vêm os seus direitos excluídos?É uma pergunta que daria asas a uma reflexão mais aprofundada, porém atrevo-me a afirmar que a vida de alguém que habite em locais como este e faça parte da comunidade LGBT é tudo menos fácil, é como se o medo tivesse constantemente presente. E isto porquê? Porque não podem ser quem são, porque terceiros não aceitam.

Irei de seguida passar a analise de uma noticia, desta vez realizada em Portugal.

3.2- "Casamento Gay"(Diário das Notícias, D.D, 8 de janeiro de 2010)

O titulo da mesma é "Casamento Gay"(Diário das Notícias, D.D, 8 de janeiro de 2010) e através do mesmo, é possível encontrar um imenso contraste comparando com a primeira.

"Casamento Gay"(Diário das Notícias, D.D, 8 de janeiro de 2010) marca um ponto histórico em Portugal, em termos políticos e socias, afirmação que pode ser confirmada através das palavras de José Sócrates que encontramos na noticia acima referida: ""um dia muito histórico para a Assembleia da República". "Damos um passo da maior importância no sentido de combater a discriminação e a injustiça que existia na sociedade portuguesa" "no sentido de fazer aquilo que um humanista deve fazer", ou seja, "combater as injustiças dos outros como se fossem injustiças contra nós, combater as normas legais que impedem a igualdade como se nos atingisse a nós próprios". "É um momento histórico para a Assembleia da República e estou muito satisfeito por ter participado""

É com estas palavras encontradas na noticia que podemos afirmar que em Portugal a relação entre os meios de comunicação e os membros da comunidade LGBT. Existe uma relação de respeito, de presença de assuntos relativos a esta comunidade, de liberdade... algo que nem sempre aconteceu, mas que felizmente depois de um longo caminho percorrido, é uma realidade.

4-O papel dos meios de comunicação sobre a comunidade LGBT

O que deve ser referido é o papel que estes meios de comunicação exercem, neste caso, sobre a comunidade LGBT.

Para avaliar o papel que os mesmos exercem sobre esta comunidade, é de bom grado que primeiramente tenhamos em conta a luta que os membros da mesma têm tido ao longo dos tempos. Quem são estas pessoas? São humanos. Lutam contra quem? Humanos. Algo parece estar errado.

As duas perguntas anteriormente realizadas que tratei de dar resposta servem para uma reflexão simples que conduz de imediato quem este trabalho ao maior problema que esta comunidade enfrenta, o preconceito.

Este preconceito acarreta consigo barreiras, obstáculos colocados por humanos a humanos, colocando em causa conceitos e direitos básicos de todos como por exemplo o direito á vida, liberdade de expressão e até o direito á segurança (segurança que a comunidade LGBT tenta colocar nas suas vidas repletas de medo causado pelos constantes julgamentos que trazem consigo situações de violência extrema).

Exposta uma das dificuldades que a comunidade LGBT enfrenta, é possível perceber o papel que os media, que têm tamanha influência nos cidadãos e no modo como estes vêm o mundo, exercem sobre os membros desta mesma comunidade que com dificuldades no âmbito social anseia pela aceitação que lhes traga a tão esperada paz e aceitação. É exatamente nesta aceitação e nesta paz que os meios de comunicação podem interferir.

Como foi dito, a opinião pública é muitas vezes baseada no que se encontra presente nos diversos meios de comunicação, pelo que se passar esta afirmação para o caso da comunidade LGBT é possivel concluir que a leitura por parte da população de um artigo que retrate os membros da mesma de forma positiva, a opinião após a leitura deste será relativamente mais agradável para com esta causa, enquanto que se o artigo apenas disponibilizar para leitura algo negativo, a opinião pós contacto com o mesmo será o contrário.

Após a analise destes dois artigos jornalísticos, podemos de certo modo relacionar com o titulo do trabalho "a comunicação determina a realidade", na medida em que, estes artigos são como espelhos da sociedade, são como uma pequena porta para a mente de cada pessoa daquela sociedade, estes artigos têm um encargo gigante, para além de passarem a informação, estes são lidos pelos cidadãos, que como disse têm nos meios de comunicação os seus olhos, ou seja, ao lerem estes artigos, a sua visão, a sua opinião relativa ao assunto tratado tem como base o que leram, o que os media colocaram á sua frente.

Conclusão

A importância da realização de trabalhos como este, em que problemas de cariz social estão presentes não está apenas na nota que lhes será atribuída, está exatamente na tomada de conhecimento sobre situações atuais que muitas vezes passam completamente despercebidas a quem se encontra vivo no tempo em que estas acontecem, mas não as vive diretamente.

É essa capacidade de distanciamento que está presente nas entrelinhas deste trabalho, trabalho que pretende não ser lido, mas interpretado, servir de caminho para que o leitor, após a sua leitura, tire as suas próprias conclusões, critique, reflita sobre cada palavra que leu...mais importante que isso, retire alguma lição, agora que encontrou exemplos do que pode acontecer quando apenas se limita a concordar e acreditar no que encontra nos meios de comunicação e deixa que estes retirem a tão especial capacidade de formar uma opinião própria, a capacidade de ter um olhar próprio, evitando assim que (como foi dito anteriormente no trabalho) homens sofram por causa de outros homens.


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