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1112LCAFJC461b

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Género de textoResposta de desenvolvimento
ContextoClausura
DisciplinaLinguagem e Comunicação
ÁreaCiências Sociais e Humanas

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A cultura é, por definição, um sistema de crenças, valores e ideias acerca do mundo, partilhado por uma comunidade, é transmitida de geração em geração de forma implícita e é ela que acaba por guiar o nosso comportamento. Dito isto, é facto que a cultura varia de comunidade para comunidade e por isso conseguimos encontrar em todo o mundo imensas variedades da mesma.

A cultura não é algo inato no ser humano, ou seja, não nasce com ele. Contudo desempenha um papel importante na vida deste ao condicionar o modo de estar e de ser de alguém na vida. A sua aquisição dá-se por experiência ou treino e é crucial para o sucesso académico e profissional ao mostrar-nos diferentes ideias de vida e modos de pensar.

No entanto, o ser humano não se encontra isolado no mundo e por isso, tem a possibilidade de contactar com diferentes culturas e com elas aprender coisas novas. Contudo certas competências que são necessárias para que se possa apreender novas culturas, tais como: possuir competências na cultura de origem, isto é, sentir-se à vontade com a sua própria cultura; possuir competências na linguagem verbal, ser capaz de expressar-se; sentir abertura ao outro não desprezando o desconhecido; ter uma ausência de preconceitos, quer no campo racial, étnico, político ou, até sexual.

Embora as culturas sejam variáveis de comunidade para comunidade, [...] existem uma série de parâmetros [...] através dos quais podemos sintetizar uma cultura: o [...] primeiro parâmetro é o do individualismo- coletivismo, através do qual podemos ver se uma cultura mais importância ao indivíduo, valorizando o seu trabalho e ascensão social, ou se mais importância ao colectivo, valorizando o trabalho de grupo e a lealdade do mesmo. Uma cultura pode também primar pelo seu grau de formalidade no modo como se rege. Uma comunidade com imensas regras de etiqueta, como é o caso da situação coreana, retratada no texto de Richard E. Nisbett, [...] retirado da obra The Geography of Thought e sobre o qual recai o meu comentário, trata-se claramente de uma sociedade formal. Além disto, uma cultura que se caracteriza por valorizar o bom relacionamento profissional, a segurança no emprego, etc. é uma cultura feminina, enquanto que uma cultura que deseja o reconhecimento profissional e o alto salário é uma cultura marcadamente masculina. O último parâmetro é o da segurança e incerteza. Esse não é o caso dos alemães que aquando de um atraso de um comboio entram logo em pânico pois sentem uma necessidade de segurança, rotina.

Na obra de Geert Hofstede, Geert Jan Hofstede e Michael Minkov, Culture and Organizations- software of the mind, a cultura é retratada como uma programação da nossa mente que determina o nosso comportamento. A cultura é, assim, um conjunto de símbolos, heróis, rituais e valores que podem interferir diretamente nas situações de comunicação intercultural.

Aquando da organização de uma cimeira, conferência, reunião, com individuos de várias culturas é necessário ter em atenção as mesmas. Ao nos debruçarmos sobre o exemplo da cultura coreana que nos foi disponibilizado, é possível constatarmos diferenças linguísticas no tratamento de pessoas dessa mesma cultura. Se durante a realização de uma conferência não se tivesse ideias das diferentes formas de tratamento coreanas, era possível não conseguir transmitir as ideias corretamente para os individuos coreanos ou não conseguir concretizar um negócio, por exemplo.

Este exemplo também é ilustrativo do determinismo e relativismo linguísticos que Sapir e Whorf hipotetisaram. Segundo o determinismo linguístico, a língua codifica a maneira como um individuo o mundo. Mas, se uma língua determina a nossa visão do mundo, a tradução de língua para língua não é absoluta, perfeita (relativismo). De acordo com os radicais, este caso levaria a pensar que não somos capazes de compreender as diferentes culturas, contudo isso não se verifica. Retomando o exemplo da lingua coreana, o facto de haverem palavras diferentes para jantar conforme a entidade a que se dirige não faz com que deixemos de compreender essa cultura. Utilizando outro exemplo, a palavra saudade é exclusivamente portuguesa, isto é, não uma tradução perfeita desta palavra noutras línguas, no entanto, como afirma Steven Pinker, em todos nós emoções que não têm nome em várias línguas.

Concluindo, a cultura influencia a maneira como o individuo o mundo mas não é razão para o desconhecimento de outras culturas. Existem parâmetros capazes de caracterizar culturas, tal como a cultura coreana pode ser caracterizada pela sua formalidade. No entanto, a comunicação intercultural é importante a nível académico e profissional sendo capaz de nos transmitir novas ideias sobre o mundo.


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