Benjamin Whorf defendia que a cultura e a língua estão interligadas. Isto é, que uma cultura define uma determinada língua e vice versa. Por exemplo, na língua portuguesa, como é tão conhecido, temos a palavra “saudade”, que só existe no português. Se na língua inglesa se diz “I miss you” (eu sinto a tua falta), em português pode-se dizer, tanto dessa forma, como “tenho saudades tuas”, sendo que é uma palavra tão portuguesa, a “saudade” define um sentimento mais profundo do que dizer que se sente a falta de alguém. Noutra língua teria de se descrever esse sentimento em uma ou mais frases. Por isso, no que toca às línguas que se falam por todo o mundo, cada uma poderá ter um papel diferente na forma como os seus falantes pensam.
Por exemplo, como num exemplo já dado, também relativamente ao português, em relação ao “desenrascanço”, que é uma atitude que define a nossa cultura e, por sua vez, a forma como os seus pertencentes pensam. Podendo haver exceções, o geral do povo português é conhecido por se reger pelo princípio do desenrascanço que consiste numa atitude espontânea de enfrentar aquilo que vier e desenrascar-se, contrariamente ao pensamento de planear tudo caso algo corra bem ou mal.
Há também uma crítica contra o [...] argumento de Whorf. Se determinada cultura não tiver certas palavras ou expressões na sua língua, será que isso significa que [...] outras culturas não saibam o que ditas expressões significam? Isto é, se a cultura portuguesa é a única que tem o “fado”, será que isto significa que as outras culturas não saibam o que é? Ou se os chineses, por não terem tempos verbais, significa que eles não sabem indentificar o passado, o presente e o futuro?
Apesar de Whorf apresentar [...] um bom argumento, esta crítica pode, ou não, combater o seu radicalismo. Sendo que, por uma cultura ter inserido uma determinada expressão ou “regra” não significa que as outras culturas não possam ter o conhecimento de tais.