A comunicação pode ser entendida à luz de dois modelos, o modelo linear de comunicação, percebido por muitos como simplista demais para a multiplicidade de fatores que a comunicação abrange, [...] vê dois intervenientes principais na comunicação, o emissor, com o papel ativo de [...] comunicar, e o receptor, com o papel passivo de ouvir e perceber a mensagem, dando feedback ao emissor, podendo também existir fontes de barulho. O modelo linear está intimamente relacionado com a voz da redundância e da pertinência, afirmando que quanto mais se repete uma mesma informação mais redundante, e portanto, menos pertinente esta se torna. Por outro lado, o modelo semiótico da comunicação vê a mensagem como um “co-produto” ao invés de um “produto”, onde [...] o receptor da informação deve ter um papel ativo no sentido de negociar os valores da informação que vai está a ser transmitida para que se atinja o objectivo último de compreensão mútua. Este modelo vem à luz da compreensão dos fatores externos à comunicação que nela têm grande influência, como o grau de conhecimento dos indivíduos sobre o assunto discutido, [...] o estado emocional dos intervenientes ou a sua filiação, ou não, com o decorrer da conversa. Também o contexto sustentador da conversa tem grande influência na sua significação, sendo que desejar os “parabéns” a alguém durante o seu aniversário tem um caráter festivo, fazê-lo durante o funeral de um ente querido terá motivações de desrespeito por trás. Da mesma forma que o modelo linear se relaciona com a lei da redundância e da pertinência, também o modelo semiótico de comunicação se enquadra com a teoria da relevância, pois sendo que analisamos cada informação através das nossas próprias expectativas e realidades, a repetição de informação será sempre relevante pois será apenas a confirmação das nossas expectativas e intuição.
Para além da complexidade inerente à comunicação per se, também a teoria das faces proposta por Brown e Levinson entre 1987 e 1994 à luz da “apresentação do eu na vida de todos os dias” por Goffman, em 1959, sugere a interpretação de papéis sociais por parte das necessidades do indivíduo. [...] Toda a gente tem um contraste interior entre a necessidade de aceitação social e de pertença ao grupo e a necessidade de independência e de afirmação ao “eu próprio” sendo que poderemos preferir mostrar a “face”, a co-interpretação do indivíduo social por ele próprio e pelo outro; ou pela “fachada” sendo aquilo que o indivíduo pretende que os outros vejam dele consoante o papel social que desempenha, afinal, a atitude de um profissional no desenvolver do seu trabalho e em contexto familiar nunca poderá ser a mesma, sob pena de não corresponder a determinadas expectativas sob ele criadas.