A comunicação verbal, considerada inata ao ser humano e parte integrante da formação deste enquanto indivíduo comunicativo, desenvolve-se no sentido em que para além de se constituir como algo espontâneo, é também de extrema complexidade.
Este tipo de linguagem relaciona-se ao cérebro, considerando-se assim que é este [...] a base do seu processo através de áreas de [...] relevante dificuldade em serem abordadas de forma exata.
Considera-se assim que a linguagem para existir tem que haver primeiro um mecanismo biológico pré-concebido para o seu desenvolvimento (Lima, 2006) e que sem este, ou seja, o cérebro, e sem o seu desenvolvimento e especialização então nunca teríamos a capacidade de falar. Para além disso, [...] para além do facto de que a linguagem verbal se processa no cérebro (essencialmente no hemisfério esquerdo), é também a prova de que ela é inata a nós na medida em que se relaciona à existência do gene FOXP2 e quando este é afetado, então apresentam-se também anomalias em nós no que diz respeito a este tópico.
De facto, todo o processo da linguagem verbal associado ao ser humano é complexo e muito pouco exato, mas do que se sabe e é estudado até à atualidade é que para além deste pertencer essencialmente ao cérebro (produção da [...] linguagem na área de Broca e a sua compreensão na área de Wernick), esta também é condicionada e afetada por outras partes de nós como o [...] córtex motor , auditivo e visual e até o hemisfério direito do cérebro que se relaciona à perceção da dimensão espacial.
[...] Considerando-se que “a linguagem não é um artefacto cultural” (Pinker, 1995) posso afirmar que de facto a linguagem verbal humana pode ser vista de duas perspetivas, mesmo em termos das suas anomalias. Por um lado, reside no facto de muitas pessoas fazerem [...] uma sobregeneralização das regras linguísticas (argumento da analogia), sendo que por outro lado é de extrema importância referir que, apesar da linguagem se apresentar de [...] imensa dificuldade em ser analisada, ela desperta de forma natural nas crianças, o que no meu ponto de vista, acentua ainda mais carácter inato e espontâneo desta.
A linguagem é produtiva, sendo que um número limitado de sons tem a capacidade de produzir um número ilimitado de mensagens, e para além disso e relacionando-se com este aspeto, a criança não precisa de ouvir todas as frases para as produzir, ou seja, temos capacidade de interpretação de algo [...] mesmo que seja a primeira vez que as ouvimos.
Estes aspetos referidos remetem para a ideia de Pinker, na qualquer criança tem a capacidade de aprender qualquer língua para fins comunicativos, o que se interliga ao conceito de Gramática Universal (GU), pois [...] a criança é o exemplo concreto de que sem precisar de uma formação específica, esta é [...] capaz de constituir uma gramática extremamente correta e fluída.
Uma das ideias também a ser tomada em consideração acerca [...] da linguagem é o facto de que para além da sua complexidade, esta que pode assumir [...] várias tipologias de acordo com os seus participantes (interpessoal, pública, de massas, organizacional, em grupo), esta pode ser vista também como um elemento de poder na sociedade contemporânea assim como pode ter importância como marco cultural.
Finalizando desta forma, de acordo com o acima referido, considero, tal como Pinker, que a linguagem faz parte de uma constituição extremamente complexa [...], na qual ainda há muito por [...] estudar e decifrar, e que por isso o facto de ser inata, fazer parte de nós, [...] e não precisar de uma aprendizagem formal, destacando-se de capacidades mais gerais como o processamento [...] ou os comportamentos, esta é algo que deve ser tida em conta na medida em que [...] não se reduziu à sua simplicidade.
