O Futuro da Tesla Motors
A Tesla Motors é uma companhia inovadora na venda de automóveis e, em menor escala, no armazenamento de energia. Tem sido pioneira na construção de veículos desportivos totalmente elétricos e na conceção de baterias caseiras. Sendo um fabricante de automóveis numa indústria tão competitiva, existe um caminho óbvio para assegurar o futuro da empresa: aumentar a produção e a consequente venda dos seus veículos elétricos (VE).
Em 2013, a empresa vendeu cerca de 20.000 VE nos Estados Unidos da América, em 2020 esse número terá de aumentar para 500.000 unidades a nível mundial. Este é objetivo que o fundador e CEO da Tesla Motors, Elon Musk, pretende alcançar, e o primeiro desafio a superar passa pelo aumento da produção dos carros elétricos e os seus respetivos componentes.
Por um lado, as baterias serão criadas numa fábrica atualmente em fase de construção, a GigaFactory 1, que deverá entrar em funcionamento em 2020. O preço destas deverá baixar significativamente, mas esgotará virtualmente a produção mundial de baterias de iões de lítio. Por outro lado, a Tesla Factory, localizada em Fremont, Califórnia, terá de operar à sua capacidade máxima. Esta fábrica era conhecida como NUMMI até 2010 e foi adquirida pela Tesla Motors a preço de saldos, tem a capacidade comprovada de construir meio milhão de carros por ano e é a atual fábrica da companhia, produzindo todos os seus veículos elétricos.
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O segundo desafio que a empresa de Palo Alto, Califórnia, terá de ultrapassar consiste em aumentar as vendas dos seus VE. O seu modelo de negócio atual assenta na venda direta dos seus carros em lojas pequenas e especializadas, adequadas ao mercado de luxo, mas insustentáveis para uma empresa que pretende dominar a indústria dos carros elétricos. Para além de ser um modelo não-escalável, vários estados dos EUA impõem restrições a este tipo de negócio, obrigando a Tesla Motors a encontrar métodos alternativos e mais rentáveis. Nesse país, a solução passará por formar parcerias com companhias grandes e bem estabelecidas, cujos canais de distribuição e infraestruturas poderão ser usados em benefício próprio. Noutros pontos do globo, o caminho a seguir ainda não é claro. Na Europa, por exemplo, marcas de luxo como a BMW e Mercedes-Benz já oferecem VE capazes de competir com os da Tesla Motors, e os seus habitantes preferem esperar por esses. Além disso, o mercado automóvel europeu tem sido, historicamente, hostil à penetração de marcas norte-americanas. Na China, a companhia de Elon Musk encontrará um problema maior, pois a maioria da população residente em grandes centros urbanos não tem acesso a garagem própria e, por isso, os compradores não terão forma de recarregar as baterias dos seus VE durante a noite. Este problema de aparência simples necessitará de um investimento colossal para ser solucionado.
A Tesla Motors tem-nos permitido antever o futuro com os seus produtos, tem sido bem-sucedida na inovação da indústria automóvel e no armazenamento de energia. No entanto, como qualquer outra empresa, o seu futuro dependerá do seu crescimento.
