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Género de textoEnsaio
ContextoLivre
DisciplinaLinguagem e Comunicação
ÁreaCiências Sociais e Humanas

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Linguagem e Comunicação

O Surrealismo e a realidade transfigurada pelo sonho

Pergunta: De que forma o surrealismo, com uma realidade transfigurada pelo sonho, comunica?

Palavras-chave: realidade, sonho, transfigurada, surrealismo, Salvador Dali, memória, análise

Tópicos principais: surrealismo, sonho, realidade

Tópicos secundários: Quadro

Abstract:

Em Paris, na década de 1920, nasce, no contexto das vanguardas no Pós- Grands Guerra, o surrealismo. Um dos autores mais influentes desta vanguarda, que retribuiu para a mesma com diversos quadros e com um bigode único, é Salvador Dali. Optamos portanto, em escolher o autor, nomeadamente a obra A Persistência da Memória. Em relação a esta obra, fez-se uma análise com base na teoria de Erwin Panofsky, que a divide em dois momentos distintos; a análise iconográfica e a análise iconológica.

Persistência da Memória, de Salvador Dali

Erwin Panofsky dividia a análise de uma obra de arte em dois momento distintos; a Iconografia e a Iconologia. Em termos gerais podemos classificar a análise iconográfica como a identificação de objetos e a sua temática; em relação à Iconologia assumimos a leitura simbólica retida nos objetos que a obra apresenta. Mais do que reconhecer um tema a Iconologia os elementos da obra e retira dela uma mensagem simbólica.

Esta leitura dividida pode ser aplicada, segundo Panofsky, em qualquer obra de arte e torna-se relevante para o entendimento mais amplo da obra estudada. Aplicando esta leitura à obra Persistência da Memória, de Salvador Dali, encontramos dois momentos de análise distintos.

Quanto à sua iconografia, temos num primeiro plano o que podemos considerar ser um cubo onde permanecem dois relógios um deles desfigurado. Também no cubo está presente ante nós um tronco seco que por sua vez também contém um relógio desfigurado. Ainda no primeiro plano encontra-se uma figura que não conseguimos perceber ao certo o que é, também ela com um relógio desfigurado. No segundo plano encontramos representada uma paisagem onde estão pintados um penhasco e o mar.

Se em termos iconográficos estamos resolvidos, no campo da iconologia é difícil fazer uma análise totalmente verosímil. Os relógios podem representar a passagem do tempo sobre o qual ninguém tem controlo e por isso encontram-se deformados. A criatura indecifrável que está presente no primeiro plano da obra quem acredite ser a figuração do próprio Salvador Dali que estava a ser desfigurado por um tempo que não conseguia controlar.

Apesar do surrealismo apresentar ter temas não reais, os autores apresentam uma realidade transfigurada no sonho. Este tema foi buscar inspiração às experiências científicas, guerras e ao sofrimento humano causado nesta época conturbada. É portanto, a partir do subconsciente, que os autores surrealistas encontram uma realidade utópica, daí acreditarem que o sonho fosse uma ponta para alcançar uma realidade subjetiva ao ser humano. É também, a partir do subconsciente que os vários filósofos e psicanalistas, encontraram justificação da moral humana. O surrealismo foi portanto visto, como uma forma de fugir a uma realidade que era dura de aceitar e de viver pois, tentava representar uma realidade que apenas existia no sonho e no subconsciente das pessoas. Dessa forma o surrealismo comunicava com as pessoas pois, conseguia chegar até elas com algo idealizado mas que todos queriam alcançar para conseguirem fugir à realidade dura em que eram obrigados a viver.

Conclusão

Toda a arte tenta comunicar com o espetador, toda a arte tenta transmitir algo a quem observa e está disposto a compreendê-la. O surrealismo, como qualquer vanguarda, tentou fazer essa comunicação, tentou transmitir uma realidade idealizada e utópica para quem não conseguia aguentar a realidade cruel vivida durante a Guerra.


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